A Campanha da Fraternidade (CF), que este ano aborda o tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1), pode auxiliar no itinerário de libertação pessoal, comunitária e social, proposto para ser feito na Quaresma. “Os exercícios quaresmais do jejum, da
oração e da esmola abrem silenciosamente toda a nossa pessoa para o encontro
com Aquele que é a plenitude da vida, com Aquele que é a luz e a vida de toda
pessoa que vem a este mundo”
Realizada durante os quarenta dias da Quaresma, a CF 2014 tem como objetivo identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-lo como violação da dignidade e da liberdade humana.
“A verdade liberta, pois traz à luz o sentido da grandeza, da beleza, da
dignidade da pessoa humana. Ser filho, filha de Deus é a verdade que liberta,
torna livres, deixa viver na liberdade” Dom Leonardo
Steiner Bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB
“a Campanha da Fraternidade, ao trazer à luz
um verdadeiro drama humano deseja despertar a sensibilidade de todas as pessoas
de boa vontade”.
A CARIDADE COMO O “AMOR EM
MOVIMENTO”.
“É sair de nós mesmos e irmos ao encontro das pessoas que precisam de
nós. O mais bonito é que aos sairmos, nós recebemos” Papa Emérito Bento XVI
“NÃO É POSSÍVEL FICAR IMPASSÍVEL, SABENDO QUE EXISTEM SERES HUMANOS
TRATADOS COMO MERCADORIA!
Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres
enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem
direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano! A este nível, há necessidade de
um profundo exame de consciência: de fato, quantas vezes toleramos que um ser
humano seja considerado como um objeto, exposto para vender um produto ou para
satisfazer desejos imorais? A pessoa humana não se deveria vender e
comprar como uma mercadoria. Quem a usa e explora, mesmo indiretamente,
torna-se cúmplice desta prepotência”
EU SÓ OFENDO A DIGNIDADE HUMANA DO OUTRO, PORQUE ANTES VENDI A MINHA.
A troco de quê?
De poder, de fama, de bens materiais... E isso – pasmem! A troco da minha dignidade de filho e filha de Deus, resgatada a preço
do sangue de Cristo na Cruz e garantida pelo Espírito Santo que clama dentro de
nós: “Abbá, Pai!”(cf. Gal 4,6). A dignidade humana é igual em todo o ser
humano: quando piso-a no outro, estou pisando a minha. Foi para a liberdade que
Cristo nos libertou! Papa Francisco
TRÁFICO DE PESSOAS, UMA VERGONHA!
Algumas características do tráfico humano já foram estudadas. Antes de tudo, ele envolve o crime organizado, com uma complexa estrutura que relaciona meios e fins para facilitar suas atividades; há aliciadores, fornecedores de documentos falsos e de assistência jurídica, transportadores, lavagem de dinheiro... Há rotas nacionais e transnacionais do tráfico de mulheres para a exploração sexual, de trabalhadores ilegais, de crianças, de órgãos. No Brasil, a Região Amazônica apresenta o maior número dessas rotas, seguida pelo Nordeste.
Algumas características do tráfico humano já foram estudadas. Antes de tudo, ele envolve o crime organizado, com uma complexa estrutura que relaciona meios e fins para facilitar suas atividades; há aliciadores, fornecedores de documentos falsos e de assistência jurídica, transportadores, lavagem de dinheiro... Há rotas nacionais e transnacionais do tráfico de mulheres para a exploração sexual, de trabalhadores ilegais, de crianças, de órgãos. No Brasil, a Região Amazônica apresenta o maior número dessas rotas, seguida pelo Nordeste.
O tráfico de pessoas é abastecido por hábeis e convincentes aliciadores,
que induzem suas vítimas e as envolvem numa rede, que lhes tira a autonomia e
da qual dificilmente conseguem se libertar. Geralmente, há uma boa proposta de
emprego e renda no aliciamento. Por ser um crime invisível e silencioso, seu
enfrentamento é difícil; as vítimas geralmente não denunciam, uma vez que elas
passam a viver em situação de risco e de constrangimento. Além da
vulnerabilidade social e econômica, elas têm sua dignidade degradada.
Como enfrentar essa chaga social, que representa um verdadeiro retrocesso cultural e civilizatório? Apesar da gravidade do problema, apenas recentemente ele começou a ser enfrentado seriamente pela sociedade. A partir da segunda metade do século 20, a escravidão no âmbito do trabalho forçado imposto pelas guerras começou a ser debatida em fóruns internacionais, de modo especial na Organização Internacional do Trabalho e na ONU. Com o avanço da globalização, alastrou-se ainda mais o tráfico de pessoas, mas também a consciência sobre a necessidade de normas adequadas e eficazes para combater esse tipo de crime.
Em 1999, a ONU realizou a Convenção de Palermo, contra o crime organizado transnacional e seus protocolos estão em vigor desde 2003. O Brasil adotou essa Convenção em 2006; desde 2008 tem o seu próprio Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Há numerosas iniciativas de organizações da sociedade civil que se dedicam ao enfrentamento do tráfico de pessoas. A Igreja também tem suas pastorais voltadas para essa problemática. Dom Odilo Pedro Scherer, Cardeal e Arcebispo Metropolitano de São Paulo
Como enfrentar essa chaga social, que representa um verdadeiro retrocesso cultural e civilizatório? Apesar da gravidade do problema, apenas recentemente ele começou a ser enfrentado seriamente pela sociedade. A partir da segunda metade do século 20, a escravidão no âmbito do trabalho forçado imposto pelas guerras começou a ser debatida em fóruns internacionais, de modo especial na Organização Internacional do Trabalho e na ONU. Com o avanço da globalização, alastrou-se ainda mais o tráfico de pessoas, mas também a consciência sobre a necessidade de normas adequadas e eficazes para combater esse tipo de crime.
Em 1999, a ONU realizou a Convenção de Palermo, contra o crime organizado transnacional e seus protocolos estão em vigor desde 2003. O Brasil adotou essa Convenção em 2006; desde 2008 tem o seu próprio Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Há numerosas iniciativas de organizações da sociedade civil que se dedicam ao enfrentamento do tráfico de pessoas. A Igreja também tem suas pastorais voltadas para essa problemática. Dom Odilo Pedro Scherer, Cardeal e Arcebispo Metropolitano de São Paulo
TRAFICO HUMANO -
PRÁTICA ABOMINÁVEL!
“Dentro
da Quaresma, há mais de cinquenta anos, sob a égide da clarividência profética
de nosso sempre presente espiritualmente, o Cardeal Eugênio Sales, a Igreja no Brasil celebra a Campanha da Fraternidade. Neste ano o tema é sobre uma prática abominável, que é o “trafico humano”.
O Papa Francisco, na sua alocução especial ao Episcopado e ao Povo Brasileiro
para a abertura da Campanha da Fraternidade, ressalta os muitos benefícios
espirituais que vivenciou entre nós no Rio de Janeiro: "Sempre lembrado do
coração grande e da acolhida calorosa com que me estenderam os braços na visita
de fins de julho passado, peço agora licença para ser companheiro em seu
caminho quaresmal, que se inicia no dia 5 de março, falando-lhes da Campanha da
Fraternidade, que lhes recorda a vitória da Páscoa: «É para a liberdade que
Cristo nos libertou» (Gal 5,1). Com a sua Paixão, Morte e Ressurreição, Jesus
Cristo libertou a humanidade das amarras da morte e do pecado. Durante os
próximos quarenta dias, procuraremos conscientizar-nos mais e mais da
misericórdia infinita que Deus usou para conosco, e logo nos pediu para fazê-la
transbordar para os outros, sobretudo àqueles que mais sofrem: «Estás livre!
Vai e ajuda os teus irmãos a serem livres!». Neste sentido, visando a mobilizar
os cristãos e pessoas de boa vontade da sociedade brasileira para uma chaga
social qual é o tráfico de seres humanos, os nossos irmãos bispos do Brasil
lhes propõem este ano o tema: “Fraternidade e Tráfico Humano”.
Continua o Papa Francisco: "No ano passado, quando estive junto de vocês, afirmei que o povo brasileiro dava uma grande lição de solidariedade;
Continua o Papa Francisco: "No ano passado, quando estive junto de vocês, afirmei que o povo brasileiro dava uma grande lição de solidariedade;
certo disso faço votos de que os cristãos e as pessoas de boa vontade possam comprometer-se para que mais nenhum homem ou mulher, jovem ou criança, seja vítima do tráfico humano! E a base mais eficaz para restabelecer a dignidade
humana é anunciar o Evangelho de Cristo nos campos e nas cidades, pois Jesus
quer derramar por todo o lado vida em abundância” . † Orani João,
Cardeal Tempesta, O. Cist. Arcebispo
Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
UM CRIME QUE ENVERGONHA A HUMANIDADE!
“A Igreja Católica e a sociedade, em geral, não podem ficar indiferentes
a esta situação de escravidão que atinge milhões de pessoas em todo o planeta.
Toda a comunidade internacional tem agido mais intensamente contra a o
tráfico humano. É uma chaga social, que fere violentamente a
dignidade humana. Se para os traficantes traz lucro, para as vítimas só traz
sofrimento, dor e morte. É um desrespeito universal. Toda a comunidade católica
precisa se mobilizar para combater o tráfico humano”.
"Não
diz respeito só ao Brasil, mas toda a comunidade internacional e a Igreja não
pode ficar imóvel diante desse problema tão grave, movido por quatro fontes de
lucro ilícito: a exploração sexual, que atinge as mulheres e crianças; o
trabalho escravo, que atinge os homens, mas também lança mão de crianças; o
tráfico de órgão para transplantes, promovido por sequestros e até mesmo
assassinatos; e a adoção ilegal de crianças, que são roubadas de seus
pais"
“A nossa conversão social deve levar em consideração os problemas do
nosso meio, como o desemprego, a fome, a miséria que são exploradas pelos
traficantes. A nossa conversão eclesial deve nos levar a apoiar e a participar
das iniciativas pastorais da Igreja no Brasil, nesta área”. Cardeal arcebispo e presidente da Conferência Nacional dos Bispos
(CNBB), Dom Raymundo Damasceno Assis.
DE ACORDO COM
INFORMAÇÕES DIVULGADAS PELA CNBB – CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL,
MAIS DE 20 MILHÕES DE PESSOAS SÃO EXPLORADAS PELO TRÁFICO HUMANO NO MUNDO:
PROSTITUIÇÃO, ADOÇÃO ILEGAL E TRABALHO ESCRAVO
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