LEÃO
XIII
21 de
maio de 2025
Paróquia
São Conrado de Constança
O
nosso atual Papa Leão XIV, por quem estamos rezando para que faça um bom
governo, disse que adotou o nome de “Leão” em homenagem ao seu antecessor Leão
XIII, o Papa da “questão social”, o Papa dos operários, que iniciou e
impulsionou a Doutrina Social da Igreja. É uma das linhas do programa de
governo do Papa atual.
No
século XIX, com a industrialização, aconteceu uma situação social completamente
nova, surgindo a classe dos trabalhadores da indústria, o “proletariado
industrial”, cujas terríveis condições de vida foram ilustradas de modo
impressionante por Frederico Engels, em 1845, apresentando como solução a
derrubada da sociedade burguesa. Karl Marx recolheu esse apelo do momento, a
revolução proletária, e procurou dar uma solução, rumo à salvação, àquilo que
Kant tinha qualificado como “o reino de Deus”, o que deu origem ao partido
comunista, nascido do manifesto comunista de 1848. Essa revolução aconteceu, depois,
de forma mais radical, na Rússia de Lenin. Mas a análise de Marx, por ser
materialista, embora fascinante, estava, no foco, equivocada (cf. Bento XVI, Spe Salvi, n. 20).
A
solução cristã à questão operária foi dada magistralmente pelo Papa Leão XIII,
com a sua encíclica Rerum Novarum,
sobre a Situação dos Operários e o
Capital, publicada em 1891, que abordou o problema da condição social dos
trabalhadores na era da industrialização.
Leão
XIII defendia, como um direito, o justo salário para os trabalhadores,
suficiente para atender às necessidades legítimas do trabalhador e de sua
família, permitindo-lhes viver com dignidade e autonomia, além de condições de
trabalho seguras e a formação de associações para defender seus direitos. Ele
defendia a importância da justiça social.
A
encíclica Rerum Novarum é considerada
um marco inicial da Doutrina Social da Igreja, que se preocupa com as questões
sociais e busca soluções para as desigualdades injustas, defendendo o salário
justo.
É
sabida a influência dessa encíclica Rerum
Novarum de Leão XIII na criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
no Brasil, durante o governo de Getúlio Vargas e suas ideias influenciaram na
formulação de políticas trabalhistas no Brasil, introduzindo importantes
direitos para os trabalhadores, como a jornada de trabalho, o salário mínimo,
etc.
Por
isso, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) homenageou o Papa Leão XIII com um
salão que leva seu nome e abriga um quadro com seu retrato, refletindo a
importância da influência da sua encíclica na criação da Justiça do Trabalho no
Brasil. E a Fundação Leão XIII, criada em 1947, em sua homenagem, teve como
objetivo prestar assistência social às populações carentes das favelas.
“O
ensino e a difusão da doutrina social fazem parte da missão evangelizadora da
Igreja, destinada a levar as pessoas ao empenho pela justiça, segundo o papel,
a vocação e as circunstâncias pessoais” (cf. S. João Paulo II, Soll. Rei Socialis, 41).
Fonte:
Dom Fernando Arêas Rifan