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quarta-feira, outubro 29, 2014

ELES NOS PRECEDERAM por Dom Fernando Arêas Rifan


Os “finados”, aqueles que chegaram ao fim da vida terrena e já começaram a vida eterna. Portanto, não estão mortos, estão vivos, mais até do que nós, na vida que não tem fim, “vitam venturi saeculi”. 
Sua vida não foi tirada, mas transformada. Por isso, o povo costuma dizer dos falecidos: “passou desta para a melhor!” Olhemos, portanto, a morte com os olhos da fé e da esperança cristã, não com desespero, pensando que tudo acabou. Uma nova vida começou eternamente.   
Para nosso consolo, ouçamos a Palavra de Deus: “Deus não criou a morte e a destruição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou todas as coisas para existirem... e a morte não reina sobre a terra, porque a justiça é imortal” (Sb 1, 13-15). 
Os  pagãos chamavam o local onde colocavam os seus defuntos de necrópole, cidade dos mortos. Os cristãos inventaram outro nome, mais cheio de esperança, “cemitério”, lugar dos que dormem. É assim que rezamos por eles na liturgia: “Rezemos por aqueles que nos precederam com o sinal da fé e dormem no sono da paz”. 
  Os santos encaravam a morte com esse espírito de fé e esperança. Assim São Francisco de Assis, no cântico do Sol: “Louvado sejais, meu Senhor, pela nossa irmã, a morte corporal, da qual nenhum homem pode fugir. Ai daqueles que morrem em pecado mortal! 
Felizes dos que a morte encontra conformes à vossa santíssima vontade! A estes não fará mal a segunda morte”. “É morrendo que se vive para a vida eterna!”.
Santo Agostinho nos advertia, perguntando: “Fazes o impossível para morrer um pouco mais tarde, e nada fazes para não morrer para sempre?” 
Quantas boas lições nos dá a morte. Assim nos aconselha São Paulo: “Enquanto temos tempo, façamos o bem a todos” (Gl 6, 10). “Para mim o viver é Cristo e o morrer é um lucro... Tenho o desejo de ser desatado e estar com Cristo” (Fl 1, 21.23). “Eis, pois, o que vos digo, irmãos: o tempo é breve; resta que os que têm mulheres, sejam como se as não tivessem; os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem; os que compram, como se não possuíssem; os que usam deste mundo, como se dele não usassem, porque a figura deste mundo passa” (1 Cor 7, 29-31). Diz A Imitação de Cristo que bem depressa se esquecem dos falecidos: “Que prudente e ditoso é aquele que se esforça por ser tal na vida qual deseja que a morte o encontre!... Melhor é fazeres oportunamente provisão de boas obras e enviá-las adiante de ti, do que esperar pelo socorro dos outros” (I, XXIII). 
O dia de Finados foi estabelecido pela Igreja para não deixarmos nossos falecidos no esquecimento.
TRÊS COISAS PEDIMOS COM A IGREJA PARA OS NOSSOS FALECIDOS: O DESCANSO, A LUZ E A PAZ.
Descanso é o prêmio para quem trabalhou. O reino da luz é o Céu, oposto ao reino das trevas que é o inferno. E a paz é a recompensa para quem lutou. Que todos os que nos precederam descansem em paz e a luz perpétua brilhe para eles. Amém
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney




terça-feira, outubro 28, 2014

ROTARY CLUB RJ SÃO CONRADO ENTREGA DA OUTORGA DE "MÉRITO PROFISSIONAL" AO PADRE MARCOS BELIZÁRIO FERREIRA

A  PRESIDENTE DO ROTARY CLUB GRACIETE FEIJÓ ENDRINGER, VIRGÍLIO MEDINA E DORA SODRÉ COM O PROFISSIONAL DO ANO PADRE MARCOS BELIZÁRIO NA HOMENAGEM DESTA NOITE. ESTAVAM PRESENTES CERCA DE 100 PESSOAS, QUE DERAM UM BRILHO ESPECIAL AO EVENTO QUE OCORREU NAS DEPENDÊNCIAS DO HOTEL ROYAL TULIP, ÀS 20H30, EM SÃO CONRADO, NO DIA 27/10/2014

