As Leituras bíblicas que foram proclamadas hoje têm
como fio condutor a centralidade de Cristo: Cristo está no centro, Cristo é o
centro. Cristo, centro da criação, do povo e da história.
O Apóstolo Paulo, na segunda Leitura tirada da
Carta aos Colossenses, dá-nos uma visão muito profunda da centralidade de
Jesus.
Apresenta-O como o Primogênito de toda a criação: Nele, por Ele e para Ele foram criadas todas as coisas.
Ele é o centro de todas as coisas, é o princípio: Jesus Cristo, o Senhor. Deus deu-Lhe a plenitude, a totalidade, para que Nele fossem reconciliadas todas as coisas (cf. 1, 12-20). Senhor da criação, Senhor da reconciliação.
Ele é o centro de todas as coisas, é o princípio: Jesus Cristo, o Senhor. Deus deu-Lhe a plenitude, a totalidade, para que Nele fossem reconciliadas todas as coisas (cf. 1, 12-20). Senhor da criação, Senhor da reconciliação.
Esta imagem faz-nos compreender que Jesus é o centro da criação; e, portanto, a atitude que se requer do crente – se o quer ser de verdade – é reconhecer e aceitar na vida esta centralidade de Jesus Cristo, nos pensamentos, nas palavras e nas obras.
E, assim, os nossos pensamentos serão
pensamentos cristãos, pensamentos de Cristo. As nossas obras serão obras
cristãs, obras de Cristo, as nossas palavras serão palavras cristãs, palavras
de Cristo.
Diversamente, quando se perde este centro, substituindo-o por outra coisa qualquer, disso só derivam danos para o meio ambiente que nos rodeia e para o próprio homem.
Além de ser centro da criação e centro da reconciliação, Cristo é centro do povo de Deus. E hoje mesmo Ele está aqui, no centro da nossa assembleia. Está aqui agora na Palavra e estará aqui no altar, vivo, presente, no meio de nós, seu povo. Assim nos mostra a primeira Leitura, que narra o dia em que as tribos de Israel vieram procurar Davi e ungiram-no rei sobre Israel diante do Senhor (cf. 2 Sam 5, 1-3).
Na busca da figura ideal do rei, aqueles homens procuravam o próprio Deus: um Deus que Se tornasse vizinho, que aceitasse caminhar com o homem, que Se fizesse seu irmão.
Cristo, descendente do rei Davi, é precisamente o “irmão” ao redor do qual se constitui o povo, que cuida do seu povo, de todos nós, a preço da sua vida. Nele, nós somos um só; um só povo unido a Ele, partilhamos um só caminho, um único destino.
Somente Nele, Nele por centro, temos a identidade como povo. E, por último, Cristo é o centro da história da humanidade e também o centro da história de cada homem. A Ele podemos referir as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de que está tecida a nossa vida.
Quando Jesus está no centro, até os momentos mais sombrios da nossa existência se iluminam: Ele nos dá esperança, como fez com o bom ladrão no Evangelho de hoje.
Enquanto todos os outros se dirigem a Jesus com desprezo – “Se és o Cristo, o Rei Messias, salva-Te a Ti mesmo, descendo do patíbulo!” –, aquele homem, que errou na vida, no fim agarra-se arrependido a Jesus crucificado suplicando: “Lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino” (Lc 23, 42).
E Jesus promete-lhe: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (23, 43): o seu Reino.
Jesus pronuncia apenas a palavra do perdão, não a da condenação; e quando o homem encontra a coragem de pedir este perdão, o Senhor nunca deixa sem resposta um tal pedido.Hoje todos nós podemos pensar na nossa história, no nosso caminho. Cada um de nós tem a sua história; cada um de nós tem também os seus erros, os seus pecados, os seus momentos felizes e os seus momentos sombrios.
Neste dia, far-nos-á bem pensar na nossa história, olhar para Jesus e, do fundo do coração, repetir-lhe muitas vezes – mas com o coração, em silêncio – cada um de nós: “Lembra-Te de mim, Senhor, agora que estás no teu Reino! Jesus, lembra-Te de mim, porque eu tenho vontade de me tornar bom, mas não tenho força, não posso: sou pecador, sou pecadora.
Mas lembra-Te de mim, Jesus! Tu podes lembrar-Te de mim, porque Tu estás no centro, Tu estás precisamente no teu Reino!”.
Que bom! Façamo-lo hoje todos, cada um no seu coração, muitas vezes: “Lembra-Te de mim, Senhor, Tu que estás no centro, Tu que estás no teu Reino!”.A promessa de Jesus ao bom ladrão dá-nos uma grande esperança: diz-nos que a graça de Deus é sempre mais abundante de quanto pedira a oração.
O Senhor dá sempre mais – Ele é tão generoso! –, dá sempre mais do que se Lhe pede: pedes-Lhe que Se lembre de ti, e Ele leva-te para o seu Reino! Jesus é precisamente o centro dos nossos desejos de alegria e de salvação. Caminhemos todos juntos por esta estrada
Homilia do Papa Francisco
Santa Missa de encerramento do Ano da Fé - Praça São Pedro – Vaticano - Domingo, 24 de novembro de 2013
Santa Missa de encerramento do Ano da Fé - Praça São Pedro – Vaticano - Domingo, 24 de novembro de 2013
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- Carlos A. Tolosi
Imagens José Ribeiro e Paula Brasil
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