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domingo, junho 07, 2015

"ANÚNCIO DO REINO DE DEUS" - X DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B


(Jo 12,31b-32)
Naquele tempo, Jesus voltou para casa com os seus discípulos. E de novo se reuniu tanta gente que eles nem sequer podiam comer. Quando souberam disso, os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si. Os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Belzebu, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios. Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como é que Satanás pode expulsar a Satanás? 
Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter- -se. Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens, sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa. Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno.” Jesus falou isso, porque diziam: “Ele está possuído por um espírito mau.” Nisso chegaram sua mãe e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. Havia uma multidão sentada ao redor dele. Então lhe disseram: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura.” Ele respondeu: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.”
Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
O Espírito pode despertar em nós desejo de lutar por algo mais nobre e melhor do que o trivial de cada dia. Pode dar-nos audácia necessária para iniciar em nós um trabalho interior.
O Espírito pode fazer brotar uma alegria diferente em nosso coração; pode vivificar nossa vida envelhecida; pode acender o amor inclusive para com aqueles com os quais não sentimos hoje o menor interesse.
O Espírito é "uma força que atua em nós e que não é nossa". É o próprio Deus inspirando e transformando nossa vida.

Ninguém pode dizer que não esta habitado por esse Espírito. O importante é não apagá-lo, avivar  seu fogo, fazer com que arda purificando e renovando a nossa vida. Talvez precisemos começar invocando a Deus com o salmista: "Não afaste de mim seu Espírito".

O Evangelho de João chama o Espírito Santo com o termo “defensor”, aquele que ajuda sempre e em qualquer circunstância, aquele que dá paz e liberdade interior, o Espírito da verdade, que mantém vivo no crente o espírito, a mensagem e o estilo de vida do próprio Jesus. Se Jesus nos alerta severamente sobre “a blasfêmia contra o Espírito Santo” é porque este pecado consiste precisamente em fechar-se à ação de Deus em nós, ficando nós desamparados, sem ninguém que nos defenda do erro e do mal.

Desde o pecado original, o homem e a mulher como que ficaram sem rumo na vida. Em vez de decidir, permitiram que a serpente os enganasse e decidisse em seu lugar. Surge um mundo e uma sociedade onde vale tudo: corrupção, injustiças, violências, mentira e morte. Mas Deus, que não suporta ver o homem errando na vida, aponta outro caminho; um caminho de esperança, de bondade e de convivência fraterna. Para torná-lo viável envia seu Filho, o homem novo, que repele, afasta e cura as feridas do pecado. 
A ação divina, em Jesus Cristo, pretende refazer a criação do homem, criando uma nova geração; uma nova humanidade, que não cede ao mal, mas vive alimentando-se com o bem e com a bondade. Deus não quer a vida humana marcada pelo pecado, pela desordem e pelo desrespeito de uns para com os outros, mas uma família humana capaz de viver a fraternidade e a solidariedade de modo fraterno. Quem assim se aproxima de Deus reconhece, juntamente com o salmista, a grandeza da misericórdia divina, pois se Deus levar em conta as nossas faltas, quem poderá sobreviver? Mas, não, ele não considera nosso pecado, perdoa e possibilita a vida ser vivida na liberdade no amor.

Jesus não aceita o mal na vida humana e nem mesmo na sociedade. Sua missão é libertar todas as pessoas de qualquer tipo de opressão que não permite que elas sejam humanas ou não vivam de modo humano. Libertar até mesmo de opressões religiosas, se for o caso. Ele liberta de qualquer tipo de opressão, como a alienação social, o descaso para com a vida, do egoísmo que tanto mal faz em nossos dias, a ponto de plantar em milhões de pessoas a falta de esperança e de perspectivas de vida. 

Diante de tais fatos, a decisão é sempre de cada um de nós; da pessoa. Deus não obriga, mas alerta para os efeitos devastadores do pecado e do mal na vida humana. Deus pede que nos afastemos do mal e que assumamos a sua vontade, a exemplo de Jesus, para viver livre da opressão do pecado e da maldade. O final do Evangelho mostra quem faz parte da família de Jesus: aquele que faz a vontade do Pai. Se fazemos a vontade do mal, se vivemos no pecado e concordamos com o pecado, não pertencemos à família de Jesus. Se vivermos fazendo a vontade do Pai somos membros da família de Jesus e viveremos longe do mal, da maldade e do pecado. Amém!

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