O lema do Rotary, “Dar de Si antes de Pensar em Si” incentiva a todo rotariano a buscar maneiras de aprimorar a qualidade de vida na comunidade através de projetos humanitários.
A cada ano, o Rotary procura identificar na comunidade, pessoa que vive para servir e não ser servido. Pessoa que acredita que em uma sociedade, a autoridade não é o exercício de poder, mas uma qualificação para serviço que se exprime na entrega de si mesmo para o bem comum.
E, neste ano, a pessoa que identificamos para receber a nossa homenagem de “Mérito Profissional” é o Padre Marcos Belizário Ferreira, o querido Padre Marcos Belizário de toda Comunidade de São Conrado.
Rotary Club – São Conrado - Rio de Janeiro
Organização dedicada à prestação de serviços humanitários e promoção da boa vontade e paz mundial, que congrega 1,2 milhão de líderes profissionais e comunitários em mais de 200 países e regiões geográficas.
No Rotary a rede global de voluntários é integrada por lideres profissionais, empresariais e comunitários dedicados à prestação de serviços humanitários que incentiva a prática de altos padrões éticos e a promoção da paz e boa vontade no mundo. Mais de 32.000 Rotary Clubs, em mais de 200 países e regiões geográficas, implementam grande variedade de projetos de prestação de serviços, local e internacionalmente, enfocando assuntos como o combate à pobreza, saúde, fome, analfabetismo e meio-ambiente.
 Rotary, Missão - Construir pontes de amizade por meio do companheirismo, fomentando o ideal de servir à comunidade com altos padrões éticos na prestação de serviços humanitários.
Na promoção da Paz - Rotary promove compreensão e interação cultural por intermédio de bolsas educacionais, programas de intercambio e subsídios humanitários, na prevenção de doenças, proporcionando o acesso a água potável e saneamento, melhoria da saúde materna e infantil, a melhoria da educação básica e alfabetização, e as comunidades, ajudando a desenvolver.
Na Erradicação da Pólio -  Em 1985, com o objetivo de imunizar todas as crianças do mundo contra a poliomielite, Rotary lançou seu ambicioso programa Pólio Plus. O espírito de liderança da organização, apoio de voluntários e disponibilidade de verba inicial para a aquisição de vacinas foram os agentes catalisadores que levaram a Assembleia Mundial de Saúde, em 1988, a pregar a erradicação global da doença. 
Os principais parceiros da Iniciativa Global para a Erradicação da Pólio são: Organização Mundial da Saúde, Rotary Internacional, Centro Norte-Americano de Controle e Prevenção de Doenças, e Unicef. Desde 1988, o resultado desse parceria global foi uma redução de 99% na incidência da poliomielite, a qual está prestes a ser erradicada. Rotarianos já contribuíram com mais de US$650 milhões e inúmeras horas de trabalho voluntário para a causa.
Nos Projetos – Rotary Clubs dedicam a melhorar a qualidade de vida de seus semelhantes participando de atividades humanitárias interculturais educacionais. Subsídios humanitários oferecidos pelo Rotary financiam projetos implementados pelos Rotary Clubs que provêem atendimento e suprimentos médicos, água potável, alimentação, treinamento profissionalizante e educação a milhões de pessoas carentes, especialmente nos países desenvolvidos.
Projetos no Bairro de São Conrado e Leblon- Escola de Informática de Vila Canoas -  Gabinete Dentário de Vila Canoas -  Máquina de Reciclagem Milenia - Escola de Música da Rocinha - Consultório de Investigação de Visão Sub-Normal no Hospital Miguel Couto (2 salas) - Creche Irmão Sol / Irmã Lua. Parceria com o Distrito 5260, Los Angeles, California (Lancaster West) e com os Rotary Clubs RJ Leblon e Flamengo - Centro de Assistência a Crianças da Rocinha.
A Excelentíssima Sra Presidente 
GRACIETE FEIJÓ ENDRINGER
Presidente do Rotary Club Rio de Janeiro, São Conrado e demais membros do Rotary

Conforme muitos sabem Deus em sua Infinita Bondade indicou-me um caminho a ser seguido a partir de julho de 1980 quando por ocasião da visita do  Papa João Paulo II ao Brasil, desejei, senti-me impulsionado para viver uma vida mais íntima com Jesus e sua Igreja. Estasiado   com a multidão no Estádio do Maracanã (na ocasião se falou que cerca de 12 milhões de brasileiros acompanharam o Papa nas ruas, praças e estádios.), decidi que poderia me tornar padre. 
Bem, 34 anos depois estou aqui. 23 anos de ordenação sacerdotal e com um somatório ainda muito breve de experiências de variadas comunidades no Rio de Janeiro.
A chegada ao bairro de São Conrado foi cercada de mistérios, que aos poucos foram se revelando, de ambas as partes daquele que chegava e dos que já estavam. Correram várias notícias, de entre elas: de que o padre que chegaria, seria um padre enérgico, centralizador, que colocaria um fim em muitas “coisas”, sobre esse aspecto eu mesmo não sei o que tem que chegar ao fim se tudo é recomeço. 
Aos meus ouvidos chegavam notícias de uma comunidade pequena mas rica de qualidades, sobretudo de pessoas bem formadas, em nenhum momento chegaram-me notícias negativas da comunidade paroquial de São Conrado o que deixou-me muito animado e até ansioso em logo chegar. E cheguei.
Já são dois anos de trabalho, dos quais um ano foi apenas de observação e de debruçamento sobre a minha nova realidade pastoral, eclesial e política-social. Sem dúvidas São Conrado enquanto bairro é uma síntese do Brasil, da Cidade do Rio de Janeiro, em seus poucos kilometros, temos da beleza exuberante da natureza  aos mais desafiantes problemas sociais que maculam o belo e as vezes até o bom. 

Do fausto a miséria. Da tranquilidade da mata a violência urbana. Do equilibro da natureza, da floresta e fauna ao desiquilíbrio, talvez até do cosmos ao caos no transito, nas obras, na falta de água, na dureza dos que vivem na Rocinha e Vila Canoas, no desmatamento do Joá, chegando até a pior de todas as dores que é a imunização do Amor e assim a desumanização de nós mesmo. 
Da brisa ao poderoso Sudoeste. Da calmaria das marolas ao impacto das ondas revoltas e altas quando se aproximam as frentes frias. Do voo dos pássaros a beleza do voo das asas deltas  que pairam como o Espirito Santo paira sobre nós.
Sobre o trabalho que faço, ou que fiz em passado recente proponho agora uma meditação iluminada pela Palavra de Deus, proclamada ontem, lembrando-nos a nós cristãos ou não cristãos que o AMOR  é o mais sublime e mais importante dos movimentos que fazem crescer e dar frutos. Por causa do amor …...
Por causa do amor nos tornamos mais otimistas, por causa do amor, a vida tem mais brilho, por causa do amor a vida se enche de alegria, e a gente fica menos chato. Em uma palavra, o amor faz a diferença; é a energia mais humana e mais divina que temos dentro de nós. Isto está provado e comprovado cientificamente. Quando se ama, se vive melhor. Este é o resumo de tantas e tantas pesquisas.

Mas, se o amor é tão importante, a ponto de calibrar a vida da gente, onde está a fonte e o fundamento do amor? As religiões sempre propuseram que a fonte do amor encontra-se em Deus. Na religião cristã, o evangelista João não apenas define Deus como a fonte do amor, mas o caracteriza como o amor puro. “Deus é amor”, escreve São João em sua primeira carta.
 O Antigo Testamento propõe que para se alcançar o amor divino é preciso amá-lo. Amar o amor, escrevia Santo Agostinho, é o segredo para entrar no coração divino. Quando dedicamos nosso amor a Deus, ele corresponde ao amor envolvendo-nos no amor. Por isso, nós cremos e sabemos por experiência que a fonte do amor está em Deus. Dizendo melhor, Deus é o amor e nós podemos ser envolvidos pelo amor à medida que o amamos. É assim que Deus se torna proteção e abrigo da vida, como cantava o salmo responsorial, na mesma proporção que o amamos, uma vez que é pelo amor que Deus habita em nossas vidas. Não existe possibilidade de Deus viver em nós se em nós não houver amor. É o amor que atrai Deus para nossas vidas.

O amor a Deus é o maior de todos os mandamentos. Jesus traz a novidade que o amor a Deus se concretiza no amor ao próximo. A gente sabe que ama a Deus e é amado por ele quando somos capazes de traduzir o seu amor em relacionamentos fraternos com os outros. Ou seja, quando somos capazes de concretizar o amor a Deus em amor ao próximo.
 E aqui, a gente entende melhor aquilo que os cientistas comprovaram com seus testes; à medida que a gente ama, à medida que o amor divino vive na vida da gente, na mesma proporção, o amor se traduz em atitudes fraternas para com os outros. É quando o amor se torna concreto no acolhimento do outro como irmão e como irmã. Claro que isso não é mero pieguismo ou uma abstração poética, mas é a realidade de quem vive no amor e começa a perceber que relacionamentos motivados pelo amor se caracterizam em gestos de educação, de gentileza, de agradecimentos, de respeito... 

Atitudes próprias de quem está de bem com a vida, porque quando se cultiva o amor vive-se internamente e espiritualmente harmonizados. Sem amor, a vida vira um inferno dentro do coração e os relacionamentos transformam-se em agressões e brigas.
O amor é incapaz de prejudicar o outro, pois ao outro sempre se fará o bem, uma vez que o amor sempre considera o bem do outro. Poderíamos lembrar aqui o belo hino ao amor, escrito por São Paulo, na carta aos Coríntios, quando diz que o amor é paciente, tudo suporta, não tem inveja e nem ciúme... Quando o amor toma conta de nossas vidas, quando nos deixamos abraçar pelo amor e quando vivemos de modo amoroso, nós nos tornamos mais livres, menos exigentes conosco e com os outros. Isto torna a vida mais leve, mais feliz, com mais otimismo, com menos doenças e com mais alegria. Aprendamos a amar, porque o amor faz bem para a vida e quem ama viver melhor. Amém!

Padre Marcos Belizário Ferreira
Rio de Janeiro 27 de outubro de 2014

domingo, outubro 26, 2014

“AMARÁS O SENHOR, TEU DEUS, COM TODO O TEU CORAÇÃO (…) AMARÁS TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO” - 30º DOMINGO DO TEMPO COMUM 2014


Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
A cena narrada nos evangelhos tem como pano de fundo uma atmosfera religiosa em que sacerdotes e mestres da Lei classificam centenas de mandamentos da Lei divina em “fáceis”e “difíceis”, “graves” e “leves”, “pequenos” e “grandes”. É quase impossível mover-se com um coração saudável nessa rede.
A pergunta que fazem a Jesus procura recuperar o essencial, descobrir o “espírito perdido”. Qual é o mandamento principal? O que é o essencial? Onde está o núcleo de tudo? A resposta de Jesus resume a fé de Israel: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu ser”. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Que ninguém pense que, ao falar do amor a Deus, se está falando de emoções ou sentimentos para com um Ser imaginário, nem de convites a orações e devoções. 
“Amar a Deus com todo o coração” é reconhecer humildemente o Mistério último da vida; orientar confiantemente a existência de acordo com sua vontade: amar a Deus como Pai, que é bom e nos quer bem.

