Por
isso quando a esperança se apaga, apaga-se também a vida, a pessoa já não
cresce, não busca, não luta, pelo contrário, se apequena, desaba, deixa se
levar pelos acontecimentos. Se se perde a esperança, perde-se tudo. Por isso, a
primeira coisa que é preciso alimentar no coração da pessoa no seio da
sociedade ou na relação com Deus, é a esperança.
A
esperança não consiste na reação otimista de um momento. É, antes, um estilo de
vida, uma maneira de enfrentar o futuro de forma positiva e confiante, sem
deixar-nos cair no derrotismo. O futuro pode ser mais ou menos favorável, mas a
característica peculiar de quem vive com esperança é sua atitude positiva, seu
desejo de viver e de lutar, sua postura decidida e confiante. Nem sempre é
fácil. É preciso trabalhar a esperança.
A
primeira coisa é olhar para frente. Não ficar no que já passou. Não viver de
recordações ou nostalgias. Não ficar sentindo saudades de um passado talvez
mais feliz, mais seguro ou menos problemático. É agora que devemos viver
enfrentando o futuro de maneira positiva.
A
esperança não é uma atitude passiva, é um estímulo que nos impele à ação. Quem
vive animado pela esperança não cai na inércia. Pelo contrário, se esforça para
mudar a realidade e torná-la melhor. Quem vive com esperança é realista, assume
os problemas e as dificuldades, mas o faz de maneira criativa, dando passos,
buscando soluções e transmitindo confiança. A esperança não se sustenta no ar.
Tem suas raízes na vida. Em geral, as pessoas vivem de "pequenas
esperanças" que vão se realizando ou vão se frustrando. Precisamos
valorizar e alimentar essas pequenas esperanças, mas o ser humano precisa de
uma esperança mais radical e indestrutível, que possa sustentar-se quando toda
outra esperança desaba. Assim é a esperança em Deus, salvador último do ser
humano. Quando andamos cabisbaixos e com o coração desanimado, precisamos
escutar estas inesquecíveis palavras de Jesus: "Levantai a cabeça, pois se
aproxima vossa libertação".