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terça-feira, janeiro 31, 2017

ESTUDOS E APROFUNDAMENTOS 03-FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR



A Igreja celebra no dia 2 de fevereiro a festa da Apresentação de Jesus no Templo. O Catecismo da Igreja explica este momento importante na vida do Menino Jesus: 

“A apresentação de Jesus no Templo mostra-o como o Primogênito pertencente ao Senhor. Com Simeão e Ana, é toda a espera de Israel que vem ao encontro de seu Salvador. Jesus é reconhecido como o Messias tão esperado, “Luz das nações” e “Glória de Israel”, mas também “sinal de contradição”. A espada de dor predita a Maria anuncia esta outra oblação, perfeita e única, da Cruz, que dará a salvação que Deus “preparou diante de todos os povos”. (§529) 

O Papa João Paulo II fez uma bela Catequese sobre este tema, que transcrevo aqui, retirado do jornal L’Osservatore Romano, Ed. Port. n.50, 14/12/1996, pag. 12(580) 

1. “No episódio da apresentação de Jesus no Templo, São Lucas ressalta o destino messiânico de Jesus. Objetivo imediato da viagem da Sagrada Família, de Belém a Jerusalém, é, segundo o texto lucano, o cumprimento da Lei: “Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para O apresentarem ao Senhor, conforme está escrito na lei de Deus: Todo o primogênito varão será consagrado ao Senhor” e para oferecerem em sacrifício, como se diz na lei do Senhor, um par de rolas ou duas pombinhas” (Lc. 2, 22-24).Com este gesto, Maria e José manifestam o propósito de obedecer fielmente à vontade de Deus, rejeitando qualquer forma de privilégio. A vinda deles ao templo de Jerusalém assume o significado de uma consagração a Deus, no lugar da Sua presença.Induzida pela sua pobreza a oferecer rolas ou pombinhas, Maria dá na realidade o verdadeiro Cordeiro, que deverá redimir a humanidade, antecipando com o seu gesto quanto era prefigurado nas ofertas rituais da Antiga Lei. 

2. Enquanto a Lei requeria apenas à Mãe a purificação após o parto, Lucas fala do “tempo da sua purificação” (Lc 2, 22), querendo, talvez, indicar ao mesmo tempo as prescrições relativas à Mãe e ao Filho primogênito.A expressão “purificação” pode surpreender-nos, porque é referida a uma Mãe que obtivera, por graça singular, ser imaculada desde o primeiro instante da sua existência, e a um Menino totalmente santo. É preciso porém, recordar que não se tratava de purificar a consciência de alguma mancha de pecado, mas somente de readquirir a pureza ritual, a qual, segundo as idéias do tempo, era atingida pelo simples fato do parto, sem que houvesse alguma forma de culpa.O evangelista aproveita a ocasião para sublinhar o vínculo especial que existe entre Jesus, enquanto “primogênito” (Lc. 2, 7.23) e a santidade de Deus, bem como para indicar o Espírito de humilde oferenda que animava Maria e José (cf. Lc. 2, 24). Com efeito, o “par de rolas ou duas pombinhas” era a oferta dos pobres (Lv. 12, 8). 

3. No Templo José e Maria encontram-se com Simeão, “homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel” (Lc. 2, 25).A narração lucana nada diz do seu passado e do serviço que exerce no Templo; fala de um homem profundamente religioso, que cultiva no coração desejos grandes e espera o Messias, consolador de Israel. Com efeito, “o Espírito Santo estava nele” e “tinha-lhe… revelado… que não morreria antes de ter visto o Messias do Senhor” (2, 26). Simeão convida-nos a contemplar a ação misericordiosa de Deus, o Qual efunde o Espírito nos seus fiéis para realizar o Seu misterioso projeto de amor.Simeão, modelo do homem que se abre à ação de Deus, “impelido pelo Espírito” (Lc. 2, 27), vai ao Templo onde encontra Jesus, José e Maria. Tomando o Menino nos braços, bendiz a Deus: “Agora, Senhor, podes deixar o Teu servo partir em paz, segundo a Tua palavra” (Lc. 2, 29).Expressão do Antigo Testamento, Simeão experimenta a alegria do encontro com o Messias e sente ter alcançado o objetivo da sua existência; pode, então, pedir ao Altíssimo que lhe conceda a paz da outra vida.No episódio da apresentação pode divisar o encontro da esperança de Israel com o Messias. Pode-se também ver nele um sinal profético do encontro do homem com Cristo. O Espírito Santo torna-o possível, suscitando no coração humano o desejo desse encontro salvífico e favorecendo a sua realização.Nem podemos transcurar o papel de Maria, que entrega o Menino ao santo varão Simeão. Por vontade divina, é a Mãe que dá Jesus aos homens. 