Tudo isto marca decisivamente a vida, pois significa louvar a existência a partir de sua raiz; participar na vida com gratidão; optar sempre pelo bom e pelo belo. Viver com coração de carne e não de pedra; resistir a tudo que trai a vontade de Deus negando a vida e a dignidade de seus filhos e filhas.
Por isso o amor a Deus é inseparável do amor aos irmãos. Assim o lembra Jesus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. O amor real a Deus não é possível sem dar atenção ao sofrimento de seus filhos e filhas. Que religião seria aquela em que a fome dos desnutridos ou o excesso dos satisfeitos não provocasse nenhuma pergunta nem preocupação aos crentes? Não estão desencaminhados aqueles que resumem a religião de Jesus como “paixão por Deus e compaixão pela humanidade”.

Jesus resumiu tudo no amor, associando de maneira íntima e inseparável dois preceitos que o povo judeu conhecia muito bem: “Amarás o Senhor , teu Deus. De todo teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu ser”; “Amarás teu próximo como a ti mesmo”.
Tudo se reduz a viver o amor a Deus e o amor aos irmãos. Segundo Jesus, daí deriva tudo. Para muitas pessoas, isto poderá parecer conhecido demais, muito velho e totalmente ineficaz. E, não obstante, hoje mais do que nunca precisamos lembrá-lo: saber amar é a única coisa que importa.
Por que tanta gente parece tão infeliz? Por que as coisas que possuímos nos deixam, no fim das contas, tão vazios e insatisfeitos? Por que não acertamos construir uma sociedade melhor, sem recorrer à extorsão, à mentira ou à violência? O que  nos falta é o amor.
Pouco a pouco a falta de amor vai fazendo do ser humano um solitário, um ser sempre atarefado e nunca satisfeito. A falta de amor vai desumanizando nossos esforços e lutas para obter determinados objetivos políticos e sociais. 
Falta-nos amor. E, se nos falta amor, falta-nos tudo.Perdemos nossas raízes. Abandonamos a fonte mais importante de vida e felicidade.
Jesus não confundiu o amor a Deus com o amor ao irmão. O “mandamento principal e primeiro”continua sendo amar a Deus, buscar sua vontade, ouvir seu chamado. Mas não se pode amar “com todo o nosso ser a esse Deus Pai, sem amar com todas as nossas forças aos irmãos.
Ouve-se falar de uma renovação de nossa sociedade, de uma reforma de estruturas. Mas poucos se preocupam em acrescentar sua capacidade de amar. 
No entanto, por muitas que sejam nossas conquistas sociais, pouco terão mudado as coisas, se continuarmos tão imunizados ao amor, à atenção aos desvalidos, ao serviço gratuito, à generosidade desinteressada ou ao compartilhar com os necessitados.
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sexta-feira, outubro 24, 2014

PEREGRINAÇÃO DO PÁROCO COM OS FUNCIONÁRIOS DA PAROQUIA SÃO CONRADO AO SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA APARECIDA

SOB A PROTEÇÃO MATERNAL DE MARIA. A IGREJA, QUANDO BUSCA CRISTO, BATE SEMPRE À CASA DA MÃE E PEDE: “MOSTRAI-NOS JESUS”. É DE MARIA QUE SE APRENDE O VERDADEIRO DISCIPULADO. E, POR ISSO, A IGREJA SAI EM MISSÃO SEMPRE NA ESTEIRA DE MARIA.

“Eu venho hoje bater à porta da casa de Maria, que amou e educou Jesus, para que ajude a todos nós, os Pastores do Povo de Deus, aos pais e aos educadores, a transmitir aos nossos jovens os valores que farão deles construtores de um País e de um mundo mais justo, solidário e fraterno.

