sexta-feira, junho 30, 2017

PROTOMÁRTIRES DE ROMA


PRIMEIROS SANTOS MÁRTIRES DA IGREJA DE ROMA
 (anos 64 a 67 d.C.)


São recordados conjuntamente, neste dia, os inúmeros cristãos que sofreram o martírio em Roma, acusados injustamente pelo imperador Nero de terem incendiado a cidade.
Para o último dia de junho, a Igreja reservou a veneração dos PRIMEIROS MÁRTIRES DE ROMA. Antigamente era a festa litúrgica de São Paulo. Foram vítimas do orgulho do imperador Nero. Revestidos de peles de animais, eram lançados aos cães ferozes, crucificados ou queimados vivos, como tochas, à noite, nos jardins do imperador.
Certo dia, um pavoroso incêndio reduziu Roma a cinzas. Em 19 de julho de 64, a poderosa capital virou escombros e o imperador Nero, considerado um déspota imoral e louco por alguns historiadores, viu-se acusado de ter sido o causador do sinistro. Para defender-se, acusou os cristãos, fazendo brotar um ódio contra os seguidores da fé que se espalharia pelos anos seguintes.


Nero aproveitou-se das calúnias que já cercavam a pequena e pouco conhecida comunidade hebraica que habitava Roma, formada por pacíficos cristãos. Na cabeça do povo já havia, também, contra eles, o fato de recusarem-se a participar do culto aos deuses pagãos. Aproveitando-se do desconhecimento geral sobre a religião, Nero culpou os cristãos e ordenou o massacre de todos eles.
Há registros de um sadismo feroz e inaceitável, que fez com que o povo romano, até então liberal com relação às outras religiões, passasse a repudiar violentamente os cristãos. Houve execuções de todo tipo e forma e algumas cenas sanguinárias estimulavam os mais terríveis sentimentos humanos, provocando implacável perseguição.


Alguns adultos foram embebidos em piche e transformados em tochas humanas usadas para iluminar os jardins da colina Oppio. Em outro episódio revoltante, crianças e mulheres foram vestidas com peles de animais e jogadas no circo às feras, para serem destroçadas e devoradas por elas.
Desse modo, a crueldade se estendeu de 64 até 67, chegando a um exagero tão grande que acabou incutindo no povo um sentimento de piedade. Não havia justificativa, nem mesmo alegando razões de Estado, para tal procedimento. O ódio acabou se transformando em solidariedade.

Os apóstolos são Pedro e são Paulo foram duas das mais famosas vítimas do imperador tocador de lira, por isso a celebração dos mártires de Nero foi marcada para um dia após a data que lembra o martírio de ambos.

Porém, como bem nos lembrou o papa Clemente, o dia de hoje é a festa de todos os mártires, que com o seu sangue sedimentaram a gloriosa Igreja Católica Apostólica Romana.


Oração (coleta):

Senhor nosso Deus, que consagrastes pelo sangue dos mártires os grandiosos princípios da Igreja de Roma, fazei que a sua coragem no combate nos alcance uma força invencível e a alegria da vitória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



Fonte: http://santosebeatoscatolicos.blogspot.com.br/2014/06/primeiros-santos-martires-da-igreja-de.html


quinta-feira, junho 29, 2017

101 ANOS DA PRIMEIRA MISSA


29 de junho de 2017
Comemoração dos 101 anos da Primeira Missa celebrada na matriz de São Conrado




A Eucaristia nasceu num contexto de simplicidade e é na e pela simplicidade que os celebrantes se aproximam do Senhor, presente na Eucaristia. O ambiente, no qual Jesus instituiu a Eucaristia, era simples, os gestos de Jesus, na instituição, foram simples, os sinais do pão e do vinho são simples. Tudo, tudo na Eucaristia, especialmente no seu início evoca simplicidade. Se simplicidade foi o modo escolhido por Jesus para a celebração da Eucaristia é pela simplicidade que “ele está no meio de nós”, é pela simplicidade que o encontramos na Palavra e nos sinais. Quanto mais simples, portanto, forem nossas celebrações, mais próxima daquela realizada por Jesus estaremos. 

