Nós,
cristãos, temos, no entanto, uma missão neste mundo, nesta situação atual.
Escutemos o profeta: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo! Raça
de víboras! Quem vos ensinou a fugir da ira que vai chegar? Produzi frutos que
provem a vossa conversão! O machado está na raiz da árvore e toda aquela que
não produzir fruto será cortada e lançada ao fogo!” Caros irmãos, o Advento,
tempo de alegre expectativa, é também tempo de juízo. O mundo precisa do nosso
testemunho, da nossa palavra de esperança, do nosso modo de viver inspirado no
Evangelho! Chega de um bando de cristãos vivendo como todo mundo vive, pecando
como todo mundo peca, medíocres como muitos são medíocres! Se não dermos
frutos, seremos cortados! Vivemos num mundo que não somente é descrente como
também zomba da fé: as porcarias das novelas, a corrupção dos governantes, a
imoralidade sexual, e dissolução das famílias, a imoralidade da ciência
prepotente que se julga senhora do bem e do mal, as calúnias e mentiras contra
a Igreja, o modo de viver de quem não tem esperança… E muitos de nós, que nos
dizemos crentes, não notamos isso, vivemos numa boa entre os pagãos e como os
pagãos… E ainda nos dizemos cristãos!
O
roxo desse tempo convida-nos à vigilância, a compreendermos que Aquele que vem
com amor, que vem como Salvador, nós o podemos perder para sempre se não nos
abrirmos para ele no aqui e no agora de nossa existência. Não brinquemos com a
vida que temos: ela poderá ser plenificada pelo Santo Messias com a glória do
céu; ou poderá ser perdida para sempre, longe do Cristo de Deus, num total
absurdo, a que chamamos inferno! Não esqueçamos: o sonho de Deus é lindo: é de
salvação e de paz! Levemo-lo a sério, vivamo-lo e sejamos suas testemunhas no
mundo de hoje! Não relaxemos, não desanimemos, não nos cansemos de esperar.
Como diz a profecia de Isaías, numa de suas passagens mais misteriosas:
“Sentinela, que resta da noite? Sentinela, que resta da noite? A sentinela
responde: ‘A manhã vem chagando, mas ainda é noite’. Se quereis perguntar,
perguntai! Vinde de novo!” (Is 21,11s). Quanto restará da noite deste mundo?
Não sabemos! Mas, a manhã, a aurora radiosa do dia do Messias virá! Nós somos
as sentinelas que o Senhor colocou na noite deste mundo. Vigiemos! Ainda que
tantas vezes nos perguntemos: Meu Deus, “quanto resta de noite?” O Senhor não
nos impede de perguntar: “se quereis perguntar, perguntai…” Mas – atenção! –
ele não aceita que percamos a esperança, que deixemos nosso posto de vigia:
“Vinde de novo!” Eis, novamente, o convite que ele nos faz: Vinde de novo!
Recomeçai, retomai a esperança, vigiai: ainda é noite, mas a manhã luminosa vem
chegando! Vem, Senhor Jesus! Vem, ó Santo Messias! Tem piedade de nós! Amém.