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quinta-feira, abril 16, 2015

BISPOS DO BRASIL REUNIDOS NA 53ª ASSEMBLEIA GERAL 2015


O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida é lugar de encontro dos filhos da Padroeira do Brasil.

“QUALQUER SOCIEDADE SERÁ JULGADA PELA MANEIRA COMO TRATA OS MAIS POBRES, OS MAIS FRÁGEIS, OS MAIS VULNERÁVEIS. ESSE É O SENTIDO PRINCIPAL DA AÇÃO POLÍTICA”
Rubens Ricupero apresenta análise de conjuntura social na 53ª Assembleia Geral
Oblato beneditino, ex-ministro da Fazenda do 
Governo Itamar Franco (1992-1994), o jurista Rubens Ricupero, falou aos bispos no espaço da Assembleia Geral dedicado ao estudo da atual conjuntura social, política e econômica do Brasil. 
Ele agradeceu ao presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno, considerando uma honra se dirigir aos bispos daquela que ele assume como “sua igreja”. Ricupero lembrou que teve oportunidade, há 21 anos, de falar à Conferência, em Brasília, quando dom Luciano Mendes de Almeida era presidente.
“Precisamos do mínimo denominador comum que poderia nos unir a todos, todos os brasileiros de boa vontade, acima das visões divergentes: tudo fazer para que o Brasil não sofra nenhum retrocesso nas conquistas nos últimos 30 anos. Conquistas no plano político, institucional e, principalmente, no combate à pobreza”, disse. “Qualquer sociedade será julgada pela maneira como trata os mais pobres, os mais frágeis, os mais vulneráveis. Esse é o sentido principal da ação política”, acrescentou.
 “Nós criamos uma democracia de massa. Na primeira eleição para o Congresso, em 2 de dezembro de 1945, que elegeu o Marechal Eurico Gaspar Dutra, votaram 35% da população adulta. Metade da população estava fora do jogo. Em 1930, apenas 10% da população adulta teve direito de votar. Nós melhoramos muito. O Brasil teve avanços consideráveis. Teve avanço na luta contra a pobreza e desigualdade, embora os resultados sejam frágeis porque partimos de muito baixo”, disse.
Uma leitura, em preparação para a análise que faria aos bispos, Ricupero leu a Bula Misericordiae Vultus do papa Francisco sobre o Ano Santo da Misericórdia. Nesse documento, o papa cita uma frase de Paulo VI, pronunciada no encerramento do Concílio Vaticano II, em 7 de dezembro de 1965: “em vez de diagnósticos desalentadores, se dessem remédios cheios de esperança; para que o Concílio falasse ao mundo atual não com presságios funestos mas com mensagens de esperança e palavras de confiança”.

“A REALIDADE QUE INTERPELA A IGREJA E A IGREJA QUE INTERAGE COM A REALIDADE”.
Análise de conjuntura eclesial trata do rosto da Igreja no Brasil
Após a análise de conjuntura social, apresentada, na quarta-feira, 15, pelo jurista Rubens Ricupero aos bispos do Brasil, reunidos em Assembleia, monsenhor Joel Portela Amado, pároco da 
catedral do Rio de Janeiro, fez longa reflexão sobre aspectos do rosto da Igreja no Brasil de hoje. No início da apresentação, já ficou claro que sua exposição responderia duas partes: “a realidade que interpela a Igreja e a Igreja que interage com a realidade”.
“Uma palavra emerge com crescente vigor em nossos dias: perplexidade. Este é um termo que penso poder ajudar a compreender pastoralmente o que se passa neste mundo sob aceleradas transformações, não apenas no superficial, mas também e principalmente nas categorias mais profundas de compreensão da vida e consequente atuação sobre ela”, ponderou monsenhor Joel.
De acordo com Portela, diante da perplexidade, emergem algumas possibilidades de reação, as quais, na prática se misturam: lógica da flexibilidade e mobilidade nos critérios, em todos os campos, da vida, inclusive nos campos ético e religioso; lógica da individualidade, da solução de cada um, com grande dificuldade para olhar os sonhos; lógica do imediato, da solução a curto prazo, dos resultados que estejam ao alcance das mãos, com dificuldades para sonhos maiores e renúncias.
Ele falou em três “vozes”. A primeira seria uma voz que tem se destacado e é muito ouvida: a voz do Papa Francisco: “Num mundo hoje, sem vozes nem lideranças significativas, o Santo Padre é, podemos dizer, unanimidade. Sua liderança moral é incontestável. Sua voz é ouvida, sua pessoa é admirada, sua presença é noticiada”.

NÚNCIO APOSTÓLICO PRESIDE CELEBRAÇÃO NA 53ª ASSEMBLEIA GERAL DA CNBB
Celebração Eucarística presidida pelo Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’ Aniello,  e concelebrada pelos bispos dom Fernando Barbosa dos Santos e dom João Kot. No Altar Central do Santuário, o Núncio desejou frutuoso Ministério Episcopal aos bispos recém-nomeados.
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