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terça-feira, setembro 30, 2014

SANTA TERESA DO MENINO JESUS, VIRGEM E DOUTORA DA IGREJA


Teresa Martin, Carmelita descalça de Lisieux, desejava ardentemente ser missionária. E foi-o, a ponto de poder ser proclamada Padroeira das Missões. O próprio Jesus lhe mostrou como haveria de viver essa vocação: praticando em plenitude o mandamento do amor, haveria de imergir-se no coração mesmo da missão da Igreja, sustentando os anunciadores do Evangelho com a força misteriosa da oração e da comunhão. 
Entre os "Doutores da Igreja", Teresa do Menino Jesus é a mais jovem, mas o seu ardente itinerário espiritual demonstra muita maturidade, e as intuições da fé expressas nos seus escritos são tão vastas e profundas, que a tornam digna de ser posta entre os grandes mestres espirituais.

Teresa possui uma universalidade singular. A sua pessoa e a mensagem evangélica da "pequena via" da confiança e da infância espiritual encontraram e continuam a encontrar um acolhimento surpreendente, que transpôs todos os confins.
A influência da sua mensagem compreende, antes de tudo, homens e mulheres cuja santidade ou heroicidade das virtudes a própria Igreja reconheceu, pastores da Igreja, cultores da teologia e da espiritualidade, sacerdotes e seminaristas, religiosos e religiosas, movimentos eclesiais e comunidades novas, homens e mulheres de todas as condições e de todos os continentes. A todos Teresa traz a sua confirmação pessoal que o mistério cristão, do qual ela se tornou testemunha e apóstola fazendo-se na oração, como ela se exprime com audácia, "apóstola dos apóstolos" (Manuscrito A, 56 r), deve ser tomado à letra, com o maior realismo possível, porque tem um valor universal no tempo e no espaço. A força da sua mensagem está na ilustração concreta de como todas as promessas de Jesus encontram plena atuação no crente, que sabe acolher com confiança na própria vida a presença salvífica do Redentor.
No escondimento do seu Carmelo viveu a grande aventura da experiência cristã, até conhecer a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Cristo (cf. Ef 3, 18-19). Deus quis que não permanecessem escondidos os Seus segredos, mas habilitou Teresa a proclamar os segredos do Rei (cf. Manuscrito C, 2 v). Com a sua vida, Teresa oferece um testemunho e uma ilustração teológica da beleza da vida contemplativa, como total dedicação a Cristo, Esposo da Igreja, e como afirmação viva da primazia de Deus sobre todas as coisas. 

Teresa do Menino Jesus é não só a mais jovem Doutora da Igreja, mas também a mais próxima de nós no tempo, como que a sublinhar a continuidade com que o Espírito do Senhor envia à Igreja os seus mensageiros, homens e mulheres, como mestres e testemunhas da fé.
Teresa é Mestra para o nosso tempo, sedento de palavras vivas e essenciais, de testemunhos heróicos e críveis. Por isso ela é amada e acolhida também por irmãos e irmãs das outras Comunidades cristãs e até por quem nem sequer é cristão.
Grande é, por isso, a alegria da Igreja, neste dia que coroa as expectativas e as orações de tantos que intuíram, com a riqueza do Doutoramento, este especial dom de Deus e lhe favoreceram o reconhecimento e o acolhimento. 
Sim, ó Pai, nós Vos bendizemos, juntamente com Jesus (cf. Mt 11, 25), porque escondestes os Vossos segredos "aos sábios e aos entendidos" e os revelastes a esta "pequenina", que hoje propondes de novo à nossa atenção e à nossa imitação. Obrigado pela sabedoria que lhe destes, tornando-a para a Igreja inteira uma singular testemunha e mestra de vida!
Obrigado pelo amor que derramastes sobre ela, e que continua a iluminar e aquecer os corações, impelindo-os à santidade!
O desejo que Teresa exprimiu, de "passar o seu Céu fazendo o bem sobre a terra", continua a realizar-se de modo maravilhoso.
Obrigado, ó Pai, porque hoje a tornais próxima de nós a novo título, para louvor e glória do Vosso nome nos séculos. Amém! 
São João Paulo II
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segunda-feira, setembro 29, 2014

FESTA DOS SANTOS ARCANJOS


Como diz o Prefácio da Missa de hoje – “...resulta em glória para Vós a honra que prestamos a eles como criaturas dignas de Vós; e a sua inefável beleza, Vós mostrais como sois grande e digno de ser amado sobre todas as coisas”.

