terça-feira, agosto 23, 2022

XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM

 






Aquelas famosas perguntas: quem sou, de onde vim e para onde vou, na Solenidade da Assunção, que celebramos, hoje, ganha um reforço: para que nascemos? Podemos colocar uma outra questão: depois da morte, para onde iremos? Existe uma mensagem muito clara na celebração da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora: não nascemos para a terra, não nascemos para sermos dissolvidos na poeira da terra; nossa vida não vai terminar na poeira porque nascemos e somos vocacionados para viver na eternidade. A celebração da Assunção de Nossa Senhora indica o nosso destino. Responde à pergunta “para que nascemos?” Celebrando a Assunção de Nossa Senhora, podemos responder: nascemos para viver eternamente com Deus; a vida de cada um de nós está destinada a participar da glória e da santidade de Deus. Esta é a vocação da vida cristã: uma vida peregrina que caminha ao encontro de Deus para participar da sua santidade.

 

É preciso deixar claro que a peregrinação para o encontro definitivo com Deus acontece envolvida por um combate espiritual, como relatado na 1ª leitura. Sim, pertencemos a Deus, vivemos em Deus e nos fortalecemos com a graça divina para lutar contra o Dragão, contra o demônio que semeia sementes de pecado para anular ou destruir a santidade divina em nossas vidas. A descrição do combate, na 1ª leitura, é definida como combate espiritual e apresenta Maria como modelo para vencer este combate. Maria travou este combate com duas atitudes: fazendo-se servidora da vontade divina, compromisso assumido na Anunciação e, o segundo modo, fazendo-se servidora na fraternidade, como ouvimos no Evangelho de hoje, na visitação para ajudar Isabel na sua gravidez. Compreende-se que a peregrinação para o encontro com Deus acontece peregrinando, aqui na terra, acolhendo a vontade divina e dando passos de fraternidade para se fazer próximo do necessitado. A espiritualidade cristã santificante caminha na estrada concreta da fraternidade e não em caminhos de uma espiritualidade abstrata.

 

Para onde estamos conduzindo nossas vidas? Este é um questionamento fundamental que a Solenidade da Assunção coloca diante de nós. Outro questionamento, também importante, é: em quais caminhos caminhamos? Em caminhos, nos quais a derrota pelo dragão é inevitável? — E neste caso, significa caminhar longe dos caminhos de Deus — ou caminhamos na estrada de Jesus, no caminho do discipulado? A comemoração da Assunção de Nossa Senhora é uma celebração que faz nosso coração exultar de alegria pela promessa do céu, e é também uma celebração que abre nossos olhos para avaliar como estamos caminhando nesse mundo. A Assunção de Nossa Senhora diz que a humanidade tem um endereço: viver eternamente participando da santidade divina. Esta é a nossa vocação: somos chamados a ser santos e santas. Que a Virgem Maria, mãe peregrina, nos ajude a caminhar nos caminhos de Deus, iluminado pelo Evangelho de seu Filho Jesus. Amém!






segunda-feira, agosto 15, 2022

XX DOMINGO DO TEMPO COMUM






Dá medo pronunciar a palavra "amor”. Está tão prostituída que nela cabe o melhor e o pior, o mais sublime e o mais mesquinho. No entanto, o amor está sempre na origem de toda vida sadia, despertando e fazendo crescer o que há de melhor em nós.

Quando falta o amor, falta o fogo que move a vida. Sem amor, a vida se apaga, vegeta e termina extinguindo-se. Aquele que não ama fecha-se e isola-se cada vez mais. Gira adoidadamente em torno de seus problemas e ocupações, fica aprisionado nas armadilhas do sexo, cai na rotina do trabalho diário: falta-lhe o motor que move a vida.

O amor está no centro do Evangelho, não como uma lei que é preciso cumprir disciplinadamente, mas como o "fogo" que Jesus deseja ver “arder” sobre a Terra, para além da passividade, da mediocridade ou da rotina da boa ordem. De acordo com o Profeta da Galileia, Deus está perto de nós, procurando fazer germinar, crescer e frutificar o amor e a justiça do Pai. Esta presença de um Deus que não fala de vingança, mas de amor apaixonado e de justiça fraterna, é o traço mais essencial do Evangelho.

Jesus contempla o mundo como cheio da graça e do amor do Pai. Esta força criadora é como um pouco de fermento que deve ir fermentando a massa, como um fogo aceso que deve fazer arder o mundo inteiro. Jesus sonha com uma família humana na qual habita o amor e a sede de justiça. Uma sociedade que busca apaixonadamente uma vida mais digna e feliz para todos.

O grande pecado dos seguidores de Jesus será sempre deixar que se apague o fogo: substituir o ardor do amor pela doutrina religiosa, pela ordem ou pelo cuidado do culto; reduzir o cristianismo a uma abstração revestida de ideologia; deixar que se perca seu poder transformador. No entanto, Jesus não se preocupou primordialmente em organizar uma nova religião nem em inventar uma nova liturgia, mas estimulou um "novo ser" (P. Tillich), o parto de um ser humano novo movido radicalmente pelo fogo do amor e da justiça.










sábado, agosto 06, 2022

8 DADOS QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE A TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

 




REDAÇÃO CENTRAL, 06 ago. 20 / 09:36 am (ACI).- Este artigo reúne 8 dados que todo católico deve saber sobre a festa da Transfiguração do Senhor, celebrada em 6 de agosto.

 

1. Transfiguração significa "mudança de forma"

A palavra "transfiguração" provem das raízes latinas trans ("através") e figura ("forma, aspecto"). Portanto, significa uma mudança de forma ou aparência.

Foi o que aconteceu com Jesus no evento conhecido como a Transfiguração: sua aparência mudou e se tornou gloriosa.

 

2. O Evangelho de Lucas prediz a Transfiguração

No Evangelho de Lucas 9, 27, no final de um discurso aos doze apóstolos, Jesus misteriosamente acrescenta: “Em verdade vos digo: dos que aqui se acham, alguns há que não morrerão, até que vejam o Reino de Deus".

Isso costuma ser tomado como uma profecia de que o fim do mundo ocorreria antes da morte da primeira geração de cristãos. No entanto, a frase "reino de Deus" também pode se referir à "expressão externa do reino invisível de Deus".

O reino está encarnado no próprio Cristo e, portanto, poderia ser "visto" se Cristo o manifestasse de uma maneira incomum, inclusive em sua própria vida terrena, como foi o evento da Transfiguração.

O Papa Emérito Bento XVI afirmou que Jesus "argumentou de forma convincente que a colocação dessa frase imediatamente antes da Transfiguração a relaciona claramente a esse evento".

"A alguns, isto é, aos três discípulos que acompanham Jesus à montanha, é prometido que presenciarão pessoalmente a vinda do Reino de Deus ‘no poder’”, acrescentou.

 

3. A Transfiguração foi testemunhada pelos três discípulos principais

A Transfiguração ocorreu na presença dos apóstolos João, Pedro e Tiago, os três discípulos principais.

 

O fato de Jesus ter permitido apenas três de seus discípulos presenciarem o evento pode ter provocado a discussão que rapidamente ocorreu sobre qual dos discípulos era o maior (Lucas 9, 46).

 

4. Não se sabe exatamente onde ocorreu a Transfiguração

São Lucas declara que Jesus levou os três à "montanha para rezar". Costuma-se pensar que esta montanha é o Monte Tabor, em Israel, mas nenhum dos evangelhos a identifica com exatidão.

 

5. A Transfiguração serviu para fortalecer a fé dos apóstolos

Segundo o Catecismo da Igreja Católica numeral 568: “A Transfiguração de Cristo tem por finalidade fortificar a fé dos apóstolos em vista da Paixão: a subida à ‘elevada montanha’ prepara a subida ao Calvário. Cristo, Cabeça da Igreja, manifesta o que seu Corpo contém e irradia nos sacramentos ‘a esperança da Glória’".

 

6. O Evangelho de Lucas é o que dá mais detalhes deste acontecimento

São Lucas menciona vários detalhes sobre a Transfiguração que outros evangelistas não fazem. Por exemplo, observa que isso aconteceu enquanto Jesus estava rezando; menciona que Pedro e seus companheiros "tinham-se deixado vencer pelo sono; ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois personagens em sua companhia". Também menciona que Pedro sugeriu a criação de tendas enquanto Moisés e Elias se preparavam para partir.

 

7. A Aparição de Moisés e Elias representa a Lei e os Profetas.

Moisés e Elias representam os dois principais componentes do Antigo Testamento: a Lei e os Profetas.

Moisés foi o doador da Lei e Elias foi considerado o maior dos profetas.

 

8. A sugestão de São Pedro foi errônea

O fato de que a sugestão de Pedro ocorra quando Moisés e Elias estão se preparando para partir revela um desejo de prolongar a experiência da glória. Isso significa que Pedro está se centrando no incorreto.

A experiência da Transfiguração tem como objetivo sinalizar os sofrimentos que Jesus está prestes a experimentar. Está destinado a fortalecer a fé dos discípulos, revelando-lhes a mão divina que está trabalhando nos acontecimentos que Jesus sofrerá.

Pedro erra o alvo e quer ficar na montanha, ao contrário da mensagem que Moisés e Elias expuseram.

Como aparente repreensão disso, ocorre uma teofania: “Veio uma nuvem e encobriu-os com a sua sombra; e os discípulos, vendo-os desaparecer na nuvem, tiveram um grande pavor. Então, da nuvem saiu uma voz: ‘Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o!’".


Fonte: https://www.acidigital.com/

sexta-feira, agosto 05, 2022

NOSSA SENHORA DAS NEVES






“Cada mãe possui uma análoga consciência do início de uma nova vida nela. A história de cada homem está inscrita em primeiro lugar no coração da própria mãe. Não admira que a mesma coisa se tenha verificado em relação à vicissitude terrena do filho de Deus” (João Paulo II).

Jesus Cristo, por uma decisão trinitária de amor, encarnou-se no ventre da Ssma. Virgem Maria, pela ação do espírito santo.

Sabemos que Jesus é a cabeça da igreja, seu corpo místico, no qual todos nós fomos enxertados pela graça do batismo. Portanto, Maria é a Mãe de Jesus, num todo, cabeça e corpo, sendo assim, todos fomos gerados no ventre virginal de Maria.

É natural que, sendo mãe, tenha por seus filhos cuidados especiais e preocupações que só um coração materno tem! Para nossa Mãe do Céu, jamais deixamos de ser pequenos, pois Ela nos abre o caminho para o reino dos Céus, que será dado aos que se fazem crianças.

Quanta alegria podermos chamar de “mãe” a Mãe de Nosso Senhor, aquela que é segundo Santo André de Creta: “Ó Santa, ó Santa sobre todos os Santos, ó tesouro mais vasto de toda a santidade”.

Sabemos que pela ação do Espírito Santo, todos nós somos chamados à santidade, recebemos a graça na medida necessária a nossa missão. Em tempo algum, alguém pode ser igualado à santidade de Maria, pois Ela trouxe em suas entranhas e alimentou com Seu leite aquele que é Santo, Santo, Santo.

Ao longo da história, o olhar terno de Maria esteve sobre seus filhos, sem distinção. Um fato curioso que a tradição da igreja nos lembra é o da neve de um verão do século IV.

Narra a tradição que um casal de certa idade, porém de muitas posses e sem ter herdeiros, vivia em oração, pedindo a Nossa Senhora uma orientação quanto ao destino de seus bens.

Era noite de 4 para 5 de agosto, quando o senhor João teve um sonho revelador em que Nossa Senhora lhe aparecia e indicava o topo de um monte que no dia seguinte estaria coberto de neve: seria o local da construção de uma igreja a Ela dedicada.

Na manhã de 5 de agosto, a notícia de um estranho fenômeno abala toda a cidade de Roma: o Monte Esquilino estava coberto de neve.

Vendo no fenômeno a confirmação do seu sonho, o casal decide visitar o Papa Libério, que com todo o clero de Roma vai ao local.

O feliz casal iniciou a construção e a basílica passou a ser chamada “Santa Maria Maior” por ser a mais importante basílica mariana.

A basílica de Santa Maria Maior é uma das basílicas papais, que possuem trono e altar papais, além de uma porta santa para o jubileu romano. Como curiosidade no interior da basílica, em uma das capelas laterais, está, segundo a tradição, o berço do Menino Jesus.

A cada 5 de agosto uma celebração solene lembra o milagre das neves, com uma chuva de pétalas de rosas brancas.

Ao iniciar o seu pontificado, o Papa João Paulo II pediu que deixassem para todo o sempre, uma lamparina de óleo acesa diante do ícone da Santa Maria Maior.

Que a lâmpada da devoção não se apague com o vento da indiferença e muito menos, com a frieza dos corações.

Senhora Das Neves, rogai por nós!


quinta-feira, agosto 04, 2022

O CURA D'ARS E O SSMO. SALVADOR









O CURA D’ARS E O SSMO. SALVADOR

04 de agosto de 2022

 

Paróquia São Conrado



Nesta semana teremos duas importantes celebrações: dia 4, amanhã, celebraremos São João Maria Vianney, patrono dos padres, ocasião para cumprimentarmos todos os nossos sacerdotes, que, seguindo a sua vocação, se tornaram “outros Cristos”, seus ministros, dedicando-se totalmente às nossas almas, esgotando-se ao seu “serviço”, não tendo outra profissão que a dedicação a Deus e à sua Igreja. Parabéns a todos os padres!

São João Maria Vianney, o Cura ou Pároco da cidadezinha francesa de Ars, na França, foi o “modelo sem par, para todos os países, do desempenho do ministério e da santidade do ministro”, no dizer de São João Paulo II, paradigma para a nova evangelização. 

“Há pouco amor de Deus nessa paróquia”, disse-lhe o Vigário Geral ao nomeá-lo, “Vossa Reverendíssima procurará colocá-lo lá”. De fato, Ars, nesse período pós Revolução Francesa, estava esquecida de Deus: pouca frequência às Missas, trabalho contínuo nos domingos, bailes, blasfêmias, etc. O Padre Vianney começou com penitências e orações próprias. Pregação e catequese contínuas, visitas às famílias e caridade para com os pobres. A Igreja foi se enchendo. Ouvia confissões desde a madrugada até a noite. Peregrinos de toda a França acorriam a Ars, chegando a cem mil por ano. Suas pregações eram assistidas por bispos e cardeais. Seu catecismo era ouvido por grandes pregadores que ali vinham aprender com tanta sabedoria. Morreu aos 74 anos, esgotado pelas penitências e trabalhos apostólicos no ministério sacerdotal. Dizia esse herói da Fé: “É belo morrer depois de ter vivido na cruz”.

Rezemos sempre pelos nossos sacerdotes. Sua santificação nos interessa muito.

A segunda importante celebração desta semana será, no dia 6 próximo, a 370ª festa do Santíssimo Salvador, padroeiro da nossa cidade e diocese de Campos.

“Feliz a nação cujo Deus é o Senhor”, reza o Salmo 32. O Santíssimo Salvador é o próprio Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem, nosso Redentor, aquele que morreu por nós na cruz, salvando-nos da eterna condenação. O pecado original do primeiro homem foi exatamente não reconhecer a Deus como seu Senhor, querendo ele mesmo ser o senhor do bem e do mal. Jesus, Senhor e Deus como o Pai, feito homem para nossa salvação, o novo Adão, veio nos ensinar a reconhecer a Deus como Nosso Senhor. Por isso ele é o nosso Salvador.

E esta festa do Santíssimo Salvador tem uma razão especial, pois estamos celebrando os 100 anos da criação da Diocese de Campos, esta Igreja particular, que faz parte da universal Igreja Católica, a qual pertencemos. Nossa Administração Apostólica, que faz 20 anos, se alegra com a Diocese de Campos, da qual ela faz parte, e cumprimenta o seu e nosso Bispo, Dom Roberto Francisco Ferrería Paz e todo o seu clero e fiéis, unindo-nos na mesma ação de graças.

Que Deus conserve a Diocese de Campos e a nossa Administração Apostólica São João Maria Vianney, sempre fiéis à Sé Apostólica, unidas na mesma fé e comunhão, e abençoe nossos Bispos e todos os nossos sacerdotes, em benefício de todo o rebanho de fiéis.

 

 

Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan