sexta-feira, maio 31, 2024

MISSA DE CORPUS CHRISTI








Desde que Jesus instituiu a Eucaristia na Santa Ceia, a Igreja nunca cessou de celebrá-la, crendo firmemente na presença do Senhor na hóstia consagrada pelo sacerdote legitimamente ordenado pela Igreja. Nunca a Igreja duvidou da presença real do Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Senhor na Eucaristia. Desde os primeiros séculos, os padres da Igreja ensinaram essa grande verdade recebida dos apóstolos.


Na Última Ceia, Jesus foi muito claro: “Isto é o meu corpo”. “Isto é o meu sangue” (Mt 26,26-28). Ele não falou de símbolo, de sinal nem de lembrança. São Paulo atesta a presença do Senhor na Eucaristia quando afirma: “O cálice de bênção, que bebemos, não é a comunhão do Sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é a comunhão do Corpo de Cristo?” (1Cor 10,16).


E o apóstolo, que não estava na Última Ceia, recebeu essa certeza por revelação especial do Senhor a ele: “O Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: Tomai e comei, isto é o meu corpo, que será entregue por vós; fazei isso em memória de mim. Igualmente também, depois de ter ceado, tomou o cálice e disse: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto em, memória de mim todas as vezes que o beberdes”(1Cor 11,23-29).


Sem dúvida, a Eucaristia é o maior e o mais belo milagre que o Senhor realizou e quis que fosse repetido a cada Missa, para que Ele pudesse estar entre nós, a fim de nos curar e alimentar. “A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã’ (LG,11). Os restantes sacramentos, porém, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na Santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa” (PO,5 e CIC n.1324).


O que diz o Catecismo?

O Catecismo da Igreja nos garante que “Os milagres da multiplicação dos pães prefiguram a superabundância deste pão único da Eucaristia” (CIC, n.1335). Tudo o que foi dito até aqui está baseado, principalmente, nas próprias palavras de Jesus, naquele memorável discurso sobre a Eucaristia, na sinagoga de Cafarnaum, que São João relatou com detalhes no capítulo 6 do seu Evangelho: “Eu sou o Pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste Pão viverá eternamente; e o Pão que eu darei é a minha carne para a salvação do mundo. O que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia, porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida.”


Não há como interpretar de modo diferente essas palavras, senão admitindo a presença real e maravilhosa do Senhor na hóstia sagrada. Lamentavelmente, a Cruz e a Eucaristia foram e continuam a ser “pedra de tropeço” para os que não creem, mas Jesus exigiu até o fim esta fé. Aos próprios apóstolos ele disse: “Também vós quereis ir embora?” (Jo 6,67). Ao que Pedro responde na fé, não pela inteligência: “Senhor, a quem iremos, só Tu tens palavras de vida eterna“(68). Nunca Jesus exigiu tanto a fé dos apóstolos como neste momento. E se exigiu tanto, sem dar maiores esclarecimentos como sempre fazia, é porque os discípulos tinham entendido muito bem do que se tratava, bem como o povo que o deixou dizendo: “Estas palavras são insuportáveis? Quem as pode escutar?” (Jo 6,60).


Acreditar na presença de Cristo na Eucaristia é um exercício de fé

Para cada um de nós também a Eucaristia será sempre uma prova de fogo para a nossa fé, mas, crendo na palavra do Senhor e no ensinamento da Igreja, seremos felizes. Quando Lutero pôs em dúvida a presença real e permanente do Senhor na Eucaristia, o Concílio de Trento (1545-1563) assim se expressou: “Porque Cristo, nosso Redentor, disse que o que Ele oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente o seu Corpo, sempre na Igreja se teve esta convicção que o sagrado Concílio de novo declara: pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue; e esta mudança, a Igreja católica chama-lhe com justeza e exatidão, transubstanciação” (DS, 1642; CIC n.1376).













quarta-feira, maio 29, 2024

CORPUS CHRISTI








 “Hoje a Igreja te convida:/ o Pão vivo que dá Vida/ vem com ela celebrar”.


Eis, caríssimos Irmãos, o sentido desta hodierna Solenidade: celebrar com a Igreja, celebrar como Igreja o Cristo, Pão vivo, Pão vivente, que nos dá a Vida divina, Vida que é o próprio Santo Espírito!


Nunca esqueçamos: no santíssimo Sacramento da Eucaristia, o próprio Senhor Jesus Cristo, imolado e ressuscitado, está realmente presente nas aparências do pão e do vinho, cheio de Espírito Santo, Espírito de Ressurreição, a ponto de a Escritura exclamar:


“O Senhor é o Espírito!” (2Cor 3,17)


Pois bem: quem comunga com o Corpo e Sangue do Senhor, recebe a Vida Eterna, isto é, o Espírito Santo, que nos cristifica, nos preparando para a Vida imperecível na Glória!