A Igreja nos dá hoje a alegria de celebrar a festa dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael. Na verdade, esses arcanjos são os grandes mensageiros da ordem divina, da vontade de Deus para a humanidade. 
Os anjos são presenças amorosas de Deus na nossa vida e para toda a humanidade! Os três arcanjos, que celebramos hoje, nos convidam a refletir sobre o modo como Deus intervém em nossa vida e como nós precisamos desses companheiros para a nossa caminhada!

O primeiro deles é Miguel: “Quem como Deus”, é o grande batalhador e vencedor do maligno e das forças do mal. Nós, que, muitas vezes, vemos o mal triunfar, vencer e entrar em nossa casa, como precisamos da força, da luz, da graça, da intercessão de São Miguel Arcanjo, o grande arcanjo divino, para que ele nos ajude a combater as forças do demônio.
Deixe-me dizer a você: onde São Miguel Arcanjo guarda, o inimigo não tem vez nem voz! Ele tem o poder divino, a graça divina para vencer as artimanhas do inimigo, para vencer os deboches do diabo e do inferno; é ele quem nos guarda. Por isso, se quisermos vencer o mal em nossa vida, precisaremos nos tornar amigos de São Miguel Arcanjo e invocar a sua intercessão sobre nós, sobre nossas casas e sobre nossas famílias.

O Anjo Gabriel: “A força de Deus” ou o grande comunicador de Deus. É ele quem revela os grandes planos divinos, é ele quem falou para Zacarias sobre o nascimento de João Batista, e é ele quem visitou Maria para anunciar a Boa Nova, que é o nascimento de Jesus Cristo.
 Muitos males na humanidade, em nossa vida, em nossas convivências, acontecem infelizmente porque faltam e falham as comunicações entre nós. Precisamos primeiro estabelecer a comunicação entre nós e depois deixar que Deus nos comunique o Seu amor, a Sua bondade. E, aonde nós não conseguimos chegar, nós precisamos desse auxílio de São Gabriel. Que Ele realmente nos traga força para comunicar a mensagem de Deus para o mundo!

 São Rafael: “Deus cura”, a cura de Deus, a proteção de Deus para os males, para as enfermidades, para as doenças, está no Arcanjo São Rafael. Invocado nas grandes epidemias, pandemias, o arcanjo veio ao mundo como poderoso auxílio divino para salvar a humanidade de tantos males.
Eu especialmente tenho pedido a São Rafael que ajude a medicina; ilumine os nossos médicos, ilumine os profissionais da saúde, da pesquisas científicas, para que encontrem realmente a cura para tantos males, doenças, que infelizmente atormentam a humanidade, como é o caso do câncer. Como nós precisamos de um avanço na medicina para combater o câncer, para ajudar no tratamento de tantas pessoas que sofrem deste mal!

No entanto, nós não podemos pedir a intercessão de Deus só quando alguém aparece enfermo ou doente, não! A humanidade inteira padece de tantos males, doenças, enfermidades e outros “cânceres”. O que nós precisamos é invocar a força de São Rafael, para que venha iluminar a humanidade e trazer a cura de Deus para o meio de nós.

