quarta-feira, outubro 31, 2018

ENFIM, A PAZ, POR DOM FERNANDO ARÊAS RIFAN


Dom Fernando Arêas Rifan*


            Após o período tumultuado das eleições, esperamos que reine agora a paz entre todos, para o bem comum da nação. Um dia, todos nós, descansaremos em paz, após a morte. Mas não essa a paz que almejamos agora: desejamos a paz da convivência e harmonia entre as pessoas, nas famílias, na sociedade, com respeito à consciência de cada um. 

Na próxima sexta-feira, dia 2, faremos a comemoração de todos os fiéis defuntos, dos nossos falecidos, daqueles que estiveram conosco e hoje estão na eternidade, os “finados”, aqueles que chegaram ao fim da vida terrena e já começaram a vida eterna. 

É tempo de reflexão sobre a humildade que devemos ter, sabendo que a morte nos igualará a todos. Todos compareceremos diante de Deus, para dar contas da nossa vida. Ali não haverá distinção entre ricos e pobres, entre reis e súditos, entre presidentes, parlamentares e magistrados e os cidadãos comuns, entre Papa, Bispo, Padres e simples fiéis. A distinção só será entre bons e maus, e isso não na fama, mas diante de Deus, que tudo sabe. 

Olhemos a morte com os olhos da fé e da esperança cristã, não com desespero. Confiemos na misericórdia de Deus, que é nosso Pai, que nos enviou seu Filho, Jesus, que morreu por nós, para que não nos condenássemos, mas que tivéssemos a vida eterna. 

“Deus não criou a morte e a destruição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou todas as coisas para existirem... e a morte não reina sobre a terra, porque a justiça é imortal” (Sb 1, 13-15). O pecado é que fez entrar a morte no mundo. Mas a esperança da ressurreição nos consola.

Os santos encaravam a morte com esse espírito de fé e esperança. Assim São Francisco de Assis, no cântico do Sol: “Louvado sejais, meu Senhor, pela nossa irmã, a morte corporal, da qual nenhum homem pode fugir. Ai daqueles que morrem em pecado mortal! Felizes dos que a morte encontra conformes à vossa santíssima vontade! A estes não fará mal a segunda morte”. “É morrendo que se vive para a vida eterna!”. Santo Agostinho nos advertia, perguntando: “Fazes o impossível para morrer um pouco mais tarde, e nada fazes para não morrer para sempre?”

Quantas boas lições nos dá a morte. Assim nos aconselha São Paulo: “Enquanto temos tempo, façamos o bem a todos” (Gl 6, 10). “Para mim o viver é Cristo e o morrer é um lucro... Tenho o desejo de ser desatado e estar com Cristo” (Fl 1, 21.23). “Eis, pois, o que vos digo, irmãos: o tempo é breve; resta que os que têm mulheres, sejam como se as não tivessem; os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem; os que compram, como se não possuíssem; os que usam deste mundo, como se dele não usassem, porque a figura deste mundo passa” (1 Cor 7, 29-31). Diz A Imitação de Cristo que bem depressa se esquecem dos falecidos. O dia de Finados foi estabelecido pela Igreja para não deixarmos nossos falecidos no esquecimento.

Três coisas pedimos com a Igreja para os nossos falecidos: o descanso, a luz e a paz. Descanso é o prêmio para quem trabalhou. O reino da luz é o Céu. E a paz é a recompensa para quem lutou. Que nossos falecidos descansem em paz e a luz perpétua brilhe para eles. Amém.


*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

terça-feira, outubro 30, 2018

XXX DOMINGO DO TEMPO COMUM


1 – Esperança e iluminação
Minha reflexão destacará duas palavras: esperança e iluminação. A esperança está descrita na 1ª leitura, na bela profecia de Jeremias, conclamando o povo que vivia exilado e prisioneiro a se alegrar porque um novo tempo estava despontando. Novo tempo não pelas promessas de políticos — como temos ouvido muito nestes últimos dias —, mas graças a Palavra de Deus, que é libertadora e realiza o que promete. Quanto à iluminação, esta se encontra no Evangelho, na cura do cego Bartimeu. Um Evangelho, no qual Jesus é apresentado como o iluminador, aquele que tira nossas cegueiras para iluminar nossas vidas com a sua luz divina. Quem se aproxima de Jesus e se deixar tocar por ele, torna-se um iluminado pela sua luz, capaz de tirar todo tipo de cegueira presente em nossas vidas.

2 – Um povo esperançoso
Minha primeira palavra é esperança. Ela se encontra em todo o relato da profecia de Jeremias, proclamada na 1ª leitura. Trata-se de uma convocação para deixar a terra do exílio, deixar atitudes escravizadoras para iniciar um caminho de retorno à liberdade. O convite de Jeremias é dirigido a pessoas quase incapazes de assumir uma viagem de retorno: cegos, aleijados, grávidas, parturientes. Mas, é neles que a Palavra de Deus planta sua semente de esperança rumo à liberdade. Eles representam todos nós, especialmente aqueles que entre nós se sentem impossibilitados de mudança, que se dizem incapazes de iniciar um novo modo de viver e preferem ficar presos em seus pecados ou em suas manias. Aqueles que dizem que “eu nasci assim”, “eu sou desse jeito”. São frases e pensamentos de pessoas que se impedem de caminhar para viver de outro modo, viver de modo libertado. A profecia da 1ª leitura diz: você pode mudar, basta ter esperança na palavra transformadora de Deus.

