terça-feira, agosto 27, 2013

SANTA MÔNICA E SANTO AGOSTINHO


Santa Mônica, a quem a Igreja recorda no dia 27 de agosto, com sua maneira exemplar de viver “sua missão de esposa e mãe”: por um lado, ajudando seu marido Patrício a descobrir a beleza da fé em Cristo e a força do amor evangélico.

O próprio Santo Agostinho, que ao princípio fez a sua mãe sofrer com seu temperamento rebelde, reconhecia que ela lhe havia gerado duas vezes, a segunda exigiu uma longa tribulação espiritual, feita de oração e de lágrimas, mas coroada ao final pela alegria de vê-lo não só abraçar a fé e receber o Batismo, mas também dedicar-se inteiramente ao serviço de Cristo.

Em um fatigoso itinerário, e com ajuda da oração de sua mãe, Agostinho abriu-se cada vez mais à plenitude da verdade e do amor, e ao final, não sem uma longa tempestade interior, descobriu em Cristo o sentido último e pleno da própria vida e de toda a história humana.

“O último dos antigos” e o “primeiro dos modernos”, santo Agostinho foi o primeiro filósofo a refletir sobre o sentido da história, mas tornou-se acima de tudo o arquiteto do projeto intelectual da Igreja Católica.

“Amando o próximo e cuidando dele, vais percorrendo o teu caminho. Ajuda, portanto, aquele que tens ao lado enquanto caminhas neste mundo, e chegarás junto daquele com quem desejas permanecer para sempre.” Santo Agostinho

As obras mais importantes de santo Agostinho são De Trinitate (Da Trindade), sistematização da teologia e filosofia cristãs, divulgada de 400 a 416 em 15 volumes; De civitate Dei (Da cidade de Deus), divulgada de 413 a 426, em que são discutidas as questões do bem e do mal, da vida espiritual e material, e a teologia da história; Confessiones (Confissões), sua autobiografia, divulgada por volta de 400; e muitos trabalhos de polêmica (contra as heresias de seu tempo), de catequese e de uso didático, além dos sermões e cartas, em que interpreta minuciosamente passagens das Escrituras.
No pensamento de santo Agostinho, o ponto de partida é a defesa dos dogmas (pontos de fé indiscutíveis) do cristianismo, principalmente na luta contra os pagãos, com as armas intelectuais disponíveis que provêm da filosofia helenístico-romana, em especial dos neoplatônicos como Plotino. 

Para pregar o novo Evangelho, é indispensável conhecer a fundo as Escrituras, que só podem ser bem interpretadas através da fé, pois apenas esta sabe ver ali a revelação de verdades divinas. Compreender para crer e crer para compreender, tal é a regra a seguir.

Uma contribuição decisiva é sua doutrina sobre a Santíssima Trindade. Para Agostinho a unidade das três pessoas é perfeita: não se podem separar, nem uma se subordina à outra, como defenderam Orígenes e Tertuliano, mas a natureza divina seria anterior ao aparecimento das três pessoas; estas se apresentam como os três modos de se revelar o mistério de Deus. A alma, para santo Agostinho, se confunde com o pensamento, e sua expressão, sua manifestação é o conhecimento: por meio deste a alma — ou o pensamento — se ama a si mesma. Assim, o homem recompõe nele próprio o mistério da Trindade e se vê feito à imagem e semelhança de Deus: se ele ama e se conhece dessa maneira, ele conhece e ama a Deus, conseqüentemente mais interior ao ser humano do que este mesmo.

A salvação do homem, na teologia agostiniana, é algo completamente imerecido e que depende tão só da graça de Deus; graça que, no entanto, se manifesta aos homens por meio dos sacramentos da igreja visível, católica.
Uma das mais belas concepções de santo Agostinho é a da cidade de Deus. Amando-se uns aos outros no amor a Deus, os cristãos, embora vivam nas cidades temporais, constituem os habitantes da eterna cidade de Deus. Na aparência, ela se confunde com as outras, como o povo cristão com os outros povos, mas o sentido da história e sua razão de ser é a construção da cidade de Deus, em toda parte e todo tempo. 

A obra de santo Agostinho, em si mesma imensa, de extraordinária riqueza, antecipa, além disso, o cartesianismo e a filosofia da existência; funda a filosofia da história e domina todo o pensamento ocidental até o século XIII, quando dá lugar ao tomismo e à influência aristotélica. Voltando à cena com os teólogos protestantes (Lutero e, sobretudo, Calvino), hoje é um dos alicerces da teologia dialética. Santo Agostinho morreu em Hipona, em 28 de agosto de 430. E nessa data, 28 de agosto, é festejado como doutor da igreja.


Ninguém falou melhor do lado de Jesus aberto pela lança para daí deixar escapar o sangue e a água, símbolo dos sacramentos e da Igreja. Viu nas chagas de Jesus um refúgio para a nossa alma. 

As belas invocações da oração Anima Christi são tiradas das suas efusões de amor para com o Salvador: "Água do lado de Jesus, dizia, purificai-me. – Jesus, escondei-me nas vossas chagas". 

Quem melhor do que ele cantou o amor de Deus? - "Ó Deus, dizia, é possível a alguém saber que sois Deus e que vos não ame? – Ó beleza sempre antiga e sempre nova, tarde vos conheci, tarde vos amei! – Fizestes-nos para vós, Senhor, e o nosso coração está sempre agitado, enquanto não repousa em vós". 

A regra composta por ele para a sua ordem religiosa foi justamente chamada a regra de amor.

Alma de Cristo, santifica-me
Corpo de Cristo, salva-me
Sangue de Cristo, extasia-me
Água que vem de Cristo, lava-me
Paixão de Cristo, conforta-me
Ó bom Jesus, escute-me
Entre suas feridas, esconde-me
Não permita que me separe de ti
E dos exércitos do maligno, defenda-me
E na hora da Morte, chama-me
E deixe-me ir a ti
e Com teus santos, louvar a ti
Pelos séculos dos séculos
Amém
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