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quinta-feira, dezembro 29, 2022

VOCÊ SABE O QUE SIGNIFICA OITAVA DE NATAL?












Entre os dias 25 de dezembro e 1º de janeiro a Igreja celebra a Oitava do Natal, ou seja, oito dias em que vive-se a exultação da Festa do Nascimento de Jesus.

Uma grande parte dos católicos não sabe o que significa esse tempo especial de graças e, para esclarecer esse tema, o A12 conversou com o Padre Rafael Querobin, professor da Faculdade Dehoniana, em Taubaté (SP), que possui experiência na área de Teologia, com ênfase em Liturgia.

A Oitava de Natal está historicamente relacionada à Oitava da Páscoa. Padre Rafael explica que o Ano Litúrgico "é marcado por duas grandes celebrações", a festa da Páscoa e a festa do Natal.

A festa da Páscoa surgiu primeiro, logo após a morte de Jesus, pelos primeiros cristãos "que passaram a se reunir para realizar o mandato do Senhor de celebrar em sua memória", assinala o religioso. Já o Natal surgiu bem depois. A Igreja passou a celebrá-la oficialmente apenas no século IV.

Dada a importância dessas celebrações para a Igreja, surgiu então a Oitava de Páscoa e a Oitava de Natal, como um "tempo especial de graças" em que todos os fiéis podem vivenciar por mais dias, as bênçãos de Deus neste período.

Padre Rafael lembra que a semana tem sete dias e explica o motivo do nome "oitava".

"A Oitava seria o prolongamento da celebração da Páscoa por uma semana. Bem sabemos que a semana é constituída por sete dias, mas porque então essa semana é chamada de Oitava? Segundo a tradição, a Oitava remete para o dia chamado ‘sem ocaso’, o dia sem fim. Se os dias temporais, a semana histórica é marcada por sete dias, este oitavo dia seria o dia da eternidade, o dia da plenitude", destaca.

A Oitava de Natal exprime de forma especial "um aspecto do testemunho do mistério da Encarnação", ou seja, nesse período "nos concentramos mais uma vez sobre o grande mistério de Deus que desceu do Céu para entrar na nossa carne" (cf. Papa emérito Bento XVI, 9 de janeiro de 2013).

A festa de Santo Estevão, o primeiro mártir, no dia 26 de dezembro, recorda especialmente o testemunho do amor que perdoa dado por Estevão em seu martírio. Nele realizou-se de modo exemplar a figura do mártir imitador de Cristo. Ele contemplou a glória do Ressuscitado; proclamou a sua dignidade. Por isso, nós temos nele um aspecto do mistério da Encarnação de Cristo.

Para compreender melhor esse mistério é preciso analisar as diversas celebrações desse período. Abaixo, padre Rafael explica cada uma das festas que ocorrem dentro da Oitava de Natal:

Já no dia 27 de dezembro, nós celebramos São João apóstolo e evangelista, o discípulo que Jesus amava. Ele é considerado um grande teólogo que penetrou em profundidade o mistério do Verbo feito homem, cheio de amor e fidelidade.

A liturgia desta festa sublinha a revelação da misteriosa profundidade do Verbo e a inteligência penetrante da Palavra, que caracterizam os textos inspirados de São João.

No dia 28 de dezembro, celebramos os Santos Inocentes, que deram testemunho de Cristo não com palavras, mas com seu sangue. Essa festa lembra-nos que o martírio é dom gratuito do Senhor. A liturgia recorda o valor do testemunho de vida que não pode estar separado da palavra por parte dos adultos.

Por fim, a Oitava é coroada com a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, que é seguramente a primeira festa de Maria no Ocidente. Nesse primeiro dia do ano civil, nós consagramos e oferecemos o novo ano a Deus através das mãos de Maria, mãe de Deus e nossa.

A festa da Sagrada Família é celebrada no Domingo dentro da Oitava, caso a Oitava que termina no dia 1º de janeiro não caia no Domingo.

Como neste ano o dia 1º de janeiro cai num Domingo, a festa da Sagrada Família foi transferida para o dia 30 de dezembro. Essa festa recorda que o mistério da Encarnação é um mistério de partilha. O Filho de Deus veio partilhar em tudo, exceto no pecado, a nossa condição humana.

Aproveite a Oitava de Natal para continuar vivenciando as graças do nascimento do Menino Deus que se encarnou para salvar-nos, e prolongue os votos de Natal e os gestos de caridade e amor tão presentes nesse período pra todo o ano.

 

Fonte: www.a12.com


terça-feira, dezembro 27, 2022

MISSA DO DIA DE NATAL










Mais uma vez, caríssimos, a volta do ano trouxe-nos a santa Celebração do Natal do Senhor nosso Jesus Cristo. Historicamente, o natalício do Cristo nosso Deus ocorreu há dois mil anos; no entanto, na potência do Santo Espírito, o Natal acontece hoje sacramentalmente, nos santos mistérios que celebramos com piedade e unção: de modo misterioso e verdadeiramente real, a nós que participamos desta Eucaristia, é-nos dada a graça da Vinda, do Natal do nosso Salvador. Cada um de nós que participa desta Celebração sagrada, conserve no coração esta certeza: nos gestos, nas palavras, nos ritos da santa liturgia, a graça do santo Natal do Senhor faz-se realmente presente e verdadeiramente inunda a nossa vida! Para nós, aqui reunidos, o Natal é hoje, o Natal é agora!