Queridos amigos, viemos bater à porta da casa de Maria. Ela abriu-nos, fez-nos entrar e nos aponta o seu Filho. Agora Ela nos pede: “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Sim, Mãe, nos comprometemos a fazer o que Jesus nos disser! E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria. Assim seja”.
Papa Francisco por ocasião da Visita Apostólica ao Brasil (JMJ Rio2013) Santa Missa na Basílica do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.
“Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, o mundo inteiro com os seres que o povoam; porque ele a tornou firme sobre os mares, e sobre as águas a mantém inabalável.
— “Quem subirá até o monte do Senhor, quem ficará em sua santa habitação?” “Quem tem mãos puras e inocente coração.
— Quem não dirige sua mente para o crime. Sobre este desce a bênção do Senhor e a recompensa de seu Deus e Salvador.” “É assim a geração dos que o procuram, e do Deus de Israel buscam a face.”
Movidos pelo Salmo 23 chegamos ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, eu, nossos funcionários, D. Lígia (minha mãe), Maria do Socorro e Sophia (esposa e filha do Adnael).
Sabíamos que estávamos lá por graça, por caridade, pela ajuda de Deus, que perpassa no amor ao próximo, como iremos ouvir no Evangelho do 30º Domingo do Tempo Comum.
"Quem subirá até o monte do Senhor, quem ficará em sua santa habitação?”, sabemos que é Jesus o único e eterno sacerdote, o único Filho de Deus, mas por imensurável amor também nós pois pelo seu sangue derramado na cruz foi-nos aberta a porta do Templo, rasgado o véu. Podemos agora ter acesso ao Santo, ao Sagrado, por Jesus ao Pai. “Quem subirá?” Nós subimos, e subindo nos elevamos em corpo e alma, mas também em fraternidade como família de irmãos e irmãs.
“Sobre esse desce a benção do Senhor.. é assim a geração dos que o procuram, e do Deus de Israel buscam a face”.
No Templo, a face de Deus. Em cada coluna, em cada oratório, em cada irmão, em cada irmã, a cada passo, nossos passos do Peregrino que descendo do Céu se fez um como nós, exceto no pecado, nós peregrinos e peregrinando no Mundo encontramos a face de Jesus. Em cada rosto que se coloca diante da pequena imagem da Mãe Aparecida, também resplandecia os nossos desejos e anseios: aumenta a nossa fé, aumenta a nossa esperança, aumenta o nosso amor.
A pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida guardada, protegida, no alto nos fez rezar por todos aqueles que prometemos rezar. 
Olhando para o alto, todos nós pedimos àquela que foi o primeiro templo de Jesus, seio santo (“SE A TERRA QUE JESUS PISOU É SANTA, IMAGINA O VENTRE QUE O GEROU”). 
Diante da imagem a oração do Rosário, na Capela de São José a oração pelas famílias e no fim do dia a Eucaristia que nos irmanou com todo o Brasil orante.
A face Deus, na alegria, na partilha do pão, dos espaços, nas mãos unidas em oração como velas que acesas nos indicavam que estar naquele lugar não é somente um privilégio, mas uma renovação do nosso Batismo, dos nossos compromissos assumidos diante de Deus e da sua Igreja.
Como é bom experimentar a nossa catolicidade, membros da Igreja e com ela e nela chegarmos ao Céu, por meio daquela(Maria Santíssima), que testemunhou ao Mundo que dizer SIM é colaborar com Deus na obra da criação.

Padre Marcos Belizário Ferreira
Aparecida, 21 e 22 de outubro de 2014
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quinta-feira, outubro 23, 2014

QUEM GANHA AS ELEIÇÕES? por Dom Fernando Arêas Rifan


Chegam mesmo a dizer: “vox populi, vox Dei”, “a voz do povo é a voz de Deus”. Mas será mesmo assim? Será que realmente ganham os melhores os mais preparados para o cargo? Ganha a eleição quem tem mais sabedoria, prudência, competência, 
honestidade, ou ganha quem grita mais, quem foi melhor apresentado pelos marqueteiros e formadores de opinião, criadores de sonhos no imaginário popular?! Sem considerar muitos outros fatores, devemos dizer que nem sempre ganha quem merece. 
   É a grande discussão sociológica e filosófica sobre a verdadeira representatividade? Já foi dito com propriedade: “sufrágio universal, mentira universal!”. Sim, porque muitas vezes o povo vota influenciado pela propaganda, pelos formadores de opinião, sem muita reflexão e conhecimento pleno do que significa o seu voto. 
Jesus foi condenado à morte, a pedido da maioria da população. Na eleição proposta pelo governador romano, Pôncio Pilatos, entre Barrabás e Jesus, este último foi fragorosamente derrotado, porque o povo sufragou Barrabás, revolucionário e homicida, condenando o inocente à morte. 

