segunda-feira, novembro 27, 2017

TERCEIRO DIA DO TRÍDUO PREPARATÓRIO PARA A FESTA DE SÃO CONRADO



Os critérios do Reino de Deus

O último Domingo do Tempo Comum, como dito, celebra a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo. Meu primeiro pensamento é chamar atenção para um fato muito particular: o tema do reinado de Deus não se parece com o poder político dos governantes atuais, que governam e organizam o povo com a força de leis e com atitudes controladoras. Não estou fazendo uma crítica, porque é necessário que haja um governo para organizar a sociedade. Estou apenas chamando atenção para a diferença entre os reinos do mundo e o Reino de Deus. A apresentação de Deus como Rei tem outra perspectiva: ele se apresenta como Rei porque socorre e ajuda os necessitados, porque faz justiça aos indefesos e liberta o oprimido dos opressores e de suas opressões. Assim deveria ser todo governante do povo: alguém que tivesse o mesmo modo do agir divino para com o povo, para que o povo possa viver de modo sereno, digno e na paz. A Imagem deste governante está simbolizada na figura do Bom Pastor.

A Solenidade de Cristo Rei não propõe criar um reino imaginário, como vemos em alguns filmes ou representações infantis. É uma celebração que coloca em causa um projeto concreto em favor do povo e da vida de cada membro do povo. Um primeiro elemento que chama atenção, neste sentido, são as acusações contra aqueles que assumem o pastoreio do povo: reis, governantes, líderes religiosos, sacerdotes... Fazendo uma leitura ao contrário da proposta divina, presente na 1ª leitura, entendemos que os maus governantes são aqueles que não vão em busca de quem vive perdido, não se preocupam em redirecionar aqueles que vivem extraviados, não dedicam cuidados a quem vive ferido, doente, não cria estruturas para fortalecer os enfermos... São governantes irresponsáveis para com a vida do povo. Governam com interesses pessoais ou interesses de grupos, como acontece com o processo corrupto no nosso Brasil.

A Solenidade de Cristo Rei não se fundamenta sobre o triunfalismo e nem propõe uma fé triunfalista. Nem mesmo se dirige unicamente aos governantes, é preciso dizer. O Evangelho direciona esta celebração a cada um de nós para nos comprometer concretamente com o pobre, com aquele que não tem vida digna, com aquele que é esquecido, com aquele que precisa ser tratado de modo misericordioso. É entrando na dinâmica do Reino de Deus que se entende como será o julgamento final, fundamentado unicamente no amor concreto para com os mais necessitados. O Reino de Deus não acontece pelo triunfalismo religioso, repito, mas pelo contato direto, pelo contato concreto, capaz de resgatar para a vida quem vive à margem da vida. Não estou falando de ideologia política, mas de um modo de viver fundamentado no amor e na fraternidade solidária entre nós. Este será o critério do julgamento final. Amém!

Homenagem das crianças da catequese ao Santo Padroeiro São Conrado de Constança