O lema do Rotary, “Dar de Si antes de Pensar em Si” incentiva a todo
rotariano a buscar maneiras de aprimorar a qualidade de vida na comunidade
através de projetos humanitários.
A cada ano, o Rotary procura identificar na comunidade, pessoa que vive
para servir e não ser servido. Pessoa que acredita que em uma sociedade, a
autoridade não é o exercício de poder, mas uma qualificação para serviço que se
exprime na entrega de si mesmo para o bem comum.
E, neste ano, a pessoa que identificamos para receber a nossa homenagem
de “Mérito Profissional” é o Padre Marcos Belizário Ferreira, o querido Padre
Marcos Belizário de toda Comunidade de São Conrado.
Rotary Club –
São Conrado - Rio de Janeiro
Organização
dedicada à prestação de serviços humanitários e promoção da boa vontade e paz
mundial, que congrega 1,2 milhão de líderes profissionais e comunitários em
mais de 200 países e regiões geográficas.
No Rotary a rede
global de voluntários é integrada por lideres profissionais, empresariais e
comunitários dedicados à prestação de serviços humanitários que incentiva a
prática de altos padrões éticos e a promoção da paz e boa vontade no mundo. Mais de 32.000
Rotary Clubs, em mais de 200 países e regiões geográficas, implementam grande
variedade de projetos de prestação de serviços, local e internacionalmente,
enfocando assuntos como o combate à pobreza, saúde, fome, analfabetismo e
meio-ambiente.
Rotary, Missão - Construir
pontes de amizade por meio do companheirismo, fomentando o ideal de servir à
comunidade com altos padrões éticos na prestação de serviços humanitários.
Na promoção da Paz
- Rotary promove compreensão e interação cultural por intermédio de bolsas
educacionais, programas de intercambio e subsídios humanitários, na prevenção
de doenças, proporcionando o acesso a água potável e saneamento, melhoria da
saúde materna e infantil, a melhoria da educação básica e alfabetização, e as
comunidades, ajudando a desenvolver.
Na Erradicação
da Pólio - Em 1985, com o objetivo de
imunizar todas as crianças do mundo contra a poliomielite, Rotary lançou seu
ambicioso programa Pólio Plus. O espírito de liderança da organização, apoio de
voluntários e disponibilidade de verba inicial para a aquisição de vacinas
foram os agentes catalisadores que levaram a Assembleia Mundial de Saúde, em
1988, a pregar a erradicação global da doença.
Os principais parceiros da Iniciativa Global para a Erradicação da Pólio são: Organização Mundial da Saúde, Rotary Internacional, Centro Norte-Americano de Controle e Prevenção de Doenças, e Unicef. Desde 1988, o resultado desse parceria global foi uma redução de 99% na incidência da poliomielite, a qual está prestes a ser erradicada. Rotarianos já contribuíram com mais de US$650 milhões e inúmeras horas de trabalho voluntário para a causa.
Nos Projetos – Rotary Clubs dedicam a melhorar a qualidade de vida de seus semelhantes participando de atividades humanitárias interculturais educacionais. Subsídios humanitários oferecidos pelo Rotary financiam projetos implementados pelos Rotary Clubs que provêem atendimento e suprimentos médicos, água potável, alimentação, treinamento profissionalizante e educação a milhões de pessoas carentes, especialmente nos países desenvolvidos.
Projetos no Bairro de São Conrado e Leblon- Escola de Informática de Vila Canoas - Gabinete Dentário de Vila Canoas - Máquina de Reciclagem Milenia - Escola de Música da Rocinha - Consultório de Investigação de Visão Sub-Normal no Hospital Miguel Couto (2 salas) - Creche Irmão Sol / Irmã Lua. Parceria com o Distrito 5260, Los Angeles, California (Lancaster West) e com os Rotary Clubs RJ Leblon e Flamengo - Centro de Assistência a Crianças da Rocinha.
A Excelentíssima
Sra Presidente
GRACIETE FEIJÓ ENDRINGER
Presidente do
Rotary Club Rio de Janeiro, São Conrado e demais membros do Rotary
Conforme muitos
sabem Deus em sua Infinita Bondade indicou-me um caminho a ser seguido a partir
de julho de 1980 quando por ocasião da visita do Papa João Paulo II ao Brasil, desejei,
senti-me impulsionado para viver uma vida mais íntima com Jesus e sua Igreja.
Estasiado com a multidão no Estádio do
Maracanã (na ocasião se falou que cerca de 12 milhões de brasileiros
acompanharam o Papa nas ruas, praças e estádios.), decidi que poderia me tornar
padre.
Bem, 34 anos depois estou aqui. 23 anos de ordenação sacerdotal e com um somatório ainda muito breve de experiências de variadas comunidades no Rio de Janeiro.
A chegada ao bairro de São Conrado foi cercada de mistérios, que aos poucos foram se revelando, de ambas as partes daquele que chegava e dos que já estavam. Correram várias notícias, de entre elas: de que o padre que chegaria, seria um padre enérgico, centralizador, que colocaria um fim em muitas “coisas”, sobre esse aspecto eu mesmo não sei o que tem que chegar ao fim se tudo é recomeço.
