segunda-feira, maio 26, 2014

VI DOMINGO DA PÁSCOA - COROAÇÃO DE NOSSA SENHORA


A devoção que a Igreja tem de coroar a imagem da Virgem Maria em muitas datas em que celebramos uma festa a ela dedicada, em especial no mês de Maio, é muito antiga.
Este gesto quer externar o carinho que sentimos pela Mãe de Jesus e nossa Mãe. 
 Sua missão é sempre nos apontar Jesus. Ela é aurora que antecede a luz radiante do magnífico Sol que é Cristo. 
Coroamos a sua Imagem, porque em nosso coração Ela tem um lugar especial, pois pelo seu “fiat” (faça-se) Deus torna-se Homem em seu seio virginal. Ao anúncio do Arcanjo Gabriel, que falou - lhe claramente: “o santo que vai nascer de ti será chamado filho de Deus”. (Lc 1,35), 
Maria não titubeia e se coloca como serva, não só com palavras, mas logo vai ao encontro de sua prima Isabel, que ao receber sua visita, exclamou: “donde me esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor“. (Lc 1,43)
 Coroamos a imagem de Maria, como gesto simbólico, para, desejosos, aprender   com ela a cantar as maravilhas de Deus,      no nosso dia- a -dia reconhecendo-O  como Deus Vivo:  “Minha alma glorifica o Senhor e meu espírito exulta em Deus meu Salvador” 
(Lc 2,47). 
POR TUDO ISSO É QUE COROAMOS A IMAGEM DE NOSSA SENHORA, A MÃE DE JESUS E NOSSA MÃE.
JOÃO 14, 15-21 - Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor, 
para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não o vê nem o conhece. 
Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós e estará dentro de vós. Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós. Pouco tempo ainda, e o mundo não mais me verá, mas vós me vereis, porque eu vivo e vós vivereis. 
Naquele dia sabereis que eu estou no meu Pai e vós em mim e eu em vós. Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama, será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele.”
       Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira no             VI Domingo da Páscoa 2014
 O que acontecerá conosco? 
A Palavra que ouvimos continua no mesmo contexto do Domingo passado, quando os Apóstolos e discípulos de Jesus se perguntavam: e depois da morte de Jesus, o que acontecerá conosco?
 Como iremos viver? São perguntas com uma razão de ser, porque os Apóstolos percebiam que Jesus estava se despendido e, além do mais, previam que Jesus seria tirado à força do meio deles e o mesmo poderia acontecer com eles. Lembremos que o texto evangélico que ouvimos aconteceu durante a Última Ceia, na instituição da Eucaristia. 
Diante do medo e da ansiedade dos Apóstolos, Jesus garante algumas coisas importantes, que continuam válidas para nós, que somos seus discípulos e discípulas neste século XXI. Ele garante que não deixará sua Igreja órfã. “Não vos deixarei órfãos”, diz Jesus. O órfão, no tempo de Jesus, era uma das pessoas mais desprotegidas da sociedade, porque não tinha ninguém por ele, nem para alimentá-lo, nem para cuidar dele e muito menos para defendê-lo. Jesus garante, e essa garantia continua ainda hoje, que ele está conosco e que não vivemos na orfandade, como órfãos desprotegidos e desamparados.
A alegria não é algo secundário na vida de um cristão. É um traço característico, a única maneira de seguir e de viver a Jesus. Ainda que nos pareça “normal”, é realmente estranho “praticar”a religiãi cristã sem experimentar que Cristo é fonte de alegria vital.

Esta alegria do crente não é fruto de um temperamento otimista, nem resultado de um bem-estar tranquilo. Não deve ser confundida com uma vida sem problemas ou conflitos. Todos sabemos que um cristão experimenta a dureza da vida com a mesma crueza e a mesma fragilidade que qualquer outro ser humano .
O segredo desta alegria está em outro lugar: está além da alegria que se experimenta quando “as coisas vão bem. São Paulo, apóstolo, diz que é “uma alegria que no Senhor” que se vive quando estamos arraigados em Jesus. João diz mais: é a própria alegria de Jesus dentro de nós.
A alegria cristã nasce da união íntima com Jesus Cristo. Por isso não se manisfesta de ordinário na euforia ou no otimismo a todo o transe, mas se esconde humildemente no fundo da alma crente. É uma alegria que está na própria raiz da vida sustentada pela fé em Jesus.
Não se vive essa alegria de costas para o sofrimento que existe no mundo, pois é a alegria do próprio Jesus dentro de nós. Ao contrário, converter-se em princípio de luta contra tristeza. Poucas coisas maiores e mais evangélicas podemos fazer do que aliviar o sofrimento das pessoas transmitindo-lhes alegria realista e esperança.

Cf. Ligturgia.pro & Pagola, 
O Caminho Aberto por Jesus – João, Ed Vozes 
Imagens: Roberto Venancio Baeninger e Paula Brasil

---


--