quinta-feira, janeiro 30, 2020

FESA DE NOSSA SENHORA DA LUZ


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Nossa senhora da luz

Pedro Martins, português de origem humilde, nascido em Carnide, possuía no Algarve algumas terras herdadas por sua mulher, senhora de alguns haveres. Certa vez, quando para lá se dirigia a fim de cuidar de sua propriedade, foi aprisionado pelos mouros numa das incursões feitas pelos infiéis em território cristão e levado para o norte da África.
Naquela ocasião, por volta de 1453, sobre a fonte do Machado, em Carnide, começou a aparecer uma luz misteriosa, cuja origem ninguém conseguia descobrir. Andava o povo alarmado e de Lisboa e dos arredores, chegava muita gente para ver o fenômeno, começando o lugar a ser chamado: “A Luz”.
Pedro Martins, no seu cativeiro, desanimado da intercessão dos homens para libertá-lo, recorreu àquela que é o Socorro dos Aflitos e a Esperança dos Desesperados. Suas orações foram ouvidas pela Virgem Maria que lhe apareceu trinta noites seguidas em sonho, procurando consolá-lo. Na ultima noite Ela prometeu-lhe que ao acordar se encontraria em Carnide, mas que aí deveria procurar uma imagem sua escondida perto da fonte do Machado, em sítio que lhe seria indicado por estranha luz. Quando a encontrasse, deveria erguer no local uma ermida em sua homenagem.
No dia seguinte, como a Virgem Maria lhe havia anunciado Pedro Martins amanheceu em sua querida cidade natal. Em agradecimento por tão milagrosa libertação, o ex-cativo procurou logo realizar o desejo da Mãe Santíssima. Em companhia de um parente, saiu certa noite à procura da imagem. A luz cintilava sobre a fonte. Caminharam por entre o arvoredo e notaram que ela ia se deslocando até que em determinado momento parou. Limparam o local e ao removerem algumas pedras encontraram a efígie da Rainha do Céu.
Assim que se espalhou a notícia do feliz achado, grande foi a afluência do povo ao lugar, e a Virgem Maria aí começou a ser invocada com o título de Nossa Senhora da Luz.
Logo que pôde, Pedro Martins iniciou a construção da ermida com a permissão do bispo de Lisboa, que se prontificou a lançar a primeira pedra em solene cerimônia religiosa. Mais tarde esta capela foi substituída por suntuoso templo, inaugurado em 1596.
A festa de Nossa Senhora da Luz começou a ser celebrada todos os anos e as casas nobres portuguesas disputavam entre si a honra de se encarregarem das despesas. Este grandioso santuário, entretanto, foi quase totalmente destruído pelo terremoto que assolou Lisboa em 1755, catástrofe que, segundo piedosa lenda, deu origem à construção de Nossa Senhora da Luz de Diamantina.

Fonte: A12



Nossa Senhora da Apresentação

Na manhã do dia 21 de novembro de 1753, alguns pescadores do Rio Potengi, quando lançaram a rede e ao puxá-la, encontraram um caixote que estava encalhado numa pedra.
Os pescadores pararam a embarcação no local, hoje chamado de Pedra do Rosário, para ver o que continha dentro do caixote.
Ao abrir, encontraram uma imagem da mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, com uma mão segurando o menino no colo e a outra mão estendida, aparentando sustentar alguma coisa. Logo, perceberam que era um rosário.
Junto à imagem estava uma mensagem: “Onde está imagem parar, nenhuma desgraça acontecerá”.
O vigário da Paróquia naquela época, o padre Manoel Correia Gomes, informado sobre a descoberta, foi ao local e levou a imagem para a Matriz, sabendo que se tratava de uma imagem de Nossa Senhora do Rosário.
Porém, a padroeira da cidade ficou conhecida por Nossa Senhora da Apresentação, porque no calendário litúrgico da Igreja Católica, o dia 21 de novembro, é o dia em que se festeja a apresentação da Mãe de Jesus no Templo, quando tinha cerca de 12 anos de idade, por esse motivo deram o nome a padroeira de Nossa Senhora da Apresentação.
A festa da Apresentação de Nossa Senhora no Templo foi instituída no ano de 1571.
A importância da devoção em Nossa Senhora com esta invocação está no fato de que como Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Ela é a mãe da Igreja, a mãe do povo de Deus.
Por isso devemos ter esse amor e veneração pela Virgem Maria, que á a mãe de todas as mães, a rainha da Família.

Fonte: Associação Devotos de Fátima




Nossa Senhora dos Navegantes

A devoção a Nossa Senhora dos Navegantes remonta à Idade Média, na época das Cruzadas, e está intimamente ligada ao título “Estrela do Mar”. Naquele tempo, os cruzados atravessavam o Mar Mediterrâneo rumo à Palestina para proteger os peregrinos e os lugares santos dos infiéis.
Tendo em vista os perigos que enfrentariam, esses bravos homens invocavam a Santíssima Virgem Maria pelo nome de “Estrela do Mar”, pois, sob esse título, ela era conhecida como aquela que protegia os navegantes, mostrando-lhes sempre o melhor caminho e um porto seguro para a sua chegada.

Fonte: Canção Nova




Nossa Senhora da Purificação

O título Nossa Senhora da Purificação se origina no Evangelho de São Lucas 2, 22-40. No versículo 22 ele narra: “E, cumprindo-se os dias da purificação dela (de Maria), segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor.” A afirmação significa que no mesmo dia no qual Maria tinha que se purificar (passados 20 dias do parto), O Menino Jesus também foi consagrado ao Senhor. Assim, o título Nossa Senhora da Purificação nos remete ao dia em que Maria se purificou no templo.

Fonte: Cruz terra santa



Nossa Senhora das Candeias

A Virgem das Candeias ou Luz apareceu em uma praia na ilha de Tenerife (Ilhas Canárias, Espanha) em 1400. Os nativos guanches da ilha ficaram com medo dela e tentaram atacá-la, mas suas mãos ficaram paralisadas. A imagem foi guardada em uma caverna, onde, séculos mais tarde, foi construído o Templo e Basílica Real da Candelária (em Candelária). Mais tarde, a devoção se espalhou na América. É santa padroeira das Ilhas Canárias, sob o nome de Nossa Senhora da Candelária.

Fonte: A12

terça-feira, janeiro 28, 2020

SIGNIFICADO DA FESTA

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A festa da Apresentação celebra uma chegada e um encontro; a chegada do Salvador esperado, núcleo da vida religiosa do povo, e as boas-vindas concedida a ele por dois representantes dignos da raça eleita, Simeão e Ana. Por sua proveta idade, estes dois personagens simbolizam os séculos de espera e de fervoroso anseio dos homens e mulheres devotos da antiga aliança. Na realidade, representam a esperança e o anseio da raça humana.

Ao reviver este mistério na fé, a Igreja dá novamente as boas-vindas a Cristo. Esse é o verdadeiro sentido da festa. É a "Festa do Encontro", o encontro de Cristo e sua Igreja. Isto vale para qualquer celebração litúrgica, mas especialmente para esta festa. A liturgia nos convida a dar as boas-vindas a Cristo e a sua mãe, como o fez seu próprio povo de então: "Ó Sião, enfeita teu quarto nupcial e dá boas-vindas a Cristo Rei; abraça a Maria, porque ela é a verdadeira porta do céu e traz o glorioso Rei da luz nova"2.

Ao dramatizar desta maneira a lembrança deste encontro de Cristo com Simeão, a Igreja nos pede que professemos publicamente nossa fé na Luz do mundo, luz de revelação para todo povo e pessoa.

Na belíssima introdução à benção das velas e a procissão, o celebrante lembra como Simeão e Ana, guiados pelo Espírito, vieram ao templo e reconheceram a Cristo como seu Senhor. E conclui com o seguinte convite: "Unidos pelo Espírito, vamos agora à casa de Deus dar as boas-vindas a Cristo, o Senhor. O reconheceremos na fração do pão até que venha novamente em sua glória".

Refere-se claramente ao encontro sacramental, ao que a procissão serve de prelúdio. Respondemos ao convite: "Vamos em paz ao encontro do Senhor"; e sabemos que este encontro será na eucaristia, na palavra e no sacramento Entramos em contato com Cristo através da liturgia; por ela temos também acesso a sua graça. Santo Ambrósio escreve deste encontro sacramental em uma página insuperável: "Te revelaste face a face, ó Cristo. Em teus sacramentos te encontro".

Função de Maria. A festa da apresentação é, como dissemos, uma festa de Cristo antes do que qualquer outra coisa. É um mistério de salvação. O nome "apresentação" tem um conteúdo muito rico. Fala de oferecimento, sacrifício. Recorda a auto-oblação inicial de Cristo, palavra encarnada, quando entrou no mundo: “Eis-me aqui para fazer tua vontade". Aponta à vida de sacrifício e à perfeição final dessa auto-oblação na colina do Calvário.

Dito isto; temos que passar a considerar o papel de Maria neste acontecimentos salvíficos. Depois de tudo, ela é a que apresenta a Jesus no templo; ou, mais corretamente, ela e seu esposo José, pois ambos pais são mencionados. E perguntamos: Tratava-se exclusivamente de cumprir o ritual prescrito, uma formalidade praticada por muitos outros pais? Ou guardava uma significação muito mais profunda que tudo isto? Os padres da Igreja e a tradição cristã respondem que sim.

Para Maria, a apresentação e oferenda de seu filho no templo não era um simples gesto ritual. Indubitavelmente, ela não era consciente de todas as implicações nem da significação profética deste ato. Ela não contemplar todas as conseqüências de seu fiat na anunciação. Mas foi um ato de oferecimento verdadeiro e consciente. Significava que ela oferecia seu filho para a obra da redenção com a que ele estava comprometido desde o princípio. Ela renunciava a seus direitos maternais e a toda pretensão sobre ele; e o oferecia à vontade do Pai. São Bernardo expressou muito bem isto: "Oferece teu filho, santa Virgem, e apresenta ao Senhor o fruto bendito de teu ventre. Oferece, para reconciliação de todos nós, a santa Vítima que é agradável a Deus'3.

Há um novo simbolismo no fato de que Maria coloca a seu filho nos braços de Simeão. Ao agir desta maneira, ela não o oferece exclusivamente ao Pai, mas também ao mundo, representado por aquele ancião. Dessa maneira, ela representa seu papel de mãe da humanidade, e nos lembra que o dom da vida em através de Maria.

