S. Atanásio nasceu em Alexandria do Egito, no ano de 295. De formação grega, foi bispo da sua cidade natal de 328 a 373. Participou no Concílio de Niceia, no ano 325. A sua oposição ao arianismo causou-lhe cinco exílios. Visitou Roma e Tréveris. Visitou os monges que viviam nos desertos do Egito. A vida de Santo Antão, que escreveu, teve enorme influência na difusão do monaquismo e no estilo de vida dos monges. Atanásio faleceu em Alexandria a 2 de Maio de 373.
S. Atanásio aparece-nos como um homem de enorme importância para a definição do dogma cristão. Quando alguns quiseram reduzir Jesus a simples criatura humana, o bispo de Alexandria interveio vigorosamente para defender a fé católica. Foi o que sucedeu com a heresia de Ario, que afirmava que Jesus era simplesmente um homem grande, santo, adotado por Deus, mas não Filho de Deus. Havia bispos e imperadores que aceitavam esta teoria, porque era mais fácil de aceitar, porque não exigia, a adesão a um mistério inefável, incompreensível. Atanásio defendeu, sem hesitações, e arcando com as consequências – perseguições, exílios – esta verdade de fé, garantindo que se trata de um mistério do qual depende a nossa salvação. De fato, se Jesus não é Filho de Deus, nós não estamos nem redimidos nem salvos, pois a salvação é obra de Deus. O fiel tem uma existência atribulada e, para cúmulo, sem a evidência humana da vitória. É difícil acreditar que Jesus tenha vencido o mundo quando se sofrem perseguições. Mas não há vitória sem luta, sem passar pela paixão do Senhor. Acreditamos no mistério “total” de Jesus: o mistério de uma morte que desembocou na ressurreição. Um cristão não pode ficar espantado se, como Jesus, for perseguido. É condição para a vitória da fé, isto é, para continuar a acreditar, nas tribulações, que Deus nos ama e, se nos prova, é para nos dar bens maiores.
Rezemos com Sto. Atanásio:
“Os querubins são excelsos, mas, tu, ó Virgem, és mais excelsa do que eles; os querubins sustentam o trono de Deus, mas tu sustentas a Deus, nos teus braços. Os serafins estão diante de Deus, mas tu está mais do que eles: os querubins cobrem com as asas o próprio rosto, porque não pode olhar a glória perfeita, mas tu, não só contemplas o seu rosto, mas o acaricias e amamentas a sua boca santa. (Elogio da Mãe de Deus, de uma homilia de Sto. Atanásio).