4. Ao revelar o futuro do Salvador, Simeão faz referência à profecia do “Servo”, enviado ao Povo eleito e às nações. A Ele o Senhor diz: “Formei-Te e designei-Te como aliança do povo e luz das nações” (Is. 42, 6). E ainda: “É pouco que sejas Meu servo para restaurares as tribos de Jacó e reconduzires os sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti luz das nações, a fim de que a Minha salvação chegue até aos confins da terra” (Is. 49, 6).No seu cântico Simeão inverte a perspectiva, pondo em evidência o universalismo da missão de Jesus: “Os meus olhos viram a Salvação, que preparaste em favor de todos os povos: Luz para iluminar as nações e glória de Israel, Teu povo” (Lc. 2, 30-32).Como não maravilhar-se diante de tais palavras? “O pai e a Mãe de Jesus estavam admirados com o que se dizia d’Ele” (Lc. 2, 23). Mas José e Maria, com esta experiência, compreendem de modo mais claro a importância do seu gesto de oferta: no Templo de Jerusalém apresentam Aquele que, sendo a glória do Seu povo, é também a salvação da humanidade inteira. 


DO Livro: A VIRGEM MARIA – 58 CATEQUESES DO SÃO JOÃO PAULO II
http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/


Significado da benção e da procissão das velas

A procissão representa a peregrinação da própria vida. O povo peregrino de Deus caminha penosamente através deste mundo do tempo, guiado pela luz de Cristo e sustentado pela esperanças de encontrar finalmente ao Senhor da glória em seu reino eterno. O sacerdote diz na benção das velas: "Que quem as levas para enaltecer tua glória caminhemos no caminho de bondade e vamos à luz que brilha para sempre".

A vela que levamos em nossas mão lembra a vela de nosso batismo. E o sacerdote diz: " guardem a chama da fé viva em seus corações. Que quando o Senhor vier saiam a seu encontro com todos os santos no reino celestial". Este será o encontro final, a apresentação , quando a luz da fé se converter na luz da glória.

Fonte:http://www.acidigital.com/



Oração da benção das velas

Ó Deus, fonte e princípio de toda luz,
que hoje revelaste ao santo velho Simeão
o Cristo, verdadeira luz de todas as gentes,
abençoa estas velas
e ouve as orações de teu povo
que vem ao teu encontro com estes sinais luminosos
e com hinos de louvor;
conduze-o pelo caminho do bem,
para que chegue à luz que não tem fim.
Por Cristo Nosso Senhor.

Amém.

segunda-feira, janeiro 30, 2017

IV DOMINGO DO TEMPO COMUM



O pecado da presunção, muito cultivado em corações orgulhosos, é o grande empecilho para se viver as Bem-aventuranças. O antídoto da presunção encontra-se na profecia de Sofonias (1L), com o convite para se tornar humilde e buscar a simplicidade no coração divino. Um coração presunçoso jamais se encontra com o Coração divino, porque ele julga que se basta a si mesmo. É aqui que encontramos a raiz e as causas de tantos males de nossa sociedade. São os valores do mundanismo, as propostas do mundo, como chama Papa Francisco

A presunção, o querer bastar-se a si mesmo, o sentir-se acima de tudo e de todos, o considerar-se que não precisa de ninguém, nem mesmo de Deus, é irmã gêmea do orgulho. Todo orgulhoso é presunçoso e toda presunção é um canteiro apropriado para se cultivar as sementes do orgulho e da arrogância. Os mestres espirituais cristãos dizem tratar-se do “pior dos males”, porque o presunçoso não considera ninguém; ele é o maioral. Nenhum de nós está livre deste mal. Podemos ter uma semente da presunção e do orgulho dentro de nós. Quando nos encontramos com um presunçoso — aquela pessoa que se acha o maioral, o “the best” — nos sentimos mal, porque a presunção fede rejeição; não acolhe, rejeita.

