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segunda-feira, maio 16, 2016

PENTECOSTES E PRIMEIRA COMUNHÃO



Hoje, comemoramos o maior de todos os dons que Deus faz a cada um nós, seus filhos e filhas: o dom de seu próprio Espírito Santo. Deus derrama em nossas vidas o seu Espírito, não como nós derramamos um copo de água numa pia e vemos a água desaparecendo pelo ralo. Deus derrama o seu Espírito Santo em nossas vidas como nós derramamos água num vaso de alguma planta. Não vemos mais a água, mas percebemos o seu efeito no crescimento da planta, no verde das folhas, na beleza das flores e dos frutos. Nós somos como vasos, nos quais Deus derrama o seu Espírito Santo. Se acolhermos o seu Espírito, a vida se tornará florida e frutuosa. Se não acolhermos o seu Espírito Santo, a vida se tornará cada vez mais seca e sem condições de produzir fruto algum. Sem o Espírito Santo de Deus em nossas vidas, nos parecemos a uma planta num vaso muito bonito e muito artístico, mas seca, tirando, inclusive, a beleza do vaso, quer dizer, a beleza da vida. 






Desde o tempo do Antigo Testamento, passando pelo Novo Testamento, um dos símbolos do Espírito Santo é a água. Hoje, a 1ª leitura fala do símbolo do fogo, indicando o Espírito como purificador, aquele que inflama os nossos corações. Mas, além do fogo existe o símbolo da água. Muitos estudiosos da Bíblia, por exemplo, refletem o texto de João relatando a lançada que feriu o lado de Jesus, na Cruz, de onde correu sangue e água, indicando a água como símbolo do dom do Espírito Santo que nasce na fonte do Coração de Jesus. Voltemos, agora, à comparação da vida com um vaso de uma planta, com a qual iniciei a minha reflexão. Como a água do Espírito Santo pode permanecer no vaso de nossas vidas? A resposta esta no Evangelho que acabamos de ouvir e consiste em três momentos: escutar a Palavra de Jesus, acolher esta Palavra e transformá-la em relacionamentos fraternos. Mais claro é impossível: “se alguém me ama, guardará minha Palavra, e o meu Pai o amará e nós viremos e faremos nele a nossa morada”, ouvíamos no Evangelho. Assim como a água que derramamos no vaso e ali permanece para alimentar a vida da planta, assim a Palavra de Jesus garante a presença do Espírito Santo em nós e nos tornamos morada da Trindade Santa. 

Uma consequência está na comunidade; no bem comum da comunidade. Nós, Igreja, não somos uma comunidade para impressionar o mundo com milagres ou com promessas de eventos especiais. Nossa missão comunitária consiste em falar todas as línguas do mundo, como dizia a 1ª leitura, para comunicar a graça da presença divina em toda parte e em cada pessoa. Querer transformar a Igreja em agência de milagres ou de promessas milagrosas, em vista, por exemplo, de enriquecimento, é trair a proposta de Pentecostes. O derramamento do Espírito Santo na Igreja é para que esta seja promotora do Evangelho, capaz de renovar toda a terra, como cantávamos no salmo responsorial, de mudar o que era doente em saudável, como diz a bela sequência de Pentecostes. A vinda do Espírito Santo não tem a finalidade de promover exibicionismo de carismas e dons especiais, mas tem sim, a finalidade de favorecer a renovação eclesial, pessoal e de toda a sociedade. A última frase da 1ª leitura resume bem a finalidade da vinda do Espírito Santo: “anunciar as maravilhas de Deus na nossa própria língua”. Anunciar as maravilhas de Deus significa evangelizar testemunhando a alegria e a beleza do Evangelho em todas as línguas e me todos os povos. Amém!