Que a proteção dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael ilumine os nossos caminhos!
Deus abençoe você!

cancaonova.com

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domingo, setembro 28, 2014

"MAS DEPOIS FOI..." - DIA DA BÍBLIA - XXVI Domingo do Tempo Comum - A


Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
"Jesus conheceu uma sociedade dividida por barreiras de separação e atravessada por complexas discriminações.
  Nela encontramos judeus que podem entrar no Templo e pagãos excluídos do culto; pessoas “puras” com as quais se pode tratar,e pessoas “impuras” que devem ser evitadas; “próximos” aos quais se deve amar e “não próximos” que se pode abandonar; homens “piedosos” observantes da lei e “pessoas malditas” que não conhecem nem cumprem o prescrito ; pessoas abençoadas por Deus e “enfermos” malditos que não têm acesso ao templo; pessoas “Justas e homens e mulheres “pecadores”.
A atuação de Jesus nesta sociedade é tão surpreendente que ainda hoje resistimos aceitá-la Ele não adota a postura dos fariseus que evitam todo contato com impuros e pecadores. Não segue listas de pessoas que ficam excluídas da sociedade.

Jesus se aproxima precisamente dos mais discriminados. Senta-se para comer com o publicanos. Deixa a pecadora beijar seus pés. Toca com sua mão os leprosos. Ele busca “o que está perdido”. As pessoas os chamam “amigo dos pecadores”.
 Com insistência provocativa vai repetindo que “os últimos serão os primeiros”, e que os publicanos e as prostitutas vão preceder os escribas e sacerdotes no caminho do Reino de Deus.

A mensagem da parábola também é clara e fora de toda discussão. Diante de Deus, o importante não é “falar”, mas fazer; decisivo não é prometer ou confessar, mas cumprir sua vontade. As palavras de Jesus não têm nada de original.
O que é original é a aplicação que, segundo o evangelista Mateus, Jesus lança aos dirigentes religiosos daquela sociedade. “Eu vos garanto que os publicanos e as prostitutas vos precederão no caminho do Reino de Deus”. Será verdade o que Jesus diz?
O que poderia Jesus ver naqueles homens e mulheres desprezados por todos? Talvez sua humilhação. Quem sabe um coração mais aberto a Deus e mais necessitado de seu perdão. Ou ainda uma compreensão e uma proximidade maior aos últimos da sociedade. Talvez menos orgulho e prepotência do que se vê nos escribas e sumos sacerdotes.
Jesus se aproxima precisamente dos mais discriminados. Senta-se para comer com o publicanos. Deixa a pecadora beijar seus pés. Toca com sua mão os leprosos. Ele busca “o que está perdido”. As pessoas os chamam “amigo dos pecadores”. Com insistência provocativa vai repetindo que “os últimos serão os primeiros”, e que os publicanos e as prostitutas vão preceder os escribas e sacerdotes no caminho do Reino de Deus.

Não obstante, embora quase ninguém mais vos diga isto, vós, os indesejáveis e anatematizados, tendes que saber que o Deus revelado em Jesus Cristo continua sendo de verdade vosso amigo. Vós podeis “entender”e acolher o perdão de Deus melhor de que muitos outros cristãos que não sentem necessidade de arrepender-se de nada.
QUANDO FUI EVITADO. DEUS SE APROXIMOU DE MIM.
QUANDO FUI HUMILHADO, DEUS ME DEFENDEU.
QUANDO FUI HUMILHADO OUTRA VEZ, DEUS PERMANECEU COMIGO.
QUANDO FUI DESPREZADO, DEUS ME ACOLHEU.
QUANDO NO MAIS ESCURO DAS MINHAS NOITES, NÃO ESTAVA SÓ, DEUS ESTAVA COMIGO.
QUANDO NÃO HAVIA LUGAR PARA MIM NA SOCIEDADE E NA IGREJA, 

PRECISAMENTE AÍ ENCONTREI UM LUGAR NO CORAÇÃO DE DEUS.
TENHO ALGO A DIZER! JESUS NÃO FEZ UMA DOUTRINA!

Não reduzimos muitas vezes a nossa fé as palavras, ideais ou sentimentos? Não esquecemos quase que a fé verdadeira deve dar um significado novo e uma orientação diferente a todo o comportamento da pessoa?"

CF. O CAMINHO ABERTO POR JESUS , JOSÉ ANTONIO PAGOLA, VOZES


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sábado, setembro 27, 2014

O DIA DA BÍBLIA



 Aliás, o mês de setembro é o mês da Bíblia, todo dedicado a despertar e promover entre os fiéis o conhecimento e o amor dos Livros Sagrados, a Palavra de Deus escrita, redigida sob a moção do Divino Espírito Santo, motivando-os para sua leitura cotidiana, atenta e piedosa.  

É DE SÃO JERÔNIMO A CÉLEBRE FRASE: “IGNORAR A SAGRADA ESCRITURA É IGNORAR O PRÓPRIO CRISTO”. 

Portanto, o conhecimento e o amor às Escrituras decorrem do conhecimento e do amor que todos devemos a Nosso Senhor.
 O ponto central da Bíblia, convergência de todas as profecias, é Jesus Cristo. 

O Antigo Testamento é preparação para a sua vinda e o Novo, a realização do seu Reino. 


“O NOVO ESTAVA LATENTE NO ANTIGO E O ANTIGO SE ESCLARECE NO NOVO” (SANTO AGOSTINHO).

Dizemos que a Bíblia foi inspirada por Deus, que vem a ser assim o seu autor principal, embora escrita por homens, por Deus movidos e assistidos enquanto escreviam. 
A Bíblia não é um livro só, mas um conjunto de 73 livros, redigidos por autores diferentes em épocas, línguas e locais diversos, num espaço de tempo de cerca de mil e quinhentos anos. 

Sua unidade se deve ao fato de terem sido todos eles inspirados por Deus, seu autor principal e garantia da sua inerrância.
É o livro sagrado por excelência, escrito para o nosso bem. 

“TODA A ESCRITURA É INSPIRADA POR DEUS, E ÚTIL PARA ENSINAR, PARA REPREENDER, PARA CORRIGIR E PARA FORMAR NA JUSTIÇA. POR ELA, O HOMEM DE DEUS SE TORNA PERFEITO, CAPACITADO PARA TODA BOA OBRA” (II TIM 3, 16-17). 

 Mas a Bíblia não é um livro de ciências humanas. Por isso a Igreja Católica reprova a leitura
 fundamentalista da Bíblia, que teve sua origem na época da Reforma Protestante e que pretende dar a ela uma interpretação literal em todos os seus detalhes, o que não é correto.  Além disso, a Bíblia não é um livro fácil de ser lido e interpretado. 

SÃO PEDRO, FALANDO DAS EPÍSTOLAS DE SÃO PAULO, NOS DIZ QUE “NELAS HÁ ALGUMAS PASSAGENS DIFÍCEIS DE ENTENDER, CUJO SENTIDO OS ESPÍRITOS IGNORANTES OU POUCO FORTALECIDOS DETURPAM, PARA A SUA PRÓPRIA RUÍNA, COMO O FAZEM TAMBÉM COM AS DEMAIS ESCRITURAS” (2PED 3, 16).
  Por isso, o mesmo São Pedro nos adverte: 

“SABEI QUE NENHUMA PROFECIA DA ESCRITURA É DE INTERPRETAÇÃO PESSOAL. 
PORQUE JAMAIS UMA PROFECIA FOI PROFERIDA POR EFEITO DE UMA VONTADE HUMANA. HOMENS INSPIRADOS PELO ESPÍRITO SANTO FALARAM DA PARTE DE DEUS” (2PD 1, 20-21).  

Assim, o ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita (a Bíblia Sagrada) ou transmitida oralmente (a Sagrada Tradição)
 foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo, que disse aos Apóstolos e seus sucessores “até a consumação dos séculos”:

 “Ide e ensinai a todos os povos tudo o que vos ensinei... quem vos ouve a mim ouve”.