Aos meus ouvidos chegavam notícias de uma comunidade pequena mas rica
de qualidades, sobretudo de pessoas bem formadas, em nenhum momento
chegaram-me notícias negativas da comunidade paroquial de São Conrado o que
deixou-me muito animado e até ansioso em logo chegar. E cheguei.
Já são dois anos
de trabalho, dos quais um ano foi apenas de observação e de debruçamento sobre
a minha nova realidade pastoral, eclesial e política-social. Sem dúvidas São
Conrado enquanto bairro é uma síntese do Brasil, da Cidade do Rio de Janeiro,
em seus poucos kilometros, temos da beleza exuberante da natureza aos mais desafiantes problemas sociais que
maculam o belo e as vezes até o bom.
Do fausto a miséria. Da tranquilidade da
mata a violência urbana. Do equilibro da natureza, da floresta e fauna ao
desiquilíbrio, talvez até do cosmos ao caos no transito, nas obras, na falta
de água, na dureza dos que vivem na Rocinha e Vila Canoas, no desmatamento do
Joá, chegando até a pior de todas as dores que é a imunização do Amor e assim
a desumanização de nós mesmo.
Da brisa ao poderoso Sudoeste. Da calmaria das
marolas ao impacto das ondas revoltas e altas quando se aproximam as frentes
frias. Do voo dos pássaros a beleza do voo das asas deltas que pairam como o Espirito Santo paira sobre
nós.
Sobre o trabalho
que faço, ou que fiz em passado recente proponho agora uma meditação iluminada
pela Palavra de Deus, proclamada ontem, lembrando-nos a nós cristãos ou não
cristãos que o AMOR é o mais sublime e
mais importante dos movimentos que fazem crescer e dar frutos. Por causa do amor
…...
Por causa do
amor nos tornamos mais otimistas, por causa do amor, a vida tem mais brilho,
por causa do amor a vida se enche de alegria, e a gente fica menos chato. Em
uma palavra, o amor faz a diferença; é a energia mais humana e mais divina que
temos dentro de nós. Isto está provado e comprovado cientificamente. Quando se
ama, se vive melhor. Este é o resumo de tantas e tantas pesquisas.
Mas, se o amor é
tão importante, a ponto de calibrar a vida da gente, onde está a fonte e o
fundamento do amor? As religiões sempre propuseram que a fonte do amor
encontra-se em Deus. Na religião cristã, o evangelista João não apenas define
Deus como a fonte do amor, mas o caracteriza como o amor puro. “Deus é amor”,
escreve São João em sua primeira carta.
O Antigo Testamento propõe que para se
alcançar o amor divino é preciso amá-lo. Amar o amor, escrevia Santo Agostinho,
é o segredo para entrar no coração divino. Quando dedicamos nosso amor a Deus,
ele corresponde ao amor envolvendo-nos no amor. Por isso, nós cremos e sabemos
por experiência que a fonte do amor está em Deus. Dizendo melhor, Deus é o amor
e nós podemos ser envolvidos pelo amor à medida que o amamos. É assim que Deus
se torna proteção e abrigo da vida, como cantava o salmo responsorial, na mesma
proporção que o amamos, uma vez que é pelo amor que Deus habita em nossas
vidas. Não existe possibilidade de Deus viver em nós se em nós não houver amor.
É o amor que atrai Deus para nossas vidas.
O amor a Deus é
o maior de todos os mandamentos. Jesus traz a novidade que o amor a Deus se
concretiza no amor ao próximo. A gente sabe que ama a Deus e é amado por ele
quando somos capazes de traduzir o seu amor em relacionamentos fraternos com os
outros. Ou seja, quando somos capazes de concretizar o amor a Deus em amor ao
próximo.
E aqui, a gente entende melhor aquilo que os cientistas comprovaram
com seus testes; à medida que a gente ama, à medida que o amor divino vive na
vida da gente, na mesma proporção, o amor se traduz em atitudes fraternas para
com os outros. É quando o amor se torna concreto no acolhimento do outro como
irmão e como irmã. Claro que isso não é mero pieguismo ou uma abstração
poética, mas é a realidade de quem vive no amor e começa a perceber que
relacionamentos motivados pelo amor se caracterizam em gestos de educação, de
gentileza, de agradecimentos, de respeito...
Atitudes próprias de quem está de
bem com a vida, porque quando se cultiva o amor vive-se internamente e
espiritualmente harmonizados. Sem amor, a vida vira um inferno dentro do coração
e os relacionamentos transformam-se em agressões e brigas.
O amor é incapaz
de prejudicar o outro, pois ao outro sempre se fará o bem, uma vez que o amor
sempre considera o bem do outro. Poderíamos lembrar aqui o belo hino ao amor,
escrito por São Paulo, na carta aos Coríntios, quando diz que o amor é
paciente, tudo suporta, não tem inveja e nem ciúme... Quando o amor toma conta
de nossas vidas, quando nos deixamos abraçar pelo amor e quando vivemos de modo
amoroso, nós nos tornamos mais livres, menos exigentes conosco e com os outros.
Isto torna a vida mais leve, mais feliz, com mais otimismo, com menos doenças e
com mais alegria. Aprendamos a amar, porque o amor faz bem para a vida e quem
ama viver melhor. Amém!
Padre Marcos
Belizário Ferreira
Rio de Janeiro
27 de outubro de 2014