segunda-feira, agosto 11, 2025

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM













Amados irmãos, o Evangelho de hoje nos chama com força à vigilância espiritual. “Vós também, ficai preparados!” Não como quem vive com medo, mas como servos fiéis que esperam, com esperança viva, o Senhor que vem. Jesus nos coloca diante da imagem do servo atento, com os rins cingidos e as lâmpadas acesas, à espera de seu Senhor que volta das núpcias.

 

Não tenhas medo

Logo no início, Cristo nos acalma o coração: “Não tenhas medo, pequeno rebanho, porque foi do agrado do Pai dar-vos o Reino”. Aqui está o ponto de partida da nossa vigilância: não o pânico, mas a confiança. O Pai deseja dar-nos o Reino. A vigilância, portanto, não é medo de perder, mas zelo por não desperdiçar.

Jesus continua com um convite claro: “Vendei vossos bens e dai esmola. Fazei bolsas que não se gastam.” Ou seja, invistam no que é eterno, não no que passa. Há aqui um chamado à liberdade interior: quem está preso às riquezas e à autossuficiência, não conseguirá esperar o Senhor com o coração leve. Ele será como o servo distraído, embriagado com os banquetes do mundo, insensível às necessidades do próximo.

 

A vinda do Senhor

Na teologia espiritual, esta parábola reflete o modo escatológico de viver a fé: conscientes de que este mundo passa, vivemos o presente com responsabilidade e expectativa. Não adianta conhecer a doutrina se ela não se traduz em escolhas. A vinda do Senhor será como um ladrão — não para nos roubar, mas para nos surpreender. E será feliz aquele servo que Ele encontrar cumprindo fielmente a sua missão.

Pedro pergunta: “Senhor, é para nós que dizes essa parábola ou para todos?” E Jesus responde com outra imagem: o administrador fiel, a quem o Senhor confia sua casa. Esse administrador não é apenas uma figura dos apóstolos ou dos líderes da Igreja; é cada batizado, cada cristão, chamado a cuidar do que lhe foi confiado: sua família, seu trabalho, sua fé, sua alma.

 

A quem muito foi dado

Contudo, quanto mais recebemos, mais será exigido de nós. Jesus é claro: “A quem muito foi dado, muito será pedido.” Essa frase, ao mesmo tempo, nos responsabiliza e nos dignifica. O Senhor confia tanto em nós, que nos dá dons, nos revela mistérios, nos coloca como guardiões do Reino. Mas isso não é para orgulho, é para serviço.

Na vida cotidiana, essa vigilância se traduz em atitudes concretas:

– Não adiar o bem que podemos fazer hoje.

– Cultivar a oração como lâmpada acesa.

– Viver com sobriedade, sem se distrair com excessos.

– Ser fiel nas pequenas tarefas.

– Estar reconciliado com Deus e com os irmãos.

A vigilância cristã não é tensão, é prontidão. Como a noiva que espera o noivo, como o lavrador que prepara a colheita, vivemos o presente com olhos fixos na eternidade.

 

Ficai preparados!

Portanto, irmãos e irmãs, não durmamos no comodismo, nem fujamos para a agitação sem sentido. Estejamos despertos, não o fim dos tempos, mas para cada momento em que o Senhor se aproxima: nas dores dos que sofrem, nos pedidos discretos dos pobres, nas oportunidades diárias de amar melhor.

Porque o Senhor virá. E feliz o servo que Ele encontrar vigilante.

Vós também, ficai preparados! Amém.





















segunda-feira, agosto 04, 2025

XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM










XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
04 de agosto de 2025

Paróquia São Conrado de Constança



Amados irmãos, o Evangelho de hoje começa com uma situação comum: um pedido por justiça material. Alguém da multidão pede a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”. Era uma reclamação legítima, uma preocupação concreta com bens, com direito, com aquilo que, aos olhos humanos, parece importante para a sobrevivência e para a vida digna. Mas Jesus, que sempre vai além da superfície, recusa-se a ser somente um mediador de heranças, e Ele aproveita o momento para nos ensinar algo muito maior: o perigo da ganância.

E, então, Ele nos conta a parábola do homem rico que produziu uma grande colheita. Ele se vê diante de uma dificuldade — não por falta, mas por excesso, e seus celeiros são pequenos demais para guardar toda a sua produção. E a solução que encontra é construir armazéns maiores para acumular ainda mais. Ele fala consigo mesmo, como se fosse dono do seu destino:

“Tens muitos bens armazenados para longos anos; descansa, come, bebe, aproveita!” Mas Deus lhe diz: “Insensato! Ainda nesta noite pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que acumulaste?”