      Mas, por que Jesus perdeu essa eleição? A morte de Jesus foi realmente o desejo da maioria do povo? Jesus, tão querido por todos, cercado pelas multidões, aclamado pela população ao entrar em Jerusalém, foi condenado por esse mesmo povo, cinco dias depois?!

 Ou será que esse povo foi manobrado por uma minoria ruim, mas muito hábil? O Evangelho diz que os chefes, os manipuladores de opinião, influenciaram o povo a que pedisse Barrabás e condenasse Jesus. Ele mesmo, ao morrer na cruz, pediu por eles perdão ao Pai, dizendo que eles não sabiam o que faziam. Já não eram mais povo; tinham se tornado massa. 
O povo pensa. A massa é que é manobrada. 
Nem sempre podemos dizer que a eleição seja expressão da vontade do povo. Talvez seja só da massa.

Quando aconteceu a Ressurreição de Jesus, fato incontestável, diz o Evangelho de São Mateus (28, 11-15), que os sumos sacerdotes judeus, com os anciãos, “deliberaram dar bastante dinheiro aos soldados; e instruíram-nos: ‘Contai o seguinte: ‘Durante a noite vieram os discípulos dele e o roubaram, enquanto estávamos dormindo’. 
E se isso chegar aos ouvidos do governador, nós o tranquilizaremos, para que não vos castigue”. Eles aceitaram o dinheiro e fizeram como lhes fora instruído. E essa versão ficou divulgada entre os judeus, até o presente dia”. Vê-se que o suborno e a mentira são de longa data. 
Por analogia, quando da proposta da escolha entre Jesus e Barrabás, ao lerem os intérpretes a passagem “os sumos sacerdotes e os anciãos, porém, instigaram as multidões para que pedissem Barrabás e fizessem Jesus morrer” (Mt 27, 20), concluem que os inimigos de Jesus distribuíram dinheiro ao povo para que escolhessem Barrabás. A compra de votos também é de longa data.
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney


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segunda-feira, outubro 20, 2014

"DEVOLVEI, POIS, A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR E A DEUS, O QUE É DE DEUS" Mt 22,21


Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Estas palavras de Jesus foram utilizadas com frequencia para estabelecer uma nítida fronteira entre o político e o religioso, e assim defender a autonomia absoluta do Estado diante de qualquer interpelação feita a partir da fé.
Segundo esta interpretação, Jesus teria colocado o ser humano, por um lado, diante das obrigações de caráter cívico-político e, por outro lado, diante de uma interpretação religiosa. 
Como se o ser humano tivesse que responder aos assuntos sociopolíticos diante do poder político, e dos assuntos religiosos diante de Deus.
A intenção de Jesus não era esta. O acento de suas palavras está na parte final. Perguntaram-lhe insidiosamente pelo problema dos tributos e Jesus resolve prontamente o problema. Se manejam a moeda que pertence a César, terão de submeter-se às consequencias que isto implica. Mas Jesus introduz uma nova ideia que não aparecia na pergunta dos adversários.
De forma inesperada , introduz Deus na questão. A imagem da moeda pertence a César. Mas as pessoas não devem esquecer que levam em si mesmas a imagem de Deus. E, portanto, só pertencem a Ele. 
Assim o afirmava a tradição bíblica. É então que podemos captar o pensamento de Jesus: “dai a César o que lhe pertence, mas não esqueçais que vós mesmos pertenceis a Deus”.
Para Jesus, César e Deus não são duas autoridades de categoria semelhante que devem repartir entre si a submissão dos humanos. Deus esta acima de qualquer César, e este não pode jamais exigir o que pertence a Deus.
Em tempos em que cresce o poder do Estado e fica cada vez mais difícil aos cidadãos defender no meio de uma sociedade na qual quase tudo é dirigido e controlado, nós crentes não devemos deixar que nenhum poder nos roube nossa consciência e nossa liberdade.
O outro aspecto está nos argumentos de Jesus diante da ponderação de quem tenta intimidar o religioso com argumentações de duplo sentido. Este é um outro elemento que tantas vezes nos deparamos em nossos relacionamentos com outras pessoas.
 Jesus não destrói o valor que os provocadores trazem, mas apresenta onde coloca a prioridade de sua vida. O valor dos provocadores de Jesus era o tributo a César, e Jesus considera a moralidade deste tributo como positivo, mas não o coloca acima do que se deve a Deus.
 O centro da vida não está nos deveres sociais, mas no culto a Deus. O centro da vida, em nossos dias, não está no culto dos valores sociais, mas no culto que devemos a Deus.

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domingo, outubro 19, 2014

BEATIFICAÇÃO DO SERVO DE DEUS PAPA PAULO VI



Com um tempo esplêndido e uma praça de São Pedro repleta de fiéis, Papa Francisco presidiu nesta manhã a Missa, concelebrada com os Padres Sinodais e elevado número de sacerdotes, na conclusão da Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a família, procedendo à Beatificação do Papa Paulo VI.
Neste dia da beatificação do Papa Paulo VI, voltam-me à mente estas palavras com que ele instituiu o Sínodo dos Bispos: «Ao perscrutar atentamente os sinais dos tempos, procuramos adaptar os métodos 
às múltiplas necessidades dos nossos dias e às novas características da sociedade» (Carta ap. Motu próprio Apostolica sollicitudo).

A respeito deste grande Papa, deste cristão corajoso, deste apóstolo incansável, diante de Deus hoje só podemos dizer uma palavra tão simples como sincera e importante: Obrigado! Obrigado, nosso querido e amado Papa Paulo VI! Obrigado pelo teu humilde e profético testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja!
No seu diário pessoal, depois do encerramento da Assembleia Conciliar, o grande timoneiro do Concílio deixou anotado. 

"Talvez o Senhor me tenha chamado e me mantenha neste serviço não tanto por qualquer aptidão que eu possua ou para que eu governe e salve a Igreja das suas dificuldades atuais, mas para que eu sofra algo pela Igreja e fique claro que Ele, e mais ninguém, a guia e salva" 
(P. Macchi, Paolo VI nella sua parola, Brescia 2001, pp. 120-121). 
Nesta humildade, resplandece a grandeza do Beato Paulo VI, que soube, quando se perfilava uma sociedade secularizada e hostil, reger com clarividente sabedoria – e às vezes em solidão – o timão da barca de Pedro, sem nunca perder a alegria e a confiança no Senhor.
Verdadeiramente Paulo VI soube «dar a Deus o que é de Deus», dedicando toda a sua vida a este «dever sacro, solene e gravíssimo: continuar no tempo e dilatar sobre a terra a missão de Cristo» (Homilia no Rito da sua Coroação, Insegnamenti, I, (1963), 26), amando a Igreja e guiando-a para ser «ao mesmo tempo mãe amorosa de todos os homens e medianeira de salvação» (Carta enc. Ecclesiam suam, prólogo).
RECITAÇÃO DO ANGELUS
Neste domingo em que se celebra o Dia Mundial das Missões, o Papa recordou que Paulo VI foi um vigoroso promotor da missão ad gentes.

Disso é testemunha sobretudo a Exortação Apostólica ‘Evangelii nuntiandi’ com a qual quis despertar o impulso e o empenho em relação à missão da Igreja.

Sublinhada também a profunda devoção mariana do Beato Paulo VI, como o prova a Exortação Apostólica “Marialis cultus” e o fato de ter proclamado Maria “Mãe da Igreja”, no encerramento da terceira sessão do Concílio Vaticano II. (RV)






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