3 – Iluminação e discipulado
Depois da esperança, minha segunda palavra é iluminação. Palavra que resume o Evangelho, relatando a cura do cego Bartimeu. O evangelista Marcos diz que Bartimeu vivia sentado à beira da estrada. Marcos está dizendo que Bartimeu estava imobilizado pela sua cegueira. É a imagem de todos aqueles que vivem cegos na vida, vivem imobilizados à beira da estrada. Assim que Bartimeu ouviu o chamado de Jesus, ele se comportou como alguém que enxergava: jogou o manto e correu na direção de Jesus. Ouvir a voz de Jesus, ouvir seu Evangelho, torna-se motivo e, mais que isso, torna-se incentivo para deixar a imobilidade e ir na direção de Jesus. O resultado disso está no final do Evangelho: Bartimeu passou a seguir Jesus, ingressou no caminho do discipulado. Cada um de nós, especialmente aqueles que vivem cegos para muita coisa na vida, pode ser como Bartimeu: uma vez iluminados pela luz de Jesus, entremos em sua estrada para segui-lo como seus discípulos e suas discípulas. Amém!














segunda-feira, outubro 29, 2018

PRESIDENTE ELEITO JAIR BOLSONARO




Ó Maria Santíssima, pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, em vossa querida imagem de Aparecida, espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil. 

Eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos o meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis; consagro-vos a minha língua para que sempre vos louve e propague a vossa devoção; consagro-vos o meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas. 

Recebei-me, ó Rainha incomparável, vós que o Cristo crucificado deu-nos por Mãe, no ditoso número de vossos filhos e filhas; acolhei-me debaixo de vossa proteção; socorrei-me em todas as minhas necessidades, espirituais e temporais, sobretudo na hora de minha morte. 

Abençoai-me, ó celestial cooperadora, e com vossa poderosa intercessão, fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda eternidade. Assim seja!


Santo Anjo do Brasil, vós fostes encarregado pelo Pai Eterno de guardar esta Terra de Santa Cruz e ajudá-la a crescer e desenvolver-se conforme Seus desígnios benevolentes. 

Nós cremos no vosso poder junto de Deus e confiamos na vossa prontidão em socorrer-nos. Sede, pois, nosso guia para que cumpramos convosco a nossa missão no mundo. 

Ajudai a Igreja no Brasil a anunciar Cristo com franqueza e alegria e penetrar toda a sociedade com o fermento do Evangelho. 

Afastai, com a força da Santa Cruz, todos os poderes inimigos que ameaçam o povo brasileiro. 

Unimos as nossas preces às vossas. Apresentai-as diante do Trono de Deus, para que, unidas ao sacrifício de Jesus, oferecido diariamente em nossos altares, alcancem aquelas graças que mais precisamos nesta hora de combate espiritual. 

E guardai-nos sempre debaixo do manto protetor de Nossa Senhora Aparecida, nossa Mãe e Rainha, para que permaneçamos fiéis no caminho de Jesus, o único que nos conduz da terra ao Céu. Lá na assembleia de todos os povos, unidos como uma só família de Deus, louvaremos e agradeceremos convosco ao Pai Eterno, com seu Filho e Espírito de Amor, por toda a eternidade. Amém.





sexta-feira, outubro 26, 2018

O TERÇO, O SANTO ROSÁRIO E A AVE-MARIA



7 de Outubro – Solenidade do Rosário de Nossa Senhora

São Luís Maria Grignion de Montfort (1673 –1716), grande apóstolo de Maria Santíssima, escreveu:

“A Santíssima Virgem revelou ao Bem-aventurado Alain de la Roche que, depois do Santo Sacrifício da Missa, que é o primeiro e mais vivo memorial da Paixão de Jesus Cristo, não havia devoção mais excelente e meritória que o Rosário, que é como que um segundo memorial e representação da vida e da Paixão de Jesus Cristo”.

Assim sendo, depois da Santa Missa o Santo Rosário é a mais poderosa arma de eficácia comprovada contra Satanás e seus sequazes, que procuram perder as almas. É um meio de salvação dos mais poderosos e eficazes que nos foi oferecido pela Divina Providência. 

De acordo com Bogaz ( 2003):

“O rosário é um itinerário de fé e oração, onde nos colocamos sob o manto de Maria e somos abraçados por seu amor.”

A origem do terço é muito antiga. Remonta aos anacoretas orientais (monges cristãos eremitas) que usavam pedrinhas para contar suas orações vocais. Em 1328, segundo a tradição, Nossa Senhora apareceu a São Domingos, recomendando-lhe a reza do Rosário para a salvação do mundo. Nasceu assim a devoção do Rosário, que significa coroa de rosas oferecidas a Nossa Senhora. O terço é uma das mais queridas devoções a Nossa Senhora que, aparecida em Fátima, ela pediu aos pastorinhos: "Meus filhos, rezem o terço todos os dias.”





