Há 450 anos, nascia o Rio de Janeiro, que anos mais tarde passou a viver
sob as bênçãos do padroeiro São Sebastião.
Entrecortada pelo verde da Mata
Atlântica, banhada pelas águas da Baía e bonita por natureza, a capital se
tornaria nos séculos seguintes a segunda mais importante do país e a principal
porta de entrada para estrangeiros de todos os cantos do mundo.
O Rio
que hoje celebra o dia da sua fundação, em 1º de março de 1565, com uma vasta
programação, é o mesmo que se reinventa e resgata um passado áureo quando ainda
era a capital do país.
Nesse segundo Domingo da Quaresma, a Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir para chegar à vida nova: é o caminho da escuta atenta de Deus e dos seus projetos, o caminho da obediência total e radical aos planos do Pai.
O Evangelho relata a transfiguração de Jesus. Recorrendo a elementos simbólicos do Antigo Testamento, o autor apresenta-nos uma catequese sobre Jesus, o Filho amado de Deus, que vai concretizar o seu projeto libertador em favor dos homens através do dom da vida.
Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
Temos cada vez menos tempo para escutar. Não sabemos aproximar-nos, com calma
e sem preconceitos, do coração do outro. Não conseguimos acolher a mensagem que
todo ser humano nos pode comunicar. Fechados em nossos próprios problemas,
passamos pelas pessoas quase sem deter-nos para escutar realmente alguém.
Estamos esquecendo a arte de escutar.
Por isso, também
não é tão estranho que nós cristãos tenhamos esquecido, em boa parte, que ser
crente é viver escutando JESUS. No entanto, somente a partir desta escuta nasce
a verdadeira fé cristã.
De acordo com São Marcos, quando no "monte da transfiguração'' os discípulos se assustam ao sentir-se envoltos pelas sombras de uma nuvem, só escutam estas palavras: "ESTE É MEU FILHO AMADO: ESCUTAI-O".
A experiência de escutar Jesus até o fundo pode ser dolorosa, mas é apaixonante. Ele não é aquele que nós havíamos imaginado a partir de nossos esquemas e tópicos. Seu mistério nos escapa.
Quase sem dar-nos conta, ele nos vai arrancando de seguranças que nos são muito queridas, para atrair-nos a um vida mais autêntica.
Alguém que sabe para que viver e por que morrer (lembremos de Marta e Jesus, por ocasião da morte de Lázaro).
Alguma coisa nos diz, a partir de dentro de nós, que ele tem razão (Parábola do Pai Misericordioso). Em sua vida e em sua mensagem existe verdade.
ADMITIR! PRECISAMOS TER A CORAGEM DE ADMITIR NOSSAS FRAQUEZAS PARA NÓS MESMOS, PARA
DEUS E PARA OS IRMÃOS. ADMITIR ISSO PARA NÓS É ALGO RACIONAL E CONCRETO. QUANDO
ADMITO PARA MIM MESMO QUE ESTOU ERRADO. ESTOU ACEITANDO O MEU COMPORTAMENTO
COMO ALGO DE NEGATIVO, E ESTA REAÇÃO É O COMEÇO DA CORREÇÃO.
Se perseverarmos
numa escuta paciente e sincera, nossa vida começa a iluminar-se com uma nova
luz. Começamos a ver tudo com mais clareza. Vamos descobrindo qual a maneira
mais humana de enfrentar os problemas da vida e o mistério da morte. Damo-nos
conta dos grandes erros que nós seres humanos podemos cometer e das grandes
infidelidades.
Precisamos, em
nossas comunidades cristãs, empenhar-nos mais na escuta fiel de Jesus. Escutar
Jesus pode nos curar de cegueiras seculares, pode liberta-nos de desalentos e
covardias quase inevitáveis, pode infundir novo vigor à nossa fé.
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