As bem-aventuranças agem justamente como antídoto capaz de combater este mal em nossas vidas e na vida de toda a comunidade. A primeira das Bem-aventuranças é a chave para entender o que estou dizendo: feliz quem é pobre porque está vacinado contra o vírus do orgulho e da presunção. O pobre, do ponto de vista evangélico, não é um dependente e nem padece da síndrome da dependência. O pobre é uma pessoa livre, libertada por dentro, porque não se interessa em se mostrar melhor que os outros e nem coloca sua força naquilo que tem.

Pobre, no contexto das Bem-aventuranças, não tem o sentido de privação dos bens, mas de ser livre diante dos bens e das riquezas que o mundo propõe. Isto vale a pena ser pensado e considerado neste Domingo. Nenhum cristão é chamado a viver na pobreza material, nem mesmo na miséria e, muito menos a ter um espírito pobre, mas é sempre chamado a viver desapegado dos bens terrenos para não ser escravizado na presunção de se considerar o todo-poderoso, porque quem assim age e pensa não é livre.


















sexta-feira, janeiro 27, 2017

ESTUDOS E APROFUNDAMENTOS 2: QUEM SÃO OS ORTODOXOS GREGOS



Igreja Ortodoxa


Igreja que resulta do cisma ocorrido no catolicismo, em 1054, quando o Império Bizantino rejeita a supremacia de Roma, patriarcado do Ocidente. Até então, duas grandes tradições convivem no interior do cristianismo: a latina, no Império Romano do Ocidente, com sede em Roma, e a bizantina, no Império Romano do Oriente, com sede em Constantinopla (antiga Bizâncio e atual Istambul , Turquia). Divergências teológicas e políticas causam a ruptura entre as duas Igrejas, que se excomungam mutuamente, condenação só revogada em 1965 pelo papa Paulo VI e pelo patriarca Athenágoras I.

A Igreja Ortodoxa ou Igreja Cismática Grega é menos rígida nas formulações dogmáticas e na hierarquia e também valoriza a liturgia. O cristianismo ortodoxo (reta opinião, em grego) tem originalmente quatro sedes (patriarcados): Jerusalém, Alexandria, Antióquia e Constantinopla. Mais tarde são incorporados os patriarcados de Moscou, de Bucareste e da Bulgária, além das igrejas autônomas nacionais da Grécia, da Sérvia, da Geórgia, de Chipre e da América do Norte. Todas as Igrejas Ortodoxas têm diferenças políticas e religiosas. Possuem, no total, cerca de 174 milhões de fiéis em todo o mundo.

Liturgia do cristianismo ortodoxo – Os rituais são cantados sem instrumentos musicais. São proibidas imagens esculpidas de santos, exceto o crucifixo e os ícones sagrados. Os sacramentos são os mesmos da Igreja Católica e reconhecidos reciprocamente.

Os ortodoxos não admitem o purgatório nem a superioridade e a infalibilidade do papa. Também rejeitam a doutrina católica da Imaculada Conceição, porque, segundo eles, esse dogma não faz parte da narrativa bíblica e é contrário à doutrina tradicional do pecado original. A assunção da Virgem Maria, porém, é aceita, com base na afirmação formal dos livros litúrgicos.

Os graus de ordem na Igreja Ortodoxa são três: diácono, padre e bispo. Os padres e diáconos recebem títulos honoríficos (arquimandrita, ecônomo, arquidiácono), que não conferem primazia espiritual ou administrativa. Os bispos são escolhidos exclusivamente entre os monges. Os padres podem casar-se (antes da ordenação), mas não os monges.

POR PROF. FELIPE AQUINO



Até ao século XI, os católicos romanos e ortodoxos têm uma história comum, que começa com a instituição da Igreja por Jesus Cristo e sua difusão por seus discípulos, que, como o relatado nos Atos dos Apóstolos, espalharam-se a partir de Jerusalém, fundando a primeira comunidade denominada cristã em Antioquia e depois se espalhando, ainda pelos mesmos, pela Europa, Ásia e África. Por volta do século IV, a Cristandade já chegara às mais diversas regiões, apesar das perseguições movidas por poderes tradicionalmente pagãos, e diversas escolas exegéticas haviam se desenvolvido, como a Escola de Antioquia e a Escola Catequética de Alexandria. A ortodoxia cristã, no entanto, era ameaçada por diversas heresias, como o arianismo, o novacianismo e o adocionismo. Em 313 d.C., no entanto, o Édito de Milão finalmente instituiu a liberdade religiosa no Império Romano, o que foi seguido por uma progressiva cristianização do Império a partir da conversão do imperador Constantino no ano de 324. Foi então convocado o Primeiro Concílio de Niceia, que buscou a unificação da Cristandade, a solidificação dos preceitos da fé cristã, o anátema das principais heresias da época e a composição de um credo comum ortodoxo, o Credo Niceno. 
Neste Concílio, estabeleceu-se que em cada província civil do Império Romano o corpo dos bispos deveria ser encabeçado pelo bispo da capital provincial (o bispo metropolita), mas reconheceu a autoridade super-metropolitana já exercida pelos bispos de Roma, Alexandria e Antioquia. Além disso, decretou que o bispo de Jerusalém tivesse direito a honra especial, embora não a autoridade sobre outros bispos. Quando a residência do imperador romano e o senado foram transferidos para Constantinopla, em 330 d.C, o Bispo de Roma perdeu influência nas igrejas orientais, em benefício do Bispo de Constantinopla. Ainda assim, Roma continuou a ter uma autoridade ecumênica especial devido à sua ligação com São Pedro e seu passado como capital do Império Romano.

No ano de 381 o Oriente realizou o Primeiro Concílio de Constantinopla, que decretou a divindade do Espírito Santo, lançando anátema sobre os macedonianos e tendo suas decisões acatadas pelo Ocidente. Em 431, o Primeiro Concílio de Éfeso proclamou, a despeito dos nestorianos, que a Virgem Maria era a Theotokos, o que gerou a Igreja do Oriente, até hoje separada das grandes comunhões cristãs. A grande maioria dos fiéis habitavam na Índia e na Síria, após uma retração substancial da antes forte presença nestoriana na China e na Ásia Central. Na Índia a maioria dos sucessores deste cisma passaram depois ao catolicismo oriental ou ao miafisismo. Na Síria também muitos passaram ao catolicismo oriental e formaram a Igreja Católica Caldeia. Em 451, o Concílio de Calcedônia condenou o monofisismo. Isto gerou um cisma na Igreja de Alexandria liderado por Dióscoro, que, apesar de não professar a doutrina monofisita de Êutiques, rejeitava a resolução de Calcedônia, gerando a Igreja Copta. Progressivamente, grupos no Levante e na Armênia rejeitariam o Concílio e se uniriam aos coptas, dando origem às chamadas igrejas ortodoxas orientais, que ainda se expandiriam pela África e Índia.

Wikipedia


quarta-feira, janeiro 25, 2017

FESTA DA CONVERSÃO DE SÃO PAULO



Para conhecermos bem uma pessoa, temos que ter proximidade com ela. Chegarmos de mansinho, cada vez mais perto, ouvir a sua história, suas palavras, tocá-la de perto. Assim, vamos nos aproximar mais do Apóstolo Paulo, ele quer se revelar a nós hoje e tem “um dom espiritual para nos comunicar” (Rm 1,11).


Há três formas de conhecermos Paulo, através dos Atos dos Apóstolos, das suas cartas e por meio da Tradição Cristã.

O próprio apóstolo traça sua biografia
• “Circuncidado ao oitavo dia, da raça de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu, filho de hebreus; quanto à Lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da Igreja; quanto à justiça que há na Lei, irrepreensível” ( Fl 3,5).
Através dessa descrição de Paulo, percebemos vários elementos de sua vida, como por exemplo:

· Sua religião
· Qual a sua descendência familiar
· De qual movimento dentro do Judaísmo ele pertencia
· Como era seu comportamento

Onde Paulo nasceu?

Em uma cidade chamada Tarso, que é a capital da Cilícia, situada na Ásia Menor, região que hoje corresponde à Turquia.


• Tarso era uma importante cidade da Ásia Menor, com uma grande universidade e um centro intelectual para aqueles que desejavam estudar. 
• Segundo estudiosos, tinha aproximadamente 300 mil habitantes. Era também uma cidade portuária, com economia próspera e vida urbana agitada. Por Tarso passava a estrada romana que fazia ligação entre o oriente e o ocidente.