Dom Fernando Arêas Rifan - Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney


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FRANCISCO CELEBRA O 200º ANIVERSÁRIO DA RESTAURAÇÃO DOS JESUÍTAS


O Papa Francisco presidiu neste sábado, na "Chiesa del Gesù" (Igreja de Jesus) – igreja-mãe dos Jesuítas – situada no centro de Roma –, as Vésperas e Ação de Graças, por ocasião do bicentenário da restauração da Companhia de Jesus por obra de Pio VII em 1814, após a supressão por parte do Papa Clemente XIV em 1773.
A Companhia de Jesus, fundada em 1640 por Santo Inácio de Loyola, foi dissolvida por Clemente XIV em 1773, fundamentalmente devido aos temores provocados por seu poder real ou presumido. 
A Companhia de Jesus, foi restabelecida em 7 de agosto de 1814 pelo papa Pio VII, voltou a se desenvolver sobretudo nas atividades missionárias e na docência.
Atualmente, é uma das principais ordens religiosas masculinas católicas, com aproximadamente 19.000 membros que, aos tradicionais votos de pobreza, castidade e obediência, se somou o de obediência incondicional ao Papa.
Durante a homilia da celebração, após recordar que a Companhia viveu tempos difíceis, de perseguição, em que os inimigos da Igreja conseguiram obter a supressão da Companhia, o Santo Padre frisou que hoje, recordando a sua restauração, "somos chamados a recuperar a nossa memória, recordando os benefícios recebidos e os dons particulares" (cfr Exercícios Espirituais, 234).

O Pontífice frisou que a Companhia viveu a humilhação com Cristo humilhado, obedeceu.

"Não se salva nunca do conflito com a esperteza e com estratégias para resistir. Na confusão e diante da humilhação, a Companhia preferiu viver o discernimento da vontade de Deus, sem buscar um modo para sair do conflito em maneira aparentemente tranqüila."
Tendo evocado a postura com a qual o último Prepósito Geral de então, Pe. Lorenzo Ricci, viveu este tempo de tribulação para a Companhia, o Papa Francisco disse que, nesta ocasião de confusão e de perda, Pe. Ricci chegou a falar, justamente, dos pecados dos jesuítas. "Não se defende sentido-se vítima da história, mas se reconhece pecador".
Portanto, ressaltou o Papa, diante da humilhação, a Companhia preferiu viver o discernimento da vontade de Deus – o único que salva do egoísmo e do mundanismo – e reconhecer os próprios pecados, evitando assim colocar-se na condição de vítima: "Olhar a si mesmos reconhecendo-se pecadores evita de colocar-se na condição de considerar-se vítimas diante de um carrasco. Reconhecer-se pecadores, reconhecer-se realmente pecadores, significa colocar-se na atitude justa para receber a consolação."

Mesmo diante de seu fim, a Companhia "permaneceu fiel ao propósito para o qual tinha sido fundada": caridade, união, obediência, paciência, simplicidade evangélica, verdadeira amizade com Deus e total confiança no Senhor. "Todo o resto é mundanismo", afirmou o primeiro Papa jesuíta.
A chama da maior glória de Deus – foi o auspício de Francisco – "também hoje nos atravesse, queimando toda complacência e envolvendo-nos em uma chama que temos dentro, que nos concentra e nos expande, nos faz crescer e diminuir".
"Deus é misericordioso, Deus coroa de misericórdia. Deus nos quer bem e nos salva. Às vezes o caminho que conduz à vida é estreito, mas a tribulação, se vivida á luz da misericórdia, nos purifica como o fogo, nos dá tanta consolação e inflama o nosso coração afeiçoando-o à oração. 

Os nossos irmãos jesuítas na supressão foram ardentes no espírito e no serviço do Senhor, alegres na esperança, constantes na tribulação, perseverantes na oração. E isto deu honra à Companhia, não certamente as comendas de seus mérito. E assim sempre será."
"Recordemo-nos da nossa história: à Companhia foi dada a graça não somente de acreditar no Senhor, mas também de sofrer por Ele. Recordar isso nos fará bem", exortou Francisco.
Também a Igreja, barca de Pedro, pode ser hoje, abalroada pelas ondas, como foi então a nave da Companhia de Jesus, refletiu o Papa. A noite e o poder das trevas "são sempre próximos":

"Cansa remar. Os jesuítas devem ser “remadores especialistas e valorosos” (Pio VII, Sollecitudo omnium ecclesiarum): remem, portanto! Remem, sejam fortes, mesmo com o vento contrário! 
Rememos a serviço da Igreja. Rememos juntos! Mas enquanto remamos – todos remamos, também o Papa rema na barca de Pedro – devemos rezar tanto: “Senhor, salva-nos!”, “Senhor, salva o teu povo!”. O Senhor, mesmo se somos homens de pouca fé nos salvará. Esperemos no Senhor! Esperemos sempre no Senhor!." (RL/JE)

Cidade do Vaticano (RV) 

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sexta-feira, setembro 26, 2014

SÃO COSME E SÃO DAMIÃO, MÁRTIRES


A origem do culto de São Cosme e São Damião localiza-se em Ciro, cidade da Síria do Norte. Teodoreto, que foi bispo daquela cidade, no século V, fala de São Cosme e da basílica dos dois santos irmãos.

Cosme e Damião eram irmãos, descendentes de nobre família da Arábia. A mãe, teodata, deu aos filhos uma educação muito boa, e fez com que os belos talentos se lhes pudessem desenvolver sob a direção de sábios mestres. Fazendo os estudos na Síria, especializaram-se em medicina.
Relicários de São Cosme e Damião: Na Igreja de
São Miguel, em Munique, Alemanha
Pelo preparo científico e não menos pela pureza de costumes, mereceram a estima e admiração de todos, até dos próprios pagãos. Aproveitando-se desta última circunstância, de preferência procuraram exercer a profissão de médico entre as famílias pagãs, para deste modo terem ocasião de ganhá-las para o Catolicismo. Deus abençoou-os de tal maneira, que não parecia haver doença que resistisse à sua medicação. Era visível esta proteção sobrenatural.

A admiração dos pagãos, crescia ainda mais vendo que os médicos cristãos não aceitavam a mínima gratificação. Eram outras riquezas que os atraíam. A conversão das almas, que viviam nas trevas do paganismo, era objetivo principal de toda sua atividade. Realmente conseguiram deitar a semente da doutrina cristã em muitos corações, e numerosas foram as conversões de pagãos ao cristianismo.
Relicário pertencente a um Monastério em Kosovo
Assim viveram alguns anos, como médicos missionários em Egra, na Cilícia. Essa atividade havia de chamar a atenção das autoridades, como de fato chamou. Tendo recebido ordens do governo imperial de Dioclesiano com referência à religião cristã e seus adeptos, uma das primeiras medidas corcitivas do governador Lísias, quando apareceu em Egra, foi ordenar a prisão dos dois médicos, que lhe foram indicados como inimigos acérrimos das divindades pagãs.
Citados perante o tribunal de Lísias, este os interpelou sobre sua pátria e profissão. Deram as informações exigidas, declarando que eram naturais da Arábia, e exerciam gratuitamente a ciência médica. Protestaram contra a denúncia de se entregarem às práticas da feitiçaria.
- Curamos doenças - disseram ao governador - mais em nome de Jesus Cristo, do que pelo valor da nossa ciência.
Lísias bradou: - É preciso que adoreis aos deuses, sob pena de cruel tortura!
-Teus deuses nenhum poder têm; adoramos o Criador do céu e da terra.
Basílica de Cosme e Damião no Forum de Roma
Para fazê-los mudar de convicção, Lísias mandou aplicar-lhes tormentos bárbaros. Vendo, porém, que eram inúteis esses processos, deu ordem para que fossem decapitados. Cosme e Damião morreram mártires em 303. Os corpos foram transportados para Cira, na Síria, e depositados numa igreja que lhes recebeu o nome. O mesmo imperador, Justiniano I, vendo_se favorecido em grave doença, construiu em Constantinopla uma igreja em honra destes padroeiros. 
Interior da Basílica de S.Cosme e Damião em Roma
Parte das relíquias chegaram no século VI a Roma e a Munique (Baviera), onde repousam no altar mor da igreja de São Miguel. Deus glorificou com muitos milagres o nome de seus dois servos.
Os Santos Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos, dos farmacêuticos e da Faculdade de Medicina.
Os nomes de são Cosme e são Damião, entretanto, são pronunciados infinitas vezes, todos os dias, no mundo inteiro, porque, a partir do século VI, eles foram incluídos no cânone da missa, fechando o elenco dos mártires citados.

