NOSSA SENHORA RAINHA
22 de agosto de 2020
Paróquia São
Conrado
Cidade
do Vaticano
A
festa de Nossa Senhora Rainha tem suas raízes nos primeiros séculos da história
cristã. O primeiro a chamá-la assim foi Santo Efrém no século IV. Mais tarde
outros Padres da Igreja que reconheceram a sua dignidade de realeza como Mãe do
Rei do Universo. No concílio de Éfeso do século V foi reconhecido, contra as
teses de Nestório, que Maria era a Theotókos, a mãe de Deus. Depois disso
começou a tradição da coroação de Nossa Senhora. Porém, a devoção a Nossa
Senhora Rainha teve que esperar até o século XX para se concretizar em uma
verdadeira festa.
A festa de Nossa Senhora Rainha
Em
1954, o Papa Pio XII com a Encíclica Ad Coeli Reginam, instituiu pela
primeira vez a festa de Nossa Senhora Rainha do Universo, fixando-a para o dia
31 de maio e explicava:
“Não é verdade nova que propomos à crença do povo
cristão porque o fundamento e as razões da dignidade régia de Maria encontram-se
bem expressos em todas as idades, e constam dos documentos antigos da Igreja e
dos livros da sagrada liturgia”
Pio
XII evidenciou as referências: da Sagrada Escritura aos padres da Igreja, da
liturgia à arte. Mais tarde, depois da reforma litúrgica, a data foi mudada por
Paulo VI para o dia 22 de agosto, oito dias depois da Festa da Assunção de
Nossa Senhora, para evidenciar a proximidade da sua glorificação corpórea. E –
pode-se observar – foi o próprio Pio XII, em 1950, quem proclamou o dogma da Assunção
da Virgem Santíssima ao Céu.
O movimento que levou à Festa
Foi
no início do século XX que começaram os movimentos para a proclamação de Nossa
Senhora Rainha do Universo, a partir de três congressos marianos daquela época.
Quem deu grande impulso foi Pio XI que, na conclusão do Ano Santo de 1925,
proclamou a Festa de Cristo Rei. Mais tarde, foi uma mulher, Maria Desideri,
que nos anos 1930 em Roma, que deu início ao movimento Pro regalitatae
Mariae para recolher petições de todo o mundo em favor da instituição
da festa. E foi justamente este percurso que levou à decisão de Pio XII de
instituir a festa litúrgica. Um mês depois, ainda em 1954, Papa Pacelli
pronunciou um importante discurso em honra de Maria Rainha antes fazer uma
comovedora oração e à coroação da Venerada imagem de Maria “Salus Populi
Romani”. Certamente Pio XII recordava da ajuda que recebera de Nossa Senhora
quando – invocada durante a Segunda Guerra Mundial – evitou que Roma fosse alvo
de uma batalha final entre alemães e aliados. Não foi por acaso que Pio XII
proclamou 1953 Ano Mariano no qual inaugurou a tradição da homenagem a Maria
por parte dos Papas no dia 8 de dezembro, e que permanece até hoje com grande
devoção.
Os Papas e Nossa Senhora Rainha
São
inesquecíveis as muitas orações e atos de consagração a Maria feitos por São
João Paulo II no decorrer do seu pontificado. Bento XVI dedicou a Nossa Senhora
Rainha a Audiência geral de 22 de agosto de 2012 explicando
a sua realeza:
“Como
exerce Maria esta realeza de serviço e amor? Velando sobre nós, seus filhos: os
filhos que se dirigem a Ela na oração, para lhe agradecer ou para lhe pedir a
sua tutela maternal e a sua ajuda celestial, talvez depois de se ter extraviado
pelo caminho, oprimidos pela dor ou angústia, pelas vicissitudes tristes e
difíceis da vida. Na serenidade ou na escuridão da existência, dirijamo-nos a
Maria confiando-nos à sua intercessão continua, porque do Filho nos possa
alcançar toda a graça e misericórdia necessárias para o nosso peregrinar ao
longo das sendas do mundo”.
Enquanto
que o Papa Francisco no ano passado, na videomensagem pelo 300º
aniversário da coroação de Nossa Senhora de Częstochowa na Polônia disse:
“Maria não é uma Rainha distante, sentada num
trono, mas a Mãe que abraça o Filho e com Ele todos nós, seus filhos. É uma Mãe
verdadeira, com o rosto marcado, uma Mãe que sofre porque se preocupa pelos
problemas da nossa vida”
Portanto,
a Igreja sempre quis evidenciar que a realeza de Maria é de serviço e de amor
como a de Seu Filho.
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