Maria,
a mãe de Jesus, já tinha sido prefigurada no Antigo Testamento como aquela
mulher, cujo filho, o Messias, o Salvador da humanidade, esmagaria a cabeça da
serpente, do inimigo. E o livro do Apocalipse, que encerra o Novo Testamento, a
representa figurativamente naquela mulher coroada de estrelas e vencedora do
dragão.
Uma
devoção muito divulgada no Brasil e em todo o mundo é a de Nossa Senhora do
Carmo ou do Monte Carmelo, devoção da Igreja com raízes no Antigo Testamento.
Sua festa é no próximo dia 16 de julho.
Quase
na divisa com o Líbano, o monte Carmelo situa-se na terra de Israel. “Carmo”,
em hebraico, significa “vinha” e “El”, abreviatura de Elohim, significa “Deus”,
donde Carmelo, a vinha de Deus. Ali se refugiou o profeta Elias, que lá
realizou grandes prodígios, e, depois, o seu sucessor, Eliseu. Na pequena nuvem
portadora da chuva após a grande seca, Elias viu simbolicamente Maria, a futura
mãe do Messias esperado. Eles reuniram no monte Carmelo os seus discípulos e
com eles viviam em ermidas.
Assim,
Maria foi venerada profeticamente por esses eremitas e, depois da vinda de
Cristo, por seus sucessores cristãos, como Nossa Senhora do Monte Carmelo ou do
Carmo.
No
século XII, os muçulmanos conquistaram a Terra Santa e começaram a perseguir os
cristãos, entre eles os eremitas do Monte Carmelo, muitos dos quais fugiram
para a Europa. No ano 1241, o Barão de Grey da Inglaterra retornava das
Cruzadas com os exércitos cristãos, convocados para defender e proteger contra
os muçulmanos os peregrinos dos Lugares Santos, e trouxe consigo um grupo de
religiosos do Monte Carmelo, doando-lhes uma casa no povoado de Aylesford.
Juntou-se a eles um eremita chamado Simão Stock, inglês de família ilustre do
condado de Kent. De tal modo se distinguiu na vida religiosa, que os Carmelitas
o elegeram como Superior Geral da Ordem, que já se espalhara pela Europa.
No
dia 16 de julho de 1251, no seu convento de Cambridge, na Inglaterra, rezava o
santo para que Nossa Senhora lhe desse um sinal do seu maternal carinho para
com a Ordem do Carmo, por ela tão amada, mas então muito perseguida. A Virgem
Santíssima ouviu essas preces fervorosas de São Simão Stock, dando-lhe, como
prova do seu carinho e de seu amor por aquela Ordem, o Escapulário marrom, como
veste de proteção, fazendo-lhe a célebre e consoladora promessa: “Recebe, meu
filho, este Escapulário da tua Ordem, que será o penhor do privilégio que eu
alcancei para ti e para todos os filhos do Carmo. Todo aquele que morrer com
este Escapulário será preservado do fogo eterno. É, pois, um sinal de salvação,
uma defesa nos perigos e um penhor da minha especial proteção”.
Por
isso, os católicos fervorosos usam tão valiosa veste: “O sagrado Escapulário,
como veste mariana, é penhor e sinal da proteção de Deus” (Pio XII). Aliado a
uma vida cristã, o escapulário é garantia de bênçãos e de salvação.
Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan