segunda-feira, novembro 30, 2020

I DOMINGO DO ADVENTO

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A profecia de Isaias, o grande profeta do Advento, inicia-se recordando um dos atributos divinos mais fortes presente no Livro Santo: redentor. Redimir é a atitude de quem resgata o outro de alguma escravidão, de alguma dívida, de alguma situação de indignidade existencial. A referência presente na 1ª leitura faz memória do êxodo. Deus é o redentor do povo, foi Deus quem pagou o resgate para que o povo fosse salvo da escravidão do faraó.


O povo reconhece-se em débito para com o amor divino. Declara seu reconhecimento de ter pecado, ter caminhado em estradas que não são os caminhos divinos. Um modo de viver que os conduziu para à imundície (lixo), simbolizado num pano sujo (1L). Disto, o reconhecimento da necessidade de invocar o retorno do Redentor para tirar o povo do lixo e lavar a sujeira.


Não só isso. É importante também a súplica para que o Senhor volte a amar o povo, reconhecendo que o amor divino é amor salvador, amor que resgata o povo do lixo existencial. É amor capaz de limpar o "pano sujo" que a vida do povo se tornou. A súplica inicia-se na profecia de Isaias (1L) e continua no salmo responsorial: "voltai-vos para nós (...) olhai dos altos céus (...) visitai a vossa vinha" (SR). O Advento como tempo para invocar a visita redentora de Deus na terra. Para a invocar a redenção que liberta a terra e a humanidade de todas as escravidões.


No atual contexto histórico, o distanciamento de Deus passou a ser considerado natural. É o grande risco que todos corremos: pensar que não precisamos de Deus. Entende-se, pois, a insistência de Jesus para se viver vigilante, não acomodado e sem medo. Existe a promessa que ele voltará; promessa para ser acolhida com a fé e com esperança ativa e produtiva.


É o tempo propício para um bom exame de consciência sobre o modo como se está vivendo, como está o cultivo da fé cristã na vida pessoal. Relacionando-nos à parábola dos talentos (Mt 25,14-30), proclamada no Evangelho de dois Domingos atrás, a Liturgia repropõe a questão da vida rentável. Podemos nos perguntar se vivemos uma vida superficial, improdutiva, ou se nossa vida é produtiva na administração da casa do Senhor com atitudes de misericórdia, fraternidade, promoção da paz...













sábado, novembro 28, 2020

AMOR A SÃO CONRADO 5ª EDIÇÃO

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No dia 25 de novembro de 2020, tivemos a 5ª edição do show beneficente Amor a São Conrado. Apesar de todas as dificuldades e desafios deste ano de 2020, com a ajuda de um seleto grupo de paroquianos e também dos artistas Elba Ramalho e Marcelo Serrado realizamos outra edição do show em prol da nossa Paróquia de São Conrado.

Agradeço a contribuição de todos e mais uma vez relembro que sem a realização do show beneficente torna-se impossível honrar com as dívidas de final de ano. Agradeço ainda ao Hotel Nacional que cordialmente nos emprestou a área livre, a piscina do hotel, para realização do evento permitindo-nos assim cumprir os protocolos e exigências decorrentes da epidemia.

O show foi realizado com sucesso, com alegria de todos, e mesmo não correspondendo monetariamente (previsivelmente), como as edições passadas quero mais uma vez agradecer pois o Senhor, pela intercessão do nosso padroeiro São Conrado, não nos abandonou pois a Providencia de Deus antecipou em 30 dias a verdadeira experiência de Natal: Jesus nasceu no meio de nós para nos trazer a paz e a segurança: “Ele está no meio de nós”, Ele sempre estará entre nós.


Pe Marcos Belizário Ferreira.




















sexta-feira, novembro 27, 2020

FESTA DE SÃO CONRADO

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O anúncio do Evangelho que os discípulos são chamados a fazer vai atingir não só os homens, mas “toda a criatura”. Muitas vezes o homem, guiado por critérios de egoísmo, de cobiça e de lucro, explora a criação, destrói esse mundo “bom” e harmonioso que Deus criou , mas a proposta de salvação que Deus apresenta destina-se a transformar o coração do homem, eliminando o egoísmo e a maldade. Ao transformar o coração do homem, o “Evangelho” apresentado por Jesus e anunciado pelos discípulos vai propor uma nova relação do homem com todas as outras criaturas – uma relação não mais marcada pelo egoísmo e pela exploração, mas pelo respeito e pelo amor. Dessa forma, nascerá uma nova humanidade e uma nova natureza.

