quinta-feira, abril 10, 2025

V DOMINGO DA QUARESMA









O episódio da mulher apanhada em adultério, trazida até Jesus pelos escribas e doutores da Lei, oferece-nos um muito belo retrato de Deus e da forma como Deus encara a fragilidade dos seus filhos e filhas. Garante-nos que o Deus que Jesus nos veio revelar funciona numa lógica de misericórdia e não numa lógica de estrita retribuição; diz-nos que a força de Deus não está na condenação e no castigo, mas sim no amor e no perdão

Sempre que caímos uma e outra e outra vez nos mesmos erros, Ele diz-nos: “Eu não te condeno”; sempre que nos apresentamos diante d’Ele dececionados com a forma como conduzimos a nossa vida, Ele consola-nos e garante-nos: “Eu não te condeno”; sempre que nos sentimos malvistos, incompreendidos, marginalizados, Ele diz-nos: “Eu não te condeno”. Neste tempo quaresmal, quando somos convidados a olhar para as nossas fragilidades mil vezes repetidas, é consolador ouvirmos de Deus este “Eu não te condeno”; dá-nos vontade de superarmos as nossas limitações e de abraçarmos, com decisão, um caminho novo, uma vida nova.

Jesus não se limitou a dizer à mulher que não a condenava, mas, com respeito e delicadeza, colocou-a na rota de uma vida nova: “vai e não tornes a pecar”.

LEITURA II – Filipenses 3,8-14

O que é perdoar? É esquecer ingenuamente as injustiças passadas? Não. Perdoar é recordar o mal que nos fizeram e, apesar disso, adotar uma atitude não discriminatória nem vingativa contra aquele que fez o mal; é ter presente o que nos feriu e, apesar disso, inverter a lógica de violência e de agressividade para começar uma história nova, criadora de um futuro diferente com a pessoa que nos magoou. Quem perdoa, evidentemente, corre riscos; mas, ao perdoar, estamos a evitar o maior de todos os riscos: o de nos fecharmos a qualquer futuro e de deixarmos que o ódio envenene as nossas vidas.






















segunda-feira, abril 07, 2025

RETIRO PARA AS CRIANÇAS










Qual é o significado da Santa Missa?

 

A Santa Missa é o ponto central da nossa fé. É a celebração da Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão de Cristo, que se presentifica sobre o altar. É importante relembrar que não é uma “lembrança” apenas do que se passou com Jesus, e sim a “presentificação” do mesmo e único Calvário. Isso se faz presente pela ação do próprio Cristo, uma vez que, Ele atua por meio do sacerdote celebrante.

 

Não é um ato de “multiplicação” do Calvário, mas o mesmo e único sacrifício do Senhor que se renova. As ações de Cristo são “teândrica”, isto é, divinas e humanas. Por isso, não podem ser destruídas pelo tempo, como acontece com nossas ações meramente humanas. Nós, criaturas, estamos sujeitas ao tempo, Deus não; pois Ele é o Senhor do tempo.

 

A finalidade da Santa Missa é oferecer a Deus Pai o sacrifício de Cristo, único e perfeito para:

 

1-Honrar e glorificar a Majestade Divina;

2-Agradecer os dons e graças que recebemos de Deus a cada instante;

3- Pedir perdão dos nossos pecados;

4- Pedir as graças para chegarmos à vida eterna com Deus.

 

Os pais precisam ser exemplo

 

Outras intenções podem ser colocadas. Por Cristo, no Espírito Santo, oferecemos a Deus toda honra e glória devidas. Pela importância fundamental da Santa Missa, a Igreja obriga que a criança, após a Primeira Comunhão, participe da Missa ao menos no domingo; e os pais devem cuidar disso com esmero. Nessa idade, a criança já tem o uso da razão e pode entender as explicações sobre a celebração. Evidentemente, não é fácil fazer uma criança entender isso com profundidade e, consequentemente, participar da Santa Missa com a devida atenção e devoção. Isso deve ser atingido em processo lento de catequese, que deve se iniciar com os pais e se completar na preparação para a Primeira Comunhão.

 

Em primeiro lugar, os pais precisam conhecer bem o que é a Santa Missa. Entender as partes da Missa (entrada do sacerdote; ato penitencial; oração da coleta; liturgia da Palavra; homilia; o Credo; oração da comunidade; oração Eucarística e consagração; transubstanciação do pão e do vinho; ação de graças e conclusão). Há bons livros que explicam, detalhadamente, a Missa para os pais e catequistas. O melhor que eu conheço é o do Bispo italiano Dom Raffaello Martinelli, “Eucaristia, pão da vida eterna” (Editora Cultor, SP). Posso também indicar um livro para explicar a Missa para as crianças: “A História da Missa”, de Filipe Santos (Ed. Cléofas, Lorena, SP).

 

Entender cada parte da Missa é fundamental

 

As crianças só participarão da Santa Missa com a devida atenção e devoção se entenderem o seu profundo significado para a nossa salvação, se lhes explicarmos, detalhadamente, o significado de cada gesto, ato e palavra da liturgia da celebração da Missa. Os livros citados acima dão uma boa explicação de cada parte da Missa. É fundamental que a criança entenda cada parte da liturgia e seu significado, e isso exige dos pais um zelo carinhoso e paciente para com ela.