No dia da festa de São Cosme e Damião, é costume distribuir balas e doces para as crianças, no Brasil, principalmente os devotos que alcançaram alguma graça e fizeram a promessa de realizar esse ato.
  
São Gregório de Tours assim se refere aos dois (In gloria mart., XCVIII): "Dois gêmeos, Cosme e Damião, médicos, tornaram-se cristãos, e pelo mérito das virtudes e intervenção das orações, expulsavam as enfermidades dos doentes. Depois de diversos suplícios, reuniram-se no céu e fazem milagres pelos compatriotas. Se um doente for à tumba dos dois santos e orar com fé, imediatamente obterá remédio para os males que o afligem. Diz-se que eles apareciam em sonho aos enfermos e que lhes indicavam o que fazer. Uma vez despertos e executadas as ordens, curavam-se prontamente".

Procópio assevera-nos que Justiniano, no século VI, construira em Ciro um grande templo, que dedicou aos dois santos. Teodósio, o peregrino, em 530, observa que, in Quiro São Cosme e São Damião foram supliciados.

O resumo do martirológio diz:
Em Egéia, a morte dos santos mártires Cosme e Damião, irmãos: durante a perseguição de Diocleciano, depois de terem sido carregados de ferros e encarcerados numa estreita prisão, foram atirados ao mar, depois do fogo, em seguida pregados na cruz, lapidados e trespassados de flechas, Tendo a tudo suplantando, foram, afinal, decapitados. Contam que com os dois também sofreram e morreram seus três irmãos, Ântimo, Leôncio e Euprébio.
santossanctorum.com.br
breviário.com.br
Martirólogo Romano
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quarta-feira, setembro 24, 2014

VOTE CERTO, VOTE BEM!


 A iniciativa apresenta passos fundamentais para que os eleitores possam fazer uma escolha mais consciente dos candidatos nas próximas eleições.
O bispo auxiliar do Rio Dom Pedro Cunha Cruz, que também é o animador e referencial na 
formação dos políticos, afirmou que “os passos elaborados na cartilha são orientações feitas à luz do Evangelho, todas condizentes com a Doutrina Social da Igreja”.
Com o lema “Vote certo, vote bem”, a ação visa que os candidatos escolhidos tenham compromisso com as verdades fundamentais, dentre elas: a valorização da vida, a superação da pobreza, a educação, o saneamento básico, a preocupação com o meio ambiente, entre outras.

VOTAR EM CANDIDATOS INTERESSADOS APENAS EM ATENDER A PARTIDOS POLÍTICOS OU GRUPOS ESPECÍFICOS NÃO PODE SER UMA OPÇÃO. 

Aqueles que também se enquadram na chamada “Lei da Ficha Limpa”, ou seja, que já responderam judicialmente por algum crime, não devem também receber votos.
“Nós entendemos o bom governante como aquele que deve governar para todos. Para exercer a função, os candidatos precisam ter uma conduta honesta e idônea”, afirmou Dom Pedro.
Pessoas envolvidas em práticas de corrupção eleitoral, como a compra de votos e o desvio de verbas públicas, não podem ser consideradas como aptas a exercer um cargo público.

“O Papa Francisco se expressa bem quando fala do político que se corrompe. Discursando aos 
parlamentares italianos no dia 27 de março deste ano, ele afirma que é muito difícil que um corrupto consiga voltar atrás. 
A corrupção pode começar de maneira pequena, mas uma vez que alguém se corrompe, é muito difícil reconstruir a sua imagem e sua idoneidade”, ressaltou o bispo auxiliar.

