segunda-feira, março 30, 2015

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR NA PRAÇA DE SÃO PEDRO - VATICANO


"No centro desta celebração, que se apresenta tão festiva, está a palavra que ouvimos no hino da Carta aos Filipenses: «Humilhou-Se a Si mesmo» (2, 8). A humilhação de Jesus.

Esta palavra desvenda-nos o estilo de Deus e, consequentemente, o que deve ser do cristão: a humildade. Um estilo que nunca deixará de nos surpreender e pôr em crise: não chegamos jamais a habituar-nos a um Deus humilde!
Humilhar-se é, antes de mais nada, o estilo de Deus: Deus humilha-Se para caminhar com o seu povo, para suportar as suas infidelidades. Isto é evidente, quando se lê a história do Êxodo: que humilhação para o Senhor ouvir todas aquelas murmurações, aquelas queixas! Embora dirigidas contra Moisés, no fundo eram lançadas contra Ele, o Pai deles, que os fizera sair da condição de escravatura e os guiava pelo caminho através do deserto até à terra da liberdade.
Nesta Semana, a Semana Santa, que nos leva à Páscoa, caminharemos por esta estrada da humilhação de Jesus. E só assim será «santa» também para nós!

Ouviremos o desprezo dos chefes do seu povo e as suas intrigas para O fazerem cair. Assistiremos à traição de Judas, um dos Doze, que O venderá por trinta denários. 
Veremos ser preso o Senhor e levado como um malfeitor; abandonado pelos discípulos; conduzido perante o Sinédrio, condenado à morte, flagelado e ultrajado.  Ouviremos que Pedro, a «rocha» dos discípulos, O negará três vezes. Ouviremos os gritos da multidão, incitada pelos chefes, que pede Barrabás livre e Ele crucificado. 
Vê-Lo-emos escarnecido pelos soldados, coberto com um manto de púrpura, coroado de espinhos. E depois, ao longo da via dolorosa e junto da cruz, ouviremos os insultos do povo e dos chefes, que zombam de Ele ser Rei e Filho de Deus.

Este é o caminho de Deus, o caminho da humildade. É a estrada de Jesus; não há outra. E não existe humildade, sem humilhação.
Percorrendo até ao fim esta estrada, o Filho de Deus assumiu a «forma de servo» (cf. Flp 2, 7). 
Com efeito, a humildade quer dizer também serviço, significa dar espaço a Deus despojando-se de si mesmo, «esvaziando-se», como diz a Escritura (v. 7). Esta – esvaziar-se – é a maior humilhação.
Há outro caminho, contrário ao caminho de Cristo: o mundanismo. O mundanismo oferece-nos o caminho da vaidade, do orgulho, do sucesso... É o outro caminho. O maligno propô-lo também a Jesus, durante os quarenta dias no deserto. Mas Jesus rejeitou-o sem hesitação. E, com Ele, só com a sua graça, com a sua ajuda, também nós podemos vencer esta tentação da vaidade, do mundanismo, não só nas grandes ocasiões mas também nas circunstâncias ordinárias da vida.
Nisto, serve-nos de ajuda e conforto o exemplo de tantos homens e mulheres que cada dia, no silêncio e escondidos, 
renunciam a si mesmos para servir os outros: um familiar doente, um idoso sozinho, uma pessoa deficiente, um sem-abrigo...
Pensamos também na humilhação das pessoas que, pela sua conduta fiel ao Evangelho, são discriminadas e pagam na própria pele. E pensamos ainda nos nossos irmãos e irmãs perseguidos porque são cristãos, os mártires de hoje (e são tantos): não renegam Jesus e suportam, com dignidade, insultos e ultrajes. Seguem-No pelo seu caminho. Verdadeiramente, podemos falar duma «nuvem de testemunhas» (cf. Heb 12, 1): os mártires de hoje.
Durante esta Semana, decididamente, esforcemo-nos por esta estrada da humildade, com tanto amor por Ele, o nosso Senhor e Salvador. Será o amor a guiar-nos e a dar-nos força. E, onde Ele estiver, estaremos também nós (cf. Jo 12, 26).

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DOMINGO DE RAMOS NA ARQUIDIOCESE DO RIO DE JANEIRO COM A JORNADA DIOCESANA DA JUVENTUDE (JDJ)

No dia 28 de março, véspera do Domingo de Ramos, no Posto 3 da Praia da Barra da Tijuca cerca de mil jovens participaram da Via-Sacra, encenada pelo Projeto Artes, da Comunidade Shalom, em mais uma Jornada Diocesana da Juventude (JDJ), na dimensão diocesana da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Após a Via-Sacra, os jovens seguiram com o cardeal arcebispo Dom Orani João Tempesta, em procissão rumo à Paróquia São Francisco de Paula, na Praça Euvaldo Lodi, na Barra da Tijuca, onde presidiu a Eucaristia.
Foram mais de dois quilômetros de caminhada, passando pela orla da praia e pela Rua Olegário Maciel. Os jovens, que seguiam cantando com a banda Linguagem dos Anjos enquanto balançavam bem alto seus ramos de palmeiras, acenaram para as muitas famílias que surgiam das janelas dos prédios para acompanhar de longe a procissão.
“Acredito que os jovens têm coragem, dinamismo e criatividade. E ficamos muito felizes de ver a juventude, com suas diversas expressões na arquidiocese, vibrar, ter coragem de falar, de proclamar o Evangelho e anunciar Jesus Cristo às pessoas. 
E eu creio que essa missão não é só para os jovens: é para todos nós”, incentivou o cardeal.

A Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) é a organização das Jornadas Mundiais da Juventude em nível diocesano e é celebrada nas Igrejas Locais no Domingo de Ramos (ou em um dia próximo) com o objetivo de 'fazer a pessoa de Jesus o centro da fé e da vida de cada jovem para que Ele possa ser seu ponto de referência constante e também a inspiração para cada iniciativa e compromisso para a educação das novas gerações'”.  São João Paulo II 

"O DOMINGO DE RAMOS ESTÁ DENTRO DO TEMPO QUARESMAL E LEMBRA A ACLAMAÇÃO DE JESUS PELO MESMO POVO QUE O CONDENA DEPOIS À PAIXÃO E MORTE.

Foi celebrada  missa de Ramos no domingo, 29 de março, às 9h, na Catedral de São Sebastião. A celebração solene foi presidida pelo arcebispo do Rio, cardeal Orani João Tempesta, com a bênção dos ramos entregue aos fiéis. 
A data também destaca o tema "Fraternidade: Igreja e Sociedade" e o lema "Eu vim para servir", que é um versículo do Evangelho de Marcos e lembra a importância do outro.  "Um trabalho da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para ajudar as igrejas e pastorais que atuam dentro do tema proposto.
O programa das cerimônias da Semana Santa na Catedral do Rio prossegue na quinta-feira santa, 2 de abril. O dia será marcado por duas cerimônias na Catedral: às 9h, a solene Missa do Crisma também denominada “Missa da Sagração dos Santos Óleos”, quando o Arcebispo Metropolitano consagrará os óleos que serão utilizados no sacramento da Crisma e abençoará os óleos dos catecúmenos e  dos enfermos, que serão usados em todas as 265 paróquias da cidade. 
Nesta cerimônia, os padres da Arquidiocese concelebram a missa com o arcebispo do Rio e bispos auxiliares, renovando os votos sacerdotais, inclusive o celibato. Ao final da cerimônia, marcando a unidade da Arquidiocese, Dom Orani entregará a cada uma das representações dos sete Vicariatos Episcopais, um frasco de cada um dos Santos Óleos (Crisma, Catecúmenos e Unção dos Enfermos) que serão redistribuídos pelas paróquias e utilizados nos sacramentos até Quinta-feira Santa de 2016.
Na parte da tarde, acontece às 17h a segunda cerimônia do dia quando a Igreja inicia o Tríduo Sagrado, com a Solene Missa da Ceia do Senhor, recordando a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Neste dia, a Catedral de São Sebastião ficará aberta até a meia-noite para que os fiéis possam fazer sua adoração ao Santíssimo Sacramento.

Na sexta-feira santa, dia 3 de abril, dia de jejum e abstinência para os católicos, a cerimônia na Catedral começa às 15 horas, com a solene função litúrgica comemorativa da Paixão e Morte de Cristo. Esse é o único dia em que não são celebradas as missas. Esta cerimônia é a Função Litúrgica que comemora a Paixão e Morte de Cristo. Depois da cerimônia, às 18h30, da Catedral sairá a procissão do Senhor Morto, que percorrerá algumas ruas do Centro. 
Na procissão, presidida por Dom Orani, serão levadas a relíquia do Santo Lenho – um fragmento da Cruz de Cristo – e as imagens do Senhor Morto e de Nossa Senhora das Dores. A procissão segue até os Arcos da Lapa, onde será encenado, pelo 37º ano consecutivo, o “Auto da Paixão de Cristo, às 19h, promovido pela Arquidiocese do Rio por meio de sua Associação Cultural.
O sábado santo, em 4 de abril, dia de silêncio para os cristãos que aguardam a ressurreição de Cristo, o Ofício das Leituras será na Igreja São Pedro Apóstolo, no Rio Comprido, às 9h, e a Solene Vigília Pascal na Catedral começa 
às 20h. 
A cerimônia é iniciada na parte externa da Catedral com a bênção do fogo. A Vigília prossegue depois no interior do templo com o canto do anúncio da Ressurreição de Cristo, a renovação das promessas do Batismo e a missa solene.
No domingo da Páscoa, 5 de abril, a Ressurreição do Senhor terá o dia marcado por uma missa solene às 10h celebrada por Dom Orani e um almoço de Páscoa que a Pastoral Social da Catedral oferecerá para moradores de rua, que são assistidos por essa Pastoral. 

ARQRIO.ORG

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domingo, março 29, 2015

DOMINGO DE RAMOS NA PARÓQUIA SÃO CONRADO 2015


Nossa celebração de hoje inicia-se com o Hosana! E culmina no crucifica-o! Mas este não é um contrassenso; é, antes, o coração do mistério. 
O mistério que se quer proclamar é este: Jesus se entregou voluntariamente a sua Paixão; não se sentiu esmagado por forças maiores do que Ele (Ninguém me tira a vida, mas eu a dou por própria vontade: Jo 10,18); foi Ele que, perscrutando a vontade do Pai, compreendeu que havia chegado a hora e a acolheu com a obediência livre do filho e com infinito amor para os homens: “… sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora, hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).
A Igreja nos lembra que a entrada triunfal vai perpassar todos os passos da Paixão de Cristo. 
Terminada a procissão mergulha-se no mistério da Paixão de Jesus Cristo: Em Is 50 4-7 descreve o Servo sofredor, na esperança da vitória final. 
Vemos nele a própria pessoa de Jesus Cristo. Em Fl 2,6-11 temos a chave principal de todo o mistério deste Domingo de Ramos: Jesus humilhou-se e por isso Deus o exaltou!
Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
A compreensão da Paixão e Morte de Jesus como serviço está presente em três cenas, na narrativa de Marcos. A primeira, na Última Ceia. Jesus anuncia a traição de alguém do grupo, mas não o expulsa. Toma pão e vinho, os consagra como seu Corpo e Sangue e oferece ritualmente sua vida a toda humanidade. 
Mesmo sabendo que seria traído e abandonado pelos seus, se faz dom para que possam viver plenamente. Na cena da Última Ceia se contempla também o convite, para que todos comunguem do pão e do vinho e participem de sua Páscoa. Jesus é fiel ao projeto do Pai, mesmo diante da traição humana. A exemplo do profeta e do salmista suporta todo tipo de sofrimento, físico e psicológico, porque sua força está em Deus e vem de Deus.
A segunda cena é a oração de Jesus, no Getsemani. Marcos relata o conflito psicológico na alma de Jesus: sofrimento, ansiedade, angustia profunda... Neste clima, começa a rezar uma prece muito simples: “se for possível afasta de mim este cálice, mas seja feita a tua vontade”.

 Jesus se confia ao Pai. O que aconteceu durante a oração? Inicia-se agitada; Jesus não consegue ficar calmo, nem permanecer no mesmo lugar. Reza e volta aos discípulos e os encontra dormindo. 
Acorda-os e pede que vigiem com ele. Depois, a oração o introduz num clima de serenidade, a ponto de ser capaz de se oferecer em oblação ao Pai, apesar do terrível cálice que precisaria beber. Uma oração que o acompanha até o momento da Cruz. Os discípulos fogem; não rezaram com Jesus e nem como Jesus; dormiram. Por isso, não foram capazes de amadurecer na oração a confiança depositada no Pai. A Paixão se compreende a partir da oração silenciosa.
Por fim, a terceira cena: a crucifixão de Jesus. Jesus tem ao seu lado dois ladrões e, aos seus pés, mulheres chorosas. Nenhum deles pode ajudá-lo. Está entre homens e mulheres e ninguém pode socorrê-lo.
 É a cena da solidão e do abandono, da humanidade incapaz de socorrer a dor de Deus. Por isso, Jesus se confia ao Pai gritando e expondo seu abandono: “por que me abandonastes?” 
Aqueles que passam debaixo da Cruz riem e desafiam Jesus: “salvou os outros, mas não pode salvar-se a si mesmo”. Eles estão certos. Jesus, na Cruz não veio para se auto-salvar, mas para oferecer a vida pela Salvação da humanidade; ali ele se oferece para salvar o mundo. 
 Na cena final, um centurião romano, que falava em nome do poder do mundo disse: “verdadeiramente este homem era filho de Deus”. É o reconhecimento final, que um dia todos repetirão com palavras e com e a própria vida, reconhecendo que Jesus é, verdadeiramente, o Filho de Deus.
Hoje, faz-se em todas as igrejas e comunidades o “gesto concreto de solidariedade”, a Coleta da Campanha da Fraternidade. Sejamos generosos e fraternos; nossa oferta represente um sinal de nosso caminho quaresmal e de nossa sincera conversão a Deus.  
Na Sexta-Feira Santa é feita em todas as igrejas a Coleta para os Lugares Santos, gesto de solidariedade para com os cristãos que 
testemunham a fé e o Evangelho nos lugares bíblicos e, muitas vezes, sofrem enormes dificuldades, perseguições e até o martírio!

Feliz e santa celebração da Páscoa! O Senhor da vida nos conceda a vida!

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sábado, março 28, 2015

SANTA TERESA D’AVILA - 500 ANOS DE SEU NASCIMENTO



Teresa nasceu em Ávila, Espanha, no ano de 1515. Aos 20 anos, entrou no Convento Carmelita de Encarnação. Viveu 67 anos (morreu em 4 de outubro de 1582), dos quais 20 de intensa atividade como fundadora, escritora, contemplativa e andarilha de Deus pelas terras da Espanha do século XVI.

Santa Teresa se preocupou com a dignidade da pessoa humana, e em sua experiência com Deus foi capaz de dar luz ao mistério mais profundo e desconhecido da interioridade do ser humano. Não foi uma mulher de teorias, mas de vida provada

Foi canonizada no dia 27 de setembro de 1970, pelo Papa Paulo VI, que lhe conferiu o título de Doutora da Igreja, e sua festa é comemorada no dia 15 de outubro.
Teresa foi uma feminista avant la lettre, numa época em que, na Europa, mulheres eram relegadas ao analfabetismo e, as místicas, atiradas à fogueira da Inquisição como bruxas. 

Leitora compulsiva, reformou a Ordem das carmelitas, indignada com os conventos transformados em depósitos de mulheres cujos maridos vinham explorar as riquezas do Novo Mundo.
Teresa rompe com o Carmelo convencional, e também com a mediação do clero entre a pessoa e Deus. Peregrina incansável, funda comunidades de mulheres vocacionadas à exclusividade do amor divino.
O representante do papa na Espanha, indignado, a acusa de “mulher irrequieta e andarilha, desobediente contumaz, que a título de devoção inventa má doutrina, andando fora da clausura, contra a ordem do Concílio de Trento e dos bispos, ensinando como mestra, à revelia do preceito de São Paulo de que as mulheres não devem ensinar.”
Salvou-a da condenação como herética e maluca a intervenção de seus confessores e teólogos, que se tornaram seus discípulos. Em 1970, o papa Paulo VI concedeu-lhe o título de Doutora da Igreja.
Seu principal discípulo e cooperador não foi uma mulher, e sim um homem, João da Cruz, patrono dos poetas espanhóis. 

A dupla reformou a vida carmelita e introduziu entre os católicos o saudável exercício da meditação – embora esta palavra não apareça em seus escritos e a Igreja Católica, ainda hoje, nutra injustificável preconceito em relação à sua prática, o que arrefece, entre os fiéis, a contemplação.
Com exceção de Francisco de Assis, nenhum outro santo atrai tanto a atenção de artistas, intelectuais e psicoterapeutas quanto Teresa. Nela se realizou, em plenitude, a promessa de Jesus:“Se alguém me ama, guardará a minha Palavra, e o meu Pai o amará, e viremos a Ele e Nele faremos a nossa morada” (João 14, 23).
Teresa transvivenciou aos 67 anos, em 1582. Suas obras completas, encontráveis em qualquer livraria católica, nos ensinam a beber do próprio poço.
Santa Teresa de Ávila é uma das maiores personalidades da mística católica de todos os tempos, sendo considerada como um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Ateus e livres-pensadores se veem obrigados a enaltecer sua viva e penetrante inteligência; reconhecem a força persuasiva de seus argumentos, bem como seu estilo vivo e atraente, além de seu profundo bom senso.

O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, tinha Santa Teresa em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos. (JSG)

Imagens: ArqRio.org

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