O projeto divino do paraíso
Partindo dos primeiros capítulos da Bíblia, a Palavra recorda a pretensão dos primeiros homens e mulheres de recusarem o plano de Deus, para seguir o seu próprio destino, deixando-se guiar por planos humanos. A experiência da história humana deixa claro que a pessoa humana não se pode satisfazer a si mesma. Deus é quem preenche nosso anseio de felicidade. Aquilo que Deus queria construir, propondo à terra um paraíso, foi recusado pela humanidade. Deus, porém, não se deu por vencido. São Paulo garante que Deus voltou a oferecer à humanidade nova oportunidade de construir a felicidade. Paulo afirma que foram amados e pré-destinados para Deus quem pôs sua esperança em Jesus Cristo.
Anunciação de Nossa Senhora
O Evangelho nos conduz ao momento em que Deus volta à proposta inicial de seu amor pela humanidade. Por meio do arcanjo Gabriel e na pessoa de Maria, Deus repropõe seu plano à humanidade. Maria não é uma pessoa isolada das demais pessoas que habitam a terra. Ali, diante de Gabriel, ela representa a possibilidade do início de uma nova humanidade. Ela representa também toda a humanidade, como Adão e Eva representavam a humanidade, no pecado. Em Maria, a humanidade aceita Jesus Cristo que vai nascer como homem e viver entre nós. É o início de um novo paraíso, o início de uma nova humanidade, capaz de conviver com Deus, na obediência. Ao se encarnar no seio da Virgem Imaculada, Jesus traz consigo uma missão: a missão de educar a humanidade para poder acolher generosamente o projeto divino. Jesus não veio passear na terra, veio nos trazer o Reino de Deus, a proposta do Paraíso divino para a terra. Paraíso não é um lugar é um modo de viver na terra.
O novo Paraíso tem início no seio da Imaculada
A proposta do Pai é refazer o paraíso: aquele mundo de paz e felicidade que havia sido proposto no início da criação da pessoa humana. Uma proposta que tem como modo de vida a caridade fraterna, com todos tratando-se como irmãos e irmãs, tendo a Deus como nosso único Pai. Maria, a Imaculada de Deus, foi a primeira a aceitar o plano divino. Ela disse “sim” e o início da reconstrução do Paraíso começou a se tornar realidade no seio imaculado. Mas, o pecado continua presente na terra. O pecado é a recusa do projeto de Deus. Por isso, na celebração da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Liturgia nos coloca diante de uma escolha: acolher o projeto divino para colaborar com Deus na reconstrução do Paraíso na terra, através da fraternidade ou recusar este projeto pelo pecado, que promove a desunião, as violências e a morte.
Maria, a comprometida com o projeto divino
Assim contemplamos, hoje, Maria, a Imaculada de Deus, aquela que se comprometeu com o novo de Deus. Hoje, contemplamos a proposta divina sendo refeita a cada um de nós, na esperança que acolhamos o projeto divino para que o paraíso seja reconstruído vivendo na obediência ao Pai, a exemplo da Imaculada. Amém!
