“O SENHOR TEU DEUS ESTÁ NO MEIO DE TI, COMO PODEROSO
SALVADOR. POR CAUSA DE TI, ELE ENCHE-SE DE JÚBILO, RENOVA-TE COM O SEU AMOR,
EXULTA DE ALEGRIA POR TUA CAUSA, COMO NOS DIAS DE FESTA”.
Magnífico hino de júbilo a Sião, um cântico de
esperança de salvação dirigido ao “resto” (cf.
v. 13) que pela sua fidelidade
sobreviverá às tremendas calamidades que o profeta anuncia.
Uma leitura cristã (lectio divina) do
belíssimo texto enquadra-se às mil maravilhas nesta quadra litúrgica; por um
lado, condiz com o tom de alegria deste Domingo, por outro, faz pensar nas
palavras de Gabriel à Virgem Maria (cf. Lc 1,
28.30.48); daí que condiz bem com este
texto a tradução da saudação angélica “avé!” por “alegra-te!”.
“Alegrai-vos sempre no Senhor”. A alegria é uma
nota típica desta epístola (cf. 1,
3.18.25; 2, 2.17.18.28-29; 3, 1; 4, 1.10)
e
da vida do cristão. É uma virtude para viver “sempre”, pois não tem o
seu fundamento em nada de efêmero, mas “no Senhor”, na certeza de que
Deus é Pai providente, que “está próximo” – “no meio de ti” (cf. 1ª
leitura); é uma alegria sobrenatural.
O fundamento desta alegria. “O Senhor, Rei de Israel,
está no meio de ti e já não temerás nenhum mal.”
A alegria que devemos buscar fundamenta-se na nossa
filiação divina. O Senhor libertou-me. Compete-me agora aceitar jubilosamente
este dom que Ele me oferece.
O filho pródigo é um exemplo claro de como devemos
procurar esta alegria. O filho mais novo da Parábola procurou-a na libertinagem
dos sentidos, começando por se afastar da casa paterna. Mas à medida que o
tempo passa, ele começa a perceber que só tem duas alternativas: regressar aos
braços do Pai ou morrer de fome, de tristeza e no abandono.
A esta certeza da fé há de juntar-se – para que a
alegria se torne efetiva – um esforço pessoal generoso para corresponder ao
Amor do Pai. A filiação divina foi-nos dada sem qualquer merecimento da nossa
parte; o esforço generoso é confiado a cada um de nós.
Neste sentido, podemos dizer que a alegria está dentro
de nós, porque é a presença misteriosa do Senhor que a torna possível.
À medida que se arrebata Deus do coração das pessoas,
vai-se eclipsando a tristeza, porque, sem Ele, não há verdadeira alegria
possível.
Ela deve ser reconquistada diariamente num esforço
pela conversão pessoal, indispensável para que nos aproximemos d’Ele.
O apelo à alegria tem como alicerce esta certeza da
fé: Deus ama-nos e reside no meio de nós com uma proposta de salvação e de
felicidade para todos os que O acolhem. Esta verdade provoca uma imensa alegria
no coração dos crentes.
Damos sempre – na família, no trabalho e na
convivência social – testemunho dessa alegria? Ou deixamo-nos levar por um tom
pessimista ao falar das dificuldades com que nos enfrentamos?
Será que as nossas comunidades – a família, a
paróquia, o mudo de trabalho em que nos movemos –são espaços onde se nota a
alegria pelo amor e pela presença de Deus?
presbiteros.com.br
PAPA BENTO XVI HOMILIA DO DOMINGO
GAUDETE
“A ALEGRIA QUE É PROMETIDA NO TEXTO PROFÉTICO CHEGA A
SEU TERMO EM JESUS, QUE NO VENTRE DE MARIA, A FILHA DE SIÃO, VEM HABITAR EM
MEIO A NÓS.”
Na segunda leitura, Bento XVI destaca a necessidade de nos alegrarmos pela proximidade de Deus, “que veio a nós e quer compartilhar conosco a nossa condição humana”. E, citando o apóstolo Paulo, afirma que a única coisa que pode nos separar do amor de Deus é o pecado:
“Somente o pecado nos afasta de Deus, mas isto é um fator de separação que nós mesmos introduzimos na nossa relação com Deus. Porém, mesmo quando nós nos afastamos, Ele não deixa de nos amar e continua a ser próximo com a sua misericórdia, com a sua disponibilidade em perdoar e a nos acolher no seu amor.
Por isto, não devemos nunca nos
angustiar, pois podemos sempre expor ao Senhor nossas angústias, nosso pedidos
e necessidades, as nossas preocupações, acompanhadas de orações e súplicas. E
isto já é um grande motivo de alegria.” E isto deve ser feito sempre
acompanhado do agradecimento”, frisa o Santo Padre.
Papa bento xvi
em visita pastoral à Paróquia romana de São Patrício, no bairro Colle
Prenestino, na periferia de Roma, para celebração da Missa do Terceiro
Domingo do Advento.
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