Existe uma conexão entre este oferecimento e o que acontecerá no Gólgota quando serão executadas todas as implicações do ato inicial de obediência de Maria: "Faça-se em mim segundo tua palavra". Por essa ração, o evangelho desta festa carregada de alegria não nos exime da nota profética: "Eis que este menino está destinado para a queda e ressurgimento de muitos em Israel; será sinal de contradição, e uma espada atravessará tua alma, para que sejam descobertos os pensamentos de muitos corações" (Lc 2,34-35).

O encontro futuro. A festa de hoje não se limita a nos permitir reviver um acontecimento passado, mas nos projeta para o futuro. Prefigura nosso encontro final com Cristo em sua segunda vinda. São Sofrônio, patriarca de Jerusalém desde o ano de 634 até sua morte, em 638, expressou isto com eloqüência: "Por isso vamos em procissão com velas em nossas mãos e nos apressamos carregando luzes; queremos demonstrar que a luz brilhou para nós e significar a glória que deve chegar através dele. Por isso vamos juntos ao encontro com Deus".

A procissão representa a peregrinação da própria vida. O povo peregrino de Deus caminha penosamente através deste mundo do tempo, guiado pela luz de Cristo e sustentado pela esperanças de encontrar finalmente ao Senhor da glória em seu reino eterno. O sacerdote diz na benção das velas: "Que quem as levas para enaltecer tua glória caminhemos no caminho de bondade e vamos à luz que brilha para sempre".

A vela que levamos em nossas mão lembra a vela de nosso batismo. E o sacerdote diz: " guardem a chama da fé viva em seus corações. Que quando o Senhor vier saiam a seu encontro com todos os santos no reino celestial". Este será o encontro final, a apresentação , quando a luz da fé se converter na luz da glória. Então será a consumação de nosso mais profundo desejo, a graça que pedimos na pós-comunh4ao da missa:

Por estes sacramentos que recebemos, enche-nos com tua graça, Senhor, tu que encheste plenamente a esperança de Simeão; e assim como não o deixaste morrer sem ter segurando Cristo nos braços, concede a nós, que caminhamos ao encontro do Senhor, merecer o prêmio da vida eterna.


Fonte: ACI Digital

segunda-feira, janeiro 27, 2020

III DOMINGO DO TEMPO COMUM

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Jesus é o Deus que vem ao nosso encontro para realizar os nossos sonhos de felicidade sem limites e de paz sem fim. Nele e através Dele (das suas palavras, dos seus gestos), o "Reino" aproximou-se dos homens e deixou de ser uma quimera, para se tornar numa realidade em construção no mundo. Contemplar o anúncio de Jesus é abismar-se na contemplação de uma incrível história de amor, protagonizada por um Deus que não cessa de nos oferecer oportunidades de realização e de vida plena. Sobretudo, o anúncio de Jesus toca e enche de júbilo o coração dos pobres e humilhados, daqueles cuja voz não chega ao trono dos poderosos, nem encontram lugar à mesa farta do consumismo. Para eles, ouvir dizer que "o Reino chegou" significa que Deus quer oferecer-lhes essa vida plena e feliz que os grandes e poderosos insistem em negar-lhes.

Para que o "Reino" seja possível, Jesus pede a "conversão". Ela é, antes de mais, um refazer a existência, de forma a que só Deus ocupe o primeiro lugar na vida do homem. Implica, portanto, despir-se do egoísmo que impede de estar atento às necessidades dos irmãos; implica a renúncia ao comodismo, que impede o compromisso com os valores do Evangelho; implica o sair do isolamento e da autossuficiência, para estabelecer relação e para fazer da vida um dom e um serviço aos outros...

A história do compromisso de Pedro e André, Tiago e João com Jesus e com o "Reino" é uma história que define os traços essenciais da caminhada de qualquer discípulo... Em primeiro lugar, é preciso ter consciência de que é Jesus que chama e que propõe o Reino; em segundo lugar, é preciso ter a coragem de aceitar o chamamento e fazer do "Reino" a prioridade essencial (o que pode implicar, até, deixar para segundo plano os afetos, as seguranças, os valores humanos); em terceiro lugar, é preciso acolher a missão que Jesus confia e comprometer-se corajosamente na construção do "Reino" no mundo.

A missão dos que escutaram o apelo do "Reino" passa por testemunhar a salvação que Deus tem para oferecer a todos os homens, sem exceção.

sábado, janeiro 25, 2020

CONVERSÃO DE SÃO PAULO











De violento perseguidor a ardoroso apóstolo de Jesus Cristo: a história de uma conversão

Acidade de Tarso era a capital da província romana da Cilícia, uma região montanhosa localizada no sul do atual território da Turquia, banhada pelo mar Mediterrâneo. Tinha sido, durante muito tempo, assolada por piratas que lucravam comercializando escravos com os romanos. Quando os piratas começaram a atacar também cidades e navios romanos, o Senado de Roma enviou expedições militares à região para acabar com a ameaça. Foi nesse contexto que a República Romana criou a província da Cilícia.
Ali nasceria Saulo, cidadão romano, judeu da tribo de Benjamim. Filho de um membro da seita dos fariseus, Saulo foi criado para ser um zeloso “combatente dos vícios”. Na juventude, viajou para Jerusalém a fim de estudar na escola de Gamaliel e aprofundar-se no conhecimento da lei. Foi quando o fervoroso fariseu conheceu o cristianismo, que, na época, era visto como uma seita de fanáticos.

Saulo se tornou um grande inimigo dessa nova religião e dos seus seguidores. As Escrituras dão testemunho de que, durante o assassinato de Santo Estêvão, o primeiro mártir da Igreja, Saulo fez questão de segurar as capas daqueles que o apedrejavam. Seu zelo por acabar com o cristianismo brotava da distorcida convicção de estar agradando a Deus: Saulo era um fariseu que buscava a verdade, mas, ao mesmo tempo, se mantinha fanaticamente fechado à Verdade Encarnada. Seu zelo era violento, privado de discernimento.

O capítulo 9 dos Atos dos Apóstolos descreve:

“Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Apresentou-se ao príncipe dos sacerdotes e pediu-lhes cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de levar presos, a Jerusalém, todos os homens e mulheres que seguissem essa doutrina”.

Era algum dia entre os anos 31 e 36 da nossa era. Mal sabia Saulo que essa viagem de caça doentia aos cristãos lhe reservava a maior “queda do cavalo” de sua vida, para usar uma expressão apropriada ao caso de quem sofre um baque em suas antigas convicções. Aliás, “cair do cavalo” é uma figura de linguagem constantemente entendida ao pé da letra no caso de São Paulo: as Escrituras dizem apenas que ele “caiu por terra“, mas a tradição popular e muitas obras de arte cristã visualizaram esta cena a partir da pressuposição, bastante plausível, de que ele estivesse mesmo sobre um cavalo durante a viagem a Damasco.

Continua o livro dos Atos dos Apóstolos:

“Durante a viagem, estando já em Damasco, subitamente o cercou uma luz resplandecente vinda do céu. Caindo por terra, ele ouviu uma voz que lhe dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’. Saulo então diz: ‘Quem és, Senhor?’. Respondeu Ele: ‘Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro te é recalcitrar contra o aguilhão’. Trêmulo e atônito, disse Saulo: ‘Senhor, que queres que eu faça?’. Respondeu-lhe o Senhor: ‘Levanta-te, entra na cidade. Ali te será dito o que deves fazer’”.

Em Damasco, Saulo recebe o batismo por meio de Ananias, um cristão comum, mas dócil ao Espírito Santo. O agora discípulo de Jesus também muda de nome, passando a chamar-se Paulo. Ele exercerá papel decisivo na expansão do Evangelho de Cristo entre as nações e será reconhecido pelo título de Apóstolo dos Gentios.

Fonte: Aleteia

sexta-feira, janeiro 24, 2020

UMA SOCIEDADE JUSTA












Estou em Portugal, Sintra, onde vim participar, a convite, como todos os anos, de um Congresso internacional para Bispos, este ano com a presença de 134 Bispos, incluídos 5 Cardeais, de 50 países, promovido pelo Acton Institute, instituição universitária americana voltada para estudos de economia e sociologia à luz da Doutrina social da Igreja. O congresso deste ano versa sobre: “Fé, Razão e a Sociedade Justa”. 

Faz parte também do Congresso uma peregrinação dos Bispos ao Santuário de Nossa Senhora em Fátima, onde rezarei por todas as nossas intenções diante dos graves problemas políticos, religiosos e morais da nossa sociedade brasileira e mundial.

A Doutrina Social da Igreja, tratada nesse congresso, abarca todos os problemas da chamada “Justiça Social”. Eis o que nos ensina o seu Magistério, expresso no Catecismo da Igreja Católica:

Sociedade Justa é aquela na qual se pratica a justiça social, ou seja, quando realiza as condições que permitem a todos, associações e cada membro seu, obter o que lhes é devido conforme sua natureza e sua vocação. A justiça social está ligada ao bem comum e ao exercício da autoridade (CIC 1928). Só se pode conseguir a justiça social no respeito à dignidade transcendente do homem. A pessoa representa o fim último da sociedade, que por sua vez lhe está ordenada. Nisso todos são responsáveis. E o respeito à pessoa humana implica que se respeitem os direitos que decorrem da sua dignidade de criatura de Deus. Esses direitos são anteriores à sociedade e se lhe impõem. São eles que fundam a legitimidade moral de toda autoridade. Sem esse respeito, uma autoridade só pode apoiar-se na força ou na violência para obter a obediência de seus súditos.

O respeito pela pessoa humana passa pelo respeito deste princípio: “Que cada um respeite o próximo, sem exceção, como ‘outro eu’, levando em consideração antes de tudo sua vida e os meios necessários para mantê-la dignamente. Nenhuma lei seria capaz, por si só, de fazer desaparecer os temores, os preconceitos, as atitudes de orgulho e egoísmo que constituem obstáculos para o estabelecimento de sociedades verdadeiramente fraternas. Esses comportamentos só podem cessar com a caridade, que vê em cada homem um “próximo”, um irmão. O dever de tornar-se próximo do outro e servi-lo ativamente se torna ainda mais urgente quando este se acha mais carente, em qualquer setor que seja. “Todas as vezes que fizestes a um destes meus irmãos menores, a mim o fizestes”, disse Jesus (Mt 25, 40).

Este mesmo dever se estende àqueles que pensam ou agem diferentemente de nós. A doutrina de Cristo vai até o ponto de exigir o perdão das ofensas. Estende o mandamento do amor, que é o da nova lei, a todos os inimigos. A libertação no espírito do Evangelho é incompatível com o ódio ao inimigo, como pessoa, mas não com o ódio ao mal que este pratica, como inimigo (cf. CIC 1928-1933).


Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan

quarta-feira, janeiro 22, 2020

FESTA DE SÃO SEBASTIÃO












Sebastião nasceu no século III em Narbonne, na atual França, filho de pais oriundos de Milão, na Itália. Foi desde cedo generoso e trabalhador, não tardando a se tornar primeiro capitão a serviço do Império Romano, em cujo exército demonstrara ser um soldado de grande saúde do corpo e da mente.
Ainda mais saudável era a sua alma cristã, reconhecida pelos cristãos clandestinos daqueles tempos duros, em que, sob o imperador pagão Diocleciano, a Igreja era perseguida com brutalidade.

O mistério da Santíssima Trindade inspirava Sebastião a consolar de maneira secreta os cristãos que eram presos. Com o tempo, ele se tornou seu defensor e apóstolo dos confessores e dos mártires.

O coração do próprio São Sebastião nutria o desejo do martírio por Cristo. Quando um apóstata o denunciou ao Império e Sebastião foi levado à presença do imperador, este se disse muito decepcionado pela “traição” do soldado como cristão clandestino. O santo, porém, iluminado pelo Espírito Santo, afirmou que o melhor serviço que podia prestar ao Império era precisamente o de combater o paganismo e as injustiças.

De coração fechado, o imperador mandou prendê-lo num tronco e alvejá-lo com flechas. Tantas foram as flechadas lançadas contra ele que os algozes não duvidaram de que estava morto.

Uma mulher, no entanto, esposa de outro mártir, aproximou-se dele e percebeu que São Sebastião estava ainda vivo, por graça de Deus. Ela cuidou de suas feridas e, ao recobrar sua saúde, o santo se apresentou novamente diante do imperador, pois desejava o seu bem e o de todo o Império. Evangelizou e testemunhou, mas, no ano de 288, Deus lhe concedeu a graça tão almejada do martírio.

São Sebastião, no Brasil, é o padroeiro de várias cidades. A mais famosa é São Sebastião do Rio de Janeiro.




















terça-feira, janeiro 21, 2020

II DOMINGO DO TEMPO COMUM














1 - Vocação profética do Batismo

A Palavra que acabamos de ouvir fala de vocação. Existe uma espécie de equívoco quando se fala de vocação, porque logo se pensa em vocações específicas: ser padre, ser freira, tornar-se monge. Sim, existem vocações específicas, mas estas acontecem num contexto de uma fonte vocacional, que é o Batismo. Aquilo que ouvimos na 1ª leitura, por exemplo, aplica-se a cada um de nós. Deus nos prepara para uma missão que tem como característica o profetismo. Todos somos chamados a ser profetas. Aqui é preciso entender que profeta, na Bíblia, não tem nada a ver com previsão do futuro. Profeta significa ser testemunho de Deus. Por isso, desde o Batismo somos vocacionados, chamados, preparados para testemunhar o Evangelho.



2 - Testemunhar a fé

A principal atividade do profeta, portanto, é testemunhar sua fé. Nós cristãos somos profetas vivendo com os valores do Evangelho. Isto tem a ver com duas vocações, descritas por São Paulo, na 2ª leitura: o apostolado e a vocação à santidade. Somos chamados a ser apóstolos e a ser santos e santas. Ser apóstolo do Evangelho é ingressar no caminho da santidade proposto pelo Evangelho. Nós cremos que o Evangelho dá sentido à nossa vida. Crer, mas não sentido de uma crença, mas de um modo de viver. Nossa religião ilumina-se no Evangelho e isso significa que nossa religião é um chamado, uma vocação para se viver de acordo com o Evangelho. Nós somos tocados pela santidade divina quando vivemos de acordo com aquilo que diz o Evangelho.



3 - Testemunhar com a vivência

Um testemunho muito bonito, nesse sentido, é a figura de João Batista. Ele tinha a vocação de preparar o caminho do Messias e assim viveu apresentando Jesus ao povo. Isso acontece de dois modos: falando de Jesus para os outros e, o segundo modo, vivendo como discípulo e discípula de Jesus. Vivendo o Evangelho, quer dizer, colocando os valores do Evangelho no nosso modo de viver, no nosso modo de pensar, no nosso modo de agir. Viver com os valores do amor, da fraternidade, da misericórdia... Nós somos chamados, temos a vocação de ser discípulos e discípulas de Jesus. Isto significa dizer que, Jesus, em nossa religião, é nosso Mestre de vida. É seguindo o Evangelho, que profetizamos, testemunhamos com palavras e com o modo de viver que Jesus é o nosso Salvador e nosso Mestre. Amém!
















quinta-feira, janeiro 16, 2020

OS 3 ENSINAMENTOS DE SÃO JOÃO BATISTA













Saber se dar, voltar à honestidade e não maltratar os mais fracos

São João Batista é um dos santos mais retratados na arte cristã. Reconhecê-lo é fácil: o profeta que se alimentava de gafanhotos e mel silvestre usa uma veste de pele de camelo e um cinto e está quase sempre junto a um cordeiro, imagem que evoca Jesus, o Cordeiro de Deus.
João, cujo nome significa “Deus é misericórdia”, é o último profeta do Antigo Testamento. A Igreja o homenageia tanto no dia do seu martírio (29 de agosto) quanto no do nascimento (24 de junho), data-marco dos seis meses que antecedem o nascimento de Jesus, segundo as palavras do Arcanjo Gabriel a Maria. São João Batista, junto com Jesus e Nossa Senhora, é o único santo a quem a Igreja celebra no dia do nascimento neste mundo, já que a tradição é celebrar os santos no dia do seu nascimento para a vida eterna. Saiba mais sobre esses 3 aniversários especiais.

João teria nascido em Ain Karim, cerca de sete quilômetros a oeste de Jerusalém, numa família sacerdotal: seu pai, Zacarias, era da classe de Abias, e sua mãe, Isabel, descendia de Aarão. “Chamar-se-á João”, afirmou seu pai.

No décimo quinto ano de Tibério (28-29 d.C.), iniciou a sua missão no rio Jordão: pregar e batizar. Daqui vem o nome “Batista”.

Quando batiza Jesus, João revela a identidade de Deus:

“Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira o pecado do mundo!”

Anuncia que Deus vem ao mundo como um frágil e bom cordeiro e que o Seu sacrifício salvará o homem da morte.

“Assim, pois, esta minha alegria se cumpre. É necessário que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,29-30).

Morre decapitado por capricho de Salomé, a filha de Herodíades, amante do rei de Israel.

A vítima, porém, não encontra paz neste mundo nem sequer após a morte. Nos tempos do imperador Juliano, o Apóstata, em 361-362, seu sepulcro é profanado e queimado. Suas cinzas, segundo a tradição, estão na catedral de São Lorenço, em Gênova, para onde os cruzados as teriam levado em 1098.

O que São João Batista pode dizer hoje aos fiéis e aos que não creem?

1 – Ele ensina um verbo: dar.
É o verbo que esculpe um futuro novo. A nova lei de um mercado diferente e humano: em vez do acúmulo, a doação; em vez do desperdício, a sobriedade; em vez do sucesso a todo custo, dar espaço a Outro.

De si, ele oferece tudo: tempo, presença, dinheiro, afeto, correção, transparência. O Batista diz: “Quem tiver duas túnica reparta com quem não tem, e quem tiver alimentos faça o mesmo” (Lc 3,11). Um critério de justiça animado pela caridade.

Bento XVI afirmou:

“A justiça pede superar o desequilíbrio entre aqueles que têm o supérfluo e aqueles a quem falta o necessário. A caridade nos impele a estar atentos uns aos outros e a ir ao encontro das suas necessidades, em vez de procurar justificativas para defender os próprios interesses. Justiça e caridade não são opostas: ambas são necessárias e se completam. O amor será sempre necessário, mesmo na sociedade mais justa”, porque “sempre existirão situações de necessidade material nas quais é indispensável uma ajuda na linha do amor concreto para com o próximo” (encíclica Deus Caritas Est, 28).

2 – Ele nos ensina o retorno à honestidade
A volta à legalidade, começando por mim mesmo e pelos meus comportamentos mais simples: ser honesto mesmo nas pequenas coisas.

3 – O terceiro ensinamento é para aqueles que governam
Não maltratar e não extorquir nada de ninguém. Não se aproveitar do cargo para humilhar.

É sempre o mesmo princípio: primeiro as pessoas, depois a lei. Antes a misericórdia que a punição. E quando for preciso punir, fazê-lo com humanidade.






quarta-feira, janeiro 15, 2020

NOSSOS PADROEIROS










Neste mês de janeiro, celebramos vários santos padroeiros, que, ao mesmo tempo que nossos intercessores junto de Deus, são exemplo de vida cristã e heroicidade nas virtudes.

Dia 15, celebramos Santo Amaro, cuja devoção é muito cultivada aqui em nossa região, explicada pela presença dos monges beneditinos que foram os valorosos missionários da zona rural de Campos dos Goytacazes, em cujo município se situa o célebre Mosteiro de São Bento, em Mussurepe.

Santo Amaro, ou São Mauro, foi monge e abade beneditino, ou seja, da Ordem de São Bento. Nascido em Roma, de família senatorial, Amaro, quando tinha apenas doze anos, foi entregue no mosteiro por seu pai, Egrico, homem ilustre pela virtude e pela nobreza do nascimento, confiando-o aos cuidados de São Bento, em 522.

Correspondeu tão bem à afeição e à solicitude do mestre, que foi em breve proposto como modelo aos outros religiosos. São Gregório exaltou-o por se ter distinguido no amor da oração e do silêncio. Sempre se lhe notou profunda humildade e admirável simplicidade de coração. Mas nele sobressaía a virtude da obediência, sendo por isso recompensado por Deus, com um milagre, quando, para obedecer, foi salvar um irmão que estava se afogando e caminhou sobre as águas.

Possa o exemplo de Santo Amaro levar os filhos a serem mais obedientes aos seus pais, os alunos aos seus mestres, os cidadãos às leis e superiores civis, os católicos aos seus superiores hierárquicos. “Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5, 21).

Dia 20, festejaremos São Sebastião, padroeiro da Cidade maravilhosa e, por ser o patrono da capital, é também protetor do nosso Estado do Rio de Janeiro.

Foi soldado do exército imperial, chegando a ocupar o posto de Comandante do Primeiro Tribunal da Guarda Pretoriana durante o reinado de Diocleciano, um dos mais severos imperadores romanos, perseguidor dos cristãos.

Mesmo sendo bom soldado romano, suas atitudes demonstravam sua fé cristã, e, sendo interrogado, confessou bravamente sua convicção. Por não aceitar renunciar a Cristo, São Sebastião foi condenado à morte, sendo amarrado a um tronco de árvore e flechado. Porém, não morreu ali. Foi encontrado vivo por uma mulher cristã piedosa que tinha vindo buscar o seu corpo. Recuperada a saúde, apresentou-se diante do Imperador e reafirmou sua convicção cristã. E nova sentença de morte veio sobre ele: foi condenado ao martírio no Circo. Sebastião foi executado, então, com pauladas e boladas de chumbo, sendo açoitado até a morte e jogado nos esgotos perto do Arco de Constantino. Era 20 de janeiro.

E dia 25, celebraremos a conversão de São Paulo, que, de perseguidor ferrenho dos cristãos, tornou-se o grande Apóstolo, que trabalhou na conversão dos pagãos, tornando-se, como São Pedro, uma das colunas da Igreja. É o padroeiro da cidade e do Estado de São Paulo.


Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan

segunda-feira, janeiro 13, 2020

FESTA DO BATISMO DE JESUS














1 - Início da missão de Jesus

Como dito, no início da celebração, a Festa do Batismo de Jesus conclui o Tempo Natalino. Este tempo se fecha abrindo as portas do mundo, para a missão de Jesus. De fato, a Teologia Litúrgica lê o Batismo de Jesus a partir do Mistério da Epifania, quer dizer, manifestação apresentação de Jesus ao mundo. Jesus é apresentado ao mundo como "Servo de Deus", na 1ª leitura, é apresentado ao mundo como "Filho amado de Deus", no Evangelho e, é apresentado ao mundo como aquele que passa nesta terra fazendo bem, na 2ª leitura. É bem evidente, na Palavra que ouvimos, que a intenção da Liturgia consiste em apresentar Jesus ao mundo como alguém que vem de Deus e com uma missão divina para nosso mundo e para o bem de toda a humanidade.



2 - Servo de Deus e Filho de Deus

Desde quando Jesus passou pelas águas do Batismo, a Teologia ensina que as águas foram consagradas, Por isso, quem passa por estas águas, como todos nós passamos, torna-se imagem e semelhança de Deus modelado em Jesus Cristo. Sim, é isso, mesmo, estou falando que o Batismo é momento de uma nova criação, faz de nós homens e mulheres novos criados de acordo com o modelo do novo Adão, que é Jesus Cristo. Por isso, o nosso novo perfil identifica-nos como servos e servas de Deus e como filhos e filhas de Deus. Não apenas criaturas de Deus, mas temos uma identidade divina em nós porque, como aconteceu no Batismo de Jesus, também no nosso Batismo, o Espírito de Deus vem habitar em nossas vidas.



3 - Passar a vida fazendo bem

O fato de sermos servos e servas de Deus, como de sermos filhos e filhas de Deus, não se resume em um mero título. É uma realidade. Uma nova realidade existencial, que se ilumina no modo de viver de Jesus a partir do momento que nos tornamos seus discípulos e discípulas. — Como Jesus viveu? A 2ª leitura faz uma bela síntese: viveu entre nós "passando e fazendo o bem". Jesus não cria raízes em lugares e nem em tradições e muito menos em grupos. Passa e se coloca a serviço da vida. Lá onde a vida é ameaçada, por lá passa Jesus para resgatá-la com sua bondade. Este é o projeto de vida que é proposto a todos nós, batizados e batizadas nas mesmas águas, nas quais Jesus foi batizado: passar nossa vida fazendo o bem. Como relatava a 1ª leitura a propósito do "Servo de Javé", fazer o bem sem promover a violência, mas semeando a paz. Como dizia a 2ª leitura, passar fazendo o bem a favor da vida e impedindo que a vida seja dominada e destruída pelo mal. Este é o nosso projeto de vida: viver como batizados, colocando-se a serviço de Deus e passando pela vida fazendo o bem. Amém!











sábado, janeiro 11, 2020

POR QUE JESUS FOI BATIZADO?










Bem, antes de tudo é preciso entender que o batismo ministrado por João Batista não era um sacramento, mas apenas um modo de levar as pessoas ao arrependimento, para esperar Jesus, e com ele a conversão e o Reino de Deus. O Batista é “a voz que clama no deserto” como tinha anunciado o profeta Isaías há 700 anos antes. João Batista proclamava “um batismo de arrependimento para a remissão dos pecados” (Lc 3,3). Uma multidão de pecadores, de publicanos e soldados, fariseus e saduceus e prostitutas vinham para ser batizados por ele. Jesus aparece, o Batista hesita, mas Jesus insiste.

Santo Agostinho diz que Jesus quis fazer o que ordenou que todos fizessem. Santo Ambrósio disse que: “A justiça exige que comecemos por fazer o que queremos que os outros façam, e exortemos os outros a nos imitarem pelo nosso exemplo”. São Tomás de Aquino diz que um objetivo foi a purificação das águas. Citando Santo Ambrósio, diz que o Senhor foi batizado, não por querer purificar-se, mas para purificar as águas… Desse modo, as águas tivessem a virtude de batizar. O mesmo argumento usa São João Crisóstomo (407), doutor da Igreja, de Constantinopla.

Sem dúvida, Jesus quis ser batizado também para nos mostrar a importância do sacramento do Batismo – hoje tão desprezado – como disse a Nicodemos: “Quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus” (Jo 3, 5).

O Batismo de Jesus significa a sua aceitação e inauguração de sua missão de “Servo sofredor” (Is 42,49,50,52). Ele se deixa contar entre os pecadores, se faz solidário com eles porque veio assumir o seu pecado; é, já, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Assim, Jesus antecipa já o “Batismo” de sua morte sangrenta. Vem, já, “cumprir toda a justiça” (Mt 3,15), submete-se perfeitamente à vontade de seu Pai: aceita, por amor, este batismo de morte para a remissão de nossos pecados. E o Pai, diante dessa aceitação do Filho, responde: “Este é o meu Filho amado em quem coloco a minha complacência”. E o Espírito Santo, que Jesus possui em plenitude desde a sua concepção, vem “repousar” sobre Ele. Jesus é a fonte do Espírito para toda a humanidade. É Ele quem “batiza no Espírito Santo e no fogo” (Lc 3,16). No Batismo de Jesus, “abriram-se os Céus” (Mt 3,16) que o pecado de Adão havia fechado; e as águas são santificadas pela descida de Jesus e do Espírito, prelúdio da nova criação.


Fonte: Prof. Felipe Aquino

quinta-feira, janeiro 09, 2020

O PRÍNCIPE DA PAZ







Estamos na semana da Epifania, a festa dos Reis. “Epifania” é uma palavra grega que significa “manifestação”. Foi o dia da manifestação de Jesus como Salvador de todos os povos, na pessoa dos Reis do Oriente, os Magos ou Sábios, que vieram visitar o Menino Jesus em Belém, o Rei dos Reis (Ap 19, 16), o “Príncipe da Paz” (Is 9, 5).

Jesus veio nos trazer a verdadeira paz, a sua paz. “Dou-vos a minha paz. Não é à maneira do mundo que eu a dou” (Jo 14, 27). “Seu nome será... Príncipe da Paz” (Is 9,5). Esse foi o cântico dos anjos na noite de Natal: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e, na terra, paz a todos por ele amados!” (Lc 2, 14).
Em sua mensagem de Paz, nesse 1º de janeiro, o Papa Francisco falou sobre a paz no mundo, como mantê-la: “Não podemos pretender manter a estabilidade no mundo através do medo da aniquilação, num equilíbrio muito instável, pendente sobre o abismo nuclear e fechado dentro dos muros da indiferença, onde se tomam decisões socioeconômicas que abrem a estrada para os dramas do descarte do homem e da criação, em vez de nos guardarmos uns aos outros. Então como construir um caminho de paz e mútuo reconhecimento? Como romper a lógica morbosa da ameaça e do medo? Como quebrar a dinâmica de desconfiança atualmente prevalecente?”
“Devemos procurar uma fraternidade real, baseada na origem comum de Deus e vivida no diálogo e na confiança mútua. O desejo de paz está profundamente inscrito no coração do homem e não devemos resignar-nos com nada de menos”.
E o Papa lembra os bombardeios atômicos de Hiroxima e Nagasáqui, falando que os sobreviventes daquele massacre, ainda hoje “mantêm viva a chama da consciência coletiva, testemunhando às sucessivas gerações o horror daquilo que aconteceu em agosto de 1945 e os sofrimentos indescritíveis que se seguiram até aos dias de hoje. Assim, o seu testemunho aviva e preserva a memória das vítimas, para que a consciência humana se torne cada vez mais forte contra toda a vontade de domínio e destruição. Não podemos permitir que as atuais e as novas gerações percam a memória do que aconteceu, aquela memória que é garantia e estímulo para construir um futuro mais justo e fraterno. Como eles, há muitos, em todas as partes do mundo, que oferecem às gerações futuras o serviço imprescindível da memória, que deve ser preservada não apenas para evitar que se voltem a cometer os mesmos erros ou se reproponham os esquemas ilusórios do passado, mas também para que a memória, fruto da experiência, constitua a raiz e sugira a vereda para as opções de paz presentes e futuras. Na nossa experiência cristã, fazemos constantemente memória de Cristo, que deu a sua vida pela nossa reconciliação (cf. Rm 5, 6-11). A Igreja participa plenamente na busca duma ordem justa, continuando a servir o bem comum e a alimentar a esperança da paz, através da transmissão dos valores cristãos, do ensinamento moral e das obras sociais e educacionais”.

Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan