no
percurso de sua Divina missão Redentora, quando de modo perfeito e heróico,
demonstrou uma profunda obediência ao PAI ETERNO e um infinito Amor à
humanidade de todas as gerações.
Rezar a Via
Sacra é reviver na mente e no coração a grandeza do Amor de DEUS, que para
Salvar e Redimir a humanidade de todas as gerações, entregou o seu Divino FILHO
em holocausto, como Vítima Perfeita para lavar os pecados de todos nós!
"ASCESE": QUE É
ISSO?
- REFLEXÃO -
Ascese é um
termo grego (áskesis) que significa exercício. Especialmente o treinamento do
atleta para competir nas Olimpíadas ou do soldado convocado para a guerra.
Ora, os cristãos
adotaram essa palavra para designar os exercícios ou práticas de autodomínio a
fim de estarem “em forma” nas horas de combate contra as provações que nos
atacam cotidianamente. Essa ascese pode ser ativa (subdividida em negativa e positiva)
ou passiva, conforme veremos neste artigo.
É ativa quando
o cristão faz, por vontade própria, seu exercício movido pela graça de Deus.
Será positiva sempre que o fiel se dedicar a um trabalho complexo
como visitar doentes incuráveis ou portadores de moléstias contagiosas, atender
a menores infratores, visitar presídios etc. Será negativa sempre que
a pessoa ascética deixa de fazer algo que muito lhe agrada tal como seria para
alguns tomar um delicioso sorvete, assistir a um filme, fazer uma viagem etc.
É passiva quando
a pessoa não procura a penitência ou a cruz, mas esta vem até ela pelas
circunstâncias diversas da vida e é aceita com resignação, sem, no entanto,
deixar, se for o caso, de buscar os meios legítimos para se livrar do revés
(doença, questões judiciais, perseguições no emprego etc.).
Como enunciamos,
contudo, a ascese ativa se subdivide em negativa e positiva.
A negativa leva o fiel a se esforçar para remover todos os obstáculos
que o impeçam de rumar à perfeição e ao crescimento do amor a Deus e ao
próximo. Com esses exercícios levados a sério, a pessoa é capaz de dizer “sim”
ou “não” de modo livre e decidido quando as circunstâncias o exigirem,
independentemente do que a maioria acha. Aqui entram o jejum de alimentos que
deem prazer, a aceitação voluntária da perseguição sofrida, a humilhação
injusta dos superiores ou encarregados etc.
Já
a ascese positiva consiste em exercer atividades que levem ao
crescimento do amor a Deus e ao próximo e à prática das demais virtudes dando
especial atenção àquela virtude que a pessoa mais precisa (se é grosseira ou
ríspida, pedirá a mansidão; se orgulhosa, suplicará a humildade; se negligente,
rezará para obter a diligência etc.).
Mesmo o esforço
por rezar continuamente e sem distrações pode ser um grande exercício de ascese
a quem tem dificuldade com algo metódico que leve ao conhecimento de Deus como
é a Missa, o terço, a via-sacra, por exemplo.
Óbvio é que a ascese
positiva complementa a negativa, visto que a vida cristã não é feita
apenas do “não”, ainda que este seja necessário, mas do “sim” dado a Deus rumo
à santidade. Daí a abstinência (de carne, de programas de TV, de leituras etc.)
não ter a última palavra na vida cristã.
Ela deve ser, antes de tudo, a
preparação para se libertar das amarras deste mundo a fim de se obter maior
intimidade com o Pai do céu.
Em outras
palavras: na medida em que nos penitenciamos, vamos fazendo morrer em nós o
velho homem, Adão, a fim de que possa viver o novo homem, Cristo, cuja plena
estatura somos chamados a atingir (cf. Ef 4,13).
Por fim, resta
entender uma importante verdade: se é lícito (e é) batalhar pela conquista de
troféus nas competições deste mundo, muito mais importante é a batalha pelos
bens eternos, conforme nos assegura o grande Apóstolo São Paulo: “Os atletas
abstêm-se de tudo; eles, para ganhar uma coroa perecível; nós, porém, para
ganhar uma coroa imperecível”
(1Cor 9,25).
Possam as
reflexões acima levar-nos ao reforço da prática da ascese na vida do dia a dia,
com a graça de Deus.
Zenit.org
- Vanderlei de Lima - Para
aprofundamento:
E. Bettencourt. Curso de Espiritualidade. Rio de Janeiro:
Mater Ecclesiae, 2006, p. 37-69.