Estou
em Portugal, a convite, em um Congresso de Bispos, durante o qual faremos uma
peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima, onde rezarei por todos os
amigos.
A
expressão “Fátima, altar do mundo”, generalizou-se desde a consagração do mundo
ao Imaculado Coração de Maria, feita pelo Papa Pio XII em 31 de outubro de
1942, em plena segunda guerra mundial, atendendo a um pedido de Nossa Senhora
feito em 1917.
Pio
XII era chamado “o Papa de Fátima”, pois sua consagração episcopal foi
exatamente no dia 13 de maio de 1917, data da primeira aparição de Nossa
Senhora em Fátima.
Os
Papas têm visitado o Santuário de Fátima: São Paulo VI, São João Paulo II,
Bento XVI e o atual Papa Francisco. O Papa São João Paulo II ofereceu ao
Santuário de Fátima a bala que quase o vitimou em 13 de maio de 1981, e que
passaria a figurar na coroa da imagem que ali é venerada. E os Sumos Pontífices
têm consagrado o mundo a Nossa Senhora de Fátima.
Portugal,
além de nos ter trazido a fé cristã com os descobridores e os primeiros
missionários, também trouxe ao Brasil a devoção a Nossa Senhora de Fátima.
Nessa pequena cidade de Portugal, Maria apareceu a três pastorinhos, Lúcia,
Jacinta e Francisco, no dia 13 de maio de 1917. Os milagres que acompanharam
essa aparição foram testemunhados por milhares de pessoas e pelos jornais da
época, até os anticlericais. De lá, essa devoção se espalhou e chegou ao
Brasil. São sempre atuais e dignas de recordação as suas palavras e seu
ensinamento. Aquelas três simples crianças foram os portadores do “recado” da
Mãe de Deus para seus filhos.
O
segredo da importância e da difusão de sua mensagem está exatamente na sua
abrangência de praticamente todos os problemas da atualidade. “Fátima é no
mundo a melhor expressão do Céu” (Mons. Luciano Guerra, reitor do Santuário de
1973 a 2008).
Ali,
Nossa Senhora nos alerta contra o perigo do comunismo e seu esquecimento dos
bens espirituais e eternos, erro que, conforme sua predição, vai cada vez mais
se espalhando na sociedade moderna: o ateísmo prático, o secularismo. “A Rússia
vai espalhar os seus erros pelo mundo”, advertiu ela. A Rússia tinha acabado de
adotar o comunismo, aplicação prática da doutrina marxista, ateia e
materialista. Mas, se o comunismo, como sistema econômico, fracassou, suas
ideias continuam vivas na sociedade atual. E o comunismo é incompatível com o
catolicismo. Falando que foi batizado como católico, Raul Castro, presidente de
Cuba, quando recebido pelo Papa Francisco, confessou por que abandonou a
Igreja: “Sou comunista e não se podia ser membro do Partido Comunista e ser
católico” (O Globo 11/6/2015). Ele reconhecia o antagonismo. Foi lógico.
Rezemos pela sua conversão e a de Cuba, para que, deixando o comunismo, volte à
Igreja, como ele insinuou após sua entrevista com o Papa.
Fátima
é o resumo, a recapitulação e a recordação do Evangelho para os tempos
modernos. O Rosário, tão recomendado por Nossa Senhora, é a “Bíblia dos pobres”
(São João XXIII). Sua mensagem é sempre atual. É a mãe que vem lembrar aos
filhos o caminho do Céu.
Fonte:
Dom Fernando Arêas Rifan