O Terço consiste em 50 Ave-Marias intercaladas por 5 Pai-Nossos assim mantidos desde o pontificado do Papa São Pio V (1566-1572), que deu a forma definitiva ao terço que conhecemos hoje. Cada Rosário é composto de três terços (150 ave-marias). Os mistérios são divididos em cinco meditações:

1 - Mistérios gozozos

I - Anunciação do anjo e a Encarnação do Verbo,

II - Visitação de Maria Santíssima a Santa Isabel,

III - Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo,

IV - Apresentação de Jesus e a purificação de Maria,

V - A perda e o encontro do Menino Jesus;

2 - Mistérios dolorosos:

I - Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras,

II – Flagelação de Nosso Senhor Jesus Cristo,

III – Coroação de espinhos de Nosso Senhor,

IV – Carregamento da Cruz ao alto do Calvário,

V – A crucifixão e morte de Jesus;

3 - Mistérios gloriosos:

I - Ressurreição de Jesus Cristo,

II - Ascensão de Jesus aos céus,

III – Descida do Espírito Santo,

IV - Assunção de Maria Santíssima,

V – Gloriosa coroação de Maria.

Ressalta-se, porém, que no ano de 2002, o Papa João Paulo II assinou a carta apostólica Rosarium Virginis Mariae acrescentando, ao Rosário, como facultativo, um quarto terço ou Mistério da Luz, inspirado na vida pública de Jesus.

Mistérios luminosos:

I - Batismo de Jesus no rio Jordão,

II - Auto-revelação de Jesus nas Bodas de Caná, quando transforma a água em vinho,

III- Anúncio do Reino de Deus por Jesus, com o convite à conversão,

IV- Transfiguração de Jesus,

V- Instituição da Eucaristia.

Dessa forma, observamos que no terço a oração central é Jesus Cristo. Meditamos todo o Novo testamento – evangelhos - que nos coloca diante da Santíssima Trindade, da Encarnação do Verbo, de Sua Paixão, Morte e Ressurreição por mediação de Maria. Podemos observar que o terço é também uma oração inspirada na Bíblia.

O rosário é a recitação de três terços. A história do Santo Rosário se confunde com a própria história da oração da Ave-Maria, e com a própria devoção à Mãe de Deus. Teve seu início nas liturgias dos primeiros séculos do cristianismo, ganhando força a partir da piedade do povo. Sabe-se que a recitação da Ave-Maria, oração inicialmente formada apenas pela saudação do anjo Gabriel (Lc 1,28) e pelo louvor de Isabel a Maria (Lc 1,42), teve sua prática iniciada na liturgia da Igreja por volta do século VI, e somente ganhou a forma como a rezamos ainda hoje no século XVI. Foram mil anos de recitação e fé, até ser fixada oficialmente em 1568, pelo Papa São Pio V, no Breviário Romano, e assim se mantém viva entre nós:

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres, e bendito o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.

A primeira parte da Ave-Maria, no início, era recitada como jaculatória, e foi muito propagada na Idade Média, até que a Igreja, aproximadamente a partir de 1100, começou a prescrevê-la como oração litúrgica, com a mesma obrigação do Pai-Nosso e de outras orações. O acréscimo do nome e Jesus ao louvor de Isabel deve-se ao Papa Urbano IV (1261-1264). Já a segunda parte da oração, que é uma invocação da Igreja, conheceu várias fórmulas a partir do século XIII, inicialmente de forma mais simplificada, sendo recitada apenas “Santa Maria, rogai por nós”, fórmula que sofreu acréscimos e modificações nos séculos seguintes, até a fixação atual, feita pelo Papa São Pio V. Não se pode esquecer que a oração da Ave-Maria se formou juntamente com outras práticas orantes, como a recitação dos Salmos e do próprio Pai-Nosso, nos ensinado por Jesus.

A história registra que o Rosário de Ave-Marias deriva do Rosário de Pai-Nossos. Este teria sido introduzido por São Bento, porque havia monges pouco letrados que apresentavam dificuldade para recitar os 150 salmos em latim, o saltério. Assim, eram autorizados a recitar 150 Pai-Nossos em substituição aos salmos. Para facilitar a contagem, os monges utilizavam um cordão, com 150 grãos nele inseridos, cuja prática tornou-se comum nos séculos X e XI. O Rosário de Ave-Marias começou a surgir por volta de 1150, logo se popularizando, especialmente com os frades dominicanos. A história registra que no século XV o frade dominicano Alano de la Roche não apenas teria sugerido a recitação do Rosário de Ave-Marias, como teria criado por toda parte as Confrarias do Santíssimo Rosário (ou Irmandades do Rosário), pelas quais a oração era largamente difundida. A forma atual do Rosário foi fixada por um papa dominicano, São Pio V, que determinou o número de Pai-Nossos e Ave-Marias, na Carta Apostólica Consueverunt Romani Pontífices.

A devoção de São Pio V ao Santo Rosário, segundo registram os historiadores da Igreja, dentre os quais Dom Estevão Tavares Bittencourt (Católicos perguntam. ed. Lumen Christi), deve-se à vitória dos cristãos sobre a frota otomana, ocorrida a 7 de outubro de 1571, denominada de Batalha de Lepanto. Naquela época, os turcos haviam atingido o apogeu de seu poder, e pretendiam dominar a França e a Itália, apoderando-se de Roma. Havia o risco de os cristãos assistirem a Basílica de São Pedro ser transformada em uma mesquita islâmica. Os cristãos se encontravam enfraquecidos, razão pela qual o Papa Pio V atribuiu a vitória cristã à devoção a Nossa Senhora e à recitação do Santo Rosário. Para celebrar a vitória, instituiu o Papa, no calendário litúrgico da Ordem de São Domingos, a Festa de Nossa Senhora do Rosário, que foi estendida a toda a Igreja pelo Papa Clemente XI em 1716, ano em que faleceu São Luís Maria Grignion de Montfort, um dos mais fervorosos padres da época, aos 43 anos de idade e apenas 16 de sacerdócio, no dia 28 de abril.

Segundo Eliane Portalone Crescenti (Rosário: caminho da paz, São Paulo : Editora Santuário), foi São Luís Maria Grignion de Montfort quem compôs a meditação dos mistérios, no ano de 1700 (ano em que se tornou sacerdote, a 5 de junho), tendo sido aprovada na Constituição Pretiosus, em 1727, pelo Papa Bento XIII, tornando obrigatória a contemplação dos mistérios na recitação do Rosário.

A São Luís Maria Grignion de Montfort atribuem-se grandes feitos, dentre os quais a prática da perfeita Consagração a Cristo pelas mãos de Maria como meio eficaz para viver fielmente a aliança do batismo e a prática do Santo Rosário. A devoção ao Santo Rosário teve grande estímulo a partir de então. Na Carta Encíclica Egregiis, de 3 de dezembro de 1856, o Papa Pio IX reconhecia o grande valor do Rosário, colocando “a reza cotidiana do Rosário” como poderosa arma para destruir “os monstruosos erros e impiedades que por todas as partes se levantam”.



Um dos mais destacados divulgadores do Rosário é sem dúvida o Papa Leão XIII, o “Papa do Rosário”, que dedicou à oração mais de 20 documentos, sendo 11 encíclicas. Uma das mais importantes, sem dúvida, é Supremi Apostolatus, publicada em 1º de setembro de 1883, seguida de Jucunda Semper, de 8 de setembro de 1894, de onde se extrai o seguinte texto:
“Queira Deus — é este um ardente desejo nosso — que esta prática de piedade retome em toda parte o seu antigo lugar de honra! Nas cidades e aldeias, nas famílias e nos locais de trabalho, entre as elites e os humildes, seja o Rosário amado e venerado como insigne distintivo da profissão cristã e o auxílio mais eficaz para nos propiciar a divina clemência”.
A partir de Leão XIII se seguiram Pio X, Bento XV, Pio XI, Pio XII, João XXIII e Paulo VI, os quais deram grande estímulo ao Rosário.
Bento XV, na Encíclica Fausto Appetente de 29 de junho de 1921, prescreve a oração do Rosário afirmando:
“A Igreja, sobretudo por meio do Rosário, sempre encontrou em Maria, a Mãe da graça e a Mãe da misericórdia, precisamente conforme tem o costume de saudá-la. Por isso, os Romanos Pontífices jamais deixaram passar ocasião alguma, até o presente, de exaltar com os maiores louvores o Rosário mariano, e de enriquecê-lo com indulgências apostólicas”.
Pio XI, na Encíclica Ingravescentibus Malis, de 29 de setembro de 1937, assim se refere ao Rosário:
“Uma arma poderosíssima para por em fuga os demônios (...). Ademais, o Rosário de Maria é de grande valor não só para derrotar os que odeiam a Deus e os inimigos da Religião, como também estimula, alimenta e atrai para as nossas almas as virtudes evangélicas”.
Pio XII, na Encíclica Ingruentium Malorum, de 15 de setembro de 1951, afirma que:
“Será vão o esforço de remediar a situação decadente da sociedade civil, se a família, princípio e base de toda a sociedade humana, não se ajustar diligentemente à lei do Evangelho. E nós afirmamos que, para desempenho cabal deste árduo dever, é, sobretudo conveniente o costuPapa João XXIIIme do Rosário em família”.

Maior valor ao Rosário não poderia ser dado do que este, do Papa João XXIII, que afirmou, na Carta Apostólica Il Religioso Convegno, de 29 de setembro de 1961, que o Rosário, como exercício de devoção cristã, entre os fiéis de rito latino, “ocupa o primeiro lugar depois da Santa Missa e do Breviário, para os eclesiásticos, e da participação nos Sacramentos, para os leigos”.

Já o Papa Paulo VI se refere ao Rosário com doçura, ao prescrever aos fiéis eclesiásticos e leigos, na Encíclica Mense Maio, de 19 de abril de 1965, para que não deixem “de inculcar, com a maior insistência, a reza do Santo Rosário, oração tão agradável à Virgem Maria e tão recomendada pelos Sumos Pontífices. Por meio dela, podem os fiéis cumprir, da maneira mais suave e eficaz, a ordem do Divino Mestre: ‘Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto’ (Mt 7,7)”.

Pouco mais tarde, a 2 de fevereiro de 1974, o Papa Paulo VI, na Exortação Apostólica Marialis Cultus, ao “recomendar vivamente a recitação do santo Rosário em família” escreve:

“Oração evangélica, centrada sobre o mistério da Encarnação redentora, o Rosário é, por isso mesmo, uma prece de orientação profundamente cristológica. Na verdade, o seu elemento mais característico, a repetição litânica do ‘Alegra-te, Maria’, torna-se também ele, louvor incessante, a Cristo, objetivo último do anúncio do Anjo e da saudação da mãe do Batista: ‘bendito o fruto do teu ventre’ (Lc 1,42)” .

Por fim, o Papa João Paulo II, que ao publicar a Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, proclama o Ano do Rosário, de outubro de 2002 a outubro de 2003, condena as objeções feitas ao Rosário, afirmando que “esta oração não só não se opõe à Liturgia, mas serve-lhe de apoio, visto que introduz nela e dá-lhe continuidade, permitindo vivê-la com plena participação interirosario_e_joao_paulo_iior e recolhendo seus frutos na vida quotidiana”(RVM 4).



Da Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae ao episcopado, ao clero e aos fiéis sobre o rosário, do sumo pontífice João Paulo II:

“O Rosário da Virgem Maria (Rosarium Virginis Mariae), que ao sopro do Espírito de Deus se foi formando gradualmente no segundo Milênio, é oração amada por numerosos Santos e estimulada pelo Magistério. Na sua simplicidade e profundidade, permanece, mesmo no terceiro Milênio recém iniciado, uma oração de grande significado e destinada a produzir frutos de santidade. Ela enquadra-se perfeitamente no caminho espiritual de um cristianismo que, passados dois mil anos, nada perdeu do seu frescor original, e sente-se impulsionado pelo Espírito de Deus a « fazer-se ao largo » (duc in altum!) para reafirmar, melhor « gritar » Cristo ao mundo como Senhor e Salvador, como « caminho, verdade e vida » (Jo 14, 6), como « o fim da história humana, o ponto para onde tendem os desejos da história e da civilização».'

“O Rosário, de fato, ainda que caracterizado pela sua fisionomia mariana, no seu âmago é oração cristológica. Na sobriedade dos seus elementos, concentra a profundidade de toda a mensagem evangélica, da qual é quase um compêndio. Nele ecoa a oração de Maria, o seu perene Magnificat pela obra da Encarnação redentora iniciada no seu ventre virginal. Com ele, o povo cristão frequenta a escola de Maria, para deixar-se introduzir na contemplação da beleza do rosto de Cristo e na experiência da profundidade do seu amor. Mediante o Rosário, o crente alcança a graça em abundância, como se a recebesse das mesmas mãos da Mãe do Redentor.”

No mesmo documento, João Paulo II exorta as famílias a rezarem o Rosário, dizendo que “o relançamento do Rosário nas famílias cristãs, no âmbito de uma pastoral mais ampla da família, propõe-se como ajuda eficaz para conter os efeitos devastantes desta crise da nossa época” (RVM 6).

Em seu discurso em Pompéia sobre o Santo Rosário, o Papa João Paulo II afirma:

“O Rosário, “compêndio do Evangelho” enquanto nos faz retornar continuamente às principais cenas da vida de Cristo, levando-nos quase a “respirar” o seu mistério; “caminho privilegiado de contemplação”, é também uma particular oração de súplica pela paz.”

Esta devoção tem o privilégio de ter sido recomendada por Nossa Senhora em Lourdes, na França, e em Fátima, Portugal, o que depõe em favor de sua validade em todos os tempos.
Rita de Sá Freire
Administradora do Apostolado "Nos Passos de Maria"
Associada da Academia Marial


quinta-feira, outubro 25, 2018

25 DE OUTUBRO, SANTO ANTONIO DE SANTANA GALVÃO



Conhecido como “o homem da paz e da caridade”, Antônio de Sant’Anna Galvão, nasceu no dia 10 de maio de 1739, na cidade de Guaratinguetá, São Paulo. Filho de Antônio Galvão, português natural da cidade de Faro em Portugal e de Isabel Leite de Barros, natural da cidade de Pindamonhangaba, em São Paulo. O ambiente familiar era profundamente religioso. Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestigio social e influência política. O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou Antônio, com a idade de 13 anos, à Bahia a fim de estudar no seminário dos padres jesuítas. Em 1760 ingressou no noviciado da Província Franciscana da Imaculada Conceição, no Convento de São Boaventura do Macacu, na Capitania do Rio de Janeiro. Foi ordenado sacerdote no dia 11 de julho de 1762, sendo transferido para o Convento de São Francisco em São Paulo. Em 1774, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição. Cheio do espírito da caridade, não media sacrifícios para aliviar os sofrimentos alheios.

Por isso o povo a ele recorria em suas necessidades. A caridade de Frei Galvão brilhou, sobretudo, como fundador do mosteiro da Luz, pelo carinho com que formou as religiosas e pelo que deixou nos estatutos do então recolhimento da Luz. São páginas que tratam da espiritualidade, mas em particular da caridade de como devem ser vivida a vida religiosa e tratadas as pessoas de dentro e de fora do “recolhimento”. Às 10 horas do dia 23 de dezembro de 1822, no Mosteiro da Luz de São Paulo, havendo recebido todos os Sacramentos, adormeceu santamente no Senhor, contando com seus quase 84 anos de idade. Foi sepultado na Capela-Mor da Igreja do Mosteiro da Luz, e sua sepultura, ainda hoje continua sendo visitada pelos fiéis. Sobre a lápide do sepulcro de Frei Galvão está escrito para eterna memória: “Aqui jaz Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, ínclito fundador e reitor desta casa religiosa, que tendo sua alma sempre em suas mãos, placidamente faleceu no Senhor no dia 23 de dezembro do ano de 1822”. Sob o olhar de sua Rainha, a Virgem Imaculada, sob a luz que ilumina o tabernáculo, repousa o corpo do escravo de Maria e do Sacerdote de Cristo, a continuar, ainda depois da morte, a residir na casa de sua Senhora ao lado de seu Senhor Sacramentado.