Nome

Saulo era o nome de Paulo antes do encontro com Jesus. Os judeus da diáspora costumavam ter dois nomes SAULO (hebraico) e PAULO (grego)
Shaúl = implorado, desejado
Paulo = Pequeno
Saul, o primeiro rei de Israel, era o personagem mais importante da Tribo de Benjamim, a qual a família de Paulo descendia. Certamente, os pais usavam colocar esse nome em seus filhos recordando o grande rei Saul. O mesmo ocorre hoje, como por exemplo, na região do Cariri, no Ceará, muitos pais colocam em seus filhos e filhas o nome Cícero ou Cícera em homenagem ou para pagar promessas ao pe. Cícero Romão.
Após seu encontro com o Cristo e na missão em meio aos gentios o “grande” Saulo, prefere ser chamado apenas de “pequeno”. Os judeus da diáspora eram aqueles que moravam fora da Palestina.

Estudos

Como era tradição de sua época, Paulo deve ter recebido a formação básica como judeu, primeiro, na casa dos pais e, logo após, na sinagoga local de Tarso e na escola ligada a sinagoga. 
Segundo estudiosos, se quiséssemos traçar uma cronologia dos estudos de Paulo, seria mais ou menos assim:
· Aos 7 anos, Saulo entrou na escola da sinagoga, no bairro judeu de Tarso,onde aprendeu a ler a língua grega;
• Aos 10 anos, concluiu o curso primário, e aos 11, sabendo ler bem o grego, começou o secundário;
• Aos 15 anos terminou o ensino secundário;
• Dos 16 aos 20 anos é provável que Saulo tenha escolhido um mestre da Universidade;
• Aos 20 anos, Saulo escolheu especializar-se na cultura e religião de seu povo de origem, e foi para Jerusalém e lá tem como seu mestre Gamaliel (cf. At 22,3).

A cidadania 

O título que Saulo recebeu ao nascer em Tarso era o de terceira categoria. Havia uma escala de direitos na cidadania romana: 
· Cidadãos plenos eram os que participavam do senado romano ou descendiam de famílias de imperadores ou senadores; 
· Cidadãos patrícios eram de famílias ricas e comandavam os exércitos e as batalhas ou dedicavam-se à vida intelectual e ao magistério; 
· Cidadãos plebeus eram livres, mas haviam sido escravos e depois libertos, ou seus descendentes que, mesmo nascendo livres, herdavam o título romano plebeu e sobreviviam com dificuldade, de um ofício manual. 
Os cidadãos romanos plebeus eram desprezados pelas outras duas classes, porque faziam trabalho braçal. Gozavam de poucos privilégios e eram alvos das arbitrariedades dos juízes romanos. Como cidadão de Roma, Paulo gozava de alguns privilégios: não poderia ser flagelado, não podia ser crucificado, podia apelar para o Supremo Tribunal em Roma.


A escolha da profissão

· Paulo queria tornar-se um intelectual e subir na escala social, por isso escolheu o curso para ser doutor da Lei.
· Depois do seu encontro com Jesus, porém, Paulo aprendeu a trabalhar o couro, fabricava sandálias, cintos, tendas, bolsas etc. 
· O trabalho com o couro era impuro para os judeus. Paulo, como missionário itinerante opta por ser um “trabalhador que anuncia o Evangelho”, por onde vai, procura um trabalho. Isso não faz de Paulo um rico comerciante, pelo contrário, Paulo faz a opção de ser escravo, trabalha para os outros. O apóstolo não quer ser pesado para ninguém.


A Religião

Saulo era judeu e frequentou a escola farisaica. Professava a fé na ação de Deus na história por meio daqueles que fossem fiéis ao seu projeto e procurassem o direito e a justiça.
O que Saulo pensava sobre Jesus?
• Como fariseu, Saulo considerava Jesus um traidor;
• Acreditava que Jesus era um falso mestre;
• Pensava que Jesus tinha recebido a morte que merecia (a cruz);
• Achava que os seguidores de Jesus tinham sido seduzidos por falsas promessas e deveriam voltar atrás.


O ACONTECIMENTO DE DAMASCO
Encontro com uma pessoa

Algumas Narrativas


• At 9, 1-22 – Narrativa de Lucas.
• At 22, 4-16 – Lucas narra Paulo falando de sua conversão ao povo.
• At 26, 9-18 – Lucas narra Paulo falando de sua conversão ao rei Agripa e demais presentes.


Alguns textos de Paulo em suas cartas que aludem ao fato


• Gl 1, 11-16 – ... Quando, porém, aquele que me separou desde o seio materno e me chamou por sua graça.
• 1 Cor 15, 8-10 – Apareceu também a mim como um abortivo.
• Fl 3, 6-12 – Pois eu também fui alcançado por Cristo Jesus.


A pergunta de Jesus à Saulo


- Saulo, Saulo, porque você me persegue?
- Quem és tu, Senhor?
- Eu sou Jesus, a quem você está perseguindo. (At 9,4-5)


Jesus se identifica com a comunidade perseguida.

A luz de Damasco

Paulo se dirigia para Damasco e lá iria prender e torturar os cristãos, mas, no fundo a inteligência e o amor de Paulo o faziam duvidar... talvez poderia estar dando um passo errado. Sua luta e perplexidade foram tão grandes, que conseguiram derrubá-lo e fazê-lo pensar melhor. E Paulo caiu por terra, vencido por Jesus Cristo.
A luz do Ressuscitado, que envolveu Paulo, colocou em seu coração uma experiência do Mistério. Ele compreendeu que tudo era vazio e inútil sem ele. Depois, ao longo da vida, foi-se configurando sempre mais com Cristo até o ponto de dizer: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.” (Gl 2,20)
A luz de Damasco foi luz afetiva, que inundou os olhos do coração de Paulo. Ele foi vencido pela luz. A luz é a fonte da missão. A partir de então Paulo tornou discípulo do Mestre Jesus e incansável missionário, anunciador da sua Palavra. “Porém, o que para mim era ganho, por causa de Cristo considerei perda. Mais ainda: considero tudo perda em comparação com o superior conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor.” (Fl 3,7-8)
Após sua conversão Paulo foi para Arábia, depois para Jerusalém encontrar-se com os apóstolos; de lá, retornou para Tarso por onde permaneceu por longos anos até ser chamado por Barnabé para ir à Antioquia da Síria e de lá com Barnabé (cf. At 13,2 ss) é enviado em missão. Durante sua vida, Paulo realiza quatro grandes viagens missionárias, funda comunidades, anima os cristãos, enfrenta muitas dificuldades (cf. 2 Cor 11, 23-28), escreve animando e orientando as comunidades.
Paulo foi martirizado por volta dos anos 64 a 68 em Roma, por ser cidadão Romano, foi decapitado. Segundo a tradição Cristã, quando Paulo foi decapitado, sua cabeça pulou três vezes e nos três lugares onde a cabeça do apóstolo pulou, brotaram fontes.
O túmulo do Apóstolo Paulo está na Basílica de São Paulo Fora dos Muros.


“Combati o bom combate, terminei minha carreira, conservei a fé.” (2Tm 4,7).


terça-feira, janeiro 24, 2017

SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS



"O amor de Cristo nos impele para a reconciliação": este é o tema, tirado da segunda Carta aos Coríntios, para a Semana de oração pela unidade dos cristãos em 2017, que este ano coincide com os 500 anos da Reforma Luterana. O evento anual, tradicionalmente de 18 a 25 de janeiro, pretende chamar a atenção para a oração de Jesus pela unidade de todos os seus discípulos e apoiar o conhecimento e amizade entre os membros das diferentes Igrejas e confissões cristãs.

É vontade de Deus que haja a unidade: a Semana no-lo recorda, mas o empenho de superar as hostilidades e as divisões deve ser quotidiano, como sublinha Don Cristiano Bèttega, director do Secretariado Nacional para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da CEI:

"Creio que o objectivo é antes de tudo manter acordada, por assim dizer, a atenção das Igrejas sobre o valor da unidade, entendida como algo que já existe, e também sobre o objectivo da unidade. Portanto, creio que antes de tudo o valor da semana é este; e depois, penso que em cada ano nos apercebemos que a Semana nunca pode ser um fim em si mesma. Graças a Deus se está difundindo esta mentalidade: que a Semana de Oração já não é a ocasião anual para rezar ou reflectir sobre a unidade entre os cristãos, mas é ocasião para dar um impulso a este movimento, a esta consciência – digamos assim - que em certo sentido atravessa como uma linha vermelha muitas actividades espalhadas durante todos os meses do ano e que alarga cada vez mais a sua capacidade de envolvimento à base”.

O amor de Cristo nos impele, porque temos a certeza de que um morreu por todos. Assim diz o texto da segunda Carta aos Coríntios do qual se inspira o tema da Semana, texto que continua assim: Deus nos reconciliou consigo por meio de Cristo e nos deu a tarefa de levar outros à reconciliação com ele. Ainda don Bèttega:

"É claro que a reconciliação vem antes de tudo de Cristo; é ele que nos reconcilia com o Pai, mas é também igualmente claro que, depois, a reconciliação passa através dos gestos concretos de cada pessoa. Este é um pouco o impulso, o encorajamento, a missão que nos é dada para semearmos uma cultura de reconciliação. Creio que o sinal mais bonito que podemos fazer é precisamente podermos inventar ou assumir sinais concretos de reconciliação, tendo em conta que todas as vezes que mais cristãos se encontram na mesma igreja, na mesma sala para rezar, para se consultar, essa é uma realização concreta daquela Palavra de Jesus: "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles", e isto por si só torna-se um sinal de reconciliação.

Era em 1517 quando Martin Lutero expressou preocupação por aquilo que ele considerava abusos na igreja do seu tempo, tornando públicas as suas 95 teses. A Igreja Católica e Igreja Luterana decidiram comemorar juntos o aniversário, reconhecendo ambas Lutero como uma "testemunha do Evangelho". Também a Semana deste ano, portanto, é dedicada de modo particular a este evento:

"Creio que o tenha sublinhado de modo eloquente o Papa na sua viagem em Lund, na Suécia, no fim de outubro. O ponto de reflexão que devemos ter presente diante dos olhos é o facto de que o que Lutero disse, o que ele fez, obviamente interessa em primeiro pessoa os luteranos e consequentemente todas as Igrejas protestantes ligadas à Reforma. Mas, na verdade, interessa cada crente, cada cristão. Um movimento de reforma, entendida como uma adesão cada vez mais explícita e mais coerente ao Evangelho, não pode interessar apenas uma igreja: este movimento interessa a todos os cristãos. Eu acho que está a grande ocasião que nos é apresentada: voltar àqueles temas, aos temas da reforma, para dizer: "Para mim, o que eles dizem? Como contribuem para construir um pouco melhor a minha vida cristã - no meu caso na Igreja Católica, ou em qualquer outra denominação eclesial - e como me ajudam a viver melhor a minha adesão ao Evangelho, hoje?”

Fonte:http://pt.radiovaticana.va/


segunda-feira, janeiro 23, 2017

III DOMINGO TEMPO COMUM



Não é difícil resumir a mensagem de Jesus : Deus não é um ser indiferente e longínquo que vive em seu mundo, só interessado em sua honra e seus direitos. É alguém que busca o melhor para todos. Sua força salvadora está agindo no mais íntimo da vida. Ele só quer a colaboração de suas criaturas para conduzir o mundo à sua plenitude , “O Reino de Deus está próximo. Mudai!”


Mas, o que é colaborar no projeto de Deus? Em que devemos mudar ? O apelo de Jesus não se dirige só aos “pecadores” para que abandonem sua conduta e se pareçam um pouco mais com os que já observam a lei de Deus. Não é isso que o preocupa . Jesus se dirige a todos, pois todos têm que aprender a atuar de maneira diferente. Seu objetivo não é que em Israel se viva uma religião mais fiel a Deus, mas que seus seguidores introduzam no mundo uma nova dinâmica: a que corresponde ao projeto de Deus. Vou assinalar os pontos-chave dessa dinâmica. 


1) A compaixão dese ser sempre o princípio de atuação. É preciso introduzir compaixão no mundo para com os que sofrem: “Sede compassivos com vosso Pai”. Não bastam belas palavras que falam de justiça, igualdade ou democracia. Sem compaixão para com os últimos não somos nada. Sem ajuda prática aos desgraçados desta terra não há progresso humano.

2) A dignidade dos últimos deve ser a primeira meta . “Os últimos serão os primeiros”. É preciso imprimir na história um nova direção. É preciso direcionar a cultura, a economia, as democracias e as igrejas tendo em vista os que não podem viver de maneira digna. 

3) Deve ser impulsionado um processo de cura que liberte a humanidade do que a destrói e degrada. “Ide e curai”. Jesus não encontrou uma linguagem melhor. O decisivo é curar, aliviar o sofrimento, sanar a vida, construir uma convivência orientada para uma vida mais sadia, digna e feliz para todos, uma vida que alcançará sua plenitude no encontro definitivo com Deus .


Esta é a herança de Jesus. Nunca, em parte alguma, se construirá a vida tal com Deus a quer, se não for libertado os últimos de sua humilhação e sofrimento. Nunca será abençoada por Deus uma religião, seja aquela que for, se ela não buscar justiça para eles . 














sábado, janeiro 21, 2017

SOLENIDADE DE SÃO SEBASTIÃO



Viver sem medo?

Encontramos muitas pessoas com medo! Muitas vezes estamos cheios de medo. A criança tem medo do escuro e da pessoa que grita. O adolescente tem medo de si: medos inconscientes, mas dolorosos; medos que se chamam timidez, complexos de inferioridade, agressividade.

Muitos adultos vivem roídos de medo, da pior forma de medo – a angústia. Muitas vezes vivemos tremendo: medo do futuro, medo da morte, ou simplesmente do amanhã. Por medo, a pessoa se tranca dentro de seu pequeno mundo, cada vez mais se isola da sociedade. Por medo, levanta muros protetores cada vez mais altos, criam-se condomínios mais fechados e seguros… Medo da doença… do desemprego… .

Porém, Jesus no Evangelho (Mt 10, 26-33), com sua Palavra, derrama um bálsamo em nossos corações: “Não tenhais medo!” É uma espécie de refrão que ressoa nas palavras de Jesus, repetido (nesse trecho) três vezes. Antes de qualquer raciocínio, hoje deveríamos assimilar e por assim dizer acolher em nós, saboreando-lhe toda a doçura, estas palavras de Jesus: Não tenhais medo!

Todo o Evangelho, e antes ainda o Antigo Testamento, está cheio disso. A Abraão Deus diz para não ter medo, na hora mesma que o chama para fora de sua terra, para um país desconhecido. Aos profetas diz: não temas, eu estou contigo. A Maria: não temas, encontraste graça. Aos apóstolos, enviando-os ao mundo, diz: não temais diante dos tribunais e diante dos governadores. A todos os discípulos: Não temais, pequeno rebanho (Lc 12, 32).

Jesus oferece-nos as motivações, oferece-nos o verdadeiro remédio para nossos medos. Não temais – diz – aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Não temais, pois! Vós valeis mais do que os pássaros. No entanto, nenhum cai por terra sem a vontade do Vosso Pai. “O Vosso Pai” – o que dizer: o que fará por vós lhe sois filhos? A revelação da PATERNIDADE de Deus e a revelação de uma vida além da morte asseguram, portanto, o convite de Jesus. Todo o medo é redimensionado no momento em que Jesus traça e revela um plano da vida humana – o plano mais verdadeiro e mais pessoal do homem – em que nada o pode prejudicar, nem quem o mata. Vós podeis nos matar, mas não podeis nos prejudicar, exclamava, dirigindo-se aos perseguidores, o mártir São Justino, nos primeiros dias da Igreja.

A raiz maligna de cada medo humano tem um nome preciso: é a morte, fruto do pecado. Jesus a venceu, expiando o pecado, todo o pecado do mundo. Venceu a morte passando pela morte e esvaziando-a de todo o veneno. A morte e a Ressurreição de Cristo são penhor de nossa vitoria, são fonte de nossa esperança e de nossa coragem: Se Deus é por nós, quem será contra nós… Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? … Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou (Rm 8, 31-37). Tribulações, angústia, perseguição e fome: a Escritura tomou conhecimento de nossos medos mais profundos, mas nos ofereceu uma saída, uma esperança de vitória, graças a Jesus Cristo, que nos amou e se entregou por nós (Gl 2,29).

Sem medo à vida e sem medo à morte, alegres no meio das dificuldades, esforçados e abnegados perante os obstáculos e as doenças, serenos perante um futuro incerto: o Senhor pede-nos que vivamos assim. E isto será possível se considerarmos muitas vezes ao dia que somos filhos de Deus, especialmente quando somos assaltados pela inquietação, pela perturbação e pelas sombras da vida. Está é a vitória que vence o mundo: a nossa fé (1Jo 5, 4) . E do alicerce seguro de uma fé inamovível surge uma moral de vitória que não é orgulho nem ingenuidade, mas a firmeza alegre do cristão que, apesar das suas misérias e limitações pessoais, sabe que essa vitória foi ganha por Cristo com a sua Morte na Cruz e com a sua gloriosa Ressurreição. Deus é a minha luz e a minha salvação, a quem temerei? Nem ninguém, nem nada, Senhor. Tu és a segurança dos meus dias!

Fonte: presbiteros.com

Solenidade de São Sebastião
20 de janeiro de 2017
Primeira missa na 
Capela São José de Anchieta
Paróquia São Conrado
Vila canoa