segunda-feira, maio 11, 2020

V DOMINGO DA PÁSCOA

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“Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus; crede também em mim” (v. 1). A crucificação de Jesus causará grande perturbação aos discípulos. Por isso, Jesus prepara-os dizendo-lhes palavras de consolação e de esperança. Irá repeti-las depois da ressurreição. Essas palavras mostram aos apóstolos que a paixão era o meio querido por Deus para renovar e salvar o homem. Também para nós chegará, mais cedo ou mais tarde, o momento da perturbação, motivado pelos ódios, pelas vinganças, pelas violências, pela corrupção, pela indiferença, pela fome de dinheiro e de poder que campeiam pelo mundo. As nossas cidades tornaram-se semelhantes a Sodoma e a Gomorra. Como é possível não ficar perturbados? A perturbação do coração acrescenta dificuldades às dificuldades. É uma reação natural. Mas o Senhor diz-nos que podemos ultrapassar tudo com uma atitude de fé, apoiando-nos no seu poder, na sua riqueza. Somos fracos e pobres. Mas as riquezas do Senhor são também nossas, e Ele está conosco sempre. Quando diz que nos vai preparar um lugar, não quer dizer que nos abandona, mas que sofrerá para transformar o homem, para o tornar capaz de se aproximar de Deus. «Em Cristo, mediante a fé nele, temos a liberdade e coragem de nos aproximarmos de Deus com confiança» 

 propõe a dimensão da vida cristã como edifício espiritual, ilustrada com a comparação da “pedra viva” e do “edifício espiritual”. É uma comparação meio contraditória, porque sabemos que pedra não é um ser vivente. Pedro logo explica que se trata de um edifício espiritual, quer dizer, construído pelo Espírito Santo de Deus. A vida cristã da comunidade não se constrói com teorias, teologias ou estratégias pastorais, mas permitindo que o Espírito Santo a construa. E para isso, precisamos ser “pedras vivas”, a exemplo de Jesus Cristo, a pedra viva angular, sobre a qual construímos a Igreja. A vida cristã, portanto, é vivenciada na Igreja e a Igreja nunca está pronta, porque a cada tempo histórico, o Espírito Santo a constrói de modo diferente. A vida cristã, como a Igreja, nunca é igual, jamais é repetitiva, porque o Espírito Santo sempre a modela para cada momento histórico.

Por fim, a terceira dimensão da vida cristã diz respeito ao discipulado depois da Ressurreição de Jesus, para o tempo que estamos vivendo agora. Antes da Ressurreição, os discípulos viam Jesus e caminhavam com ele, ouvindo seu Evangelho. Agora, depois da Ressurreição, o Mestre pede serenidade: “não se perturbe o vosso coração”. Incentiva a esperança: “voltarei e vos levarei comigo”. Responde a Tomé que ele se encontra no Evangelho, como caminho, verdade e vida. Nós não temos o Jesus histórico diante de nós, mas temos o seu Evangelho como caminho, verdade e vida. E por fim, a presença divina na vida de Jesus, porque quem vê Jesus vê o Pai. Quem conhece as obras de Jesus, como diz a conclusão do Evangelho, conhece quem é Deus e como Deus age. Nós, discípulos e discípulas depois da Ressurreição, somos convidados a fazer as obras que o Mestre fez. Não se trata de milagres, mas de viver como Jesus viveu, porque assim nós viveremos em Deus e Deus viverá em nossas vidas. Amém!