Jesus
foi ao encontro do Pai, depois de uma vida gasta ao serviço do “Reino”; deixou
aos seus discípulos a missão de anunciar o “Reino” e de torná-lo uma proposta
capaz de renovar e de transformar o mundo. Celebrar a ascensão de Jesus
significa, antes de mais, tomar consciência da missão que foi confiada aos
discípulos e sentir-se responsável pela presença do “Reino” na vida dos homens.
A
missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal: as fronteiras,
as raças, a diversidade de culturas não podem ser obstáculos para a presença da
proposta libertadora de Jesus no mundo.
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Tornar-se discípulo é, em primeiro lugar, aprender os ensinamentos de Jesus – a
partir das suas palavras, dos seus gestos, da sua vida oferecida por amor. É
claro que o mundo do século XXI apresenta, todos os dias, desafios novos; mas
os discípulos, formados na escola de Jesus, são convidados a ler os desafios
que hoje o mundo coloca, à luz dos ensinamentos de Dele.
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No dia em que fui batizado, comprometi-me com Jesus e vinculei-me com a
comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A minha vida tem sido coerente
com esse compromisso?
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É um tremendo desafio testemunhar, hoje, no mundo os valores do “Reino” (esses
valores que, muitas vezes, estão em contradição com aquilo que o mundo defende
e que o mundo considera serem as prioridades da vida). Com frequência, os
discípulos de Jesus são objeto da irrisão e do escárnio dos homens, porque
insistem em testemunhar que a felicidade está no amor e no dom da vida; com
frequência, os discípulos de Jesus são apresentados como vítimas de uma máquina
de escravidão, que produz escravos, alienados, vítimas do obscurantismo, porque
insistem em testemunhar que a vida plena está no perdão, no serviço, na entrega
da vida. O confronto com o mundo gera muitas vezes, nos discípulos, desilusão,
sofrimento, frustração nos momentos de decepção e de desilusão convém, no
entanto, recordar as palavras de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos
tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em
que acreditamos,
Não
poderão mais parar. Devem ir até aos confins da terra. No seguimento dos
Apóstolos, os cristãos não podem instalar-se. A Igreja não pode parar nem
fixar-se num momento do tempo, muito menos andar para trás. Não basta olhar
para o céu para encontrar solução para os problemas. Acabou a nostalgia do
passado. Os cristãos devem ser homens do seu tempo, sem medo das novidades.
Jesus lança-nos para lá das nossas rotinas, para que inventemos hoje os meios
de tornar compreensível a Boa Nova, como os Apóstolos souberam fazê-lo, ao irem
para além da Lei de Moisés.