Em
meio à onda de devassidão que assola o mundo de hoje, a virtude da pureza está
se tornando uma pérola rara e mais preciosa. Por isso vale a pena recordar a
vida de uma santa, cuja memória Igreja celebra no próximo dia 6, Santa Maria
Goretti, mártir da pureza.
Santa Maria Goretti, denominada a Santa
Inês do século XX, foi assassinada em 6 de julho de 1902, com cerca de 12 anos
de idade, porque preferiu morrer a ofender a Deus, pecando contra a castidade,
como a queria forçar seu assassino. Ela era uma menina de família católica, de
boa formação. Tive a graça de visitar, por duas vezes, o local do seu martírio.
Belíssimas as palavras do Papa Pio XII
a seu respeito: “Santa Maria Goretti pertence para sempre ao exército das
virgens e não quis perder, por nenhum preço, a dignidade e a inviolabilidade do
seu corpo. E isso não porque lhe atribuísse um valor supremo, senão porque,
como templo da alma, é também templo do Espírito Santo. Ela é um fruto maduro
do lar cristão, onde se reza, onde se educam os filhos no temor de Deus e na
obediência aos pais. Que o nosso debilitado mundo aprenda a honrar e a imitar a
invencível fortaleza desta jovem virgem”.
Seu assassino, Alessandro Serenelli,
então com 20 anos, passou 30 anos na prisão e, graças às orações e ao perdão da
santa, arrependeu-se e se converteu, morrendo santamente aos 89 anos num
convento dos padres capuchinhos em 6 de maio de 1956.
Ele escreveu o livro “O Punhal de
tantos remorsos”, onde diz: “Aos 20 anos, cometi um crime passional, de que
agora tenho horror só em recordá-lo. Maria Goretti, agora santa, foi o anjo bom
que a Providência colocou no meu caminho para me salvar. Peço perdão ao mundo
pelo ultraje feito à mártir Maria Goretti e à pureza. Exorto a todos a se
manterem afastados dos espetáculos imorais, dos perigos e das ocasiões que
podem conduzir ao pecado. Eu gostaria que os que lessem esta carta (seu
testamento) aprendessem a fugir do mal e a fazer sempre o bem. Pensassem desde
crianças que a religião, com seus preceitos, não é algo de que se possa
prescindir, senão o verdadeiro alento, o único caminho seguro em todas as
circunstâncias da vida, até as mais dolorosas”.
Santa Maria Goretti e muitas outras
santas e santos que viveram sua pureza e castidade são exemplo para todos,
especialmente em meio à lama de impureza que nos cerca de todos os lados,
especialmente pelos espetáculos e pelos meios de comunicação.
Eu recordo as graves palavras do
saudoso Dom Lucas Moreira Neves, acusando a Televisão, o que poderíamos aplicar
também a certos sites da Internet, pela onda de impureza que traz para dentro
dos lares: “Acuso-a de ministrar copiosamente a violência e a pornografia. A
primeira é servida em filmes para todas as idades. A segunda impera, solta, em
qualquer gênero televisivo: telenovelas, entrevistas, programas ditos
humorísticos, spots publicitários e clips de propaganda. A TV brasileira está
formando uma geração de voyeurs, uma geração de debilóides. Acuso-a de ser
corruptora de menores”.
Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan
Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan