Estamos
na semana da Páscoa, maior festa do calendário cristão, celebração da gloriosa
Ressurreição de Jesus Cristo, a sua vitória sobre o pecado, sobre a morte e
sobre a aparente derrota da Cruz. Cristo ressuscitou glorioso e triunfante para
nunca mais morrer, dando-nos o penhor da nossa vitória e da nossa ressurreição.
Choramos a sua Paixão e nos alegramos com a vitória da sua Ressurreição. Para
se chegar a ela, para vencer com ele, aprendemos que é preciso sofrer com ele:
“Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt
16,24). A morte não é o fim. O Calvário não foi o fim. Foi o começo de uma
redenção, de uma nova vida. A Páscoa é, portanto, a festa da alegria e a da
esperança na vitória futura.
“Cristo
rompeu a perpetuidade da morte, transformando-a de eterna em temporal. Pois,
como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão (1 Cor 15,2)”
(São Leão Magno, Papa).
“Ressoa
na Igreja espalhada por todo o mundo o anúncio do anjo às mulheres: ‘Não
tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois
ressuscitou. Vinde, vede o lugar onde jazia’ (Mt 28, 5-6). Este é o ponto
culminante do Evangelho, é a Boa Nova por excelência: Jesus, o crucificado,
ressuscitou! Este acontecimento está na base da nossa fé e da nossa esperança”
(Papa Francisco).
Mesmo
tendo sido profetizada por Jesus em diversas ocasiões, como sendo o maior de
todas os sinais da sua divindade, os Apóstolos demoraram a crer nela. Eles
estavam apavorados com a prisão, o julgamento, a paixão e a morte de Jesus, seu
Mestre, e com medo de que o mesmo poderia acontecer com eles. A suposição de
que eles poderiam roubar o corpo de Jesus é completamente sem fundamento. Os
inimigos de Jesus, fariseus e chefes religiosos, sabiam que ele profetizara sua
ressurreição no terceiro dia. Por isso foram a Pilatos e pediram que mandasse
soldados guardar com segurança o sepulcro de Jesus, o que foi feito: “puseram
em segurança o sepulcro, lacrando a pedra e colocando a guarda” (Mt 27, 66). O
fato da ressurreição de Jesus não foi algo inventado pelos Apóstolos, eles
mesmos incrédulos e temerosos. Só foram convencidos quando foram ao sepulcro e
o encontraram vazio, conforme relataram as santas mulheres, que lá foram
primeiro para terminar a unção de seu corpo. Foram convencidos mais ainda
quando o Senhor lhes apareceu, mostrou-lhes as chagas e tomou refeição com eles
no Cenáculo. Tomé, representando a incredulidade de muitos, só acreditou depois
que Jesus lhe fez colocar a mão nas suas chagas e penetrar no seu lado aberto
pela lança.
Lamentamos
profundamente a morte dos nossos amigos e familiares por essa pandemia. Mas,
como cristãos, vivemos de esperança. Cristo venceu a morte e nós também a
venceremos e nos encontraremos todos, como esperamos, no Céu junto dele. Foi
sua promessa. Ele nos resgatou do pecado e da morte. E nos garantiu: “Não se
perturbe o vosso coração!... Vou preparar-vos um lugar” (Jo 14, 1-2).
Fonte:
Dom Fernando Arêas Rifan