A presença da salvação de Deus no mundo tornar-se-á uma realidade através dos gestos dos discípulos de Jesus comprometidos com Jesus, os discípulos vencerão a injustiça e a opressão (“expulsarão os demônios em meu nome”), serão arautos da paz e do entendimento dos homens (“falarão novas línguas”), levarão a esperança e a vida nova a todos os que sofrem e que são prisioneiros da doença e do sofrimento (“quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”); e, em todos os momentos, Jesus estará com eles, ajudando-os a vencer as contrariedades e as oposições.

Tornar-se discípulo é, em primeiro lugar, aprender os ensinamentos de Jesus – a partir das suas palavras, dos seus gestos, da sua vida oferecida por amor. É claro que o mundo do século XXI apresenta, todos os dias, desafios novos; mas os discípulos, formados na escola de Jesus, são convidados a ler os desafios que hoje o mundo coloca, à luz dos ensinamentos de Jesus. Preocupo-me em conhecer bem os ensinamentos de Jesus e em aplicá-los à vida de todos os dias?

+ No dia em que fui batizado, comprometi-me com Jesus e vinculei-me com a comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.    Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.
















terça-feira, novembro 24, 2020

SOLENIDADE DE CRISTO REI

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Esta impressionante descrição do juízo final é a conclusão das três parábolas precedentes (a "parábola do administrador fiel e do infiel" - cf. Mt 24,45-51; a "parábola das virgens prudentes e imprudentes " - cf. Mt 25,1-13; a "parábola dos talentos" - cf. Mt 25,14-30). Tanto no texto que nos é proposto como nessas três parábolas aparecem dois grupos de pessoas que tiveram comportamentos diversos enquanto esperavam a vinda do Senhor Jesus. O autor do texto mostra agora qual será o "fim" daqueles que se mantiveram e daqueles que não se mantiveram vigilantes e preparados para a vinda do Senhor.

 

1) A parábola do juízo final começa com uma introdução (vers. 31-33) que apresenta o quadro: o "Filho do Homem" sentado no seu trono, separando as pessoas umas das outras "como o pastor separa as ovelhas dos cabritos".

Vêm, depois, dois diálogos. Um, entre "o rei" e "as ovelhas" que estão à sua direita (vers. 34-40); outro, entre "o rei" e os "cabritos" que estão à sua esquerda (vers. 41-46). No primeiro diálogo, o "rei" acolhe as "ovelhas" e convida-as a tomar posse da herança do "Reino"; no segundo diálogo, o "rei" afasta os "cabritos" e impede-os de tomar posse da herança do Reino. Porquê? Qual é o critério que "o rei" utiliza para acolher uns e rejeitar outros?

2) A questão decisiva parece ser, na perspectiva de Mateus, a atitude de amor ou de indiferença para com os  menores de Jesus, que se encontram em situações dramáticas de necessidade - os que têm fome, os que têm sede, os peregrinos, os que não têm que vestir, os que estão doentes, os que estão na prisão... Jesus identifica-Se com os pequenos, os pobres, os débeis, os marginalizados; manifestar amor e solidariedade para com o pobre é fazê-lo ao próprio Jesus e manifestar egoísmo e indiferença para com o pobre é fazê-lo ao próprio Jesus.

 

3) A exortação que Mateus lança à sua comunidade cristã (e às comunidades cristãs de todos os tempos e lugares) nas parábolas precedentes ganham, assim, uma força impressionante à luz desta cena final. Com os dados que este Evangelho nos apresenta, fica perfeitamente evidente que "estar vigilantes e preparados" (que é o grande tema do "discurso escatológico" dos capítulos 24 e 25) consiste, principalmente, em viver o amor e a solidariedade para com os pobres, os pequenos, os desprotegidos, os marginalizados. Em última análise, é esse o critério que decide a entrada ou a não entrada no Reino de Deus.

 

4) A cena do juízo final será uma descrição exacta e fotográfica do que vai acontecer no final dos tempos?

É claro que não. Mateus não é um repórter, mas um catequista instruindo a sua comunidade sobre os critérios e as lógicas de Deus. O objetivo do catequista Mateus é deixar bem claro que Deus não aprova uma vida conduzida por critérios de egoísmo, onde não há lugar para o amor a todos os irmãos, particularmente aos mais pobres e débeis.

Deus condena os maus ("os cabritos") ao inferno? Não. Deus não condena ninguém. Quem se condena ou não é o homem, na medida em que não aceita ou aceita a vida que Deus lhe oferece. E haverá alguém que, tendo consciência plena do que está em jogo, rejeite o amor e escolha, em definitivo, o egoísmo, o orgulho, a autossuficiência - isto é, o afastamento definitivo de Deus e do Reino? Haverá alguém que, percebendo o sem sentido dessas opções, se obstine nelas por toda a eternidade?

Então, porque é que Mateus põe Deus dizendo aos "cabritos": "afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos"? Porque Mateus é um pregador veemente, que usa a técnica dos pregadores da época e gosta de recorrer a imagens fortes que toquem o auditório e que o levem a sentir-se interpelado. Para além dos exageros de linguagem, a mensagem é esta: o egoísmo e a indiferença para com o irmão não têm lugar no Reino de Deus.








segunda-feira, novembro 16, 2020

XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM

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O tema da segunda vinda de Jesus Cristo não causa grande interesse ao nosso momento histórico; é até mesmo considerado como algo muito distante de nós. Já houve tempos que esse tema foi assunto de grandes debates teológicos, mas não no nosso. Apesar das dificuldades, como a que vivemos neste tempo de pandemia, a humanidade se sente bem vivendo na terra; passa a impressão de pouco se importar com uma promessa feita há dois mil anos, mesmo sendo feita pela boca de Jesus.

Apesar do desinteresse que o mundo demonstra para com o tema da segunda vinda de Jesus Cristo, a Igreja celebra essa promessa do Senhor para avivar e preparar os celebrantes propondo a dinâmica de produzir mais vidas vivendo na sobriedade e na vigilância.

O convite da parábola conduz-nos para o terceiro servo, aquele que enterrou o talento. Jesus trata com normalidade os dois primeiros servos; é normal receber talentos e torná-los rentáveis. O anormal é receber e enterrar. O servo que enterra os talentos justifica-se como medo do patrão exigente. Uma justificativa que deixa transparecer três atitudes: medo, resistências mentais e protelação. Três atitudes impeditivas de produzir algo na vida.

Uma coisa é a prudência para não perder o que se tem e, coisa bem diferente, é o medo. O prudente avalia a situação e vai na segurança, mesmo correndo o risco de errar. O medroso sequer avalia a situação, simplesmente fica bloqueado nos seus temores e se impede de produzir. O medo de enterrar talentos produz o castigo de perder até mesmo aquilo que se tem. A resistência é a atitude do desconfiando. Não investe, não produz nada; o desconfiado não arrisca e vive enterrando possibilidades. Na prática, o talento é a vida que o desconfiado enterra, enterrando-se a si mesmo.

Quanto a protelação esta é atitude de quem não vive o presente. Pode até ter iniciativas, sabe o que precisa ser feito, mas sempre deixa para amanhã; é o comportamento do desmotivado, de quem espera um tempo para começar a viver uma vida com sentido. Um tempo que, talvez, nunca chegue.

Do que foi dito, entende-se que a proposta de Jesus quanto ao modo de esperar a segunda vinda não comporta medo, nem resistências e, menos ainda, protelação. Não sabemos o dia da segunda vinda (2L), mas isso não nos licencia para vivermos de qualquer jeito. É o que diz Paulo na 2ª leitura propondo a vigilância e a sobriedade.

Paulo chama atenção para o fato de não se enganar nem mesmo quando tudo conflui para dizer "paz e segurança"; para dizer "está tudo bem!"  A 1ª leitura cita a falácia do encanto e da beleza passageira; temas que nos colocam no chão de nossas vidas, que nos ajudam a perceber a finitude de tudo. Não se pode perder a vigilância em situações de calmaria; estava tudo bem quando apareceu a Covid 19. Não se pode passar a vida no sono ou na festa, é preciso produzir e lucrar talentos, é preciso produzir vida, é importante investir na vida para que o projeto divino aconteça na terra.












segunda-feira, novembro 09, 2020

XXXII DOMINGO DO TEMPO COMUM

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Entre os primeiros cristãos havia, sem dúvida, discípulos "bons" e discípulos "maus". Mas, ao escrever seu Evangelho, Mateus se preocupa sobretudo em lembrar que, dentro da comunidade cristã há discípulos "sensatos" que estão atuando de maneira responsável, e discípulos "tolos" que agem de maneira frívola e descuidada. O que isto quer dizer?

Mateus lembra duas parábolas de Jesus. A primeira é bem clara. Há pessoas que "ouvem as palavras de Jesus" e "as põem em prática". Tomam a sério o Evangelho e o traduzem em vida. São como o "homem prudente" que constrói sua casa sobre a rocha. É o setor mais responsável: os que vão construindo sua vida e a vida da Igreja sobre a verdade de Jesus.

Mas há também aqueles que ouvem as palavras de Jesus e "não as põem em prática". Estes são tão "tolos" como o homem que "edifica sua casa sobre areia". Sua vida é um disparate. Se fosse só por eles, o cristianismo seria pura fachada, sem fundamento real em Jesus.

Esta parábola nos ajuda a captar a mensagem fundamental de outro relato no qual um grupo de jovens virgens, cheias de alegria, sai para esperar o noivo, a fim de acompanhá-lo na festa de seu casamento. Desde o começo nos é avisado que umas são "prudentes" e outras "tolas".

As prudentes levam consigo óleo para manter acesas as suas lâmpadas; as "tolas" não pesam nada disto. O noivo tarda a chegar, mas chega pela meia-noite. As "prudentes" saem com sua lâmpadas a iluminar o caminho, acompanham o noivo e "entram com ele" na festa. As "tolas", por sua vez, não sabem como resolver seu problema: "as suas lâmpadas se apagam". Assim não podem acompanhar o noivo. Quando chegam é tarde. A porta já está fechada.

 A mensagem é clara e urgente. É uma insensatez continuar escutando o Evangelho sem fazer um esforço maior para convertê-lo em vida: é construir uma vida cristã sobre areia. E é um ato néscio ou tolo confessar Jesus Cristo com uma vida apagada, vazia de seu espírito e sua verdade: é esperar Jesus com as "lâmpadas apagadas". Jesus pode tardar, mas nós não podemos adiar mais a nossa conversão.

O objetivo da catequese de Mateus não é dizer-nos que, se não nos portarmos bem, Deus nos castiga com o inferno; mas é alertar-nos para a seriedade com que devemos avaliar as nossas opções, de forma a não perdermos oportunidades para nos realizarmos e para chegarmos à felicidade plena e definitiva.











terça-feira, novembro 03, 2020

FINADOS

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O silêncio é a melhor atitude perante a morte. Introduzindo-nos no diálogo da eternidade e revelando-nos a linguagem do amor, põe-nos em comunhão profunda com esse mistério imperscrutável. Há um laço muito forte entre os que deixaram de viver no espaço e no tempo e aqueles que ainda vivem neles. É verdade que o desaparecimento físico dos nossos entes queridos nos causa grande sofrimento, devido à intransponível distância que se estabelece entre eles e nós. Mas, pela fé e pela oração, podemos experimentar uma íntima comunhão com eles. Quando parece que nos deixam, é o momento em que se instalam mais solidamente na nossa vida, permanecem presentes, fazem parte da nossa interioridade. Encontramo-los na pátria que já levamos no coração, lá onde habita a Santíssima Trindade. 

 

Paulo encoraja-nos a vivermos positivamente o mistério da morte, confrontando-nos com ela todos os dias, aceitando-a como lei de natureza e de graça, para sermos progressivamente despojados do que deve perecer até nos vermos milagrosamente transformados no que devemos ser. Deste modo, a "morte quotidiana" revela-se um nascimento: o lento declínio e o pôr-do-sol tornam-se aurora luminosa. Todos os sofrimentos, canseiras e tribulações da vida fazem parte desta "morte quotidiana" que nos levará à vida imortal. Havemos de viver fixando os olhos na bem-aventurada esperança, confiando na fidelidade do Senhor, que nos prometeu a eternidade. Vivendo assim, quando chegar ao termo desta vida, não veremos descer as trevas da noite, mas veremos erguer-se a aurora da eternidade, onde teremos a alegria de nos sentir uma só coisa com o Senhor. Depois de muitas tribulações, seremos completamente seus, e essa pertença será plena bem-aventurança na visão do seu rosto.

Para o cristão, o sofrimento é um tempo de "disponibilidade pura", de "pura oblação" e, ao mesmo tempo, uma forma eminente de apostolado, em união a Cristo vítima, na comunhão dos santos, para salvação do mundo. Vivendo assim, prepara-se, assim, para o supremo ato de oblação, para o último apostolado, o da morte: configurados "a Cristo na morte" (Fil 3, 10) (Cf. Cst n. 69).Se a morte de Cristo na Cruz é o ato de apostolado mais eficaz, que remiu o mundo, o mesmo se pode dizer da morte do cristão em união com a morte de Cristo. Não se quer com isto dizer que, sob o ponto de vista humano, a morte do cristão deva ser uma "morte bonita", tal como não foi bonita, com certeza, a morte de Cristo aos olhos dos homens. Foi, pelo contrário, uma "liturgia esquálida", de abandono e de desolação. O importante é que seja uma morte "para Cristo e em Cristo" (S. Inácio de Antioquia, SC 10, 132). Imolados com Ele, com Ele ressuscitaremos.

Se, na humildade do dia a dia, vivemos a nossa oblação-imolação com Cristo, oblato e imolado pela salvação do mundo, estamos preparados para o último apostolado da nossa vida: a oblação-imolação da nossa morte, o extremo sacrifício, consumado pelo fogo do Espírito, como aconteceu na morte de Cristo na cruz: "Por um Espírito eterno ofereceu a Si mesmo sem mancha, a Deus" (Heb 9, 14). A morte é, então, a nossa última oferta, o momento da suprema, pura oblação: "Se morrermos com Ele, com Ele viveremos" (2 Tm 2, 11).









segunda-feira, novembro 02, 2020

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS

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SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS

1 de novembro de 2020

 

Paróquia São Conrado








Os membros de uma mesma família têm traços do rosto comuns…

As pessoas que partilham toda uma vida juntos acabam por se parecerem…

Esta festa anual de Todos os Santos reúne inúmeros rostos que trazem em si a imagem e a semelhança de Deus.

Um rosto de humanidade transfigurada.

Enquanto vivos, os santos não se consideravam como tais, longe disso! Eles não esculpiam a sua imagem num fundo de autossatisfação…

Contrariamente àquilo que geralmente aparece nas imagens ditas piedosas e nas biografias embelezadas, eles não foram perfeitos, nem à primeira, nem totalmente, nem sobretudo sem esforço. Eles tinham fraquezas e defeitos contra os quais se bateram toda a vida.

Alguns, como S. Agostinho, vieram de longe, transfigurados pelo amor de Deus que acolheram na sua existência. Quanto mais se aproximaram da luz de Deus, tanto mais viram e reconheceram as sombras da sua existência.

Peregrinos do quotidiano, a maior parte deles não realizaram feitos heróicos nem cumpriram prodígios. É certo que alguns têm à sua conta realizações espetaculares, no plano humanitário, no plano espiritual, ou ainda na história da Igreja. Mas muitos outros, a maioria, são os santos da simplicidade e do quotidiano! Infelizmente, canoniza-se muito pouco estas pessoas do quotidiano!

Um rosto com traços de Cristo.

Encontramos em cada um dos santos e das santas um mesmo perfil. Por muito conhecerem e se interessarem por  Cristo, deixaram-se modelar pelos seus traços.

Como Jesus, os santos tiveram que viver muitas vezes em sentido contrário às ideias recebidas e aos comportamentos do seu tempo. Viver as Bem-aventuranças não é evidente: ser pobre de coração num mundo que glorifica o poder e o ter; ser suave num mundo duro e violento; ter o coração puro face à corrupção; fazer a paz quando outros declaram a guerra…

Os santos foram pessoas “em marcha” , isto é, pessoas ativas, apaixonadas pelo Evangelho… Os santos foram homens e mulheres corajosos, capazes de reagir e de afirmar a todo o custo aquilo que os fazia viver. Eles mostram-nos o caminho da verdade e da liberdade.

Aqueles são devotos  dos santos , afirmam que, junto deles, sentimos que nos tornamos melhores. O seu exemplo ilumina. A sua alegria é o seu testemunho mais belo. A sua felicidade é contagiosa.