No
Evangelho (Jo. 2,1-11) é narrado um momento festivo: um casamento que tem como
convidados Jesus, seus discípulos e também sua mãe. Todavia em meio a tantas
alegrias, um momento de preocupação surge: o vinho, essencial para a festa,
começa a faltar. O evangelista João nos oferece assim uma rica catequese.
O
vinho, cuja falta preocupa, é o símbolo da alegria do amor, da amizade, da
aliança restabelecida entre Deus e os homens. O vinho é sinal também do sangue
com o qual o Filho de Deus selará a sua aliança nupcial e definitiva com a
humanidade. O vinho das Bodas de Caná se torna também símbolo da maior de todas
as graças concedidas por Deus: Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é a primeira das
graças que Maria trouxe. Tendo Jesus a humanidade tem tudo, pois quem possui
Cristo na vida, nada lhe falta.
A
ação de Maria ao dialogar com Jesus tem um importante ensinamento. Ela na
verdade não dirige nenhum pedido a Ele; Não faz nenhuma exigência, não sugere
um sinal ou milagre. Pronuncia apenas uma frase: “Eles não têm mais vinho”. Com
esta atitude Maria ensina a rezar. Pois, interceder e rezar não significa dizer
a Deus o que ele tem que fazer. Ela nos ensina a entregar tudo nas mãos do
Senhor e deixar que Ele decida o que é melhor para nós ao invés de colocar
nossa vontade acima de tudo. Sua frase dita aos que serviam na festa só
fortalece ainda mais o ato de rezar: “fazei o que Ele vos disser”. As vezes em
nossas orações falamos demais, reclamamos, murmuramos insatisfeitos. E enquanto
balbuciamos nossas murmurações, não silenciamos para ouvir Deus nos falar. O
discípulo deve estar sempre atento para ouvir e praticar o que o Mestre pedir
ou ordenar.
O
Sinal das Bodas de Caná é o primeiro milagre com o qual Jesus manifesta
publicamente sua glória e com o qual Ele se revela como o Esposo messiânico,
vindo ao encontro do seu povo para selar uma nova e eterna Aliança de amor.
Hoje, vemos Maria como Mãe que pede e que intercede pelos filhos junto ao
Filho. Aprendemos a bondade e a generosidade de Maria, mas também a humildade
em aceitar a vontade de Deus. Um dia no amanhecer do mar da Galiléia, Jesus faz
Pedro colher uma pesca frutuosa. Um dia no amanhecer do Rio Paraíba, Maria, com
uma milagrosa e abundante pesca, recorda e ensina a três humildes filhos que
seu Filho divino é amor e providência.
Que
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Mãe dos Peregrinos, nos acompanhe em
nosso caminho de fé e de missão. Que como Mãe vele por nossa conversão, nos
ensine a ser vinho bom, imitando-a na sua atitude de humildade, solicitude e de
amor. Encerremos invocando-a com as palavras da antífona: “À Vossa proteção
recorremos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas
necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e
bendita. Amém”.
ACOLHIMENTO
DA NOVA MINISTRA DA EUCARISTIA