Muito pode ser dito sobre a Eucaristia!


O mistério é imenso, a riqueza é incomensurável, o amor é infinito!


As leituras que acabamos de escutar dizem-nos que este santíssimo Sacramento é, neste mundo, no caminho da Igreja, o selo sempre presente da Nova e Eterna Aliança do Senhor Deus com o Seu Povo; Aliança no Sangue do Cordeiro que tira o pecado do mundo; dizem-nos que o próprio Cristo, Sacerdote no Santuário da Eternidade, celebra para sempre, uma vez por todas, sem nunca terminar, o Sacrifício eterno pela nossa salvação, Sacrifício continuamente presente em nossos altares quando oferecemos a Eucaristia; dizem-nos que lá, na Glória, na Eucaristia eterna, na Missa perene, Ele nos espera, para bebermos com Ele o cálice da bênção, no Reino eterno de Deus!


Mas, caríssimos meus no Senhor, hoje, gostaria de lhes responder a algumas questões para ilustrar tão grande Sacramento… Ei-las: Por que o Senhor escolheu pão e vinho? E por que numa ceia? E por que corpo e sangue?


Por que o Senhor escolheu o pão e o vinho com água como matérias para a Eucaristia?


A resposta é simples: porque estes três alimentos são aqueles encontrados em todas as mesas, todos os dias, nos grandes e pequenos momentos. Ainda hoje, nos países da bacia do Mediterrâneo, em cada mesa, em cada refeição, estão lá: o pão fatiado, a água e o vinho! Alimentos dos ricos e dos pobres, alimento de todos! Irmãos: Cristo não quer estar presente na nossa vida somente em algumas ocasiões, somente nos grandes momentos… Ele é o alimento de todas as horas, de cada ocasião, do dia-a-dia miúdo da nossa existência! Amigo próximo, companheiro de caminho… E debaixo de sinais tão simples, tão nossos, tão do dia a dia…


– Obrigado, Senhor Jesus, Amigo certo das horas incertas!

Obrigado, Senhor Jesus, Amigo de todos os momentos, dos bons e dos maus, dos sorrisos e das lágrimas!


Obrigado, Amigo tão humilde, que, rico e glorioso, vens a nós “em tão ínfimos sinais”!


Por que o Salvador nosso escolheu uma ceia?


Antes de tudo, porque Ele quis instituir a Sua Páscoa como cumprimento e plena realização da Páscoa dos judeus; assim, na ceia pascal judaica, Ele instituiu o memorial da Sua Páscoa, entregando-a à Sua Igreja nascente como nossa Páscoa! Que mistério tão profundo! Que amor tão admirável: o cordeiro pascal dos judeus sacrificado e consumido em alimento, agora seria o próprio Cristo Senhor, partido, quebrado no sinal do pão e derramado no sinal do vinho, como memorial perene da Sua entrega na Cruz pela salvação nossa e do mundo inteiro!


Mas, tem mais: comer juntos, alimentar-se do mesmo alimento tirado do mesmo prato, na mesma refeição, significa viver a mesma vida! Portanto, o Senhor quis comer conosco, quis que comunguemos, que comamos, que nos alimentamos Dele mesmo, da Sua próprio Vida divina e Eterna, que é o Seu Espírito Santo e agora inunda a aparência do pão e a aparência do vinho! Comungando na Eucaristia, nós “con-vivemos” com o próprio Cristo ressuscitado, nós “vivemos com” a mesma Vida que Ele agora tem nos Céus em plenitude! E, comungando com Ele, Nele nos tornamos membros uns dos outros, um só Corpo, Corpo Dele, Corpo que é a Igreja! Eis, Irmãos, que neste Altar, nesta Mesa, nos tornamos sempre mais membros do Corpo de Cristo, nos tornamos sempre mais membros uns dos outros, nos tornamos sempre mais Igreja! Aqui a Igreja se fortalece, aqui a Igreja continuamente se faz e se refaz, a ponto de São Leão I Magno, Papa de Roma, exortar:


“Comei deste Pão e não vos dividireis; bebei deste Cálice e não vos desagregareis!”


– Obrigado, Salvador nosso, Jesus amado, porque nesta Mesa sagrada, Tu Te fazes nosso alimento de Vida eterna, Tu nos dás a comer Tua própria Vida divina, Tu nos unes a Ti e nos unes uns aos outros em Ti!


Senhor, não permitas nunca que nos separemos de Ti! Não consintas nunca em que nossas diferenças e debilidades nos separem uns dos outros!


Ó Cristo Deus, cada vez que participarmos desta Mesa santa, deste Altar sagrado, faze de nós, sempre mais, um só Corpo-Igreja no Teu Corpo-Eucaristia!


Que o Teu Espírito nos una num só Corpo, até o Dia da Vida Eterna, na Glória!


Por que o Salvador disse, do Pão: “É o Meu Corpo, a Minha Carne”? E por que, do Cálice: “É o Meu Sangue?”


Porque ambos os sinais exprimem bem o Seu amor, a Sua entrega total ao Pai e a nós, ao Pai por nós, em nosso favor!

Nas Escrituras, “corpo” e “carne” exprimem a pessoa toda, o homem todo, na sua fragilidade de criatura. Pois bem, dizendo “é o Meu Corpo”, o Senhor quis dizer:


“Sou Eu mesmo, em todos os Meus sonhos, em todas as dimensões da Minha vida, em todo o Meu amor… Tudo o que sou, tudo o que tenho, tudo quanto vivi, Eu entrego por vós, entrego a vós!”


“Sangue”, na Bíblia Sagrada, significa a vida. O sangue dado, evoca a vida derramada, a vida tirada, esparramada! O Senhor Jesus, dando-nos Seu Sangue, quis nos dar Sua existência vivida o tempo todo como doação, como entrega, até o extremo da Cruz!


Pois bem, no Seu Corpo e no Seu Sangue o Senhor Se deu todo: deu-nos Seu corpo, Sua existência, Seus cansaços, Seus amores, Sua paciência, até a morte e morte violenta, humilhante e dolorosa, morte de cruz!


– Senhor Jesus Cristo, nosso Sumo e Eterno Sacerdote, Cordeiro imolado, Vítima pascal, obrigado, porque, tendo nos amado, amaste-nos até o fim, até o extremo! Tudo Tu nos deste! Em nada Te poupaste!


Ajuda-nos, sustenta-nos, para que, comungando da Tua Eucaristia, saibamos, pelo amor do Teu Espírito Santo, fazer de nossa vida uma entrega total a Ti e, no Teu amor, aos irmãos!


O que não podemos com nossas forças, concede-nos pela força deste Sacramento de Amor!

Irmãos, que doação tão inteira! Que entrega tão total! Que amor tão completo! Que dom tão radical!


Eis a Eucaristia! Eis o Sacramento de amor! Eis o Sinal bendito que mais nos revela Quem é Deus: Deus é amor que Se entrega, que se gasta, que Se deixa consumir até fazer-Se alimento da criatura! Como diz a famosa estrofe “Panis Angelicus”:


“Ó coisa admirável!/ Alimenta-se do Senhor/ o pobre, o servo, o humilde!”


Por tudo isto, caríssimos, a Eucaristia nos impele, nos compromete a responder com amor a tão grande e completo e radical Amor!

Triste de quem comunga deste Sacramento com o coração fechado!

Ai de quem O recebe sem se dispor a amar, amar ao Senhor que nos ama e amar aos irmãos por amor do Amor que nos amou primeiro!

Que proclamemos hoje a nossa fé na Presença real e substancial do Senhor imolado e ressuscitado na Eucaristia!


Proclamemo-la celebrando o Sacrifício eucarístico,

proclamemo-la comungando o Corpo do Senhor,

proclamemo-la saindo em procissão pelas ruas de nossas cidades,

proclamemo-la, enfim, por uma vida eucaristicamente conformada: vida de amor e entrega a Deus, vida de amor e serviço aos irmãos; de modo que possamos, um dia, beber com o Senhor, do Fruto da videira, no Reino de Deus. Amém.


segunda-feira, maio 27, 2024

SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE










Esta página final do Evangelho segundo Mateus, lida em contexto da celebração da Solenidade da Santíssima Trindade, tem um sabor especial. Convida-nos a levantar os olhos daquelas questões rasteiras e materiais que todos os dias atraem a nossa atenção e a contemplar aquilo que está no final do nosso caminho: a comunhão plena com Deus, a integração na família de Deus. Jesus veio ao nosso encontro, enviado pelo Pai, para nos convidar a integrar a família de Deus; e, quando concluiu a sua missão entre nós e voltou para o Pai, confiou aos seus discípulos a missão de levarem a todos os homens e mulheres esse mesmo convite. A proposta de Jesus também nos chegou; e nós aceitamos o convite que nos foi feito e fomos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ficamos vinculados à família trinitária.