CONHECER BEM OS CANDIDATOS ANTES DE DAR-LHES O VOTO É UMA ATITUDE ESSENCIAL.
É relevante saber quais são suas ideias, suas condutas, suas filosofias e as dos partidos.
“Precisamos saber em quem estamos votando. É necessário que o candidato faça também uma prestação de contas do exercício de seu mandato”, explicou.
Outra atitude importante é sobre a vivência da identidade cristã. Não deve haver uma dicotomia entre a vivência da fé e a política. A participação de fiéis neste meio objetiva não apenas atender a interesses da Igreja, mas também a defesa da dignidade e da vida humana.

PROPOSTAS DE UM ENSINO RELIGIOSO CONFESSIONAL E PLURAL DEVEM SER APOIADAS.
“O aspecto religioso é fundamental na vida de um ser humano, e ele contribui muito para a estruturação da personalidade e do caráter da pessoa humana. 
Por isso é importantíssimo também escolher candidatos que defendam o ensino religioso, uma das facetas da natureza humana que não pode jamais ser negligenciada por nenhum candidato”.
A defesa da família, a Igreja doméstica, é uma proposta indispensável. “A família para nós, Igreja, é um dom inigualável e é sempre formada a partir do amor de Deus. 

POR ISSO É IMPORTANTE QUE OS CANDIDATOS NÃO SÓ DEFENDAM A FAMÍLIA, COMO TAMBÉM QUE ELES ENTENDAM A IDENTIDADE NATURAL DESSA FAMÍLIA NOS PLANOS DE DEUS.
Visualizada, portanto, esta instituição neste prisma, deve-se valorizar também o sacramento do matrimônio”.
Por fim, outra notável atitude é a de fazer o acompanhamento político dos candidatos eleitos. Muitas vezes, antes das eleições, conhecemos toda a filosofia partidária e as propostas dos candidatos, porém não conseguimos dar sequência a suas ações políticas e administrativas.


A CONSCIÊNCIA EM RELAÇÃO AO VOTO AUXILIA NA DEFINIÇÃO POLÍTICA DO NOSSO PAÍS.
Por isso é tão importante valorizar essa ação de cidadania. Assim, a Igreja Católica, sobretudo o Regional Leste 1, estimula o debate entre vários candidatos e valoriza àqueles que  apresentam propostas políticas condizentes tanto com a sociedade civil quanto com a defesa dos interesses de todo o povo cristão.

RECOMENDAÇÕES DA CNBB PARA AS ELEIÇÕES

SOMOS RESPONSÁVEIS PELO FUTURO DO NOSSO PAÍS.
1. Votar é um exercício importante de cidadania; por isso, não deixe de participar das eleições. Seu voto contribui para definir a vida política de nosso país.
2. Verifique se os candidatos estão comprometidos com a superação da pobreza, com a educação, saúde, moradia, saneamento básico, respeito à vida e ao meio ambiente.
3. Veja se seus candidatos estão comprometidos com a justiça, segurança, combate à violência, dignidade da pessoa, respeito pleno pela vida humana desde a sua concepção até a morte natural.
4. Observe se os candidatos representam o interesse apenas de seu grupo ou partido e se pretendem promover políticas que beneficiam a todos. O bom governante governa para todos.
5. Dê o seu voto apenas a candidatos com “ficha limpa”. O homem público deve ter honestidade (idoneidade moral).
6. Fique atento à prática de corrupção eleitoral, ao abuso de poder econômico, à compra de votos. Voto não é mercadoria.
7. Procure conhecer os candidatos, sua conduta, suas ideias e seus partidos. Voto não é troca de favores.
8. Vote em candidatos que respeitem a liberdade religiosa e de consciência, garantindo o ensino religioso confessional e plural.
9. Escolha candidatos que promovam e defendam a família, segundo sua identidade natural conforme o plano de Deus.
10. Acompanhe os políticos depois das eleições, para cobrar deles o cumprimento das promessas de campanha e apoiar suas ações políticas e administrativas. 


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