O Papa Francisco desembarcou em Amã neste sábado (24), iniciando sua jornada à Terra Santa.
O pontifíce chegou à capital da Jordânia por volta das 7h de Brasília. Ele partiu do Aeroporto Internacional de Fiumicino, em Roma, Itália, por volta das 3h20 (horário brasileiro). A viagem do pontífice tem três etapas: Amã, Belém e Jerusalém. Ele passará pelos Territórios Palestinos até chegar a Israel. Forte esquema de segurança promete proteger o papa.
O papa, assim como fizeram anteriormente João Paulo II e Bento XVI, peregrinará pelos lugares simbólicos do cristianismo como o Santo Sepulcro, o Cenáculo, o Monte das Oliveiras e o Rio Jordão, em uma terra onde os cristãos são minoria.
No domingo (25), irá de helicóptero da capital jordaniana até Belém, onde será recebido pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, e se reunirá com as autoridades, para depois celebrar uma missa ao ar livre na Praça da Manjedoura, junto ao local onde, segundo a Bíblia, nasceu Jesus.
Rei da Jordânia, Abdullah com o Papa Francisco durante a cerimônia de boas-vindas, em Amã |
Na segunda-feira (26), o último dia de sua viagem, o papa visitará o grão-mufti de Jerusalém, Amin al-Husayni, no edifício do Grande Conselho na Esplanada das Mesquitas para, em seguida, protagonizar outro momento simbólico: a visita ao Muro das Lamentações.
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O Estádio de Amã, às 16h (hora local), sediou a primeira missa celebrada pelo Santo Padre na sua peregrinação à Terra Santa. Uma grande multidão de fieis acompanhou o Papa Francisco na celebração litúrgica, animada previamente por alguns cantos em Espanhol. A missa foi celebrada em árabe, embora o Santo Padre tenha pronunciado a homilia em Italiano.
"No Evangelho ouvimos a promessa de Jesus aos seus discípulos: ‘Eu pedirei ao Pai que lhes envie outro Paráclito, que esteja sempre com vocês’. O primeiro Paráclito é o mesmo Jesus; o ‘outro’ é o Espírito Santo. Tomando estas palavras da leitura de hoje, o Santo Padre começou a homilia no Estádio de Amã, Jordânia.
Francisco observou que eles não estavam “muito longes” do lugar onde Espírito Santo desceu com sua força sobre Jesus de Nazaré, depois do batismo de João no Jordão. E dessa forma notou que o Evangelho deste domingo nos convida a meditar “sobre o Espírito Santo, sobre a sua obra em Cristo e em nós, e que podemos resumir desta forma: o Espírito realiza três ações: prepara, unge e envia”.
Lembrando que no batismo, o Espírito repousa sobre Jesus para prepara-lo para a sua missão de salvação, “missão caracterizada pelo estilo do Servo manso e humilde, disposto a compartilhar e a entregar-se totalmente”. Mas – destacou – o Espírito Santo, presente desde o começo da história da salvação, já tinha obrado em Jesus no momento da sua concepção no seio virginal de Maria realizando a obra admirável da Encarnação.
E, em seguida mencionou Simeão e Ana, que, ao ver o Menino, “intuem que Ele é o Esperado por todo o povo. Na atitude profética dos dois videntes se expressa a alegria do encontro com o Redentor e se realiza, de certa forma, uma preparação do encontro do Messias com o povo”.
O Papa disse que as várias intervenções do Espírito Santo fazem parte de uma ação harmoniosa, de um único projeto divino de amor, que a missão do Espírito Santo é trazer harmonia e obrar a paz em situações diversas e entre indivíduos diferentes. “A diversidade de pessoas e de ideias não deve provocar rejeição ou criar obstáculos, porque a variedade é sempre uma riqueza”, destacou o Papa. Portanto, pediu ao Espírito Santo para preparar o caminho da paz e da unidade.
Por fim, o Espírito envia, disse o Papa. "Ungidos pelo mesmo Espírito, também nós somos enviados como mensageiros e testemunhas de paz", explicou. Acrescentando que "a paz não pode ser comprada: é um dom que devemos buscar pacientemente e construir de modo 'artesanal' por meio de pequenos e grandes gestos na nossa vida cotidiana”.
Em segundo lugar, o Papa indicou que o Espírito Santo unge. Com a unção do Espírito – destacou – a santidade de Jesus Cristo fica impressa na nossa humanidade e nos faz capazes de amar os irmãos com o mesmo amor com que Deus nos ama. Por isso, convidou a pedir ao Pai “para nos ungir para que sejamos plenamente filhos seus, cada vez mais conformados com Cristo, para sentir-nos todos irmãos e assim, distanciar de nós rancores e divisões, e amar-nos fraternalmente”.
Papa Francisco discursa em Amã
Portanto, destacou que “o caminho da paz se consolida se reconhecemos que todos temos o mesmo sangue e formamos parte do gênero humano; se não esquecemos que temos um único Pai do céu e que somos todos seus filhos, feitos à sua imagem e semelhança”.
Depois da homilia, abraçou com este espírito, “o Patriarca, os irmãos Bispos, os sacerdotes, as pessoas consagradas, os fieis leigos, assim como as crianças que hoje recebem a Primeira Comunhão e seus familiares”. E afirmou que o seu coração “se dirige também aos numerosos refugiados cristãos provenientes da Palestina, da Síria e do Iraque: levem aos seus familiares e comunidades a minha saudação e proximidade".
Pope
Francis blessed the waters of the Jordan River
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Em conclusão, o Papa argentino exortou a pedir ao Espírito Santo "que prepare nossos corações para o encontro com os irmãos para além das diferenças de ideias, língua, cultura, religião; que todo o nosso ser seja ungido com o óleo da misericórdia que cura as feridas dos erros, das incompreensões, das controvérsias; que nos envie, com humildade e mansidão, aos caminhos, arriscados mas fecundos, da busca da paz”. ZENIT
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