A LITURGIA DESTE DOMINGO, AO CONTINUAR NOS RECORDANDO QUE A SABEDORIA
DIVINA É DIFERENTE DA NOSSA, APRESENTA O AMOR AOS INIMIGOS COMO UM DOS GRANDES CRITÉRIOS
PARA VERIFICARMOS SE, DE FATO, SOMOS OU NÃO DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS DO CRISTO SENHOR.
Conscientes de que tamanha radicalidade no amor é algo que depende de muita oração e grande empenho pessoal, unimo-nos ao redor do altar para celebrar o mistério d’Aquele que, em sua vida, paixão, morte e ressurreição, amou a todos, inclusive os que se consideravam seus inimigos.
Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
“Amar os inimigos” faz parte de uma lógica nova, desconhecida pelo menos a nível oficial no mundo antigo, que praticava uma justiça fundada exclusivamente na igualdade do dar e do receber (“olho por olho, dente por dente”).
“Amar os inimigos” é muito mais do que perdoa-lhes; é fazer-lhes bem positivamente, é oferecer-lhes a própria túnica, é não pedir juros nos empréstimos, é saudar em primeiro lugar, é oferecer a outra face quando já se foi ofendido.
É uma perspectiva nova, dura, paradoxal, construída partindo de um ponto de vista impensável: amar os prepotentes e os inimigos, porque Deus os ama.
Conscientes de que tamanha radicalidade no amor é algo que depende de muita oração e grande empenho pessoal, unimo-nos ao redor do altar para celebrar o mistério d’Aquele que, em sua vida, paixão, morte e ressurreição, amou a todos, inclusive os que se consideravam seus inimigos.
Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
“Amar os inimigos” faz parte de uma lógica nova, desconhecida pelo menos a nível oficial no mundo antigo, que praticava uma justiça fundada exclusivamente na igualdade do dar e do receber (“olho por olho, dente por dente”).
“Amar os inimigos” é muito mais do que perdoa-lhes; é fazer-lhes bem positivamente, é oferecer-lhes a própria túnica, é não pedir juros nos empréstimos, é saudar em primeiro lugar, é oferecer a outra face quando já se foi ofendido.
É uma perspectiva nova, dura, paradoxal, construída partindo de um ponto de vista impensável: amar os prepotentes e os inimigos, porque Deus os ama.
É deste modo que movidos pelo Espírito, vivem antecipando a alegria da vida eterna.
Não é estranho que as palavras de Jesus ressoem em nossa sociedade como um grito ingênuo além de discordante: “Amai vossos inimigos e fazei o bem aos que vos perseguem”.
E, no entanto, talvez seja esta a palavra que mais precisamos ouvir nestes momentos em que, imersos na perplexidade, não sabemos o que fazer em concreto para ir arrancando do mundo a violência.
Não podemos oferecer soluções técnicas aos conflitos, mas sim para que possamos descobrir com que atitude devemos abordá-los.
Há uma convicção profunda em Jesus.
Não se pode vencer o mal à base de ódio e violência. Ao mal só se vence
com o bem. Ele não se detém, em alguma circunstância concreta, a violência pode
ser legítima.
Em vez disso, Ele nos convida a trabalhar e lutar para que nunca
o seja. Por isso é importante buscar sempre caminhos que nos levam para a
fraternidade e não para o fratricídio.
Amar os inimigos não significa tolerar as injustiças e retirar-se
comodamente da luta contra o mal. O que Jesus viu com clareza é que não se luta
contra o mal quando se destrói as pessoas.
Deve-se combater o mal, mas sem buscar a destruição do adversário.
Jesus convida a “fazer violência à violência”. O verdadeiro inimigo para o qual devemos dirigir nossa agressividade não é o outro, mas nosso próprio “eu” egoísta, capaz de destruir a quem se opõe a ele.
É um equívoco acreditar que o mal pode ser detido com o mal e a injustiça com a injustiça. O respeito total ao ser humano, tal como Jesus o entende, está pedindo um esforço constante para suprimir a mútua violência e promover o diálogo e a busca de uma convivência sempre mais justa e fraterna.
Nós cristãos devemos perguntar-nos por que não soubemos extrair do Evangelho todas as consequências da “não violência” de Jesus, e por que não lhe demos o papel central que há de ocupar na vida e na pregação da Igreja.
cf O Caminho aberto por Jesus, Pagola, Ed Vozes
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