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terça-feira, maio 06, 2014

ATUAÇÃO DOS CRISTÃOS LEIGOS E LEIGAS - 52ª AG DA CNBB


O bispo de Caçador (SC), dom Severino Clasen, tratou hoje, dia 5, durante entrevista coletiva, como “fascinante” a reflexão sobre o laicato. Ele preside a Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Comissão para o tema prioritário da 52ª Assembleia Geral, a atuação dos cristãos leigos e leigas.
Dom Severino falou à imprensa do andamento da construção do texto de estudo sobre a atuação dos leigos, que recebeu sugestões de alteração durante as sessões da 52ª AG, e do interesse da Conferência no papel do laicato nas mudanças sociais. “É fascinante nós entrarmos no mundo da reflexão sobre o laicato no Brasil e no mundo e a CNBB tem uma preocupação especial em como somar forças na evangelização e na transformação da sociedade, despertando uma verdadeira consciência”.
O texto de estudos que poderá ser aprovado durante a assembleia terá, de acordo com dom Severino Clasen, uma visão social. Falará de deficiências sociais como a falta de justiça, a corrupção, a miséria e a falta de coesão das religiões que não estão a serviço da sociedade.
Outra parte aborda uma visão mais crítica com relação às escrituras e estudos teológicos e sobre a Igreja. “Temos que olhar a questão teológica, eclesiológica, a caminhada do povo de Deus, um olhar crítico”.
A última parte do documento de estudo trata das ações que o texto quer despertar, como serviços e trabalhos, “uma ação concreta de como o laicato pode e deve ser um agente de transformação e animação na Igreja, nas pastorais, nos serviços e na sociedade”.
O texto de estudos sobre a atuação dos cristãos leigos e leigas quer, de acordo com o bispo, buscar reestabelecer o sentido da vida e da existência. “Todo leigo cristão leigo e leiga tem um papel decisivo também na Igreja, presente no seu testemunho de vida e coerência de se apaixonar por Jesus Cristo. E nesta paixão, neste amor, no seguimento a Ele, buscar também caminhos para transformar a sociedade”, afirmou.
Voto consciente
Neste aspecto das ações, dom Severino apresentou a cartilha “Seu voto tem consequências: um novo mundo, uma nova sociedade”, produzida pelo Centro Nacional de Fé e Política “Dom Helder Câmara” (Cefep), pelo Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), pelo Núcleo de Estudos Sociopolíticos da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Nesp/PUC-Minas), pela Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) e pelo Instituto de Estudos da Religião. Para ele, essas ações devem estimular a participação do cristão na economia, na política, na cultura, na educação e no setor produtivo, em o que  acontece no contexto eleitoral. Dom Severino Clasen - Bispo de Caçador (SC).
CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA EM MEMÓRIA DE DOM TOMÁS BALDUÍNO DOM WALDYR CALHEIROS.

“Os dois se procuravam e se apoiavam. Quando se encontravam pareciam dois irmãos. Tiveram uma trajetória marcada por desafios comuns. Juntos com os bispos do Brasil e de outros países, os dois foram signatários do pacto das catacumbas onde se comprometeram a viver radicalmente como pobres, a serviço dos pobres, em uma igreja pobre. 
O Vaticano II marcou, indelevelmente, as suas vidas. Em suas igrejas particulares, promoveram, com convicção, a renovação da Igreja. Marcaram presença em intervenção significativas na CNBB. Enfrentaram resistências e incompreensões de pessoas de dentro e fora da Igreja. Deram asas a um laicato maduro e atuante na Igreja e na sociedade. 
Acolheram e dialogaram com pessoas de todos os credos e ideologias, enxergando nelas a imagem de filhos e filhas de Deus. Atuaram na defesa de pessoas perseguidas pela ditadura e no processo de anistia”. Dom Francesco Biasin 
Ao final, Dom Biasin ressaltou que todos “esses pastores zelosos, que dedicaram a sua vida a serviço de Deus e aos irmãos, estão nas mãos de Deus. Tudo deles está protegido e não será corroído pela morte”.

DOM TOMÁS BALDUÍNO
Doutor da fé, os índios e lavradores era o povo da predileção do coração de Dom Tomás.
Verdadeiro pastor da Igreja, choramos a saudade de sua presença visível, mas nos consolamos por tantos exemplos e ensinamentos que ele nos deixa como grande profeta de uma Igreja renovada e renovadora a serviço de um mundo mais justo e de uma humanidade mais irmã.
Nesse caminho, agora, do céu, ele nos convida, a prosseguir e a aprofundar sempre a mística do reino de Deus e vivê-la no compromisso social e político junto com os empobrecidos e pequeninos desse mundo. A essas alturas, Tomás já ouviu de Jesus, seu mestre, a palavra esperada: “Muito bem, servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor” (Mt 25, 21). Marcelo Barros monge beneditino-  www.unicap.br

DOM WALDIR CALHEIROS
“Um cristão comprometido com a causa dos pobres, injustiçados e oprimidos”
“Durante todo o período militar, havia um grupo de bispos que apoiavam a ação dos católicos leigos engajados e eles trabalharam no esforço em defender os pobres e perseguidos políticos. Esse foi o caso de Dom Waldyr, Dom Evaristo Arns, em São Paulo, Dom Helder Câmara, em Recife, Dom Antônio Fragoso, no Ceará, e muitos outros”.

A atuação de Dom Waldyr junto à Pastoral Operária e à Juventude Operária Católica – JOC.
“Dom Waldyr era um bispo de uma diocese essencialmente operária. Volta Redonda, 50 anos atrás, vivia em função da Companhia Siderúrgica Nacional. Com uma opção clara pelos oprimidos, Dom Waldyr vivia essencialmente os princípios do Vaticano II, em Volta Redonda defendia a luta dos operários. Nesse sentido, estava próximo do Sindicato dos Trabalhadores da Siderúrgica, assim como da Juventude Operária Católica”. Célia Costa  -especialista em Sociologia do Desenvolvimento pela Institut d'Ètudes Du Développement Economique Et Social


Imagens -  Rosane Pereira/Portal a12.com

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