Meus
irmãos e minhas irmãs, começo deste final: “Eu e o Pai somos um”. Nesta
afirmação de Jesus, vemos quanta intimidade e comunhão existem entre Jesus e o
Pai; quanta confiança um deposita no outro, quanto amor e doação cada um é
capaz de oferecer.
Jesus
estava na escuta constante do Pai, obedecia a Sua voz, existia entre Eles este
laço tão profundo, são inseparáveis! Só que Cristo, percebendo a necessidade
dos Seus discípulos também experimentarem essa mesma comunhão, chamou-os a essa
mesma realidade.
E
Cristo chama a cada um de nós porque Ele quer essa mesma relação conosco.
Porque, se cultivarmos com Ele essa relação de intimidade, também seremos
colocados em comunhão profunda com o Pai do Céu, mas para escutar a voz de
Jesus — que era sempre atento à voz do Pai — , também nós somos chamados a
escutar a voz de Jesus, pois a ovelha escuta a voz do seu pastor.
Escutar
a voz é entrar em comunhão com Cristo, é escutar realmente do Seu coração. E
como nós fazemos isso? Como escuto a voz de Jesus? Temos um primeiro meio
privilegiado de escutar a voz de Jesus, que é a oração. E aí, pergunto para
você: como você reza? Que espaço para Deus você dá, quando você está em oração?
A sua oração é só você que fala, é só você quem diz as coisas para o Senhor,
das suas necessidades, das suas aflições ou a sua oração também é feita daquele
momento de calar a voz para escutar Deus?
Porque
essa experiência, essa oportunidade de ouvir a Deus na oração tem que passar
por estas fases: dizemos para o Senhor das nossas realidades, mas também
estamos abertos para escutar a voz de Deus, porque, do contrário, não é oração.
A
oração é um diálogo, se a sua oração é baseada somente na sua fala, ela é um
monólogo, não é um diálogo. O diálogo é feito entre duas pessoas. Então, experimente
escutar a voz do Cristo na oração, mas também dando espaço para o silêncio.
E
aqui nós podemos falar sobre os elementos da oração: a meditação, a
contemplação, o silêncio também exterior dos barulhos externos, para escutar em
profundidade a voz do Senhor. Esse é um meio privilegiado em que a ovelha
escuta a voz do seu pastor. E também existe o segundo momento, que é o
discipulado, é a nossa formação, seja ela doutrinal, seja ela através de uma
direção espiritual, através do testemunho diário da nossa vida, dessa forma,
nós também escutamos a voz do Cristo que passa por essas realidades.
Uma
ovelha bem formada — que está atenta àquilo que diz a Igreja, que estuda os
documentos da Igreja, que lê sobre a própria doutrina —, é uma ovelha também
capaz de escutar a voz do seu pastor, para distingui-la das outras vozes que
estão hoje neste mundo e emergem com muita força. Por isso, nós precisamos
cuidar da nossa escuta a Jesus, que é o Bom Pastor.