Contemplando o caminho da cruz de Jesus Cristo, meditando na sua morte e ressurreição, os cristãos descobrem até onde pode ir o amor de Deus:até tomar o caminho do sofrimento e da morte, a fim de dar a esperança de viver para sempre, a todos os habitantes da terra.
É por isso que os cristãos param para rezar com Jesus Cristo no caminho onde Ele carregou a sua cruz antes de ressuscitar.
1ª Estação
Jesus é condenado à morte
Como um criminoso conduzido ao tribunal,
Jesus é condenado a ser morto.
É acusado de ter falado mal de Deus, Ele que é a Palavra de Deus!
Não é culpado de nada mas acusam-no de inventar novas maneiras de amar a Deus e ao próximo.
O que é que Ele fez exatamente?
Vós já o sabeis!
Disse que vinha salvar os habitantes da terra do mal e do desespero.
O que é que Ele fez exatamente?
Vós já o sabeis.
A todos, sem exceção, mostrou o imenso amor de Deus!
Senhor, estás sempre do lado dos inocentes!
2ª Estação
Jesus carrega a cruz
A cruz é pesada.
Não existe nada de mais pesado que uma cruz:
Não é senão a dor,
Não é senão as lágrimas,
Não é senão o sofrimento.
Jesus vacila.
A cruz esmaga-o.
Ela pesa nos ombros, mas mais ainda no seu coração.
Segura-a curvado, dobrado, vergado.
É um peso.
Senhor, levas connosco o peso das nossas dores.
3ª Estação
Jesus cai pela primeira vez
Jesus cai.
Como poderia Ele permanecer de pé com este peso nos seus ombros e no seu coração?
A cruz é pesada e ela fere.
Mas o que mais O fere é o brilho mau nos olhos daqueles que O veem vacilar.
Como suportar o fardo dos olhares maus semelhantes a murros que atiram por terra e que o esmagam?
São olhares sem compaixão.
Senhor, pousa sobre cada um de nós um olhar benevolente!
4ª Estação
Jesus encontra a sua Mãe
No caminho da cruz maria encontra o seu filho.
Diz ela:
“É o meu filho muito amado.
Porquê toda esta maldade?”
Não compreende por que todos se põem a apontá-lo com o dedo e a troçar como se estivessem contentes de o ver assim, ferido e humilhado, como se estivessem contentes do que acontecia ao seu filho muito amado.
No caminho do sofrimento, Jesus encontra o rosto amoroso da sua mãe.
Diz Ele:
“Obrigado, minha mãe!”
Senhor, vens ao encontro de todos os abandonados.
5ª Estação
Simão de Cirene ajuda Jesus a levar a cruz
Na multidão zombadora, não há senão mãos que empurram Jesus.
É semelhante a um fardo empurrado que serve para se divertirem.
Obrigam um certo Simão de Cirene, que passava por ali, a levar a cruz de Jesus.
Como permanecer de pé, se não há uma mão amiga e prestável?
Senhor, a cada um de nós estendes a tua mão!
6ª Estação
Uma mulher limpa o rosto de Jesus
O caminho é longo.
O caminho é interminável quando o sofrimento é muito.
Jesus está cansado, nem sequer distingue o chão sobre o qual se arrasta com a cruz que o esmaga.
Jesus tem medo: avança entre muros de furor e para ele é a pior das crueldades.
No rosto e no coração de Jesus não existe senão dor.
Na multidão, uma mulher não pode admitir que um ser humano seja assim torturado.
Com um lenço, limpa o rosto de Jesus: doçura e bondade!
Senhor, cuida de todos aqueles que estão esgotados.
7ª Estação
Jesus cai pela segunda vez
Quando se está muito carregado, o normal é cair.
O madeiro sobre os seus ombros tão rugoso e pesado que dilacera o corpo.
Mas o que o dilacera, até ao coração, é o ódio que se estende à sua volta.
O ódio que jorra do interior das pessoas, é mais cortante que uma arma: é mesmo capaz de trespassar e de matar.
Jesus vacila e cai.
Como suportar todo o peso deste grande ódio que grita tão forte:
“Tu és mau.
Não queremos nada de ti.”
Senhor, tu nos acolhes a cada um no teu amor.
8ª Estação
Jesus consola as mulheres de Jerusalém
Na multidão que está ali para ver Jesus a passar, há mulheres que se põem a chorar.
A cruz, os golpes, as troças, as feridas no corpo, Jesus cheio de dores: é demasiado!
É odioso!
As lágrimas correm-lhes dos olhos e gritam:
“Não é Ele que curou a tantos e falou com tanta bondade?”
Jesus consola-as:
“Não choreis por minha causa.
Chorai antes por causa do mal que as pessoas fazem!”
Senhor, chamas cada um a levantar-se contra o mal!
9ª Estação
Jesus cai pela terceira vez
Jesus cai uma e outra vez.
Está por terra.
Está no pó do chão.
Não se consegue levantar, nem estar de pé como um homem.
Nada de espantar: toda esta violência que o atinge, toda esta maldade que berra, todos estes punhos estendidos para o empurrar.
Quem teria ainda vontade de se levantar?
Ninguém para o compreender e ninguém para contemplar os seus olhos suplicantes.
Como avançar quando toda a gente troça e dá pontapés para o fazer cair?
Senhor, tu acompanhas aqueles que não podem mais!
10ª Estação
Jesus é despido das suas vestes
Chegou ao cimo da colina.
Ao calvário.
Ao lugar das execuções.
Formam um círculo à sua volta como uma matilha.
Como para o cercar e o impedir de se escapar.
Está muito fraco.
Está sem defesa.
Está esgotado.
Estar sempre assim quando se é rejeitado e quando se sofre pelas ofensas dos outros.
Já lhe tiraram a sua força e dignidade.
Agora tiram-lhe também as suas roupas.
Está completamente despido, como um miserável que nada possui.
Podem tirar-lhe as suas vestes mas o seu amor, ninguém lho pode tirar.
Senhor, dás tudo a todos!
11ª Estação
Jesus é pregado na cruz
Colocaram-no sobre a cruz, bem esticado, estendido, como se o quisessem impedir de se levantar.
Depois crucificaram-no.
As suas mãos já não se podem mover.
As suas mãos que se estendiam para os humildes e os pobres e para todos aqueles que não tinham esperança.
Está crucificado.
Está cravado na cruz.
Aproximai-vos e vede: aquele que está crucificado na cruz é Jesus, é o Filho de Deus.
Os seus braços estão abertos como para dizer:
“Vinde e vede: Estou convosco.
Vinde e tomai: Eu sou o Amor.”
Senhor na cruz, Deus de ternura para o mundo!
12ª Estação
Jesus morre na cruz
Quis anunciar a bondade de Deus.
Quis distribuir a ternura de Deus.
Quis oferecer o perdão de Deus a todos, os que são dignos ou indignos.
A todos e a todas.
Cumpriu a sua missão.
Fê-lo perfeitamente.
Agora grita e morre na cruz.
Aproximai-vos e olhai:
Aquele que foi colhido pela morte como qualquer vivente da terra, é Jesus, é o Filho de Deus.
Entra na morte a fim de nos dizer a todos:
“Comigo, não tenhais medo: Eu sou a Vida!”
Senhor, connosco atravessas a morte!
13ª Estação
Jesus é retirado da cruz
O corpo de Jesus foi despregado.
A cruz está vazia semelhante a uma árvore depois da colheita.
A cruz deu o seu fruto de vida:
Jesus, o Filho de Deus.
Para sempre a cruz é o sinal das maravilhas que Deus realiza para tirar da infelicidade todos os habitantes da terra.
Para sempre a cruz, com os seus madeiros em largura e em altura, é o sinal dos braços estendidos de Cristo, oferecendo o amor de Deus aos habitantes da terra.
Senhor, a todos nos apresentas os sinais da tua presença!
14ª Estação
Jesus é depositado no túmulo
Está enterrado como qualquer mortal.
É o luto.
Já não se lhe pode tocar.
Já não se lhe pode falar.
Já não se pode escutar.
Já não se pode ver.
Desaparece na terra.
É a tristeza.
Onde estará agora, aquele que se dizia a luz de Deus?
Onde estará agora, aquele que anunciava a Palavra da Vida?
Mas nada acabou.
Jesus é semelhante à semente que desaparece no interior da terra.
Paciência, mais um pouco de tempo e vereis a seara.
Senhor, dás a vitória à vida!
15ª Estação
Jesus ressuscita
É a aurora.
A noite desapareceu.
A luz inundou o céu e a terra.
É o nascer do dia.
O túmulo está vazio.
A pedra foi rolada para o lado.
Deus ressuscitou Jesus.
Deus glorificou Cristo.
Deus ergueu o seu Filho.
A morte está vencida.
Terminou.
Foi derrotada para sempre.
Aproximai-vos e vede:
Jesus Cristo saiu da morte.
Ele vive!
Como canta, a sua Palavra de alegria.
Como brilha, a Luz de Deus!
ALELUIA!
Senhor, levas as nossas cruzes até à vida!