segunda-feira, novembro 12, 2018

XXXII DOMINGO DO TEMPO COMUM



1 - Viuvez como símbolo

Em nossa cidade, na televisão, nas revistas, na internet... enfim, onde olhamos, vemos sinais atraentes, para nos impactar, para chamar nossa atenção. Sinais para chamar atenção e provocar uma reação positiva em todos nós. É o objetivo das propagandas. Parece que este princípio e esta regra não são adotados na Palavra que ouvimos. De fato, a Palavra, seja a 1ª leitura como o Evangelho, propõe como símbolo duas viúvas pobres, que viviam na precariedade e ameaçadas pela morte. Uma delas, aquela da 1ª leitura, recebe sua recompensa imediatamente. A viúva do Evangelho tem a recompensa do elogio de Jesus, que sequer ouviu o que ele disse. Não resta dúvida que são dois símbolos fora da curva, mas fortemente atrativos no contexto cristão. Exemplos fáceis de admirar, difíceis de imitar, prontos para serem espiritualizados com frases de efeito, do tipo: oferecer a vida com bom coração.

2 - A fé medida pela generosidade

A viuvez, na Bíblia, simboliza a fé confiante e esperançosa em Deus. É um exemplo difícil de ser seguido por nós, que vivemos com a mentalidade da poupança, que temos uma hierarquia de necessidades sociais, que calculamos até mesmo as doações caritativas, oferecendo somente aquilo que não fará falta. Desse modo, colocamos limites à radicalidade do Evangelho. Algumas pessoas conseguem viver radicalmente pobres, doando tudo. Estas pessoas, como as viúvas da Palavra deste Domingo, ameaçam nossas consciências religiosas, principalmente quando é medrosa, quando é fingida como aquela dos fariseus, quando se contenta com uma fé de rezas, de crenças, de costumes, incapaz de atingir a vida concreta. De outro lado, se a radicalidade do Evangelho incomoda, é sintoma que está mexendo com nosso modo de viver. Se tocar nossas consciências, torna-se atrativa para viver a fé como total confiança em Deus.

3 - Como viver a fé confiante

Como podemos viver a fé confiante e esperançosa, a exemplo das viúvas? Não existe necessidade de abandonar nossas responsabilidades e, talvez, nosso estilo de vida. O símbolo e o exemplo das viúvas tem a finalidade de propor, como primeira atividade, um questionamento ao nosso modo de crer: cremos com confiança esperançosa e com generosidade? A fé verdadeira sempre conduz à generosidade. Uma fé sem obras é morta, diz são Tiago (Tg 2,16). Não é cristão ter uma fé fingida como aquela dos fariseus,que oferecem muito dinheiro para comprar a atenção das pessoas. Generosidade não se faz com ostentação, mas com aquilo que podemos fazer para ajudar quem precisa, seja com muito, seja com pouco. O desafio que vem desta Palavra provoca-nos a nos desinstalar da zona do medo e do conforto para ingressar no caminho daqueles que confiam e esperam em Deus, como cantávamos no salmo responsorial: o Senhor é fiel para sempre, por isso, pela minha fé, obedeço e nele espero confiante. Amém!