Coordenada pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM),
tem como objetivo financiar projetos missionários em todo o mundo. Depois de
recolhidos, os envelopes são encaminhados ao Fundo Universal de Solidariedade,
em Roma. De lá, as ofertas são redistribuídas em âmbito mundial.
“Estes recursos são importantes. Uma pequena parte
deles fica para a organização da campanha e a manutenção das POM, e a maior
parte é enviada para o Fundo Universal de Solidariedade, que financia projetos
de ajuda à missões, especialmente na Ásia e na África. São projetos como o
sustento de dioceses, a manutenção de seminários, obras sociais e assistência
aos missionários”, explicou padre Camilo Pauletti, diretor nacional das POM.
As coletas ocorrem anualmente, no mesmo domingo em que
se celebra o Dia Mundial das Missões. O montante doado chega às dioceses de
acordo com a necessidade de cada uma. Sua finalidade é despertar as vocações
missionárias, além de sustentar as atividades de promoção humana e
evangelização nos cinco continentes.
Queridos irmãos e irmãs. Este ano celebramos o Dia
Mundial das Missões enquanto está-se concluindo o Ano da fé, ocasião importante
para reforçar a nossa amizade com o Senhor e o nosso caminho como Igreja que
anuncia com coragem o Evangelho.
A fé é dom precioso de Deus, o qual abre a nossa mente para que o possamos conhecer e amar. Ele quer se relacionar conosco para fazer-nos partícipes da sua própria vida e tornar a nossa vida mais plena de significado, melhor e mais bela. Deus nos ama!
A fé, porém, precisa de ser acolhida, ou seja, pede a nossa resposta pessoal, a coragem de confiarmo-nos a Deus, de viver o seu amor, gratos pela sua infinita misericórdia. É um dom que não é reservado a poucos, mas que é oferecido com generosidade.
O anúncio do Evangelho faz parte do ser discípulos de Cristo e é um
compromisso constante que anima toda a vida da Igreja. "O ardor missionário é
um sinal claro da maturidade de uma comunidade eclesial" (Bent o XVI, Exort.
ap. Verbum Domini, 95). Uma comunidade é “adulta” quando professa a fé, a
celebra com alegria na liturgia, vive a caridade e anuncia sem cessar a Palavra
de Deus, saindo do próprio recinto para levá-la também às “periferias”, sobretudo
a quem ainda não teve a oportunidade de conhecer Cristo. A solidez da nossa fé,
em nível pessoal e comunitário, mede-se também pela nossa capacidade de
comunicá-la a outros, de difundi-la, de vivê-la na caridade, de testemunhá-la a
quem encontramos e compartilham conosco o caminho da vida.
O Ano da fé, cinquenta anos depois do início do Concílio Vaticano II, é de estímulo para que toda a Igreja tenha uma consciência renovada da sua presença no mundo contemporâneo, da sua missão entre os povos e as nações. A missionariedade não é somente uma questão de territórios geográficos, mas de povos, de culturas e de cada pessoa, precisamente porque os “confins” da fé não atravessam somente locais e tradições humanas, mas o coração de cada homem e de cada mulher.
Cada comunidade, portanto, é interpelada e convidada a fazer próprio o mandamento confiado por Jesus aos Apóstolos de ser suas "testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra" (At 1,8), não como um aspecto secundário da vida cristã, mas como um aspecto essencial: todos somos enviados às estradas do mundo para caminhar com os irmãos, professando e testemunhando a nossa fé em Cristo e fazendo-nos anunciadores do seu Evangelho
Frequentemente, a obra de evangelização encontra obstáculos não somente no exterior, mas dentro da própria comunidade eclesial. Às vezes, são fracos o fervor, a alegria, a coragem, a esperança em anunciar a todos a Mensagem de Cristo e em ajudar os homens do nosso tempo a encontrá-lo. Às vezes, ainda se pensa que levar a verdade do Evangelho é fazer violência à liberdade. Paulo VI tem palavras iluminantes a propósito: "Seria ... um erro impor qualquer coisa à consciência dos nossos irmãos. Mas propor a essa consciência a verdade evangélica e a salvação em Jesus Cristo, com absoluta clareza e com todo o respeito pelas opções livres que essa consciência fará ... é uma homenagem a essa liberdade" (Exort, ap. Evangelii nuntiandi, 80).
É urgente fazer resplandecer no nosso tempo a vida boa do Evangelho com o
anúncio e o testemunho, e isso a partir de dentro da Igreja. Porque, neste
perspectiva, é importante jamais esquecer um princípio fundamental para todo o
evangelizador: não se pode anunciar Cristo sem a Igreja. Evangelizar nunca foi
um ato isolado, individual, privado, mas sempre eclesial.
Paulo VI escrevia
que "quando o mais obscuro dos pregadores, dos catequistas ou dos pastores, no
rincão mais remoto, prega o Evangelho, reúne a sua pequena comunidade, ou
administra um sacramento, mesmo sozinho, ele perfaz um ato de Igreja". Ele não
atua "por uma missão pessoal que se atribuísse a si próprio, ou por uma inspiração
pessoal, mas em união com a missão da Igreja e em nome da mesma" .
Levemos a este mundo,
com o nosso testemunho, com amor, a esperança doada pela fé! A missionariedade
da Igreja não é proselitismo, mas sim testemunho de vida que ilumina o caminho,
que traz esperança e amor.
Gostaria de encorajar todos a fazerem-se portadores da boa nova de Cristo e
sou grato de modo especial aos missionários e às missionárias, aos presbíteros
fidei donum, aos religiosos e às religiosas, aos fiéis leigos – cada vez mais
numerosos – que, acolhendo a chamada do Senhor, deixam a própria pátria para
servir o Evangelho em terras e culturas diferentes.
A solicitude por todas as Igrejas, que o Bispo de Roma
compartilha com os irmãos Bispos, encontra uma importante aplicação no empenho
das Pontifícias Obras Missionárias, que têm a finalidade de animar e aprofundar
a consciência missionária de cada batizado e de cada comunidade, seja evocando
a necessidade de uma formação missionária mais profunda de todo o Povo de Deus,
seja alimentando a sensibilidade das Comunidades cristãs a oferecer a sua ajuda
para favorecer a difusão do Evangelho no mundo.
Por fim, um pensamento aos cristãos que, em várias
partes do mundo, se encontram em dificuldade em professar abertamente a própria
fé e em ver reconhecido o direito a vivê-la dignamente. São nossos irmãos e
irmãs, testemunhas corajosas – ainda mais numerosas do que os mártires nos
primeiros séculos – que suportam com perseverança apostólica as várias formas
atuais de perseguição. Não poucos arriscam inclusive a vida para permanecer
fiéis ao Evangelho de Cristo. Desejo garantir a minha proximidade com a oração
às pessoas, às famílias e às comunidades que sofrem violência e intolerância e
repito a eles as palavras consoladoras de Jesus: "Coragem, eu venci o mundo" (Jo 16,33).
Bento XVI exortava: "A Palavra do Senhor avance e seja glorificada (2 Ts 3, 1)! Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro" (Carta ap. Porta fidei, 15).
São os meus votos para o
Dia Mundial das Missões deste ano. Abençoo de coração os missionários e as
missionárias e todos aqueles que acompanham e apoiam este empenho fundamental
da Igreja para que o anúncio do Evangelho possa ressoar em todos os cantos da
terra, e nós, ministros do Evangelho e missionários, experimentaremos "a suave
e reconfortante alegria de evangelizar" (Paulo VI, Esort. ap. Evangelii
nuntiandi, 80).
COLETA PARA AS MISSÕES DIAS 19 E 20 DE OUTUBRO
arqrio.org
pom.org.br
vatican.va
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