Aqui está o ponto central: a vida não se mede pela abundância dos bens, afinal, Jesus não condena o trabalho, o planejamento ou o esforço: Ele alerta contra a ilusão de que a vida pode ser garantida por posses. Aquele homem acreditava que seu futuro estava seguro porque seus depósitos estavam cheios, mas esqueceu-se de que sua alma estava vazia.

Teologicamente, esta parábola nos ensina que os bens materiais são passageiros e relativos. A vida é dom, não propriedade. O tempo que temos, o fôlego que respiramos, não nos pertencem, mas pertencem a Deus. Por isso, a verdadeira riqueza não está no que acumulamos para nós, mas no que oferecemos, no que partilhamos, no que fazemos frutificar para o bem do outro.

Jesus termina a parábola com uma frase incisiva:

“Assim acontece com quem ajunta tesouros para si, mas não é rico diante de Deus.”

Aqui está a chave: existe uma riqueza que Deus valoriza. Não é a conta bancária, nem os investimentos, nem as posses, mas a capacidade de amar, de perdoar, de partilhar, de viver para os outros. Essa é a riqueza que nem a morte pode levar, porque ela atravessa a eternidade.

Na vida prática, isso nos provoca. Quantas vezes medimos nosso valor pelo que temos? Quantas vezes dizemos: “Se eu perder isso, perco tudo”? Mas, no dia em que a vida for pedida de volta, o que restará? Os títulos? Os imóveis? As conquistas? Ou as relações, os gestos de amor, a fé que carregamos?

Não se trata de desprezar o necessário para viver. Jesus não elogia a miséria, mas denuncia a ilusão da autossuficiência. É bom ter planejamento, mas sem esquecer que tudo o que temos é provisório e deve ser usado com sabedoria e solidariedade.

Portanto, irmãos e irmãs, o convite hoje é revisar nossas prioridades. Onde está nosso coração? No que acumulamos ou no que entregamos? Em depósitos de coisas ou em tesouros eternos? Porque, no fim, todos nós ouviremos a mesma pergunta:

“E para quem ficará o que tu acumulaste?”

Que possamos responder não com medo, mas com alegria, porque escolhemos ser ricos aos olhos de Deus — ricos em amor, em misericórdia, em obras de justiça.



sexta-feira, agosto 01, 2025

O QUE SIGNIFICA O 666?








 

Quando se fala em 666 do Apocalipse de São João surgem muitas dúvidas

O que significa o 666? Para não ser enganado, é preciso saber o que os números representavam para os antigos judeus. Por exemplo: os 144 mil eleitos (Apocalipse, cap. 14) é o povo cristão, que não aderiu ao culto imperial, permanecendo fiel a Cristo. 144.000 = 12 x 12 x 1000. O número 12 era símbolo da perfeição e é citado 187 vezes na Bíblia. O número 1000 representava a glória de Deus.

 

O simbolismo do 666 é claramente interpretado pela Igreja

A mentalidade judia afirmava que o número 7 significava a perfeição e o contato com Deus, e o que estava abaixo era imperfeito, de modo que, o número 6 era sinal de imperfeição, de erro. Temos, por exemplo, os 7 Sacramentos, os 7 dons do Espírito Santo, as 7 dores de Virgem Maria e de São José, etc.; o 7 é um número símbolo de perfeição. O número 6 repetido quer dizer “perfeição da maldade”, e o autor do Apocalipse identifica a besta com o 666, fala dessa como de vários personagens, ou de alguém que perseguia os cristãos dessa época.

 

Perseguição ao Cristianismo

É bom lembrar que, o Apocalipse foi escrito em grego no fim do séc. I (95 d.C), e tinha como destinatário as comunidades cristãs da Ásia Menor (Ap 1,4; 2,1-3,22), que falavam o grego. Nessa época, essa região estava sob o domínio do Império Romano, e o Cristianismo era duramente perseguido pelo terrível imperador Domiciano (81-96 d.C). Esse imperador considerava-se um deus e exigia que todos os seus súditos o adorassem, o que os cristãos, jamais aceitaram.

 

São João, assim escreve o Apocalipse, divinamente inspirado proclama que, no final, o Cristianismo sairá vencedor. Querendo dizer quem era a besta, sem poder falar claramente para não ser acusado de crime de “lesa majestade” (estava desterrado na ilha de Patmos por causa da Palavra de Deus – cf. Ap. 1,9). De maneira que, o apóstolo fez uso da gematria, que consistia em atribuir um número formado pela soma das letras de certo alfabeto para expressar uma verdade conhecida pelos leitores.

 

Os números e os povos antigos

Os povos antigos não usavam o sistema arábico (o nosso) para expressar os números, mas sim, as próprias letras do alfabeto. Os romanos usavam apenas 7 letras. Também os judeus e os gregos atribuíam números às letras de seus respectivos alfabetos, mas de forma muito mais ampla do que os romanos, já que toda letra (grega ou hebraica) possuía um certo valor.

 

Alfabeto Grego: Alfa = 1; Beta = 2; Gama = 3; Delta = 4; Epsilon = 5; Stigma = 6 (antiga letra grega que depois de certo tempo deixou de ser usada); Zeta = 7; Eta = 8; Teta = 9; Iota = 10; Kapa = 20; Lamba = 30; Mu = 40; Nu = 50; Xi = 60; Omicron = 70; Pi = 80; Ro = 100; Sigma = 200; Tau = 300; Upsilon = 400; Phi = 500; Chi = 600; Psi = 700 e Omega = 800.

 

Alfabeto Hebraico: Alef = 1; Bet = 2; Guimel = 3; Dalet = 4; He = 5; Vau = 6; Zayin = 7; Chet = 8; Tet = 9; Yod = 10; Kaf = 20; Lamed = 30; Mem = 40; Num = 50; Sameq = 60; Ayin = 70; Pe = 80; Tsadi = 90; Kof = 100; Resh = 200; Shin = 300; Tau = 400.

 

Origem do 666

São João era de origem hebraica e escreveu o Apocalipse em grego. Se fizermos a gematria da expressão grega “NVRN RSQ” (César Nero), usando o alfabeto hebraico, totalizaremos 666, pois: N(50)V(6)R(200)N(50) R(200)S(60)Q(100)=666.

 

As comunidades da Ásia Menor falavam o grego, mas conheciam os caracteres hebraicos. São João misturou aí dois idiomas, ou seja, o grego e hebraico por esse fato. Se, acaso, o livro caísse nas mãos das autoridades romanas, que não conheciam o hebraico, não colocaria em risco seus leitores. Nero (67dC) foi o primeiro grande perseguidor dos cristãos e, na época em que foi escrito o Apocalipse (anos 90), Domiciano voltava a perseguir os cristãos com mais força e crueldade. Era “um novo Nero”. Essa e outras evidências levaram os estudiosos a interpretar que, a “Besta do Apocalipse”, era o próprio Imperador Romano, perseguidor dos cristãos.

 

Em Ap 17,10-11 reafirma-se essa interpretação. Esse versículo diz: “São também sete reis, dos quais cinco já caíram, um existe e o outro ainda não veio, mas quando vier deverá permanecer por pouco tempo. A Besta, que existia e não existe mais, é ela própria o oitavo e também um dos sete, mas caminha para a perdição”. Os reis de que trata a citação são os imperadores romanos. Considerando, cronologicamente, os imperadores a partir da vinda de Cristo, até a época da redação do livro do Apocalipse: cinco já caíram – Augusto (31aC-14dC), Tibério (14-37dC), Calígula (37-41dC), Cláudio (41-54dC) e Nero (54-68dC); 1 existe: – Vespasiano (69-79 dC); e 1 durará pouco: – Tito (79-81dC: só 2 anos!); a besta é o oitavo Domiciano (81-96dC).

 

As duas bestas do Apocalipse, quem são?

A primeira besta, que sobe do mar (v. 1), é o próprio imperador de Roma, Domiciano (como foi explicado); o mar é o Mediterrâneo, onde se localizava Roma, a capital do Império. Sua autoridade vem de satanás (v. 2) e as palavras blasfêmicas que profere (v. 5) se referem ao culto de adoração ao imperador imposto por Domiciano a todos os povos do Império. A segunda besta, que sai da terra (v.11), classificada como “falso profeta” (Ap 16, 13; 19,20; 20,10), é a ideologia do culto imperial favorecido pelas religiões pagãs. A prostituta (caps. 16-17) significa a Roma pagã e idólatra (v. 9). Os reis das terras que se prostituíram com ela (v. 2) são os povos que adotaram o culto de adoração ao imperador.

 

De maneira figurada, o 666 pode ser símbolo também de toda força, cultura, pessoa, que combata contra Deus e a sua santa Igreja. São João dizia, no séc. I, que o anticristo já estava no mundo.

 

Fonte: Canção Nova


segunda-feira, julho 28, 2025

XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM








O Evangelho de hoje começa com um pedido simples, mas profundo: “Senhor, ensina-nos a rezar”. Os discípulos não pedem técnicas, nem palavras sofisticadas, mas querem aprender a se relacionar com Deus do jeito certo. E Jesus responde oferecendo não uma fórmula mágica, mas um caminho de vida: o Pai-Nosso. Essa oração é breve, direta, mas contém tudo o que precisamos: louvor, confiança, perdão, reconciliação e proteção.

Pedi e recebereis

Logo depois, Jesus conta uma parábola sobre um homem que, à meia-noite, bate à porta de um amigo pedindo pão para alimentar outro amigo viajante. O cenário parece incômodo: quem gosta de ser acordado no meio da noite? — mas Jesus conclui que, mesmo que o amigo não atendesse por amizade, atenderia por insistência. Isso nos introduz no ponto central do Evangelho: a oração exige perseverança.

Por isso, Jesus afirma com força:

“Pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto.”

Não se trata de um incentivo a uma relação utilitarista com Deus, como se a oração fosse uma forma de conseguir tudo o que queremos. Pelo contrário: o texto mostra que o pedido deve nascer da confiança, a busca deve nascer do desejo de Deus, e a insistência deve brotar da certeza de que Ele nos escuta.

Aqui, Jesus toca num aspecto teológico essencial: Deus é Pai. Ele não é um juiz distante, nem um patrão severo. Ele é Pai que dá o melhor aos seus filhos. Por isso, Jesus compara com algo muito humano: “Qual o pai que dá uma cobra ao filho que pede um peixe?” Se nós, com todas as nossas limitações, sabemos dar coisas boas aos nossos filhos, quanto mais Deus, que é amor puro, dará o que é bom a quem pede com fé.

No entanto, reparem bem: Jesus não diz que o Pai dará qualquer coisa que pedirmos, mas “o Espírito Santo àqueles que o pedirem.” Este é o grande segredo do texto. O maior dom de Deus não é uma solução imediata para nossos problemas, mas a presença do Espírito Santo. Porque quem tem o Espírito Santo tem força para enfrentar as dificuldades, sabedoria para fazer escolhas e alegria mesmo nas lutas.

Do ponto de vista catequético, este Evangelho nos ensina três coisas importantes:

Primeiro, rezar é aprender a chamar Deus de Pai, ou seja, entrar numa relação filial baseada na confiança, não no medo.

Segundo, rezar exige perseverança, porque muitas vezes Deus trabalha no silêncio, nos moldando por dentro antes de responder por fora.

Terceiro, o que mais precisamos pedir não são coisas, mas o próprio Espírito Santo, pois Ele é o dom que nos faz viver como filhos e filhas no dia a dia.

 

 

Na vida prática, isso significa que devemos rezar com insistência não para convencer Deus, mas para deixar que a graça convença a nós mesmos. Quantas vezes pedimos paz, e Deus nos dá a chance de perdoar? Quantas vezes pedimos força, e Deus nos coloca diante de uma prova que nos amadurece? O Pai sabe o que precisamos, antes mesmo de pedirmos. Mas Ele quer que peçamos, porque a oração abre espaço para que Ele nos transforme.

Portanto, irmãos e irmãs, não desanimemos na oração. Se parece que o céu está em silêncio, continuemos batendo, porque a porta vai se abrir no tempo certo. E quando se abrir, talvez não encontremos exatamente o que pedimos, mas sempre encontraremos Aquele que é a resposta: o Espírito Santo, que nos guia, consola e fortalece.

Que hoje possamos fazer da nossa oração não um instrumento de controle, mas um ato de confiança. Porque quem pede com fé, recebe muito mais do que imaginava: recebe o próprio Deus. Amém!








terça-feira, julho 22, 2025

XVI DOMINGO DO TEMPO COMUM








Na cena que o Evangelho de Lucas nos apresenta, Jesus atravessa um povoado e encontra repouso em uma casa comum, mas carregada de significado espiritual. Marta o acolhe com gestos concretos, com serviço diligente, com atenção aos detalhes que toda hospitalidade verdadeira requer. Ela recebe o Senhor com o corpo em movimento e a mente dividida entre múltiplas tarefas. Seu zelo, embora sincero, revela um coração fragmentado entre o desejo de servir e a necessidade de ser vista, compreendida, talvez até validada. Marta faz aquilo que muitos de nós fariam: ocupa-se com o que pode controlar, enquanto o Verbo eterno repousa em sua sala.

Maria

Maria, por outro lado, rompe com a expectativa social e religiosa do seu tempo. Ela não assume o lugar de ajudante ou de anfitriã secundária, mas senta-se aos pés do Mestre, postura reservada aos discípulos, espaço sagrado onde se recebe não somente ensinamentos, mas o próprio Cristo. Ela escuta, não por curiosidade, mas por sede. Sua escuta não é passiva, mas profundamente ativa: ela absorve, contempla, fixa o olhar na Palavra viva. Em vez de fazer algo por Jesus, Maria permite que Jesus faça nela aquilo que ninguém mais pode realizar: abrir-lhe o coração para o essencial.

Marta

Marta, então, rompe o silêncio e interpela o Senhor com uma pergunta carregada de tensão: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha?” Sua queixa não é apenas contra a irmã, mas contra o próprio Cristo, que parece, aos olhos dela, alheio à injustiça de uma casa desbalanceada entre o trabalho e a contemplação. Marta quer justiça, mas em seus termos. Pede a intervenção de Deus, mas com um roteiro já pronto. Ela serve, mas exige reconhecimento. E o que deveria ser dom, torna-se cobrança.