Frei Galvão é o religioso no qual o coração é de Deus, mas as mãos e os pés são dos irmãos. Toda a sua pessoa era caridade, delicadeza e bondade: testemunhou a doçura de Deus entre os homens. Era o homem da paz, e como encontramos no Registro dos Religiosos Brasileiros: “O seu nome é em São Paulo, mais que em qualquer outro lugar, ouvido com grande confiança e não uma só vez, de lugares remotos, muitas pessoas o vinham procurar nas suas necessidades”. O dia 25 de outubro, dia oficial do santo, foi estabelecido, na Liturgia, pelo saudoso Papa João Paulo II, na ocasião da beatificação de Frei Galvão em 1998 em Roma. Com a canonização do primeiro santo que nasceu, viveu e morreu no Brasil, a 11 de maio de 2007, o Papa Bento XVI manteve a data de 25 de outubro.

terça-feira, outubro 23, 2018

XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM


• O nosso texto mostra, uma vez mais, como os valores de Deus e os valores dos homens são diferentes. Na lógica dos homens, os vencedores são aqueles que tomam o mundo de assalto com o seu poder, com o seu dinheiro, com a sua ânsia de triunfo e de domínio, com a sua capacidade de impor as suas ideias ou a sua visão do mundo; são aqueles impressionam pela forma como vestem, pela sua beleza, pela sua inteligência, pelas suas brilhantes qualidades humanas… Na lógica de Deus, os vencedores são aqueles que, embora vivendo no esquecimento, na humildade, na simplicidade, sabem fazer da própria vida um dom de amor aos irmãos; são aqueles que, com as suas atitudes de serviço e de entrega, trazem ao mundo uma mais valia de vida, de libertação e de esperança. Qual destes dois modelos faz mais sentido para mim? Quando, no dia a dia, tenho de estabelecer as minhas prioridades e de fazer as minhas escolhas, deixo-me conduzir pela lógica de Deus ou pela lógica dos homens? Quem são as pessoas que eu admiro, que eu tenho como modelos, que me impressionam?

• Onde está Deus? Onde podemos encontrar o seu rosto, as suas propostas, os seus apelos e desafios? Apresentando-nos a figura desse “Servo” insignificante e desprezado pelos homens, mas através do qual se revela a vida e a salvação de Deus, o nosso texto lembra-nos que Deus, seguindo a sua lógica muito própria vem, tantas vezes, ao nosso encontro na pobreza, na pequenez, na simplicidade, na fragilidade, na debilidade… Conscientes desta realidade, poderemos perceber a presença de Deus a nosso lado nos pequenos gestos que todos os dias testemunhamos e que nos dão esperança, nas coisas simples e banais que nos enchem o coração de paz, nas pessoas humildes que o mundo despreza e marginaliza, mas que são capazes de gestos impressionantes de serviço, de partilha, de doação, de entrega… Não nos deixemos enganar: Deus não está naquilo que é brilhante, sedutor, majestoso, espampanante; Deus está na simplicidade do amor que se faz dom, serviço, entrega humilde aos irmãos.

Criar a "religião do chamado" é diferente da "religião de autoridade" . Não impõe dourina,mas propõe um caminho de salvação. Não emite pareceres, só chama e convida . Não entende sua atuação como um exercício de poder, mas como um serviço. Não pretende submeter ninguém com coações. Coloca-se , antes, ao serviço do se humano para convidá-lo a buscar em Deus dua vida plena . 

• Qual o sentido do sofrimento? Porque é que há tantas pessoas boas, honestas, justas, generosas, que atravessam a vida mergulhadas na dor e no sofrimento? Trata-se de uma pergunta que fazemos frequentemente e que o autor do quarto cântico do “Servo” também punha a si próprio. A resposta que ele encontra é a seguinte: o sofrimento do justo não se perde; através dele, os pecados da comunidade são expiados e Deus dará vida e salvação ao seu Povo. Trata-se, sem dúvida, de uma resposta incompleta, parcial, não totalmente satisfatória; mas encontra-se já nesta resposta a convicção de que, nos misteriosos caminhos de Deus, o sofrimento pode ser uma dinâmica geradora de vida nova. Jesus Cristo demonstrará, com a sua paixão, morte e ressurreição, a verdade desta afirmação.


















segunda-feira, outubro 22, 2018

CRIANÇAS DA CATEQUESE REZAM O ROSÁRIO




A ideia inicial para esta campanha foi concebida em 2005, à beira do caminho para um santuário de Nossa Senhora em Caracas, na Venezuela. Vindo de um grupo de crianças, que rezavam espontaneamente o Terço. Algumas mulheres que também estavam presentes sentiram uma profunda presença de Nossa Senhora. Uma delas, em seguida, recordou uma promessa feita uma vez por São Padre Pio, que havia dito: “Quando um milhão de crianças rezar o Terço, então o mundo vai mudar.”

O objetivo desta iniciativa de oração é mostrar, em primeiro lugar, que a oração confiante das crianças pode voar como uma flecha diretamente para o coração de Deus e, consequentemente, tem grande poder. Quão poderosa, então, é a oração do Terço, rezada pelas crianças na intenção pela paz e unidade dentro das famílias, dentro do seu próprio país e em todo o mundo! São João Paulo II escreveu em sua carta apostólica sobre o Rosário: “O Rosário é, por natureza, uma oração pela paz, pois consiste na contemplação de Cristo, o Príncipe da Paz, aquele que é a nossa paz”. O Rosário é também uma oração pela paz por causa dos frutos da caridade que produz… Por sua natureza de insistente petição em harmonia com o convite de Cristo de “rezar incessantemente”, o Rosário nos permite esperar que, ainda hoje, a difícil “batalha” pela paz pode ser vencida.

Fonte: ACN. Terço das Crianças.






UM SANTO VIVEU ENTRE NÓS - SÃO JOÃO PAULO II



Hoje é dia de São João Paulo II. Muitos de nós conhecemos bem este Santo, viveu conosco. Ele teve um longo pontificado de 25 anos, um dos mais longos da História. Sua eleição foi uma enorme surpresa do Espírito Santo, pois saiu de um país que estava debaixo do regime comunista, a Polônia, atrás da vergonhosa “Cortina de Ferro”. Ninguém esperava. Isto na época da “guerra fria” entre os EUA e a Rússia, que ameaçava o mundo de uma destruição atômica e nuclear.

Ele começou seu pontificado pedindo ao mundo: “Não tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas a Cristo!” (Homilia no início de seu pontificado, 1978).

O mundo comunista estremeceu com sua eleição porque sabia que João Paulo II viveu sob o triste regime comunista, e iria lutar para eliminá-lo. E de fato aconteceu: em 1989 caiu o Muro da Vergonha e o comunista desabou. Foi um trabalho do Papa, e uma ação misteriosa de Nossa Senhora de Fátima, a quem o Santo Padre tinha consagrado a Rússia em 1985, como Ela havia pedido.

No dia 13 de maio de 1980 o Papa foi baleado pelo turco Ali Agca, a mando da KGB (polícia secreta da Rússia), como concluiu em inquérito a polícia italiana. No ano seguinte levou o projétil que o atingiu para ser colocado na coroa de Nossa Senhora de Fátima. Ela o salvou. Milagrosamente o Papa foi salvo da morte. Ele disse que “uma mão puxou o gatilho, mas outra Mão dirigiu a bala”, para que não fosse fatal. Ele esteve no limiar da morte.

João Paulo II teve um pontificado notável; um Papa sábio, douto e santo, cuja canonização foi pedida pelo povo, na Praça de São Pedro, no dia do seu sepultamento: “Santo Súbito!”, santo já.

Além da queda do comunismo, ação decisiva de João Paulo II, ele guiou a Igreja com sabedoria e firmeza. Combateu desde o início a herética teologia de libertação de cunho marxista. Auxiliado por seu grande sucessor, Cardeal Ratzinger, Papa Bento XVI, na Congregação da Fé, ele pôde coibir com firmeza os erros de doutrina que ameaçavam a “sã doutrina” (1Tm 1,10; 4,62 Tm 4,3;) da fé.

Entre os documentos mais importantes que João Paulo II nos deixou, está o Catecismo da Igreja Católica, que ele chamou de “texto de referência da fé católica”, e que pediu que os fiéis e os pastores “usem assiduamente ao convocar as pessoas para viver a fé” (Constituição Fidei depositum). Além disso, o Papa renovou o Código de Direito Canônico, em 1983. E escreveu muitas encíclicas e inúmeros documentos importantes, defendendo a vida, a família, a paz no mundo, a razão e a fé, a Eucaristia, etc. Pronunciou Catequeses famosas nas audiências de quarta feira, sobretudo sobre a Igreja, o Espírito Santo, a Virgem Maria, e praticamente sobre todos os assuntos da doutrina católica.

Ele teve a gigantesca missão de introduzir a Igreja no terceiro milênio da Cristandade; e fez isso com maestria. Convocou três anos de preparação para celebrar o Jubileu do ano 2000. Sobretudo foi um defensor da vida e da família. Entre outras coisas disse na (Encíclica Evangelium vitae, 1995):

“A vida humana é sagrada e inviolável em cada momento da sua existência, inclusive na fase inicial que precede o nascimento”. “Só Deus é dono da vida.”

“O homem é chamado a uma plenitude de vida que se estende muito para além das dimensões da sua existência terrena, porque consiste na participação da própria vida de Deus”.

“Uma grave derrocada moral: opções, outrora consideradas unanimemente criminosas e rejeitadas pelo senso moral comum, tornam-se pouco a pouco socialmente respeitáveis”.

“O século XX ficará considerado uma época de ataques maciços contra a vida, uma série infindável de guerras e um massacre permanente de vidas humanas inocentes. Os falsos profetas e os falsos mestres conheceram o maior sucesso possível”.

“A verdade é que estamos perante uma objetiva “conjura contra a vida” que vê também implicadas Instituições Internacionais, empenhadas a encorajar e programar verdadeiras e próprias campanhas para difundir a contracepção, a esterilização e o aborto” (EV, 18).

Em defesa da família, que ele chamou de “Santuário da Vida”, “Patrimônio da humanidade” e “Igreja doméstica”, escreveu a “Carta às Famílias”, em 1994, onde disse:

“A grandeza e a sabedoria de Deus manifestam-se em suas obras. Hoje em dia, porém, parece que os inimigos de Deus, mais do que atacar frontalmente o Autor da criação, preferem defrontá-Lo em suas obras… Entre as verdades obscurecidas no coração do homem, por causa da crescente secularização e do hedonismo reinantes, ficam especialmente afetadas todas aquelas relacionadas com a família. Em torno à família se trava hoje o combate fundamental da dignidade do homem… Nos nossos dias, infelizmente, vários programas sustentados por meios muito poderosos parecem apostados na desagregação da família.” (CF, 5).

“A família é a primeira e fundamental escola de sociabilidade: enquanto comunidade de amor, ela encontra no dom de si a lei que a guia e a faz crescer” (Exortação Apostólica Familiaris consortio, 1981).

“A agradável recordação da vida de Jesus, José e Maria em Nazaré recorda-nos a beleza austera e simples e o carácter sagrado e inviolável da família cristã” (Homilia na Missa para as famílias em Rijeka, Croácia, 2003).

“Com a ajuda de Deus, fazei do Evangelho a regra fundamental da vossa família, e da vossa família uma página do Evangelho escrita para o nosso tempo!” (Discurso IV Encontro Mundial das Famílias).

“Não esqueçais que a oração em família é garantia de unidade num estilo de vida coerente com a vontade de Deus” (Discurso IV Encontro Mundial das Famílias).

Na sua última Encíclica, “Fé e razão”, João Paulo colocou com clareza e profundidade a necessidade da fé e da razão caminharem juntas e se auxiliando mutualmente. Ali ele afirmou que:

“A razão e a fé não podem ser separadas, sem fazer com que o homem perca a possibilidade de conhecer de modo adequado a si mesmo, o mundo e a Deus” (Fides et Ratio, 16).

“É ilusório pensar que, tendo pela frente uma razão débil, a fé goze de maior incidência; pelo contrário, cai no grave perigo de ser reduzida a um mito ou superstição” (FR, 46).

João Paulo II – bem como Bento XVI – foi um intransigente defensor da verdade, diante da mentira da “ditadura do relativismo”; ele disse que:

“Pode-se definir o homem como aquele que procura a verdade. A sede da verdade está tão radicada no coração do homem que, se tivesse de prescindir dela, a sua existência ficaria comprometida” (FR, 28).

“Uma vez que se privou o homem da verdade, é pura ilusão pretender torná-lo livre” (Fides et Ratio, 90).

“A razão e a fé não podem ser separadas, sem fazer com que o homem perca a possibilidade de conhecer de modo adequado a si mesmo, o mundo e a Deus” (FR, 16).

“Uma vez que se privou o homem da verdade, é pura ilusão pretender torná-lo livre” (FR, 90).

Tudo isso é apenas um pouco de toda a herança que esse gigante nos legou, e que nos anima a continuar a sua luta em favor da verdade, da vida, da família, de Deus e dos homens.

Prof. Felipe Aquino

sexta-feira, outubro 19, 2018

UM MILHÃO DE CRIANÇAS REZAM PELA PAZ NO MUNDO


Cidade do Vaticano

Um milhão de crianças rezam, neste dia 18 de outubro, mês do Rosário pela Paz no mundo.Esta iniciativa é lançada pela “Ajuda à Igreja que sofre”, fundada pelo Padre Werenfried van Straaten, que tinha grande veneração por Nossa Senhora de Fátima, que pediu aos pastorzinhos: “Rezem o terço, todos os dias, pela paz no mundo”.

A iniciativa “Um milhão de crianças rezam o Terço pela Paz no mundo”, surgiu no dia 18 de outubro de 2005, em um Santuário mariano de Caracas, Venezuela.

Na ocasião, enquanto várias crianças rezavam o Terço mariano, algumas mulheres presentes sentiram uma profunda presença de Nossa Senhora. Uma delas associou seu pensamento a uma promessa feita pelo Padre Pio: “Quando um milhão de crianças rezarem o terço, o mundo irá mudar.” Eis a força da oração infantil, que parte das palavras de Jesus: “Se vocês não se converterem e não se tornarem como crianças, não entrarão no Reino dos Céus”.

Oração orientada para a paz

O principal objetivo da iniciativa da Fundação pontifícia “Ajuda à Igreja que Sofre” é mostrar que a oração confiante das crianças atinge, como uma flecha, o Coração de Deus e, por isso, tem um poder divino. Eis, pois, a eficácia da oração do Terço pelas crianças, sobretudo, pela Paz e a unidade das famílias no mundo inteiro.

São João Paulo II escreveu, em sua Carta Apostólica sobre o Santo Rosário (16.10.2002): “O Rosário é, por natureza, uma oração orientada para a paz”, pois consiste na contemplação de “Cristo nossa Paz”. O Rosário é uma oração pela Paz também pelos frutos de amor que produz. Pelas suas características, de petição insistente e comunitária, e em sintonia com o convite de Cristo para “rezar sempre”, permite-nos alimentar nossa esperança pela paz no mundo.

Corrente de oração pela paz e pela Igreja

Por isso, a Fundação “Ajuda à Igreja que sofre” dirige seu apelo, a todos os cristãos, que ajudem a preparar e a incentivar as crianças, nas escolas e creches, hospitais e orfanatos, grupos de oração e nas famílias, onde quer que estejam reunidas, a rezar o Terço pela Paz, neste dia 18 de outubro, mês do Rosário, junto com milhares de outras crianças do mundo.

Participam desta 13ª edição da iniciativa “Um milhão de crianças rezam o Terço pela Paz no mundo”, crianças de cerca de 80 países de todos os Continentes. Trata-se realmente de uma corrente de oração pela Paz e pela Igreja Católica!