terça-feira, março 31, 2020

COMO SERÃO AS CELEBRAÇÕES DO DOMINGO DE RAMOS?

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Boa tarde, como será a celebração do Domingo de Ramos?

No sábado dia 04/04 16:30 teremos junto ao Portão de São José , Rua Coronel Ribeiro Gomes 68 , uma celebração da Palavra onde abençoaremos os Ramos , os daqui e os que estão na sua casa , pois através da transmissão no Instagram e Facebook, desde que ao vivo , a benção chegará até os ramos em suas mãos na sua casa .

Após a benção os que quiserem poderão vir buscar no mesmo portão os Ramos abençoados, evidente considerando se você não os tem em casa .

Obs: Os que quiserem buscar os Ramos no sábado 04/04 , entre 17:30 e 18h.

No Domingo dia 5/4 , Domingo de Ramos e da Paixão missa mais abreviada pelo Instagram e Facebook, 10 h e 19 h

Seguem também as orientações da Santa Sé em Roma .

Obrigado
Deus abençoe
Padre Marcos









segunda-feira, março 30, 2020

V DOMINGO DA QUARESMA

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A profecia de Ezequiel é proclamada numa situação de calamidade. O povo vivia no exílio e este exílio é comparado ao um cemitério. Por isso, a profecia inicia-se com a promessa que Deus vai abrir as sepulturas. Um povo com uma qualidade de vida comparada a um cemitério, a um lugar de morte, um local onde são colocados os mortos.  Locais da sociedade onde a vida se parece a um cemitério. Vidas de pessoas que, mesmo tendo tudo, parecem viver dentro de sepulturas, que vivem com cheiro de morte. São pessoas que não desfrutam a vida, mas sobrevivem na dor, tocando a morte.

A vida é dom para ser vivida de modo pleno, não dentro de sepulturas e muito menos cheirando a morte. Deus tem compromisso para que a vida seja plena e este compromisso é simbolizado no modo como Jesus se aproxima da sepultura de Lázaro. Jesus vai ao encontro da morte, mesmo sendo alertado pelas pessoas que o túmulo estava cheirando à morte. Jesus não se rende à morte, ele grita contra a morte. É o compromisso divino de resgatar vidas que são engolidas pela morte. Este mesmo compromisso é transferido a cada um de nós. Como cristãos, não admitimos que o poder da morte seja maior que a potência da vida. O modo para enfrentar o fedor da morte ou as sepulturas, nas quais vive muita gente, é colocando a potência do Espírito de Deus, como dizia a 1ª leitura, em vidas sem sentido. Como cristãos, repudiamos tudo que pode matar a vida: as violências de todo tipo, as ideologias que pregam aborto e eutanásia, o comércio de armas e de drogas, a selvageria de modismos que destroem para sempre a juventude de crianças e de adolescentes. Nós sempre gritamos contra a morte pois cremos no poder da vida que nos é oferecida por Deus e doada por Jesus Cristo, na fonte da sua Cruz. Amém!











sexta-feira, março 27, 2020

BENÇÃO URBI ET ORBI

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“Ao entardecer…” (Mc 4, 35): assim começa o Evangelho, que ouvimos. Desde há semanas que parece o entardecer, parece cair a noite. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares.

Revemonos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados «vamos perecer» (cf. 4, 38), assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos.

Rever-nos nesta narrativa, é fácil; difícil é entender o comportamento de Jesus. Enquanto os discípulos naturalmente se sentem alarmados e desesperados, Ele está na popa, na parte do barco que se afunda primeiro… E que faz? Não obstante a tempestade, dorme tranquilamente, confiado no Pai (é a única vez no Evangelho que vemos Jesus a dormir). Acordam-No; mas, depois de acalmar o vento e as águas, Ele volta-Se para os discípulos em tom de censura: “Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” (4, 40).

Procuremos compreender. Em que consiste esta falta de fé dos discípulos, que se contrapõe à confiança de Jesus? Não é que deixaram de crer N’Ele, pois invocam-No; mas vejamos como O invocam: “Mestre, não Te importas que pereçamos?” (4, 38) Não Te importas: pensam que Jesus Se tenha desinteressado deles, não cuide deles. Entre nós, nas nossas famílias, uma das coisas que mais dói é ouvirmos dizer: “Não te importas de mim”. É uma frase que fere e desencadeia turbulência no coração. Terá abalado também Jesus, pois não há ninguém que se importe mais de nós do que Ele.

De facto, uma vez invocado, salva os seus discípulos desalentados. A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade. A tempestade põe a descoberto todos os propósitos de “empacotar” e esquecer o que alimentou a alma dos nossos povos; todas as tentativas de anestesiar com hábitos aparentemente “salvadores”, incapazes de fazer apelo às nossas raízes e evocar a memória dos nossos idosos, privando-nos assim da imunidade necessária para enfrentar as adversidades.

Com a tempestade, caiu a maquilhagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso «eu» sempre preocupado com a própria imagem; e ficou a descoberto, uma vez mais, aquela (abençoada) pertença comum a que não nos podemos subtrair: a pertença como irmãos. “Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” Nesta tarde, Senhor, a tua Palavra atinge e toca-nos a todos. Neste nosso mundo, que Tu amas mais do que nós, avançamos a toda velocidade, sentindo-nos em tudo fortes e capazes. Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo.

Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora nós, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: “Acorda, Senhor!” “Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” Senhor, lanças-nos um apelo, um apelo à fé. Esta não é tanto acreditar que Tu existes, como sobretudo vir a Ti e fiar-se de Ti. Nesta Quaresma, ressoa o teu apelo urgente: “Convertei-vos…”. “Convertei-Vos a Mim de todo o vosso coração” (Jl 2, 12).

Chamas-nos a aproveitar este tempo de prova como um tempo de decisão. Não é o tempo do teu juízo, mas do nosso juízo: o tempo de decidir o que conta e o que passa, de separar o que é necessário daquilo que não o é. É o tempo de reajustar a rota da vida rumo a Ti, Senhor, e aos outros. E podemos ver tantos companheiros de viagem exemplares, que, no medo, reagiram oferecendo a própria vida. É a força operante do Espírito derramada e plasmada em entregas corajosas e generosas.

É a vida do Espírito, capaz de resgatar, valorizar e mostrar como as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiros e enfermeiras, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho.

Perante o sofrimento, onde se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos, descobrimos e experimentamos a oração sacerdotal de Jesus: “Que todos sejam um só” (Jo 17, 21). Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos! A oração e o serviço silencioso: são as nossas armas vencedoras.

“Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” O início da fé é reconhecer-se necessitado de salvação. Não somos autossuficientes, sozinhos afundamos: precisamos do Senhor como os antigos navegadores, das estrelas. Convidemos Jesus a subir para o barco da nossa vida. ConfiemosLhe os nossos medos, para que Ele os vença. Com Ele a bordo, experimentaremos – como os discípulos – que não há naufrágio. Porque esta é a força de Deus: fazer resultar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas ruins.

Ele serena as nossas tempestades, porque, com Deus, a vida não morre jamais. O Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança, capazes de dar solidez, apoio e significado a estas horas em que tudo parece naufragar.

O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor. No meio deste isolamento que nos faz padecer a limitação de afetos e encontros e experimentar a falta de tantas coisas, ouçamos mais uma vez o anúncio que nos salva: Ele ressuscitou e vive ao nosso lado.

Da sua cruz, o Senhor desafia-nos a encontrar a vida que nos espera, a olhar para aqueles que nos reclamam, a reforçar, reconhecer e incentivar a graça que mora em nós. Não apaguemos a mecha que ainda fumega (cf. Is 42, 3), que nunca adoece, e deixemos que reacenda a esperança.

Abraçar a sua cruz significa encontrar a coragem de abraçar todas as contrariedades da hora atual, abandonando por um momento a nossa ânsia de omnipotência e possessão, para dar espaço à criatividade que só o Espírito é capaz de suscitar. Significa encontrar a coragem de abrir espaços onde todos possam sentir-se chamados e permitir novas formas de hospitalidade, de fraternidade e de solidariedade. Na sua cruz, fomos salvos para acolher a esperança e deixar que seja ela a fortalecer e sustentar todas as medidas e estradas que nos possam ajudar a salvaguardar-nos e a salvaguardar.

Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança. Aqui está a força da fé, que liberta do medo e dá esperança.

“Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” Queridos irmãos e irmãs, deste lugar que atesta a fé rochosa de Pedro, gostaria nesta tarde de vos confiar a todos ao Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora, saúde do seu povo, estrela do mar em tempestade. Desta colunata que abraça Roma e o mundo desça sobre vós, como um abraço consolador, a bênção de Deus.

Senhor, abençoa o mundo, dá saúde aos corpos e conforto aos corações!

Pedes-nos para não ter medo; a nossa fé, porém, é fraca e sentimo-nos temerosos. Mas Tu, Senhor, não nos deixes à mercê da tempestade. Continua a repetirnos: “Não tenhais medo!” (Mt 14, 27). E nós, juntamente com Pedro, “confiamos-Te todas as nossas preocupações, porque Tu tens cuidado de nós” (cf. 1 Ped 5, 7).”

quinta-feira, março 26, 2020

MISSA NA SOLENIDADE DA ANUNCIAÇÃO DO ANJO A MARIA

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O mistério celebrado hoje é a conceição do Filho de Deus no seio da Virgem Maria. Na basílica da Anunciação , em Nazaré, diante do altar, há uma placa de mármore que os peregrinos beijam com emoção e onde está escrito: "Aqui de Maria Virgem fez-se carne o Verbo";.


No texto da Carta aos Hebreus, o hagiógrafo refere ou interpreta a anunciação de Cristo; no texto de Lucas, o evangelista narra a anunciação a Maria. Cristo toma a iniciativa de declarar aquilo que Ele mesmo compreende; Maria recebe uma palavra que vem de fora de si mesma, uma palavra cheia de propostas de um Outro. O paralelismo transforma-se em coincidência na explicitação da disponibilidade de ambos para fazerem a vontade divina; é uma disponibilidade separada por qualidade e quantidade de consciência, mas que converge na finalidade de obediência total ao projeto de Deus: Ecce venio, ecce ancilla, eis-me aqui! Eis a serva!


A atitude de obediência irá aproximar a mãe e o filho, Maria "anunciada" e Jesus Cristo "anunciado". Ambos pronunciam o seu "Eis-me aqui!".Ambos se exprimem com voz quase idêntica: "faça-se em mim segundo a tua palavra", "Eis que venho para fazer, ó Deus, a tua vontade". Ambos entram na fisionomia de "serva" e de "servo" do Senhor. Esta sintonia encoraja os discípulos à disponibilidade para servir a palavra de Deus, porque o próprio Filho de Deus é servo e porque a Mãe de Deus é serva; ambos são servos de uma palavra que salva quem a serve e que traz salvação.


“Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). Ao dizer seu “sim” incondicional a Deus, Maria introduziu no mundo o Verbo Divino feito homem, Jesus Cristo. É a única criatura a “gerar o seu Criador” segundo a natureza humana. Deus não precisava, mas quis precisar nascer e depender dela enquanto homem. É um grande mistério. Diz o nosso Catecismo que ela foi eleita por Deus, desde toda eternidade para ser a Mãe do Divino Redentor (cf. Cat. §488).


Com o seu “Sim” Maria cooperou com Deus para o restabelecimento da concórdia entre Deus e os homens conforme está escrito: “Por isso, Deus os abandonará, até o tempo em que der à luz aquela que há de dar à luz” (Miq 5,2). Com o sim de Maria cumpre-se a Promessa de Deus de que a Mulher esmagaria a cabeça do demônio (Gn 3,15).


Maria é Filha de Deus Pai, esposa do Espírito Santo, mãe de Deus Filho! Sua relação com a Santíssima Trindade é plena; sua glória é exuberante, por isso ela canta: “Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1, 48).













quarta-feira, março 25, 2020

SOLENIDADE DA ANUNCIAÇÃO DO ANJO A MARIA

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O anúncio do Arcanjo Gabriel a Nossa Senhora marca o início da nossa redenção
O Anjo do Senhor anunciou a Maria (…)

“Quem vai nascer d’Ela é o Filho de Deus. Por isso, Ela será chamada Mãe do Senhor”. O anjo usa a linguagem dos profetas do Antigo Testamento, em suas profecias messiânicas, para iniciar suas palavras com um convite à alegria, garantindo a ajuda de Deus à Virgem escolhida para a mais alta missão. Maria é objeto das complacências divinas: o Senhor está com ela, “encontrou graça aos olhos do Altíssimo”, será Virgem e Mãe de Deus.

“Deus enviou Seu Filho” (Gl 4,4), mas, para “formar-lhe um corpo”, quis a livre cooperação de uma criatura. Por isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré, na Galileia, “uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria” (Lc 1,26-27).

Quis o Pai das Misericórdias que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser Mãe de Seu Filho, para que, “assim como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida” (Cat. n.488).

Para ser a Mãe do Salvador, Maria “foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função”. No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça”. Para poder dar o assentimento livre de sua fé ao anúncio de sua vocação, era preciso que ela estivesse totalmente sob a moção da graça de Deus.

A Igreja tomou consciência de que Maria, “cumulada de graça” por Deus, foi redimida desde a concepção. É Imaculada. O Papa Pio IX proclamou o dogma em 1854: “A beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha do pecado original”.

Os padres da Igreja no Oriente chamam a Mãe de Deus de “a toda santa” (“Pan-hagia”), “imune de toda mancha de pecado, tendo sido plasmada pelo Espírito Santo e formada como uma nova criatura”. E a Igreja ensina que, pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.


A obediência e a integridade virginal de Maria

Ao anúncio do Arcanjo, Maria respondeu com a “obediência da fé”, certa de que “nada é impossível a Deus”: “Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua palavra” (Lc 1,37-38). Como diz Santo Irineu, “obedecendo, fez-se causa de salvação tanto para si como para todo o gênero humano”. “O nó da desobediência de Eva foi desfeito pela obediência de Maria; o que a virgem Eva ligou pela incredulidade, a Virgem Maria desligou pela fé”. “Veio a morte por Eva e a vida por Maria”.

Como disse Santa Isabel, sob o impulso do Espírito, Ela é “a Mãe de meu Senhor” (Lc 1,43). Aquele que ela concebeu do Espírito Santo como homem é o Filho eterno do Pai, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos).

A Igreja confessa a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo “não a diminuiu, mas sagrou a integridade virginal” de Sua mãe. A Liturgia da Igreja celebra Maria como a Aeiparthenos, “sempre virgem”.

Jesus é o Filho Único de Maria, mas a maternidade espiritual dela se estende a todos os homens que Ele veio salvar: “Ela gerou Seu Filho, do qual Deus fez “o primogênito entre uma multidão de irmãos” (Rm 8,29), isto é, entre os fiéis, em cujo nascimento e educação ela coopera com amor materno.


Fonte: Canção Nova

terça-feira, março 24, 2020

POR QUE O MAL?

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Diante do sofrimento atual com essa pandemia, surge sempre a questão da existência do mal: “Se Deus existe, de onde vem o mal?” (Leibniz). Se Deus, Pai todo-poderoso, cuida de todas as suas criaturas, por que então o mal existe? O Catecismo da Igreja Católica nos diz que a resposta não pode ser dada de modo rápido e simples, mas há que se considerar todo o conjunto da fé cristã: a bondade da criação, as sábias leis divinas da natureza, a pequenez e limitação da criatura – só Deus é perfeitíssimo, sem deficiências; as criaturas, não -, a liberdade humana, o drama do pecado, o amor paciente de Deus, a sabedoria misteriosa da Providência divina, enfim, todo o conjunto da mensagem cristã traz a solução para o problema do mal.

 Em sua sabedoria e bondade infinitas, Deus quis criar um mundo em estado de busca da perfeição última. Essa série de transformações que se operam no universo permite, no desígnio de Deus, juntamente com o mais perfeito, também o imperfeito, com as construções da natureza, também as destruições. Juntamente com o bem físico existe, portanto, o mal físico, enquanto a criação não houver atingido a sua perfeição. As leis físicas e químicas universais, criadas por Deus, são benéficas universalmente, embora, pela deficiência das criaturas, por serem tais, possam produzir alguns malefícios particulares, a não ser que Deus interfira com um milagre, que é a suspensão temporária do efeito das suas leis universais da natureza, o que só raramente acontece, por motivos só dele conhecidos.

Além disso, existe o mal moral, procedente da vontade livre do homem, pelo mau uso da liberdade que Deus lhe deu para poder merecer agindo sem coação.

E Deus sempre sabe tirar do mal um bem. “Deus todo-poderoso, por ser soberanamente bom, nunca deixaria qualquer mal existir em suas obras se não fosse bastante poderoso e bom para fazer resultar o bem do próprio mal” (S. Agostinho, De libero arbítrio, I, 1, 2). E nós também devemos sempre tirar do mal um bem: a caridade, a solidariedade, o arrependimento, a contrição, o propósito de melhorarmos a nós e o mundo, a paciência, a humildade, o desapego, enfim as virtudes cristãs que nos preparam para uma eternidade feliz, sem males.

Neste tempo quaresmal, cujo ápice será a celebração da vitória de Cristo sobre o mal e a morte, ouçamos o maior teólogo vivo da Igreja: “Ao longo deste tempo, manteremos o olhar fixo sobre Jesus Cristo, ‘autor e consumador da fé’ (Hb 12, 2): n’Ele encontra plena realização toda a ânsia e aspiração do coração humano. A alegria do amor, a resposta ao drama da tribulação e do sofrimento, a força do perdão face à ofensa recebida e a vitória da vida sobre o vazio da morte, tudo isto encontra plena realização no mistério da sua Encarnação, do seu fazer-Se homem, do partilhar conosco a fragilidade humana para a transformar com a força da sua ressurreição. N’Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação, encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa história de salvação” (Papa emérito Bento XVI, Porta Fidei, 13).



Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan

segunda-feira, março 23, 2020

IV DOMINGO DA QUARESMA

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No momento de quarentena estamos transmitindo as missas por Facebook e Instagram.

Instagram:
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Facebook:
Conrado Constança





Nós, os crentes, não podemos fechar-nos num pessimismo estéril, decidir que o mundo "está perdido" e que à nossa volta só há escuridão... No entanto, também não podemos esconder a cabeça na areia e dizer que tudo está bem. Há, objetivamente, situações, instituições, valores e esquemas que mantêm o homem encerrado no seu egoísmo, fechado a Deus e aos outros, incapaz de se realizar plenamente. O que é que, no nosso mundo, gera escuridão, trevas, alienação, cegueira e morte? O que é que impede o homem de ser livre e de se realizar plenamente, conforme previa o projeto de Deus?

A catequese que João nos propõe hoje garante-nos: a realização plena do homem continua a ser a prioridade de Deus. Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio ao encontro dos homens e mostrou-lhes a luz libertadora: convidou-os a renunciar ao egoísmo e auto-suficiência que geram "trevas", sofrimento, escravidão e a fazerem da vida um dom, por amor. Aderir a esta proposta é viver na "luz". Como é que eu me situo face ao desafio que, em Jesus, Deus me faz?

O Evangelho deste domingo descreve várias formas de responder negativamente à "luz" libertadora que Jesus oferece. Há aqueles que se opõem decididamente à proposta de Jesus porque estão instalados na mentira e a "luz" de Jesus só os incomoda; há aqueles que têm medo de enfrentar as "bocas", as críticas, que se deixam manipular pela opinião dominante, e que, por medo, preferem continuar escravos do que arriscar ser livres; há aqueles que, apesar de reconhecerem as vantagens da "luz", deixam que o comodismo e a inércia os prendam numa vida de escravos... Eu identifico-me com algum destes grupos?

O cego que escolhe a "luz" e que adere incondicionalmente a Jesus e à sua proposta libertadora é o modelo que nos é proposto. A Palavra de Deus convida-nos, neste tempo de Quaresma, a um processo de renovação que nos leve a deixar tudo o que nos escraviza, nos aliena, nos oprime - no fundo, tudo o que impede que brilhe em nós a "luz" de Deus e que impede a nossa plena realização. Para que a celebração da ressurreição - na manhã de Páscoa - signifique algo, é preciso realizarmos esta caminhada quaresmal e renascermos, feitos Homens Novos, que vivem na "luz" e que dão testemunho da "luz". O que é que eu posso fazer para que isso aconteça?

Receber a "luz" que Cristo oferece é, também, acender a "luz" da esperança no mundo. O que é que eu faço para eliminar as "trevas" que geram sofrimento, injustiça, mentira e alienação? A "luz" de Cristo que os padrinhos me passaram no dia em que fui baptizado brilha em mim e ilumina o mundo?











sexta-feira, março 20, 2020

SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ


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Nós paroquianos de São Conrado no dia 19 de março fizemos uma breve adoração ao Santíssimo Sacramento no portão lateral da igreja . Alguns fiéis que mantiveram a distância um do outro , dentro do que é recomendado pelas autoridades civis , participaram e comungaram.

Padre Marcos



Ladainha de São José


-  Senhor, tende piedade de nós.
- Jesus Cristo, tende piedade de nós.
- Senhor, tende piedade de nós.
- Jesus Cristo, ouvi-nos.
- Jesus Cristo, atendei-nos.
- Deus Pai dos Céus, tende piedade de nós.
- Deus Filho Redentor do mundo, tende piedade de nós.
- Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
- Santíssima Trindade que sois um só Deus, tende piedade de nós.

- Santa Maria, rogai por nós.
- São José, rogai por nós.
- Ilustre filho de David , rogai por nós.
- Luz dos Patriarcas, rogai por nós.
- Esposo da Mãe de Deus, rogai por nós.
- Casto Guarda da Virgem, rogai por nós.
- Sustentador do Filho de Deus, rogai por nós.
- Zeloso defensor de Cristo, rogai por nós.
- Chefe da Sagrada Família, rogai por nós.
- José justíssimo, rogai por nós.
- José castíssimo, rogai por nós.
- José prudentísssimo, rogai por nós.
- José fortíssimo, rogai por nós.
- José obedientíssimo, rogai por nós.
- José fidelíssimo, rogai por nós.
- Espelho de paciência, rogai por nós.
- Amante da pobreza, rogai por nós.
- Modelo dos operários, rogai por nós.
- Honra da vida de família, rogai por nós,
- Guarda das virgens, rogai por nós.
- Sustentáculo das famílias, rogai por nós.
- Alívio dos infelizes, rogai por nós.
- Esperança dos doentes, rogai por nós.
- Padroeiro dos moribundos, rogai por nós.
- Terror dos demônios, rogai por nós
- Protetor da Santa Igreja, rogai por nós

- Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos Senhor.
- Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
- Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.

V.  Ele constitui-o senhor de Sua casa.
R. E fê-lo príncipe de todos os seus bens.

Oremos: Deus, que por inefável Providência, Vos dignastes escolher a São José por Esposo de vossa Mãe Santíssima; concedei-nos, Vo-lo pedimos, que mereçamos ter por intercessor no Céu aquele que veneramos na Terra como protetor. Vós que viveis e reinais nos séculos dos séculos. Amém
















quinta-feira, março 19, 2020

LIÇÕES DE UMA PANDEMIA

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O grande mal provocado pelo novo Corona Vírus e a enfermidade por ele provocada, a COVID-19, deve nos trazer algumas reflexões sensatas.

Deus não é autor do mal. O mal é proveniente da nossa finitude, pois só Deus é o sumo bem e a suma perfeição.  É consequência às vezes do mau uso da nossa liberdade e, muitas vezes, dos nossos pecados. Mas Deus só permite um mal para dele tirarmos algum bem. E podemos tirar sim.

Iniciamos a Quaresma, na Quarta-feira de Cinzas, com a reflexão que a
Igreja nos propôs: “Lembra-te, homem, que és pó e em pó te hás de tornar”. Essa doença vem nos lembrar a nossa pequenez. O homem, orgulhoso de sua ciência e de suas conquistas tecnológicas em todos os campos, prostra-se de joelhos diante de um ser ultramicroscópico, que põe toda a humanidade temerosa. Realmente nós não somos onipotentes e tão poderosos: só Deus o é. Portanto, a primeira lição é de humildade.

Por isso, recorramos a Deus onipotente, pedindo-lhe que afaste de nós esta calamidade: “ela não é enviada por Ele, mas permitida, para que nos convertamos de nossa soberba e desmando na organização dos recursos da criação...” (Dom Pedro Cipollini). A oração é necessária. É o reconhecimento da nossa impotência diante de Deus todo-poderoso e de nossos pecados, muitas vezes causa da desordem e dos males. Segunda lição: oração.

 “Nas tempestades da vida, nos momentos de desorientação, o homem não pode contar apenas com as próprias forças. É preciso ter fé e recordar que Deus pode nos salvar de todas as tempestades”. Palavras do Cardeal Angelo Comastri, arcipreste da Basílica de São Pedro, lembrando da tempestade no Mar da Galiléia, com os apóstolos temerosos acordando Jesus. “Temos que recordar sempre que Deus pode nos tirar de todas as tempestades, desde que tenhamos fé e abramos o nosso coração a Ele”. Oração com fé e humildade.

Se de um lado devemos recorrer à oração, com confiança em Deus, por outro lado devemos usar todos os recursos, prevenções e assepsias que os médicos e os profissionais da saúde nos recomendam. “Honra o médico, porque ele é necessário; foi o Altíssimo quem o criou” (Eclo 38, 1). “Peca na presença daquele que o criou quem não se submete ao tratamento do médico” (Eclo 38, 15). Jesus disse: “Os doentes precisam de médico” (Mt 9, 12).

E não devemos “tentar a Deus”, ou seja, fazer coisas imprudentes e perigosas para a nossa saúde, confiando erradamente que Deus nos protegerá (Mt 4, 7). Prevenção e cuidados.

Essa calamidade nos ensina ainda que todos somos iguais em natureza, sem distinção de classes, cor, nacionalidade, sexo, etc, fracos e débeis, precisando sempre e dependentes uns dos outros. Isso nos obriga a cuidarmos uns dos outros, à solidariedade e à caridade.

Que Maria Santíssima, saúde dos enfermos, nos proteja, e São José, cuja festa celebraremos amanhã, nos defenda de todo mal.







Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan



quarta-feira, março 18, 2020

AO TERCEIRO DIA ELE RESSUSCITOU

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“Jesus disse que ficaria três dias e três noites na sepultura. A morte dEle foi na sexta-feira, antes do pôr-do-sol. Se Ele morreu na sexta-feira, então ressuscitou na segunda-feira?”

A forma tradicional de se contar o tempo nos tempos bíblicos era um pouco diferente da atual. As nações do antigo Oriente utilizavam o sistema de contagem inclusiva, em que uma pequena parte do dia era considerada como o dia inteiro. No contexto da morte de Jesus, entendemos que:

1) Jesus morreu na sexta-feira à tarde (primeiro dia).

2) Jesus permaneceu morto por todo o dia do sábado (segundo dia).

3) No primeiro dia da semana (domingo) pela manhã, Ele ressuscitou (no terceiro dia).

Essa era a forma que os judeus computavam o tempo (pelo sistema inclusivo). O dia inicial era o “primeiro” dia, mesmo que dele só restassem algumas horas; o dia imediato era o “segundo”, e as primeiras horas do dia que vinha em seguida já eram consideradas “terceiro dia”. Muitas passagens bíblicas declaram que Jesus ressuscitaria no “terceiro dia” (Mateus 16:21; 17:23; 20:19; Lucas 9:22; 18:33; 24:7 e 46; 1 Coríntios 15:4). Certamente Ele não poderia permanecer na sepultura todo o terceiro dia, e ainda ressuscitar nesse mesmo terceiro dia. Outros textos afirmam que essa ressurreição ocorreria “depois de três dias” (Marcos 9:31; 10:34).

Na linguagem daquele tempo, essas expressões significavam a mesma coisa. Até os inimigos de Cristo reconheceram isto, pois se dirigiram a Pilatos e disseram: “Aquele embusteiro, enquanto vivia, disse: Depois de três dias ressuscitarei. Ordena, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia.” (Mateus 27:63 e 64.)

O SDA Bible Commentary, vol. 5, p. 248-251, diz:

“Essa frase tem de ser interpretada de acordo com o que tais palavras significavam naquele tempo, e não segundo o seu sentido atual, no Ocidente. A expressão de Jesus: ‘três dias e três noites’ significa apenas três dias de calendário. A Bíblia menciona vários períodos de três dias que terminaram no terceiro dia, cobrindo, portanto, menos de três dias completos, de 24 horas (Gênesis 42:17-19; 1 Reis 12:5 e 12: 2 Crônicas 10:5 e 12). Esse costume era seguido no Egito, na Grécia e Roma.

A declaração dos dois discípulos que foram para a aldeia de Emaús no dia da ressurreição de Cristo confirma o fato de que o primeiro dia da semana era o terceiro dia após a crucifixão (Lucas 24:1, 13 e 21). A revista Ministério, de janeiro-fevereiro de 1967, página 12, comenta:

 “O relato da crucifixão e do sepultamento de Jesus, conforme a narrativa de Lucas, é tão claro… Ele declara que José, ‘tendo procurado a Pilatos, pediu-lhe o corpo de Jesus’, e O sepultou (Lucas 23:52 e 53).‘Era o dia da preparação e começava o sábado (verso 54). Após depositarem o Seu corpo no túmulo, eles se retiraram ‘e no sábado descansaram, segundo o mandamento’ (versos 55 e 56). Em seguida é mencionado que foram ao túmulo bem cedo no primeiro dia da semana, e encontraram- no vazio (Lucas 24:1-7).”

Portanto, analisando-se o contexto histórico, pode-se entender que a Bíblia utilizou o método de contagem inclusiva em relação ao tempo decorrido da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus.