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sexta-feira, agosto 15, 2014

PAPA CELEBRA MISSA DA ASSUNÇÃO DA VIRGEM MARIA – CORÉIA DO SUL

O Papa Francisco celebrou nesta sexta-feira (15) a missa da Assunção da Virgem Maria no estádio de Daejeon onde nasceu Santo André Kim Taegon, primeiro santo coreano.
A cerimônia começou às 10h48 locais (22h48 de quinta em Brasília), dando início ao segundo dia de uma histórica visita do pontífice ao país asiático, onde em 15 de agosto coincide a tradicional festividade católica da Assunção e o Dia da Independência do Império Japonês.
A Missa contou com  a participação de alguns familiares das vítimas do naufrágio do  Sewol, que aconteceu a 16 de abril, matando 302 pessoas, das quais 280 estudantes de um liceu, que participavam numa viagem escolar.
Ainda no estádio, Francisco recitou a oração do ângelus e depois dirigiu-se para o Seminário Maior da região para “jantar com os jovens”.
"Em união com toda a Igreja, celebramos a Assunção de Nossa Senhora, em corpo e alma, à glória do Paraíso. A Assunção de Maria mostra-nos o nosso destino como filhos adotivos de Deus e membros do Corpo de Cristo: como Maria, nossa Mãe, somos chamados a participar plenamente na vitória do Senhor sobre o pecado e a morte e a reinar com Ele no seu Reino eterno.
O «grande sinal» apresentado na primeira leitura – uma mulher vestida de sol e coroada de estrelas (cf. Ap 12, 1) – convida-nos a contemplar Maria, entronizada na glória junto do seu divino Filho. Convida-nos ainda a tomar consciência do futuro que, já desde agora, abre diante de nós o Senhor Ressuscitado. Tradicionalmente, os coreanos celebram esta festa à luz da sua experiência histórica, reconhecendo a amorosa intercessão de Maria operante na história da nação e na vida do povo.
Na segunda leitura de hoje, ouvimos São Paulo afirmar que Cristo é o novo Adão, cuja obediência à vontade do Pai derrubou o reino do pecado e da escravidão e inaugurou o reino da vida e da liberdade (cf. 1 Cor 15, 24-25). A verdadeira liberdade encontra-se no amoroso acolhimento da vontade do Pai. 
De Maria, cheia de graça, aprendemos que a liberdade cristã é algo mais do que a mera libertação do pecado; é a liberdade que abre para um novo modo espiritual de considerar as realidades terrenas, a liberdade de amar a Deus e aos nossos irmãos e irmãs com um coração puro e viver na jubilosa esperança da vinda do Reino de Cristo.
Hoje, ao venerar Maria, Rainha do Céu, dirigimo-nos a Ela como Mãe da Igreja na Coreia para Lhe pedir que nos ajude a ser fiéis à liberdade régia que recebemos no dia do Batismo; que guie os nossos esforços por transformar o mundo segundo o plano de Deus; e que torne a Igreja neste país capaz de ser, de uma forma mais plena, fermento do Reino de Deus na sociedade coreana. Possam os cristãos desta nação ser uma força generosa de renovação espiritual em todas as esferas da sociedade; combatam o fascínio do materialismo que sufoca os autênticos valores espirituais e culturais e também o espírito de desenfreada competição que gera egoísmo e conflitos; rejeitem modelos econômicos desumanos que criam novas formas de pobreza e marginalizam os trabalhadores, bem como a cultura da morte que desvaloriza a imagem de Deus, o Deus da vida, e viola a dignidade de cada homem, mulher e criança.
Como católicos coreanos, herdeiros de uma nobre tradição, vocês são chamados a valorizar esta herança e a transmiti-la às gerações futuras. Isto implica para cada um a necessidade de uma renovada conversão à Palavra de Deus e uma intensa solicitude pelos pobres, os necessitados e os fracos que vivem no meio de nós.
Ao celebrar esta festa, unimo-nos a toda a Igreja espalhada pelo mundo e olhamos para Maria como Mãe da nossa esperança. O seu cântico de louvor lembra-nos que Deus nunca esquece as suas promessas de misericórdia (cf. Lc 1, 54-55). Maria é a cheia de graça, porque «acreditou no cumprimento daquilo que o Senhor lhe dissera» (Lc 1, 45). N’Ela, todas as promessas divinas se demostraram verdadeiras. Entronizada na glória, mostra-nos que a nossa esperança é real e que, já desde agora, esta esperança se estende, «como uma âncora segura e firme para as nossas vidas» (Heb 6, 19), até onde Cristo está sentado na glória.
Amados irmãos e irmãs, esta esperança – a esperança oferecida pelo Evangelho – é o antídoto contra o espírito de desespero que parece crescer como um câncer no meio da sociedade, que exteriormente é rica e todavia muitas vezes experimenta amargura interior e vazio. A quantos dos nossos jovens não fez pagar o seu tributo um tal desespero! Que os jovens, que nestes dias se reúnem ao nosso redor com a sua alegria e confiança, nunca lhes vejam roubada a esperança!
Dirijamo-nos a Maria, Mãe de Deus, e imploremos a graça de viver alegres na liberdade dos filhos de Deus, usar sabiamente esta liberdade para servirmos os nossos irmãos e irmãs, e viver e atuar de tal modo que sejamos sinais de esperança, aquela esperança que encontrará a sua realização no Reino eterno, onde reinar é servir.

PRINCIPAL ENCONTRO DA JORNADA DA JUVENTUDE ASIÁTICA - JJA, O PONTÍFICE SE REUNIU COM SEIS MIL JOVENS NA TERRA SANTA DE SOLMOE, NO OESTE DO PAÍS.
O Santo Padre Francisco compartilhou a tarde desta sexta-feira, em seu segundo dia na Coréia, com os jovens asiáticos reunidos no Santuário de Solmoe, durante a VI Jornada da Juventude Asiática. 
Este santuário é o lugar nativo do mártir Santo André Kim Taegon, primeiro sacerdote coreano. Em uma atmosfera festiva, os jovens receberam Francisco com muitos aplausos e grande entusiasmo e compartilharam com um pouco mais de duas horas de celebração. 
Neste ambiente descontraído, o Santo Padre deixou os jornais para trás em um momento do discurso, para poder falar de forma espontânea e de coração com os jovens.
O Papa foi acolhido pelo Reitor do Santuário, e parou para rezar diante da pequena casa do mártir. Por volta das 17h, hora local, Francisco veio para o Santuário e, em seguida, se dirigiu à tenda onde estão reunidos os jovens de 23 países asiáticos.
A reunião começou com cantos e uma exposição de arte indonésia. Mons. Lazzaro You Heung-sik, bispo de Daejeon, deu as boas-vindas a todos os jovens vindos de diferentes partes da Ásia e ao Papa Francisco. 

Referindo-se ao lugar onde estavam, onde muitos foram martirizados, o prelado observou que o martírio que nos é pedido hoje é o de “escolher a verdade, seguindo-a e colocando-a em prática e vencendo assim as tentações ao meu redor".
Em seguida, foi a vez dos testemunhos e as perguntas de três jovens do Camboja, Hong Kong e Coréia. A jovem cambojana perguntou ao Papa como responder ao chamado de Deus para uma vocação. 
Enquanto isso, o jovem de Hong Kong Young perguntou o que fazer com os seus irmãos e irmãs que estão na China continental para fazer ver de forma contínua e pacifica o amor de Deus para todos os chineses. Finalmente, a jovem coreana expressou a sua preocupação sobre como devem viver os jovens que experimentam o conflito entre sua fé e o ideal causado pelo materialismo propagado na sociedade do capitalismo. 
Também lhe perguntou sobre a atitude com a qual devem viver os jovens da única nação dividida no mundo. No final das perguntas dos jovens, houve um moderno musical coreano sobre a parábola do filho pródigo.
Para concluir o encontro, o Papa dirigiu aos jovens. Durante o seu discurso, o Papa refletiu sobre o tema deste encontro da juventude asiática: “A glória dos mártires brilha sobre ti”.

 O papa recordou aos jovens que Cristo bate na porta dos seus corações. “Eles lhes chama para acordar, para estar bem atentos, para ver as coisas que realmente importam na vida”, afirmou. Acrescentando que também Deus lhes pede “para ir pelos caminhos e trilhas deste mundo, batendo nas portas dos corações dos outros, convidando-os a acolhê-lo nas suas vidas”.
Além disso, o Papa indicou que este encontro permite ver algo do que a própria Igreja está destinada a ser no eterno desígnio de Deus. A Igreja pretende ser semente de unidade para toda a família humana. Em Cristo, destacou o Santo Padre “todos os povos e nações estão chamados a uma unidade que não destrói a diversidade, mas a reconhece, a reconcilia e a enriquece”.
Por outro lado, o Papa reconheceu que estamos preocupados com a crescente desigualdade nas nossas sociedades entre ricos e pobres. 
Outras questões abordadas pelo Santo Padre foi a divisão dos irmãos coreanos. "Há duas Coreias? Não, há só uma”, observou. Mas, está dividida, a família está dividida. Com relação a isso Francisco deu um conselho e uma esperança. O conselho: rezar, rezar pelos irmãos da Coreia do Norte. “Para que não exista vencedores nem vencidos, somente uma família, que somente haja irmãos”, pediu. E assim, todos ficaram uns minutos em silêncio, orando pela unidade da Coreia. 
A esperança que o Papa lhes deu foi lembrar-lhes que todos falam uma mesma língua, a língua de família: “vocês são irmãos que falam a mesma língua”.

Por fim, o Papa referiu-se à apresentação do filho pródigo para incentivar os jovens a voltar sempre ao Pai, mesmo que tenham pecado, mesmo que tenham se distanciado, “Ele não se cansa nunca de perdoar, não se cansa nunca de esperar”. E, por isso, Francisco pediu para os sacerdotes, “abracem os pecadores sejam misericordiosos”.
Zenit.org / RV


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