A missão que Jesus confiou aos discípulos – introduzir todos os homens na família de Deus – é uma missão universal: as fronteiras, as raças, a diversidade de culturas, não podem ser obstáculo para a presença da proposta libertadora de Jesus no mundo. Todos os homens e mulheres, sem exceção, têm lugar na família de Deus.


Num mundo onde Deus nem sempre faz parte dos planos e das preocupações dos homens, testemunhar o amor de Deus e apresentar aos homens o convite para integrar a família de Deus é um enorme desafio. O confronto com um mundo indiferente a Deus gera muitas vezes, nos discípulos, desilusão, sofrimento, frustração e desencanto. Jesus sabia isso quando enviou os discípulos. Por isso garantiu-lhes: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”.


A celebração da Solenidade da Trindade convida-nos a mergulhar no mistério de Deus. Fala-nos de um Deus que é amor. Diz-nos que Deus não é um ente solitário, afastado dos homens, apenas ocupado em dirigir a máquina do universo; mas é uma família onde o amor está sempre presente. Em Deus coexistem a unidade e a comunhão de pessoas.


sábado, maio 18, 2024

SOLENIDADE DA ASCENÇÃO DO SENHOR







Ao celebrarmos a Ascensão do Senhor deveríamos encher-nos de sentido sobrenatural. Hoje é um dia no qual se mesclam a alegria pela consumação da glorificação do Senhor Jesus, a tristeza ao vê-lo partir e a melancolia de uma espécie de sonho quase real. Ao celebrar a Ascensão do Senhor, celebramos também – como dizia São Leão Magno num sermão – a exaltação da nossa pobre natureza humana em Cristo: ele sobe aos céus com a nossa carne, com um coração de carne, com sentimentos humanos, em fim, ele nos leva aos céus. Santo Agostinho exortava: “hoje o Senhor nosso, Jesus Cristo, subiu aos céus, suba também o nosso coração com ele”.


Nós fomos feitos para as alturas, levamos dentro de nós essa marca de eternidade que nos faz desejar a felicidade. Cada ser humano tem dentro de si uma espécie de saudade do paraíso, um desejo de ser feliz para sempre, uma ânsia de eternidade que faz sentir certa náusea de viver para sempre numa situação incompleta e cheia de perigos. Aquela frase de Santo Agostinho, “Fizeste-nos, Senhor, para ti e o nosso coração está inquieto enquanto não descansar em ti”, continua atual. O ser humano, por mais que queira fugir de Deus, não descansará enquanto não se deixar seduzir pelo Senhor, já que em cada efêmera felicidade está buscando a Deus, ainda que não saiba.


Você já desejou, de verdade, ver Deus? Nós falamos de Deus, cremos nele, o adoramos, é preciso também desejar vê-lo. Como é o rosto do Pai? Como é a humanidade glorificada de Cristo? Como é a personalidade do Espírito Santo? O que é Deus? Quem é Deus? “Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou” (Jo 1,18). Ambas as afirmações estão perfeitamente combinadas na nossa vida cristã: nós não vimos a Deus, mas nós o conhecemos em Cristo. E, no entanto, desejamos ver como é Deus, como é cada uma das três Pessoas da Santíssima Trindade; também queremos dar um abraço em Nossa Senhora e agradecer pessoalmente ao nosso anjo da guarda por tudo, enfim, nós desejamos o céu.


Hoje é um dia para desejar a vida eterna. Precisamos ter a santa ambição de alcançarmos a eternidade feliz. Que aumente em nós o desejo do céu! Tal desejo nos ajudará a trabalhar muito pela glória de Deus aqui nesta terra e, consequentemente, a construir, desde o posto que ocupamos nesta sociedade, a cidade dos homens que é também nossa. Apostolado! Um cristão sem zelo apostólico é um cristão estéril. Assim como não se pode entender que um peixe não possa nadar, a não ser que esteja morto, assim também não se pode entender que um cristão não seja apostólico, proselitista (no bom sentido da palavra), a não ser que esteja morto. Não podemos perder a audácia, o desejo de ganhar a todos para Cristo. No mesmo sermão citado anteriormente, São Leão Magno dizia que “a fé, aumentada pela ascensão do Senhor e fortalecida com o dom do Espírito Santo, não pode temer diante das cadeias, da prisão, do desterro, da fome, do fogo, das feras nem das torturas dos cruéis perseguidores. Homens e mulheres, crianças e frágeis donzelas lutaram em todo o mundo por essa fé até o derramamento do sangue. Esta fé afugenta os demônios, afasta as enfermidades, ressuscita os mortos”.