Depois, a história se encarregou de agregar ritos e complicações rituais, a ponto de ameaçar com pecados alguns erros litúrgicos, arriscando-se com uma perigosa aproximação da magia. Assim, pouco a pouco, começou-se a perder a simplicidade, na celebração da Missa, a ponto da Missa se tornar uma espécie de sacra encenação diante de uma assembléia que participava pela presença. Um dos objetivos da reforma litúrgica do Vaticano II foi o retorno às três características básicas da Liturgia romana: a simplicidade, a brevidade e a clareza, em vista da compreensão dos celebrantes (SC 34). 

O perigo da perda da simplicidade consiste no desvio do foco. Quando existem muitos acréscimos na Missa — ritos, canções, símbolos, procissões e danças, por exemplo — a tendência natural é se concentrar no exterior desses ritos e não na sua finalidade: a aproximação de Deus e o encontro com o Senhor. A introdução de outros ritos, na maior parte das vezes, considera apenas a beleza estética, o fazer bonito para fazer diferente e não a beleza ritual litúrgica para conduzir ao encontro com Deus. Por isso, a reforma do Vaticano II não acrescentou ritos, mas purificou a celebração de ritos que impediam a brevidade, a solenidade, a simplicidade e a clareza para favorecer a participação no Mistério Pascal de modo pleno e consciente. O princípio da simplicidade é que o rito não é para ser visto, mas é meio para se aproximar de Deus. 

Simplicidade tem a ver com as vestes do padre e dos ministros, com a homilia, com as canções, com os arranjos florais, etc... Depois de tantos anos caminhando com a Liturgia estou convencido que a simplicidade é mais exigente que a “criatividade livre” que, na maior parte das vezes, é personalista, pouco se importando nem com a proposta celebrativa e nem com as orientações litúrgicas. O personalista passa por cima de tudo, principalmente das orientações litúrgicas, porque o que conta é ele e seus caprichos. Busca o aplauso não a condução dos celebrantes a Deus. 

A grande virtude da simplicidade é deixar a Liturgia conduzir a celebração. Explico. No tempo da Quaresma, a Liturgia conduz celebrações silenciosas. Quando o personalismo de alguns músicos desconsidera a orientação litúrgica do silêncio, introduzirá baterias e pandeiros em celebrações quaresmais. O próprio padre corre o risco de deixar de ser presidente da celebração para se tornar uma espécie de “apresentador da Missa”. Celebrações com falas e cantos o tempo todo, inclusive nas secretas, na Oração dos fiéis e até na Oração Eucarística, quebram o ritmo simples e natural da comunicação litúrgica e a impede de ser simples. Poderíamos falar também de ritos dúbios, como procissões ofertoriais repletas de sinais e cestas para recolher dinheiro que não fazem parte do rito ofertorial, ou de orações para entregas de dízimo, no rito das ofertas, etc... etc... 

De tanto introduzir ritos, algumas Eucaristias se tornaram mais devocionais que celebrativas e, quando os autores de tais celebrações são questionados, dizem: “mas, o povo gosta”. E assim, padres e equipes preferem a lei do “povo gosta” para conduzir suas liturgias que as orientações da Igreja. 

Serginho Valle 










quarta-feira, junho 28, 2017

NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 

Memória Mariana celebrada 

em 27 de junho




O Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é de origem oriental, grega. Em fins do século XV, um negociante roubou o quadro do altar onde estava, na Ilha de Creta, onde era venerado pelo povo cristão. Escapou milagrosamente de uma tormenta em alto mar, levando o quadro até Roma. Adoeceu mortalmente e procurou um amigo que cuidasse dele. Estando para morrer, revelou o segredo do quadro e pediu ao amigo que o devolvesse a uma igreja. O amigo prometeu realizar o seu desejo mas, por causa da sua esposa, não quis desfazer-se de um tão belo tesouro. O amigo também morreu sem ter cumprido a promessa.

A Santíssima Virgem apareceu a uma menina de seis anos, filha desta família romana, e mandou-lhe dizer à mãe e à avó que o quadro devia ser colocado na Igreja de São Mateus Apóstolo, situada entre as basílicas de Santa Maria Maior e São João Latrão, sob o título de Perpétuo Socorro. O quadro foi colocado na igreja de São Mateus no dia 27 de março de 1499. Aí ele foi venerado durante os 300 anos seguintes. A devoção começou a se divulgar em toda Roma.

Os anos no esquecimento 

Em 1798, a guerra atingiu Roma e o convento e a igreja, que estavam sob o cuidado dos Agostinianos irlandeses, foram quase totalmente destruídos. Os agostinianos mudaram-se e levaram consigo o quadro. Em 1819, transferiram-se novamente para a Igreja de Santa Maria in Postérula. Com eles foi o ícone, mas como "Nossa Senhora da Graça" era já venerada naquela igreja, o quadro foi posto numa capela interna do convento, onde ele permaneceu, quase desconhecido, a não ser para o Irmão Agostinho Orsetti, um dos jovens frades provenientes de São Mateus.

Orsetti falou a um coroinha, Michele Marchi, que sempre visitava a igreja: “"Veja bem, meu filho, você sabe que a imagem da Virgem de São Mateus está lá em cima na capela: nunca se esqueça dela, entende? É um quadro milagroso”. O Irmão morreu em 1853, com 86 anos.

A redescoberta e os redentoristas 

Em Janeiro de 1855, os Missionários Redentoristas adquiriram "Villa Caserta" em Roma, onde estavam as ruínas da Igreja e do Convento de São Mateus. Sem perceber, eles tinham adquirido o terreno que tinha sido escolhido pela Virgem para seu santuário. Iniciou-se então a construção de uma igreja em honra do Santíssimo Redentor e dedicada a Santo Afonso Maria de Ligório, fundador da Congregação. Em dezembro de 1855, um grupo de jovens começava seu noviciado na nova casa. Um deles era Michele Marchi.

Em 1863 uma pregação do padre jesuíta, Francesco Blosi, intrigou os redentoristas, pois dizia que ali havia sido venerado um ícone de grande devoção de Nossa Senhora. Também o cronista da comunidade encontrou alguns escritos sobre antiguidades romanas que diziam que naquela igreja havia um antigo ícone da Mãe de Deus, que gozava de “grande veneração e fama por seus milagres”. Padre Marchi então recordou que sabia onde estava este quadro, seu antigo conhecido da época de coroinha.

A missão 

Com esta informação, o Superior Geral, Padre Nicholas Mauron, apresentou uma carta ao Papa Pio IX, na qual ele pedia à Santa Sé que lhe concedesse o ícone do Perpétuo Socorro, para que voltasse ao seu lugar. O papa concedeu a licença e disse: "Fazei-a conhecida no mundo inteiro!". Em janeiro de 1866, os redentoristas buscaram o quadro, que passou por um processo de restauração, tendo sido exposto à veneração em 26 de abril de 1866, na Igreja de Santo Afonso, hoje também conhecida como Santuário Internacional de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A ilha de Creta esteve durante muitos séculos dominada pelos muçulmanos, que destruíram muitos documentos cristãos, por isso nada se descobriu sobre a origem do milagroso ícone, nem mesmo na igreja onde ele era venerado antigamente. É uma pintura em têmpera, sobre uma placa de madeira de lei, de 21 por 17 polegadas, em estilo bizantino, onde se enlaçam a arte e a piedade, a elegância e a simplicidade. Dizem os entendidos que deve ser uma das diversas cópias do retrato da Virgem Santíssima feito por São Lucas e que o pintor era grego, porque são helênicas as letras das inscrições.

Da Igreja de Santo Afonso a devoção se expandiu para todo o mundo, levada pelos missionários redentoristas.

A mensagem

Ícone é o nome dado a uma pintura que, não sendo apenas um quadro ou uma obra de arte, é carregada de significados sagrados e leva seu observador à oração. O Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é formado por quatro figuras: Nossa Senhora, o Menino Jesus e dois arcanjos. A aparição dos arcanjos com uma lança e a cruz mostram ao Menino Jesus os instrumentos de sua Paixão. Assustado corre aos braços da Mãe. Por causa do movimento brusco desamarra a sandália. Maria o acolhe com ternura e lhe transmite segurança. O olhar de Nossa Senhora não se dirige ao Menino, mas a nós. Porém, sua mão direita nos aponta Jesus, o Perpétuo Socorro. As mãos de Jesus estão nas mãos de Maria. Gesto de confiança do Filho que se apóia na Mãe. Na riqueza de seus símbolos, o ícone bizantino tem ainda muito a revelar.

Veja a explicação:




Novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Como fazer a Novena:

1- Recolher-se em oração, em casa ou na Igreja.

2- Fazer o Pedido da graça que deseja alcançar.

3- Iniciar a Novena:
a-) rezar a oração de cada dia, deste folheto;
b-) praticar a boa obra de cada dia, podendo-se trocá-la por outra mais conveniente.

Primeiro dia: “Eis aí a sua mãe”. (Jo 19,27)Bondosa mãe do Perpétuo Socorro, que experimentastes as angústias da vida, acolhei o meu pedido. Sois a mãe e tendes o desejo de socorrer a todos, aqui está alguém que é pecador, mas que recorre a vós. Bondosa mãe, socorrei-me sem demora.Rezar: Pai-nosso e 3 Ave-marias. Praticar: esmola a um pobre.

Segundo dia: “Meu espírito se alegra em Deus”. (Lc 1,47)Mãe do Perpétuo Socorro, ajudai-me a ser sempre de Deus. Tudo passa como vento, Deus permanece. Eu quero ser de Deus e por isso vos suplico: socorrei-me nesta vida, ajudai-me a não perder Deus nos sofrimentos e necessidades. Bondosa mãe, aumentai minha fé, confiança, e socorrei-me com vosso amor.Rezar: Pai-nosso e 3 Ave-marias. Praticar: em casa, um trabalho com amor. 

Terceiro dia: “Seja feita a vossa vontade”. (Mt 6,10)Bondosa Mãe, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, compreendestes e sempre fizestes o que Deus queria, afastai de mim a dureza de coração, o orgulho, o egoísmo de só pensar em mim. Ajudai-me, bondosa mãe, a seguir a vontade de Deus e concedei-me a graça que vos peço.Rezar: Pai-nosso e 3 Ave-marias. Praticar: antes de dormir, agradecer a Deus por tudo que aconteceu no dia.

Quarto dia: “... a mim o fizestes”. (Mt 25,40) Mãe de Jesus e minha mãe, dai-me um coração para ajudar o próximo, misericordioso para perdoar sempre, humilde e manso para carregar e suportar suas fraquezas. Jesus disse que sempre faço a ele, aquilo a que faço aos outros, por isso, ajudai-me a melhor amar Deus e a meus irmãos. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, socorrei-me na graça que vos peço. Rezar: Pai-nosso e 3 Ave-marias. Praticar: arrumar alguma coisa para um pobre. 

Quinto dia: “Estarei no meio de vós”. (Mt 18,20) Bondosa Mãe, como vós vivestes com Jesus e José, em casa? Concedei-me amar meus irmãos e aceitar acada um no seu jeito de ser. Dai-nos a paz, compreensão, bondade, alegria para que o espírito de jesus permaneça conosco. Bondosa Mãe, pedi a ele por todos nós. Rezar: Pai-nosso e 3 Ave-marias. Praticar: visitar alguém, se possível, um doente. 

Sexto dia: “Vinde a mim, eu vos aliviarei”. (Mt 11,28) Pode a Mãe de Jesus esquecer o filho? Eu sei, ó Maria, que não nos esqueceis, mas tenho medo de eu me esquecer de vós. Peço-vos nunca perder Deus, nem a Fé, e sempre em vós. Ó Maria, feliz de quem vos conhece e a vós recorre, como o filho à sua mãe. Rezar: Pai-nosso e 3 Ave-marias. Praticar: entrar na Igreja e rezar por alguém. 

Sétimo dia: “Faça-se segundo tua Palavra”. (Lc 1,38) Maria, sempre fizestes tudo o que Deus vos pediu. Para que eu também seja assim, ajudai-me a ouvir a Palavra de Deus, meditar, viver o que Jesus ensinou. Atendei meu pedido nesta novena, e não deixeis que eu fique acomodado à vida. Rezar: Pai-nosso e 3 Ave-marias. Praticar: ler a Bíblia em Lc 1,39-56.

Oitavo dia: “Olhou para a humildade de sua serva”. (Lc 1,48)Minha Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, quantas vezes me torno orgulhoso, vaidoso, confiante nas coisas que passam. Tudo isso pode ocupar o lugar de Deus em meu coração. Maria, livrai-me desta tentação de trocar Deus pelas coisas da terra e descuidar da casa de Deus em mim. Bondosa Mãe, socorrei-me com a graça de Jesus.Rezar: Pai-nosso e 3 Ave-marias. Praticar: ouvir, conversar com bondade, por exemplo, com um idoso. 

Nono dia: “Maria meditava em seu coração”. (Lc 1,48) Quantas vezes, ó Maria, meu coração fica triste, atribulado, cheio de dúvidas, e angustiado. Isso acontece porque não me recolho no silêncio da oração, e nem procuro ver o que Deus quer de mim. Não sei escutar Deus. Maria, peço-vos a graça de acreditar que Deus me ama sempre, mesmo na dor. Rezar: Pai-nosso e 3 Ave-marias. Praticar: passar o dia alegre, não se deixar aborrecer.


terça-feira, junho 27, 2017

103 ANOS DA BENÇÃO DA PEDRA FUNDAMENTAL DA IGREJA



Hoje , 27 de junho de 2017 , a nossa Igreja Matriz está de aniversário , são 103 anos da benção da pedra fundamental, e no dia 29 de junho são 101 anos da Primeira Missa celebrada aqui na Igreja Matriz. 

O ano de 2017 se caracteriza por um período de atos de profunda solidariedade . Seja a Diocese de St Gallen que nos ajuda na reforma da Capela São José de Anchieta , seja pela iniciativa de não poucos moradores do bairro de São Conrado que desejam fazer a pintura externa e interna da nossa igreja . Sabemos que a construção de um edifício destinado ao culto, como esta igreja onde estamos, tem uma bela fundamentação bíblica, Ezequiel 47,1-2.8-9.12 (texto no final da postagem) em que o profeta descreve como local onde correm rios da graça divina, que fazem brotar a vida e alimentar a saúde e a alegria. É um local tão importante, que Jesus se irrita profundamente ao ver que o Templo tinha se transformado em local de comércio. A beleza do templo, o cuidado com o templo e, principalmente, o respeito com o templo tem fundamentação bíblica. Não é, portanto, uma construção qualquer. 

Um outra construção, a qual a festa de hoje nos remete, é o edifício de Deus, ou seja, o seu Povo Santo, a comunidade santa que encontra sua unidade na Igreja de Jesus Cristo. Esta é a verdadeira habitação espiritual de Deus, e a construção do edifício material é apenas um sinal, uma indicação desta habitação. 

O evangelista João vê no lado aberto de Cristo uma comparação ao que diz Ezequiel, vendo naquele lado aberto a fonte da vida divina que sacia a sede de vida do Povo de Deus .


E ainda podemos considerar como um terceira construção , que cada um de nós é Templo do Espírito Santo: “acaso não sabeis que sois o Santuário de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós?” Desde modo, pelo Batismo e pela Confirmação, cada cristão e cristã torna-se uma construção consagrada a Deus por se transformar na habitação do seu Espírito Divino. De onde, que celebrar a memória do aniversário ou que fosse a dedicação de uma igreja é também um tempo para recordar a nossa realidade de consagrados como construção viva, destinados a viver e ativamente louvar a Deus com nossas vidas, para que a graça divina habite sempre entre nós. Amém!

Padre Marcos






Visita do Pároco, Padre Marcos Belizário Ferreira a Igreja Antiga Sé de Constance na Alemanha em janeiro de 2014. Na cripta da igreja oração diante do crânio de São Conrado de Constance.










Visita do Pároco, Padre Marcos Belizário Ferreira a St. Gallen-Suiça ao Bispo Dom Markus em retribuição a doação da Relíquia "Ex ossibus" do Bispo Conrado de Constance. 
Janeiro de 2015.















Ezequiel 47,1-2.8-9.12


Leitura da Profecia de Ezequiel


Naqueles dias,
o homem fez-me voltar até a entrada do Templo
e eis que saía água da sua parte subterrânea
na direção leste,
porque o Templo estava voltado para o oriente;
a água corria do lado direito do Templo,
a sul do altar.
Ele fez-me sair pela porta que dá para o norte,
e fez-me dar um volta por fora,
até a porta que dá para leste,
onde eu vi a água jorrando do lado direito.
Então ele me disse:
“Estas águas correm para a região oriental,
descem para o vale do Jordão,
desembocam nas águas salgadas do mar,
e eles tornarão saudáveis.
Onde o rio chegar,
todos os animais ali que ali se movem poderão viver.
Haverá peixes em quantidade,
pois ali desembocam as águas que trazem saúde;
e haverá vida onde chegar o rio.
Nas margens junto ao rio, de ambos os lados,
crescerá toda espécie de árvores frutíferas;
suas folhas não murcharão
e seus frutos jamais se acabarão:
cada mês darão novos frutos,
pois as águas que banham as árvores saem do santuário.
Seus frutos servirão de alimento
e suas folhas serão remédio.

No dia 29 de junho de 2017 às 18 horas celebraremos a Eucaristia em Ação de Graças pelos 103 anos da Igreja Matriz de São Conrado e 101 anos da Primeira Missa celebrada na mesma Igreja.

segunda-feira, junho 26, 2017

XII DOMINGO DO TEMPO COMUM



 Angústia interior 

A 1ª leitura e o salmo responsorial falam de crise interior. Crise que provoca ansiedade, aflição, medo, angústia. São aquelas crises que nos atacam nos momentos de provações e de desafios existenciais. O profeta Jeremias apresenta-se, na 1ª leitura, como um homem angustiado, aflito; perturbado interiormente. Ele se vê rodeado por ameaças e por gente que não o compreende e, pior ainda, o critica injustamente. É uma situação bem delicada que, não poucas vezes, é experimentada também por nós. Veja o que o diz o salmista, outro angustiado na Liturgia deste Domingo: considera-se um estranho até mesmo dentro de casa, alguém que sofre insultos, que fica confuso, sem saber para onde correr. É desse estado de alma, dessa angústia interior que a 1ª leitura e o salmo responsorial nos falam na Palavra que ouvimos.


 Desabafo de Jeremias 

Qual o motivo de tanta angústia em Jeremias e no salmista? A reposta está no início do salmo responsorial: “por vossa causa é que sofri insultos”. Angustiados e confusos por causa de Deus. Uma experiência que, na minha vida de padre, encontro em muitas pessoas. Gente que se doa na comunidade, gente que testemunha o Evangelho, vivendo honestamente e, mesmo assim, é desprezado, é ridicularizado, é motivo de brincadeiras, motivo de gozações da parte de amigos e, até mesmo de familiares. Mesmo alguém do porte de Jeremias, que tinha experiência pessoal profunda com Deus, sentiu-se abalado, quanto mais nós sofremos, que nem sempre estamos fortalecidos o suficiente para suportar tais provocações. Em Jeremias nós vemos a primeira reação: o desabafo diante de Deus. O mesmo faz o salmista: desabafa diante de Deus e clama por justiça a seu favor. É uma atitude a ser imitada quando estamos perturbados, quando estamos com o coração pesado e sofrendo: desabafar diante de Deus.


Jesus fortalece os evangelizadores 

Outras três atitudes diante da perturbação interior, nós encontramos no Evangelho. Jesus é muito consciente que seus discípulos iriam sofrer perseguições, iriam ser confundidos, conheceriam tribulações no coração. Tudo isso é experimentado por quem deseja viver a Palavra de modo sincero. Por isso, Jesus recomenda, no Evangelho que ouvimos, a não ter medo. Por que não devemos ter medo? Por três motivos. Primeiro porque o Evangelho, com sua força explosiva, precisa ser anunciado claramente e de cima dos telhados; isto incomoda muita gente e essa gente incomodada pode tornar-se agressiva. Segundo, porque as ameaças de morte e a agressividade têm um poder limitado e não devem intimidar, pois não podem matar nossa paz interior e, por terceiro, porque somos protegidos por Deus, que cuida das aves do céu e sabe, até mesmo, quando perdemos um fio de cabelo. Como pessoa humana, temos angustia; como discípulos e discípulas de Jesus, não nos intimidamos porque a força do Evangelho é maior. Amém!