O
dia mundial das Missões, que será acontecerá no próximo domingo, data criada em
1926 pelo Papa Pio XI, é celebrado anualmente em toda a Igreja, para recordar o
caráter missionário que deve sempre estar presente na ação eclesial,
incentivando a todos os cristãos a se comprometerem como missionários,
emissários da evangelização. O Mês de outubro é o mês das Missões. Missão é o
mandato que Jesus deu à sua Igreja: “Ide e fazei discípulos todos os povos...”
(Mt 28, 19).
Domingo
passado, tivemos a abertura da fase do Sínodo dos Bispos em todas as dioceses,
como preparação para a grande assembleia do Sínodo dos Bispos no Vaticano, em
outubro de 2023, com o tema “Por uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e
Missão”.
Em
sua mensagem para o dia das Missões deste ano, o Papa Francisco usou como lema
a frase dos Apóstolos: “Não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos”
(At 4, 20).
“Quando
experimentamos a força do amor de Deus, quando reconhecemos a sua presença de
Pai na nossa vida pessoal e comunitária, não podemos deixar de anunciar e
partilhar o que vimos e ouvimos. A relação de Jesus com os seus discípulos, a
sua humanidade que nos é revelada no mistério da Encarnação, no seu Evangelho e
na sua Páscoa mostram-nos até que ponto Deus ama a nossa humanidade e assume as
nossas alegrias e sofrimentos, os nossos anseios e angústias (cf. Conc. Ecum.
Vat II, Const. past. Gaudium et spes, 22). Tudo, em Cristo, nos lembra que o
mundo em que vivemos e a sua necessidade de redenção não Lhe são estranhos e
também nos chama a sentirmo-nos parte ativa desta missão: ‘Ide às saídas dos
caminhos e convidai todos quantos encontrardes’ (cf. Mt 22, 9). Ninguém é
estranho, ninguém pode sentir-se estranho ou afastado deste amor de compaixão”.
“A
história da evangelização tem início com uma busca apaixonada do Senhor, que
chama e quer estabelecer com cada pessoa, onde quer que esteja, um diálogo de
amizade (cf. Jo 15, 12-17). Os Apóstolos são os primeiros que nos referem isso,
lembrando inclusive a hora do dia em que O encontraram: ‘Eram as quatro da
tarde’ (Jo 1, 39). A amizade com o Senhor, vê-Lo curar os doentes, comer com os
pecadores, alimentar os famintos, aproximar-Se dos excluídos, tocar os impuros,
identificar-Se com os necessitados, fazer apelo às bem-aventuranças, ensinar de
maneira nova e cheia de autoridade, deixa uma marca indelével, capaz de
suscitar admiração e uma alegria expansiva e gratuita que não se pode conter.
Como dizia o profeta Jeremias, esta experiência é o fogo ardente da sua
presença ativa no nosso coração que nos impele à missão, mesmo que às vezes
implique sacrifícios e incompreensões (cf. 20, 7-9). O amor está sempre em
movimento e põe-nos em movimento, para partilhar o anúncio mais belo e
promissor: ‘Encontramos o Messias’ (Jo 1, 41)”.
“Como
os apóstolos e os primeiros cristãos, também nós exclamamos com todas as nossas
forças: ‘não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos’ (At 4, 20)”.
Fonte:
Dom Fernando Arêas Rifan