Assim, podemos, cheios de admiração, escutar o Evangelho que nos anuncia: “O Verbo Se fez carne e habitou entre nós!” Em outras palavras: o Filho eterno do Pai, Luz gerada da Luz, Deus verdadeiro gerado eternamente do Deus verdadeiro, para salvar o mundo com a Sua piedosa vinda, hoje nasceu homem verdadeiro, homem entre os homens, de Maria, a Virgem!

Caríssimos, quem poderia imaginar tal mistério, tal surpresa de Deus, nosso Senhor?

A Liturgia oriental exclama, admirada: “Vinde, regozijemo-nos no Senhor, explicando o mistério deste Dia. A Imagem idêntica do Pai, o Vestígio de Sua eternidade, toma forma de escravo, nascendo de uma mãe que não conheceu o casamento, e sem mesmo sofrer mudança! O que Ele era, permaneceu: Deus verdadeiro; o que não era, Ele assumiu: tendo-Se feito homem por amor dos homens” (Grandes Vésperas do Natal).

Eis o mistério: o Menino que nos nasceu para nós, o filho que nos foi dado, é Deus perfeito, é o Filho eterno, através de Quem e para Quem tudo foi criado no Céu e na terra. Ele não é uma pessoa humana; é uma Pessoa divina, a segunda da Trindade. Este menininho é adorável: deve receber toda nossa adoração, todo nosso louvor, todo nosso afeto. No entanto, sendo Deus perfeito, hoje, Ele saiu do seio da sempre Virgem Maria, como verdadeiro homem, homem perfeito, com um corpo igual ao nosso, com uma alma igual à nossa, com uma vida para viver igual à nossa pobre existência! Quanto amor, quanta bondade, quanta humildade!

Caríssimos, neste Deus hoje nascido da Virgem, a nossa humanidade foi unida ao próprio Deus.

Hoje a força do pecado começou a ser quebrada, hoje a doença da nossa natureza humana, tão propensa ao pecado, ganhou seu verdadeiro remédio, hoje, fazendo-Se homem mortal, o Salvador nosso veio trazer a medicina que cura a nossa morte!

Bendita seja a Sua gloriosa vinda, o Seu virginal nascimento! Adoremo-Lo! Afirmemos com a Igreja, na sua santa Liturgia:

“Foi depositado num estábulo Aquele que contém o universo.

Ele descansa numa manjedoura e reina nos Céus.

É o Salvador dos séculos, o Rei dos Anjos, Aquele mesmo que a Virgem amamentava (Liturgia romana).

Caríssimos, por tudo isto, nunca percamos de vista a graça que recebemos pelo dom da fé! Vivemos num mundo confuso, de mentiras, de idolatrias, de relativismo, de imposição da religião do politicamente correto. O homem pensa poder fazer sozinho a sua vida, encontrar do seu modo a felicidade, fazer de seu jeito a sua própria existência. A Solenidade de hoje nos recorda que a humanidade precisa de um Salvador – e esse Salvador é Jesus, nosso Senhor!

Ele é a nossa única Verdade,

Ele, o nosso único Caminho,

Ele, a verdadeira Vida!

Não queremos outros mestres, não reconhecemos outros pastores, não admitiremos outros senhores, não buscaremos outras verdades. Mais que nunca, nesta quadra tão difícil da história, quando o cristianismo e a Igreja de Cristo são ameaçados externa e internamente, tão caluniados e perseguidos, quando a verdadeira fé é tão denegrida de tantos modos e os que a defendem são ridicularizados e vilipendiados, quando ser cristão tem se tornado motivo de chacota e gozação, queremos, uma vez mais, e com todas as nossas forças, proclamar nossa total e incondicional adesão ao nosso Deus e Senhor Jesus Cristo! Por isso, amados no Senhor, o Filho de Deus fez-Se homem: para que o homem possa ver e ouvir claramente o que é ser homem, o que é viver de modo verdadeiramente digno, livre, maduro e feliz!

O mundo nos propõe uma liberdade torpe, fundada nos caprichos, na loucura de fazer aquilo que se quer; o mundo nos tenta convencer que cada um é a sua própria medida, é o dono de sua própria vida; o mundo atual nos ensina a viver entregue às próprias paixões, aos próprios desejos…

Aí estão: famílias destruídas, filhos sem pais, um rio de solidão e infelicidade, jovens sem esperança, uma sociedade sem valores nem critérios verdadeiramente dignos do homem criado à imagem de Deus…

Mas, outro é o caminho que o Salvador hoje nascido nos aponta. Aprendamos com Ele, o Homem perfeito; sigamo-Lo sem medo, coloquemos aos Seus pés a nossa vida e a nossa liberdade, os nossos desejos e os nossos afetos. Deixemos que Sua santa lei de amor e graça inunde nosso coração, penetre nas nossas famílias, modele o nosso modo de viver! Então, seremos realmente humanos, seremos realmente livres, seremos realmente felizes!

Alegremo-nos, caríssimos, pela hodierna Solenidade!

“Que desapareça toda enfermidade: hoje, o Salvador apareceu.

Não haja guerra, cale-se a discórdia: hoje, a verdadeira paz desceu dos Céus.

Desapareça toda amargura: hoje por todo o universo os Céus destilam mel.

Fuja a morte, pois hoje a vida nos é dada dos Céus…

Hoje, os cegos recobram a vista, os surdos ouvem, os coxos e os leprosos são curados, aqueles que estavam na tristeza estão na alegria, os enfermos encontram a saúde, os mortos ressuscitam.

Somente o Diabo e seus demônios – e o mundo que os serve – tremem de cólera, pois sua derrota é a restauração do gênero humano.

Hoje, o Cristo nos apareceu como Salvador” (Homilia de um Anônimo do século V).

Eis, pois, quantos motivos para nossa alegria, quantos, para nosso júbilo! Que pessoalmente e em família, celebremos de modo santo e devoto a Vinda do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo, a Quem seja dada a glória com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amém.


Fonte: presbiterianos.com







segunda-feira, dezembro 26, 2022

MISSA DE NATAL






“Hoje, a Paz verdadeira desceu-nos do céu; hoje, os céus e a terra espalham doçura; hoje, raiou o dia do novo resgate de eterna alegria, há muito esperado!” – Estas palavras, a Igreja as reza por toda a terra no Ofício das Vigílias desta Noite santa. Mas, por que tanta exultação? Por que tanta luz? Por que tanta doçura, tanta ternura, tanta paz?

Hoje, cumpriu-se as Escrituras: o Dia tão esperado brilhou no meio da noite. Hoje, “o povo, que andava na treva”, a humanidade perdida e confusa, “viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte”, para nós, que temos sempre de lutar contra tantas e tantas mortes, “uma luz resplandeceu!”. Nesta Noite, podemos comemorar, alegrarmo-nos como os que colhem depois do trabalho e do suor do plantio, porque algo inacreditável, algo que parece um sonho, um conto de fadas, nos aconteceu! Escutai, escutai: “Nasceu para nós um Menino, foi-nos dado um Filho; ele traz nos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro Admirável, Deus Forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da Paz. Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim… a partir de agora e por todo sempre!” Eis a graça, a glória, o mistério desta Noite! Por isso a alegria: o Deus fiel cumpriu o que prometera e ultrapassou toda promessa. Nesta Noite tão santa, tão única, tão cheia de frescor, como são comoventes as palavras do Apóstolo na segunda leitura. Olhem o presépio, e escutem, olhem a manjedoura e prestem atenção: “A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade”. Olhem o presépio! Olhem o presépio: a graça de Deus é uma Criança, o Menino que nos foi dado! A graça de Deus está “envolvida em faixas e deitada numa manjedoura”. Que graça pequeninha; que graça tão grande! Que graça tão frágil; que graça tão forte! Quem é tão duro de coração, que não se comova? Quem é tão desumano, que não se emocione? Quem é tão pecador, que não queira aproximar-se de Deus? Quem é tão insensível, que não sinta, nesta Noite, o desejo de amar, o desejo de ser bom, o desejo de paz, o desejo de se deixar abraçar por Deus? “Não tenhais medo!” Quem quer que sejas tu: não temas! Não tenhas receio pelos teus pecados, não te afastes da graça desta Noite por causa das tuas infidelidades! Compreende: hoje, teu Deus vem a ti! Vem a ti a Paz, vem a ti o Perdão, vem a ti a Misericórdia, vem a ti a Plenitude do teu coração e o sonho da tua vida! Hoje nasceu para ti, para nós, um Salvador!

Presta bem atenção: porque tu és fraco, ele veio sustentar-te; porque tu és inconstante, ele veio permanecer contigo; porque tu muitas vezes não sabes o caminho, ele se vez visível na nossa carne; porque tu vives em trevas, ele apareceu como luz; porque tu não podes subir a Deus, ele desceu para te elevar! Que amor tão grande, que caridade sem medida! Nesta Noite a Virgem deu à luz o próprio Deus na nossa humanidade mortal!

Por isso a alegria da Igreja, por isso, a exultação! Abramos nosso coração, abramos nossa vida, nossos afetos, nossos sentimentos, nossos projetos para o mistério desta Noite. No século V, são Leão Magno, Papa de Roma, dizia ao povo na noite de hoje: “Hoje, amados filhos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos! Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com a promessa da eternidade. Ninguém está excluído da participação nesta felicidade. Exulte o justo, porque se aproxima da vitória; rejubile o pecador, porque lhe é oferecido o perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida!”

Mas, estejamos atentos: porque Aquele que vem como luz no meio da noite, vem pobre, humilde, pequeno, frágil… e somente poderá ser reconhecido se estivermos atentos: atentos aos seus sinais, atentos às coisas pequenas, atentos aos irmãos mais frágeis, atentos ao que no mundo parece a toa, sem valor, sem importância, sem poder… O Menino somente pôde ser encontrado e reconhecido pela pobre Virgem Maria, pelo humilde José, pelos desprezados pastores… Os soberbos, os prepotentes, os esbanjadores, os orgulhosos jamais receberão a graça desta Noite!

Então, ouçamos ainda as palavras do Papa são Leão; tomemos o seu apelo para esta Noite: “Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade! Não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição. Lembra de que cabeça e de que corpo és membro. Despojemo-nos, portanto, do velho homem com seus atos; e tendo sido admitidos a participar do nascimento de Cristo, renunciemos às obras da carne!”

Por tudo isso, concluamos como iniciamos, com as palavras da Liturgia da Igreja: “Hoje, a Paz verdadeira desceu-nos do céu; hoje, os céus e a terra espalham doçura; hoje, raiou o dia do novo resgate de eterna alegria, há muito esperado! Cantai ao Senhor Deus um canto novo; cantai ao Senhor Deus ó terra inteira… na presença do Senhor, pois ele vem!”

Feliz Natal a todos! Que reine no coração de todos a graça desta noite! Amém.

Fonte: presbiteros.org.br











segunda-feira, dezembro 19, 2022

IV DOMINGO DO ADVENTO









Nestas circunstâncias, José não sabia como comportar-se perante a gravidez de Maria. Ele está ciente de que o filho que Maria estava esperando não era dele, logo teria sido Maria infiel. Tudo indica que este era certamente o seu pensamento. Diante deste quadro inquietante, procura uma maneira de sair desta difícil situação. Enquanto pensa, diz o texto bíblico, apareceu-lhe, em sonho, um anjo do Senhor, que lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber contigo Maria, tua esposa, pois o que nela gerou é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,20-21).

E o texto continua: “Despertando do sono, José fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu Maria como a sua esposa” (Mt 1, 24). Ele recebeu Maria com todo o mistério da sua maternidade; recebeu-a com o Filho que havia de vir ao mundo, por obra do Espírito Santo.  Com isto, São José demonstrou uma disponibilidade de vontade, semelhante à disponibilidade de Maria, em ordem àquilo que Deus lhe pedia, pela mediação do anjo Gabriel.

O Evangelista São Mateus ainda relata: “José … recebeu consigo a sua esposa, a qual, sem que ele a tivesse conhecido, deu à luz um filho” (Mt 1,24-25). Estas palavras indicam ainda outra proximidade esponsal. A profundeza desta proximidade, a intensidade espiritual da união e do contato entre o homem e a mulher, provêm, em última análise, do Espírito que dá a vida (cf. Jo 6,63). José, obediente ao Espírito, encontra precisamente nele a fonte do amor, do seu amor esponsal, maior do que aquele “homem justo” poderia esperar, segundo a medida do próprio coração humano.

Com isto compreendemos a provação que José teve que enfrentar nos dias que precederam o nascimento de Jesus. Este Evangelho nos mostra toda a grandeza de alma de São José, um homem bom que não permitiu que o rancor lhe envenenasse a alma.  E, em sonho, o anjo ainda diz a José: “Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo de seus pecados” (Mt 1,21). Tendo abandonado o pensamento de repudiar Maria em segredo, ele a toma consigo, porque agora os seus olhos conseguem ver em Maria a realização da obra de Deus.

São José recebe aquela que, segundo a lei, é a sua “esposa”, permanecendo virgem, tornou-se mãe pela virtude do Espírito Santo. E quando o Filho, que Maria traz no seu seio, vier ao mundo, há de receber o nome de Jesus. Este nome era bem conhecido entre os Israelitas e, em conformidade com a promessa divina, Ele realizará o que este nome significa. Em hebraico Jesus, “Yehosua”, quer dizer “Deus salva”. E de acordo com o costume da época, caberia ao pai dar o nome ao filho, por isto, o anjo prescreve a José: “E tu lhe darás o nome de Jesus”.  O anjo se dirige a José, portanto, confiando-lhe os encargos de um pai terreno em relação ao Filho de Maria. 

O evangelista São Mateus ressalta em seu texto que através de São José, o Menino estava legalmente inserido na descendência davídica e assim realizava o que estava prescrito na Sagrada Escritura, onde o Messias era profetizado como “filho de Davi” (cf. 2Sm 7,14-16. Contudo, o papel de José não pode certamente reduzir-se a este aspecto legal.  Ele é modelo do homem “justo” (Mt 1,19), que em perfeita sintonia com a sua esposa acolhe o Filho de Deus que se fez homem e vela sobre o seu crescimento humano.

Possamos nos preparar com dignidade para celebrar o Natal contemplando Maria e José: Maria, a mulher cheia de graça que confiou totalmente na Palavra de Deus; José, o homem fiel e justo que preferiu acreditar no Senhor, em vez de ouvir as vozes da dúvida e do orgulho humano. Caminhemos com eles rumo a Belém, e que eles intercedam sempre por nós, para que possamos prosseguir com o coração dilatado no caminho do bem.  Assim seja.

 

Fonte: presbíteros.com


terça-feira, dezembro 13, 2022

8 FATOS IMPRESSIONANTES SOBRE A APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE






1- As batidas do coração de Jesus

Após a aparição da imagem de nossa senhora de Guadalupe na ‘tilma’, ou seja, no manto de Juan Diego, inúmeros especialistas, de diversas áreas de atuação, foram chamados para realizarem uma primeira análise sobre esse fato inacreditável. Em uma destas análises, foi constatado que as dimensões do corpo da imagem eram as mesmas de uma gestante que estaria prestes a dar à luz. Um médico, que participava desta equipe de estudiosos, colocou um estetoscópio na imagem de Nossa Senhora e ouviu batimentos cardíacos, com aproximadamente 115 pulsações por minuto, o que é muito comum para bebês que ainda estão no ventre de sua mãe.

 

2- Refração de cores e luminosidade

O rosto, as mãos e a túnica presentes na ‘tilma’ modificam-se dependendo da posição da luz, algo que é comum avistarmos nas penas de alguns pássaros ou nas asas de borboletas. Mas, segundo diversos especialistas, esta técnica é impossível de ser reproduzida por humanos.

 

3 – A imagem não foi pintada

Até hoje, não foi identificado nenhum sinal de pintura no tecido. Mesmo com inúmeros estudos feitos na ‘tilma’, não foi possível descobrir a origem das cores que formam a imagem e nem de que forma que ela foi pintada. Não se encontrou nenhum sinal de pinceladas ou outras técnicas conhecidas. O químico alemão Richard Kuhn, vencedor do Nobel de Química de 1938 e 1949, extraiu duas fibras do manto e sua conclusão sobre estas amostras é que não possuem nenhum tipo corantes animais, vegetais, minerais ou corante sintético conhecido em 1531.

Em 1979, o biofísico Phillip Serna Callahan, junto com especialistas da Nasa, analisou a imagem para verificar se não realmente não era uma pintura ou até mesmo uma fotografia sob o tecido. Após mais de 40 fotografias infravermelhas, constatou-se que a imagem realmente não é uma pintura e nem mesmo uma fotografia e que, na verdade, a imagem se encontra 3 décimos de milímetros distante da ‘tilma’, algo inexplicável para toda a equipe.

 

4 – Durabilidade do manto

A imagem está em uma ‘tilma’, como já falei anteriormente. Uma ‘tilma’ é um conjunto de fibras de um cacto chamado maguey, que dura no máximo 20 anos. Para comprovar essa durabilidade, fez-se uma réplica, com as mesmas condições da ‘tilma’, que durou o tempo já estimado, enquanto o manto com a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe já dura mais de 500 anos.

 

5 – Os olhos de Nossa Senhora

Nos olhos da imagem de Nossa Senhora, que tem uma superfície de apenas 8 milímetros de diâmetro, foram encontradas 13 figuras. O cientista José Aste Tonsmann, Engenheiro de Sistemas da Universidade de Cornell e especialista da IBM no processamento digital de imagens, diz que essas imagens não podem ter sido feitas por um ser humano.

Quando ampliada, a imagem dos olhos de nossa senhora mostra as figuras, incluindo um índio sentado com a pernas cruzadas; o bispo; um outro espanhol, que, como se sabe, servia de intérprete para o bispo; uma mulher negra, chamada maria, que trabalhava na sede episcopal; uma família com seis pessoas, entre elas crianças; o próprio índio Juan Diego com a ‘tilma’ esticada contendo a imagem e para onde estão voltados os olhares dos demais.

 

6 – Resistência química

A ‘tilma’ com a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe já resistiu ao contato com dois ácidos: o ácido nítrico e ácido muriático. O primeiro foi derramado em 1785, por um trabalhador que acidentalmente derramou o ácido nítrico sob o manto, o que deveria ter corroído o tecido, mas ele permaneceu intacto. O contato com o segundo ácido aconteceu em 1791, quando foi derrubado ácido muriático ao lado superior da ‘tilma’. Mesmo afetado e sem receber nenhum tipo de tratamento, o tecido conseguiu se reconstituir em menos de 30 dias.

 

7 – O manto sobreviveu a uma bomba

Em 1921, uma bomba foi colocada próxima ao manto. Com a explosão, todos os vidros do local explodiram, exceto o vidro que protege a ‘tilma’, mantendo-a intacta.

 

8 – Céu do México

As estrelas presentes no manto da Virgem Maria representam a exata configuração e a posição em que se apresentava o céu do México no dia 12 de dezembro de 1531.

Desde 1531, as aparições de Maria deixaram profundas marcas na história, na alma e no coração dos fiéis. As impressionantes provas da aparição de Nossa Senhora ao índio Juan Diego até hoje surpreendem a todos até hoje.


Fonte: pt.aleteia.org


segunda-feira, dezembro 12, 2022

MISSA SHOPPING FASHION MALL







Este terceiro domingo do Advento tem um tema predominante: a alegria provocada pela vinda do Senhor. Por isso, a cor rosa, que pode ser usada como um roxo atenuado. Alegrai-vos (Gaudete!) – convida-nos a liturgia, inspirando-se nas palavras do Apóstolo: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto!” (Fl 4,4s).

Mas, pensando bem: há motivos para alegria verdadeira, profunda, responsável? Ante as lutas e fardos da vida, podemos realmente alegrar-nos? Antes as feridas e machucados do nosso coração, é possível uma alegria duradoura e verdadeira? Ante as desacertos e desvios do mundo, é realmente possível este gáudio a que nos convida a Igreja, com as palavras de São Paulo? E, no entanto, o convite é insistente: Alegrai-vos!

Pensemos nas palavras tão consoladoras das leituras deste hoje! São para a terra deserta do coração do mundo e para o nosso: “Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e cresça como um lírio. Germine e exulte de alegria e louvores! Seus habitantes verão a glória do Senhor, a majestade do nosso Deus!” Que cristão, que homem ou mulher de boa vontade não lamentam a situação atual da humanidade? Quem não sente na vida a tentação de fraquejar, e a mordida do desencanto? Quem, às vezes, não pergunta onde Deus está, que parece tão distante e ausente? Escutai: “Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. Dizei às pessoas deprimidas: ‘Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é o vosso Deus: ele vem para vos salvar!’” É esta a esperança do santo Advento: a esperança num Deus que não nos esquece, não nos desilude, não nos deixa sozinhos… um Deus que vem ao nosso encontro no Santo Messias esperado! O profeta Isaías promete: “Então se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos. O coxo saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos”. E o que o profeta promete, o Senhor Jesus vem realizar: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados!” Eis aqui o motivo da nossa alegria: a certeza da fé em Jesus Cristo: ele é a presença pessoal de Deus entre nós, ele é aquele que cura nossas feridas, sustenta-nos na fraqueza, enche de doce presença o nosso coração solitário! Confiemos ao Senhor o mundo, a nossa vida, os nossos problemas, as coisas que nos preocupam. Lutemos e confiemos; lutemos e enchamos o coração de esperança no Senhor! A salvação que ele trouxe haverá de se manifestar um dia: “A Vinda do Senhor está próxima” – diz-nos São Tiago!

As grandes tentações para o cristão de hoje são a falta de entusiasmo e de esperança, um cansaço ante a paganização do mundo e a teimosia humana… A consequência, é a falta de uma alegria verdadeira. Procuram-se cristãos alegres, cristãos convictos, cristãos radicais! Precisam-se urgentemente de cristãos apaixonados, cristãos de verdade, cristãos que creiam no que acreditam! Afinal, somente há alegria duradoura e profunda somente quando se encontra o sentido da existência, e este sentido nos é oferecido pelo Cristo; unicamente em Cristo! Esperemos nele: na sua palavra, no seu juízo, na sua graça! Ele não nos esqueceu, ele não está ausente do mundo e da nossa vida! Recordemos a forte exortação de São Tiago: “Ficai firmes até à Vinda do Senhor! Ficai firmes e fortalecei vossos corações, porque a Vinda do Senhor está próxima! Irmãos, tomai como modelo de sofrimento e firmeza os profetas que falaram em nome do Senhor!”

O Advento não somente nos prepara para a celebração da primeira vinda do Senhor no Natal, mas nos convida a reconhecer suas vindas na nossa vida e a esperar com ânsia e compromisso sua Vinda final! Caminhemos, caríssimos, na alegria de quem espera com certeza: “Alegrai-vos sempre no Senhor! O Senhor está perto!”


Fonte: presbiteros.com













quarta-feira, dezembro 07, 2022

ARMANDO O PRESÉPIO








Já estamos em um novo Ano Litúrgico, no Advento, tempo da “bela tradição das famílias prepararem o Presépio, e o costume de o armarem nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças” ...: é assim que começa a Carta Apostólica do Papa Francisco, “Sinal Admirável”, sobre o valor e o significado do Presépio.  

“Representar o acontecimento da natividade de Jesus equivale a anunciar, com simplicidade e alegria, o mistério da encarnação do Filho de Deus. O Presépio é como um Evangelho vivo que transvaza das páginas da Sagrada Escritura. Ao mesmo tempo que contemplamos a representação do Natal, somos convidados a colocar-nos espiritualmente a caminho, atraídos pela humildade d’Aquele que Se fez homem a fim de Se encontrar com todo o homem, e a descobrir que nos ama tanto, que Se uniu a nós para podermos, também nós, unir-nos a Ele. O evangelista Lucas limita-se a dizer que, tendo-se completado os dias de Maria dar à luz, ‘teve o seu filho primogênito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria’ (2, 7). Jesus é colocado numa manjedoura, que, em latim, se diz praesepium, donde vem a nossa palavra presépio. Ao entrar neste mundo, o Filho de Deus encontra lugar onde os animais vão comer. A palha torna-se a primeira enxerga para Aquele que Se há de revelar como ‘o pão vivo, o que desceu do céu’ (Jo 6, 51). Uma simbologia, que já Santo Agostinho, a par doutros Padres da Igreja, tinha entrevisto quando escreveu: ‘Deitado numa manjedoura, torna-Se nosso alimento’. Na realidade, o Presépio inclui vários mistérios da vida de Jesus, fazendo-os aparecer familiares à nossa vida diária”.

A ideia dessa representação é atribuída a São Francisco de Assis: “Quero representar o Menino nascido em Belém, para de algum modo ver com os olhos do corpo os incômodos que Ele padeceu pela falta das coisas necessárias a um recém-nascido, tendo sido reclinado na palha duma manjedoura, entre o boi e o burro” ... “O Presépio é um convite a ‘sentir’, a ‘tocar’ a pobreza que escolheu, para Si mesmo, o Filho de Deus na sua encarnação, tornando-se assim, implicitamente, um apelo para O seguirmos pelo caminho da humildade, da pobreza, do despojamento, que parte da manjedoura de Belém e leva até à Cruz, e um apelo ainda a encontrá-Lo e servi-Lo, com misericórdia, nos irmãos e irmãs mais necessitados”.

“‘Vamos a Belém ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer’ (Lc 2, 15) ...: os pastores tornam-se as primeiras testemunhas do essencial, isto é, da salvação que nos é oferecida... Pouco a pouco, o Presépio leva-nos à gruta, onde encontramos as figuras de Maria e de José. Maria é uma mãe que contempla o seu Menino e O mostra a quantos vêm visitá-Lo... Ao lado de Maria, em atitude de quem protege o Menino e sua mãe, está São José... É o guardião” ... “O coração do Presépio começa a palpitar, quando colocamos lá, no Natal, a figura do Menino Jesus. Assim Se nos apresenta Deus, num menino, para fazer-Se acolher nos nossos braços... Em Jesus, Deus foi criança e, nesta condição, quis revelar a grandeza do seu amor” ...

 

Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan


segunda-feira, dezembro 05, 2022

II DOMINGO DO ADVENTO









Nós, cristãos, temos, no entanto, uma missão neste mundo, nesta situação atual. Escutemos o profeta: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo! Raça de víboras! Quem vos ensinou a fugir da ira que vai chegar? Produzi frutos que provem a vossa conversão! O machado está na raiz da árvore e toda aquela que não produzir fruto será cortada e lançada ao fogo!” Caros irmãos, o Advento, tempo de alegre expectativa, é também tempo de juízo. O mundo precisa do nosso testemunho, da nossa palavra de esperança, do nosso modo de viver inspirado no Evangelho! Chega de um bando de cristãos vivendo como todo mundo vive, pecando como todo mundo peca, medíocres como muitos são medíocres! Se não dermos frutos, seremos cortados! Vivemos num mundo que não somente é descrente como também zomba da fé: as porcarias das novelas, a corrupção dos governantes, a imoralidade sexual, e dissolução das famílias, a imoralidade da ciência prepotente que se julga senhora do bem e do mal, as calúnias e mentiras contra a Igreja, o modo de viver de quem não tem esperança… E muitos de nós, que nos dizemos crentes, não notamos isso, vivemos numa boa entre os pagãos e como os pagãos… E ainda nos dizemos cristãos!

 

O roxo desse tempo convida-nos à vigilância, a compreendermos que Aquele que vem com amor, que vem como Salvador, nós o podemos perder para sempre se não nos abrirmos para ele no aqui e no agora de nossa existência. Não brinquemos com a vida que temos: ela poderá ser plenificada pelo Santo Messias com a glória do céu; ou poderá ser perdida para sempre, longe do Cristo de Deus, num total absurdo, a que chamamos inferno! Não esqueçamos: o sonho de Deus é lindo: é de salvação e de paz! Levemo-lo a sério, vivamo-lo e sejamos suas testemunhas no mundo de hoje! Não relaxemos, não desanimemos, não nos cansemos de esperar. Como diz a profecia de Isaías, numa de suas passagens mais misteriosas: “Sentinela, que resta da noite? Sentinela, que resta da noite? A sentinela responde: ‘A manhã vem chagando, mas ainda é noite’. Se quereis perguntar, perguntai! Vinde de novo!” (Is 21,11s). Quanto restará da noite deste mundo? Não sabemos! Mas, a manhã, a aurora radiosa do dia do Messias virá! Nós somos as sentinelas que o Senhor colocou na noite deste mundo. Vigiemos! Ainda que tantas vezes nos perguntemos: Meu Deus, “quanto resta de noite?” O Senhor não nos impede de perguntar: “se quereis perguntar, perguntai…” Mas – atenção! – ele não aceita que percamos a esperança, que deixemos nosso posto de vigia: “Vinde de novo!” Eis, novamente, o convite que ele nos faz: Vinde de novo! Recomeçai, retomai a esperança, vigiai: ainda é noite, mas a manhã luminosa vem chegando! Vem, Senhor Jesus! Vem, ó Santo Messias! Tem piedade de nós! Amém.











quinta-feira, dezembro 01, 2022

MISSA DE NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS







O Dia de Nossa Senhora das Graças é celebrado anualmente em 27 de novembro, data que coincide com a aparição da santa para a noviça francesa Catarina de Labouré, em 1830.

Também conhecida por Nossa Senhora da Medalha Milagrosa e Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças, Nossa Senhora das Graças é um dos títulos atribuídos à Virgem Maria pela Igreja Católica.

De acordo com o relato religioso, quando Nossa Senhora das Graças apareceu para Santa Catarina, pediu para ela fizesse uma pequena medalha que representasse o episódio da sua aparição. Desta maneira, todas as pessoas usassem receberiam as suas graças.

Maria é reconhecida pela Igreja como portadora das graças desde que Deus a escolheu para gerar em seu ventre e trazer Jesus Cristo à humanidade.

No ano de 1830, segundo a noviça Catarina Labouré, a Mãe do Filho de Deus revelou-se a ela em uma visão como Nossa Senhora das Graças. O fato ocorreu em Paris no dia 27 de novembro, numa capela localizada na Rua Du Bac, 140.

Na revelação, Nossa Senhora das Graças estava rodeada de uma moldura oval com as seguintes inscrições em ouro “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a Vós” e outros detalhes que, posteriormente, Catarina Labouré buscou confeccionar conforme as suas lembranças e que ficou conhecido como medalha milagrosa.

À medalha são atribuídos diversos milagres, principalmente quando os franceses foram assolados por um surto de peste negra e curas milagrosas aconteciam aos que com fé utilizavam a medalha.

A noviça que contemplou Nossa Senhora das Graças faleceu em 1876 e foi canonizada em 1947 pelo para Pio XII como Santa Catarina Labouré.

 

Oração a Nossa Senhora das Graças

“Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades (momento de silêncio e de pedir a graça desejada).

Concedei, pois, ó Nossa Senhora das Graças, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior Glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre como verdadeiros cristãos. Amém”.












terça-feira, novembro 29, 2022

MISSA DO CRISMA










A liturgia da palavra para este domingo nos mostra a atitude interior que devemos ter para esperar o Senhor que vem. O evangelho faz uma alusão à Arca de Noé e apresenta alguns símbolos que enfatizam aqueles que souberam esperar. As imagens tocantes do evangelho nos levam a pensar se Deus não estaria sendo injusto “um tomado e outro deixado”. As pessoas parecem estar fazendo a mesma coisa.

Inicialmente encontramos no texto a imagem das duas mulheres que estão a moer e dos dois homens que estão a trabalhar no campo, apresentam-se como uma grande interrogação para a consciência cristã. Primeiramente, porque o texto sagrado nos mostra que o juízo de Deus tem em si uma certa dimensão de surpresa. Só Deus conhece os pensamentos mais íntimos. O que externamente não aparece. Podemos enganar os outros, mas não a Deus.

A parábola ainda toma como termo de comparação o ladrão que pode chegar em horário inesperado. Uma comparação que aparece também em outros escritos do Novo Testamento (cf. 1Ts 5,2-4; 2Pd 3,10). O texto é apresentado visando mostrar que o discípulo de Jesus deve ser como o dono de uma casa, sempre vigilante para impedir a entrada de ladrões em sua residência. E como ele não sabe a hora exata em que o ladrão virá, deverá sempre estar em estado de alerta (v. 43). O homem preocupado demais com o viver e se satisfazer com o presente, esquece muitas vezes a dimensão futura da vida. A vinda do Cristo é certa, mas o momento exato dessa vinda é incerto, por isso a atitude do cristão é a abertura e a vigilância.

Enquanto o evangelho insiste em uma vigilância incansável, e uma prontidão constante em face à vinda do Senhor, a história e a experiência cotidiana nos ensinam que o Senhor não tem pressa para vir, mas chegará de modo inesperado, como o dilúvio no dias de Noé (v. 37). Os conterrâneos de Noé viviam despreocupados, mas o julgamento divino os surpreendeu. O texto evangélico começa com uma comparação de caráter geral: “Como foi nos dias de Noé, assim… a parusia do Filho do Homem” (v. 17). E a maioria das pessoas não se preparam para esta vinda. O mesmo texto também faz uma outra comparação com a descrição mais pormenorizada do procedimento despreocupado dos habitantes de Sodoma (v. 39).

A intenção do evangelista São Mateus é acordar a comunidade cristã para a vinda do Senhor e a convida a abrir os olhos para descobrir o agir de Deus no cotidiano da vida: “trabalhando no campo”, “moendo no moinho”. Dessa forma, estando vigilantes, não serão surpreendidos e serão capazes de estar atentos, vigilantes para descobrir os apelos que Deus nos faz a cada dia, e saber responder estes apelos com prontidão e alegria.

Os acontecimentos são postos para exigir a vigilância que cada um deve ter, vigilância que deve subsistir até nas horas tardias da madrugada em que os ladrões podem atacar. O que se pretende lembrar é que cada um deve estar com as suas contas acertadas com Deus na hora em que Ele vier.

A questão fundamental é, portanto, esta: o crente ideal é aquele que está sempre vigilante, atento, preparado, para acolher o Senhor que vem. Não perde oportunidades, porque não se deixa distrair com os bens deste mundo, não vive obcecado com os prazeres deste mundo e não faz deles a sua prioridade fundamental, mas, dia a dia, cumpre o papel que Deus lhe confiou, com empenho e com responsabilidade.

A vigilância está unida à ideia de estar acordado, atento e pronto para agir, seja para construir uma obra boa, seja para combater uma obra má. Trata-se de um esforço pessoal em “caminhar na luz do Senhor”, como nos recorda o Profeta Isaías na primeira leitura (cf. Is 2,5), ou como lembra São Paulo na segunda leitura (cf. Rm 13,11-14), com a nossa coragem de deixar as obras das trevas e praticar as obras de luz.