 

Jesus, com ternura e firmeza, responde com a repetição do nome: “Marta, Marta…” Ao dobrar o nome, Ele desarma o conflito com amor. Não a repreende por servir, mas por preocupar-se demais. Não nega o valor do serviço, mas aponta para o excesso de agitação que rouba a paz. A inquietação de Marta é sintoma de um coração dividido, não de uma missão errada. Jesus não cancela sua ação, mas realinha sua motivação. Ele não despreza o trabalho, mas ensina que ele deve nascer da escuta, não substituí-la.

A primazia da Palavra

Ao afirmar que “uma só coisa é necessária”, o Senhor revela o centro oculto de toda vida espiritual: a primazia da Palavra. Maria escolheu o que não passa, o que não se mede em produtividade, o que não pode ser tirado nem pelas circunstâncias, nem pela crítica, nem pela morte. Ela não perdeu tempo — ela se entregou ao tempo do Senhor. E essa entrega, embora silenciosa, transforma profundamente. Na escuta do Verbo, Maria se torna mais ativa do que Marta em seu corre-corre. Pois quem escuta verdadeiramente, se configura à Palavra e, por ela, age com sabedoria.

 

Este Evangelho, portanto, não propõe uma oposição entre oração e ação, mas uma hierarquia do espírito. Primeiro escutar, depois servir. Antes, repousar em Deus, depois mover-se no mundo. Finalmente, deixar-se amar, para depois amar com liberdade. Marta e Maria habitam em cada um de nós — a que corre, e a que contempla; a que exige, e a que recebe; a que se inquieta, e a que se entrega. E a voz de Jesus hoje, como então, nos chama pelo nome duas vezes — não para nos censurar, mas para nos centrar.

 

Se queremos servir verdadeiramente, precisamos antes sentar aos pés do Senhor. Porque só a partir do silêncio diante do Verbo é que nosso trabalho se tornará fecundo, nossa presença será leve, e nossas palavras nascerão da sabedoria, não da ansiedade. Maria não escapou do serviço — ela o preparou com a escuta. Por isso, escolheu a melhor parte, e essa, diz o Senhor, não lhe será tirada.

 

Esse é o convite. Também hoje. Também agora. Sentemo-nos, escutemos, permaneçamos. Pois quem escuta o Senhor, carrega em si aquilo que o mundo não pode roubar. E esse será sempre o melhor lugar.










XV DOMINGO DO TEMPO COMUM








XV DOMINGO DO TEMPO COMUM

13 de julho de 2025

Catedral de San Carlos de Bariloche ("Nossa Senhora do Nahuel Huapi")

 

 

Paróquia São Conrado de Constança






Hoje o Evangelho nos coloca diante de uma pergunta que parece simples, mas carrega um peso decisivo: “Quem é o meu próximo?” Não se trata de uma dúvida intelectual. O mestre da Lei que interroga Jesus não quer aprender, quer justificar a si mesmo. Ele deseja delimitar sua obrigação, reduzir o campo da caridade, traçar um contorno confortável para o amor. Mas o amor que vem de Deus não se limita, não se administra, não se calcula.

Jesus não responde com teoria. Ele conta uma parábola viva, pungente, desafiadora. Um homem desce de Jerusalém a Jericó — estrada conhecida por seu perigo. Ele é atacado, espancado, abandonado. O caminho que era físico torna-se espiritual: todos nós descemos de Jerusalém a Jericó. Todos, em algum momento, somos feridos, caídos, deixados à margem.

E então, começam a passar os “religiosos”. Primeiro o sacerdote. Depois o levita. Ambos veem, mas passam pelo outro lado. Isso é trágico. O ver que não se traduz em compaixão torna-se cegueira culpada. Eles não ignoram o ferido por distração, mas por cálculo. Talvez por medo da impureza, talvez por conveniência. O fato é que a religião sem misericórdia torna-se barreira entre o homem e Deus. É possível ser “religioso” sem jamais ter sido próximo.

 

Então entra em cena o samaritano — estrangeiro, herege, impuro segundo os critérios judaicos. Mas é ele quem se aproxima, vê e sente compaixão. E aqui está a virada: a proximidade não é definida por afinidade, mas por misericórdia. O próximo não é aquele que se parece comigo, mas aquele a quem eu me faço próximo. O amor não pergunta: “Quem é digno de ser amado?”, mas “A quem eu posso amar agora?”

O samaritano interrompe sua viagem, muda seus planos, investe tempo, recursos, energia, e promete retorno. Ele derrama óleo e vinho — sinais da unção e da alegria, remédios da graça, em seguida, põe o homem em seu próprio animal — assume o peso da dor alheia. Após tudo isso, ele o entrega à hospedaria — confia-o a uma comunidade de cuidado. Este homem anônimo, ferido, torna-se centro da missão de alguém que não o conhecia — porque a misericórdia não precisa de vínculo prévio.

 

Jesus então faz a pergunta inversa:

“Qual dos três foi o próximo do homem ferido?”

Ele muda o foco. Não pergunta mais quem é o próximo, mas quem se fez próximo. O amor cristão não depende do outro, mas parte de mim. O amor verdadeiro não procura justificativas — procura feridas.E onde houver uma, ali está o próximo.

 

Por isso Jesus conclui com um imperativo:

“Vai e faze a mesma coisa.”

Essa ordem não é apenas moral. É missão e identidade. O discípulo de Cristo deve ser samaritano do mundo. Não basta evitar o mal — é preciso inclinar-se sobre a dor alheia. Não basta ver — é preciso tocar, curar, sustentar, acompanhar.

Amados, a parábola hoje nos interpela profundamente:

– Quantas vezes passamos ao largo, mesmo vendo?

– O nosso zelo religioso escondeu uma dureza de coração?

– Perguntamos “quem é o meu próximo?” somente para evitar amar?

A resposta de Jesus é clara:

“Teu próximo é aquele a quem tu te aproximas.”

E só seremos verdadeiramente discípulos, se formos capazes de interromper nossa rota para curar o outro.

Que o Espírito nos dê olhos para ver e coragem para agir. Que Ele faça de cada um de nós misericórdia encarnada. E que, ao final da nossa estrada, possamos ouvir do próprio Cristo:

“Tu te fizeste próximo — entra na alegria do teu Senhor.”















sábado, julho 05, 2025

XIV DOMINGO DO TEMPO COMUM










O Evangelho de hoje é um verdadeiro manual espiritual de missão. Mas não se trata de uma estratégia de marketing ou de expansão institucional. Trata-se do envio de Cristo, não apenas dos Doze, mas agora de setenta e dois. Isso indica a universalidade da missão da Igreja — não restrita a uma elite espiritual, mas estendida a todos os batizados. O número evoca os povos da terra (cf. Gn 10), sinal de que o anúncio do Reino não é exclusividade de um povo, mas dom oferecido a todas as nações.

Desde o início, Jesus os envia “dois a dois.” Essa dupla vive mais que a logística: testemunha a comunhão, pois cumpre a missão dentro das relações, nunca no isolamento. A comunhão é o primeiro anúncio. A presença mútua fortalece contra o desânimo e impede que se pregue a si mesmo. O missionário do Reino anuncia com o outro, e não acima do outro.

A primeira instrução é clara: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.” Aqui há um lamento e uma convocação, porque Cristo constata a vastidão da necessidade espiritual do mundo e convida à oração, não à ansiedade. É o Senhor quem envia, é Ele o dono da messe, porque isso nos livra do ativismo estéril: a missão é cooperação, não protagonismo. Rezamos ao Senhor da messe, não para repassar a missão, mas para preparar o coração e nos colocarmos à disposição para o envio.

E então Ele envia: “como cordeiros no meio de lobos.” Eis a identidade do discípulo. Vencemos o mundo hostil não com força, mas com a mansidão de quem confia. O discípulo não combate o mal com as armas do mundo. Leva apenas o essencial. Sem bolsa, sem sacola, sem sandálias. Porque a força da missão está na pobreza que revela confiança total.

Na casa em que entrarem, devem dizer: “A paz esteja nesta casa.”, mas a paz aqui não é desejo genérico, antes, é dom messiânico. É a Shalom prometida pelos profetas, presença ativa de Deus que cura, reconcilia e transforma, uma vez que essa paz é dinâmica: se for acolhida, permanece; se rejeitada, retorna. Isso mostra que a missão não se mede pelo sucesso humano. O Reino avança, mesmo quando é recusado.

Aos que acolhem, o discípulo deve anunciar: “O Reino de Deus está próximo.” E aos que rejeitam, deve dizer o mesmo. A proximidade do Reino não depende da aceitação do ouvinte, mas da fidelidade do enviado. Aqui, a missão se torna profecia: não adapta a mensagem à resposta, mas permanece firme na verdade. E a sacudida da poeira dos pés é símbolo da liberdade interior: o missionário não carrega rejeições, não se contamina com a recusa.

No retorno, os setenta e dois voltam alegres: “Até os demônios nos obedecem por causa do teu nome!” É compreensível: sentir o poder da Palavra que liberta é motivo de júbilo. Mas Jesus os corrige, e aqui está o centro espiritual do texto:

“Não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem, mas porque vossos nomes estão escritos no céu.”

A verdadeira alegria da missão não está nos resultados visíveis, mas na intimidade com Deus. O nome escrito no céu é o símbolo da comunhão eterna. Cristo nos ensina que o sucesso não é sinal da eleição, mas que a eleição sustenta a missão. O discípulo serve porque já foi reconhecido. Evangeliza não para ser salvo, mas porque a salvação já o alcançou!

Amados irmãos, este Evangelho nos oferece uma teologia completa da missão:

– Ela nasce do chamado de Cristo,

– Se realiza na comunhão fraterna,

– É sustentada pela pobreza evangélica,

– Se move na paz que vem de Deus,

– E encontra sua alegria, não nos frutos, mas no céu.

 

Hoje, cada um de nós é convidado a revisar sua vocação missionária. Estamos anunciando o Reino com a liberdade dos que nada carregam? Com a paz dos que sabem de onde vêm e para onde vão? Ou ainda buscamos resultados que validem nosso ego? Que o Senhor nos converta em odres novos, disponíveis, silenciosos e fiéis, para que a Sua Palavra — e não a nossa — seja tudo o que reste.

E que nossa alegria seja esta, e nenhuma outra: saber que nossos nomes estão escritos no céu.


quarta-feira, julho 02, 2025

PRECIOSO SANGUE DE CRISTO












Um dos primeiros a ter a devoção ao preciosíssimo sangue de Jesus foi São Gaspar de Búfalo. Ele propagou fortemente essa devoção, tendo a aprovação da Santa Sé. Foi o fundador da Congregação dos Missionários do Preciosíssimo Sangue (CPPS) em 1815.

 

Outro fato é que durante a primeira guerra Italiana pela independência, em 1849, o Papa Pio IX foi para o exílio em Gaeta. Ele estava com dom Giovanni Merlini, terceiro superior geral dos Padres do Preciosíssimo Sangue.

 

Enquanto a guerra ainda estava em fúria, Merlini sugeriu ao Papa Pio IX que ele criasse uma festa universal ao precioso sangue para implorar a ajuda celestial de Deus para acabar com a guerra e trazer a paz a Roma. Pio IX, posteriormente, fez uma declaração em 30 de junho de 1849 que ele pretendia criar uma festa em honra ao precioso sangue. A guerra logo terminou e ele retornou a Roma pouco depois.

 

Anos após no pontificado São João Paulo II, em sua Carta Apostólica Angelus Domini, repetiu o que São João XXIII disse sobre o valor infinito do sangue de Cristo, do qual “uma só gota pode salvar o mundo inteiro de qualquer culpa”.

 

Meditar sobre a oferta total de Jesus

 

O precioso sangue nos motiva a meditar sobre a oferta total de Jesus pela humanidade. Por esta razão, todo o mês de julho é tradicionalmente dedicado ao preciosíssimo sangue, os critãos são encorajados a meditar sobre o profundo sacrifício de Jesus e o derramamento de seu sangue para a humanidade.

 

“Mas Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando éramos ainda pecadores. Quanto mais, então, agora, justificados por seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5,8s).

 

A propagação das orações ao sangue de Jesus

 

A leiga Lucimar Maziero que é celibatária e fundadora da comunidade católica presença. Idealizadora do programa de evangelização e formação chamado mulheres restauradas, e propagadora da devoção ao sangue de Jesus, nos ajuda na reflexão sobre o mês de julho com o sangue de Jesus.

 

“A devoção ao preciosíssimo sangue de Jesus surgiu em minha vida quando ainda era jovem, pois ao saber que o sangue de Jesus é o preço da salvação, minha vida foi-se transformando. Esta é uma das bases de orações e reflexões para este mês: O sangue de Jesus é o preço da nossa salvação. Com 26 anos de fundação da comunidade presença nos momentos de dificuldades sempre rezamos com o sangue de Jesus pois este é remédio para as inúmeras situações de caos de nossas vidas.”

 

Uma experiência com o sangue de Jesus

 

Rezar com o sangue é realizar a experiência do amor, afirma Lucimar: “Quando olhamos a imagem do Sagrado Coração de Jesus observamos que Jesus aponta para o seu coração. O coração de Jesus é a fonte de amor e Jesus expressou esse amor doando todo o seu sangue para nos resgatar. Sangue é vida! atestamos essa afirmação com um simples exemplo; quando desejamos saber como está nosso organismo realizamos um exame de sangue. No exame de sangue se notifica se tudo está dentro do quadro da normalidade ou se tem alteração, pois sangue é vida.

 

O culto do preciosíssimo sangue de nosso senhor Jesus Cristo

 

João XXIII ao escrever a INDE A PRIMIS – sobre o culto do preciosíssimo sangue de nosso senhor Jesus Cristo diz: “em tempo das mais graves e urgentes necessidades espirituais, acordar no ânimo dos crentes a convicção do valor perene, universal, sumamente prático das três louvadas devoções.”

 

Sobre este trecho a fundadora da comunidade presença diz: “Nós precisamos aprender a clamar o sangue de Jesus - “em tempo das mais graves e urgentes necessidades espirituais” - que nós passamos, como nos assinala São João XXII. O papa ainda traz a expressão “acordar no ânimo”, isto é, reanimar as nossas forças pois como aprendemos com a Igreja o sangue de Jesus traz redenção.

 

Uma só gota pode salvar o mundo todo de toda culpa

 

Em outro trecho da carta apostólica João XXIII diz: “Iluminados pelos salutares ensinamentos que promanam dos livros sagrados e da doutrina dos padres e doutores da Igreja, reflitam no valor superabundante, infinito desse Sangue verdadeiramente preciosíssimo, do qual uma só gota pode salvar o mundo todo de toda culpa"

 

Lucimar afirma que “se uma só gota do sangue de Jesus pode salvar o mundo todo, tenho certeza que também nós podemos ser salvos por esta gota do sangue de Jesus. Este mesmo sangue tem poder de nos guardar para a vida eterna. Quando comungamos nos afirma S. João Crisóstomo: - "Saímos daquela mesa quais leões expirando chamas, tornados terríveis ao demônio, pensando em quem é o nosso chefe e quanto amor teve por nós... Esse Sangue, se dignamente recebido, afasta os demônios, chama para junto de nós os anjos e o próprio senhor dos anjos... Esse sangue derramado purifica o mundo todo... Este é o preço do universo, com ele Cristo redime a Igreja... Tal pensamento deve refrear as nossas paixões” - com esse texto fica claro que o sangue de Cristo derrota os males que nos rodeiam.

 

 Nós neste mês precisamos nutrir o desejo de nos aproximar e sermos devotos do sangue de Cristo. E uma das formas de aproximar do sangue de Jesus é rezar a ladainha. Nela contém jaculatórias que são orações para o nosso dia a dia. Escolha a cada dia uma jaculatória desta ladainha e reze com ela para ser fortalecido no poder do sangue de Jesus.

 

Ladainha do Sangue de Jesus:

 

Senhor, tende piedade de nós.

Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.

Jesus Cristo, atendei-nos.

Deus Pai dos céus, tende piedade de nós.

Deus Filho, redentor do mundo tende piedade de nós.

Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.

Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

Sangue de Cristo, Sangue do Filho Unigênito do Eterno Pai, salvai-nos.

Sangue de Cristo, Sangue do Verbo de Deus encarnado, salvai-nos.

Sangue de Cristo, Sangue do Novo e Eterno Testamento, salvai-nos.

Sangue de Cristo, correndo pela terra na agonia, salvai-nos.

Sangue de Cristo, manando abundante na flagelação, salvai-nos.

Sangue de Cristo, gotejando na coroação de espinhos, salvai-nos.

Sangue de Cristo, derramado na cruz, salvai-nos.

Sangue de Cristo, preço da nossa salvação, salvai-nos.

Sangue de Cristo, sem o qual não pode haver redenção, salvai-nos.

Sangue de Cristo, que apagais a sede das almas e as purificais na Eucaristia, salvai-nos.

Sangue de Cristo, torrente de misericórdia, salvai-nos.

Sangue de Cristo, vencedor dos demônios, salvai-nos.

Sangue de Cristo, fortaleza dos mártires, salvai-nos.

Sangue de Cristo, virtude dos confessores, salvai-nos.

Sangue de Cristo, que suscitais almas virgens, salvai-nos.

Sangue de Cristo, força dos tentados, salvai-nos.

Sangue de Cristo, alívio dos que trabalham, salvai-nos.

Sangue de Cristo, consolação dos que choram, salvai-nos.

Sangue de Cristo, esperança dos penitentes, salvai-nos.

Sangue de Cristo, conforto dos moribundos, salvai-nos.

Sangue de Cristo, paz e doçura dos corações, salvai-nos.

Sangue de Cristo, penhor de eterna vida, salvai-nos.

Sangue de Cristo, que libertais as almas do Purgatório, salvai-nos.

Sangue de Cristo, digno de toda a honra e glória, salvai-nos.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós, Senhor.

 

V. Remistes-nos, Senhor com o Vosso Sangue.

R. E fizestes de nós um reino para o nosso Deus.

 

Oremos:

 

Todo-Poderoso e Eterno Deus, que constituístes o Vosso Unigênito Filho, Redentor do mundo, e quisestes ser aplacado com o seu Sangue, concedei-nos a graça de venerar o preço da nossa salvação e de encontrar, na virtude que Ele contém, defesa contra os males da vida presente, de tal modo que eternamente gozemos dos seus frutos no Céu. Pelo mesmo Cristo, Senhor nosso. Assim seja, Amém.


Fonte: Vatican News