segunda-feira, novembro 18, 2024

33º DOMINGO DO TEMPO COMUM









O Evangelho que acabamos de ouvir é, ao mesmo tempo, um alerta e uma promessa. Jesus nos fala de eventos cósmicos, tribulações e da gloriosa vinda do Filho do Homem. Palavras que nos deixam atônitos, mas também cheias de esperança. Não são palavras de medo, mas de preparação e confiança.

 

O drama do fim: sinais no céu e na terra

Jesus descreve um cenário dramático: o sol se escurece, a lua perde seu brilho, estrelas caem do céu. Essas imagens não são literais; são símbolos de uma transformação profunda. Elas nos falam de como o Reino de Deus não é apenas uma renovação, mas uma revolução total. Tudo aquilo que parecia permanente — como o sol e a lua — será abalado. Jesus nos mostra que o que é terreno e material tem fim. Mas Ele também nos diz que a sua Palavra é eterna.

E isso é um conforto. Porque, quando o mundo parece desabar, quando as tribulações nos cercam, é em Cristo que encontramos estabilidade. Sua promessa não falha

 

A vinda do Filho do Homem

Depois de descrever o caos, Jesus nos dá a visão mais gloriosa: “vereis o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória.” Que cena grandiosa! Essa imagem de Jesus vindo nas nuvens nos lembra que Ele é o Rei, o Senhor do Universo. Ele virá para reunir os eleitos, para restaurar todas as coisas.

Mas atenção! Essa vinda não é um momento para especular. Jesus deixa claro: ninguém sabe o dia ou a hora, nem mesmo os anjos. Por isso, o foco não está em “quando” Ele virá, mas em como estamos vivendo enquanto esperamos. Estamos prontos para recebê-Lo? Estamos vivendo como Ele nos ensinou?


terça-feira, novembro 05, 2024

DIA DE TODOS OS SANTOS






Para além das imagens que podem suscitar uma boa interpretação teológica, a primeira leitura retirada do Livro do Apocalipse (Ap.7,2-4.9-14), nos apresenta a esperança concretizada. João vê a santidade que foi plantada, regada, frutificada e colhida ao longo da história da salvação. As situações concretas da vida cotidiana são, às vezes, carregadas de sofrimento. Feliz é quem permanece fiel em momentos de angústia, de perseguição e crise. Em linguagem apocalíptica, feliz é quem alveja suas vestes no sangue do Cordeiro. Essa expressão significa assumir a veste nova do batismo em situação de perseguição, sofrimento e martírio, a ponto de se identificar com o Cristo crucificado. Os santos são aqueles cuja consciência de pertença a Cristo é tão forte, que os leva a tudo realizar por amor a Deus. O que alimenta as suas ações é o amor; o mesmo amor oblativo que moveu Jesus Cristo na oferta da própria vida na cruz. Os membros desta inumerável multidão não estão mortos, mas vivos. Não são membros de um grupo fechado e elitista.

            Por isto, na segunda leitura (1Jo 3,1-3), ao escrever para uma de suas comunidades, o mesmo São João, lembra aos seus membros e fiéis que pela filiação divina todos recebemos o mesmo chamado. Deus no seu infinito amor, por meio de seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, nos acolheu como filhos! Somo filhos no Filho. Assim entendemos que a santidade consiste em vivermos como filhos e filhas de Deus. Pelo batismo que nos foi dado, recebemos a graça de sermos seus filhos adotivos; chamados a participar da glória eterna. O chamado de revelar ao mundo a santidade de Deus através de nossa própria santificação. Para João, se Deus, no seu imenso amor, faz de nós seus filhos, não nos pode abandonar. Por isto, em Jesus e na sua Ressurreição, contemplamos já o futuro de todos que pertencem à família divina: seremos semelhantes a Ele.

            Mas como alcançar a santidade?  As bem-aventuranças apresentadas hoje no Evangelho (Mt. 5,1-12) são como que um programa a ser seguido para quem almeja alcançar a coroa da santidade. Elas são um caminho de santidade que sintetiza o rosto do testemunho e do testamento espiritual do próprio Jesus de Nazaré. Cristo é a fonte da santidade dos cristãos. As Bem-aventuranças foram primeiramente vividas por Jesus e, por isso, Ele se tornou o critério pelo qual discernimos se estamos vivendo ou não de acordo com a vontade de Deus. As Bem-aventuranças representam uma vida ética que, quando vivida com seriedade, é capaz de renovar as pessoas e transformar a sociedade, como o demonstra a vida de todos os santos.

            Viver a santidade ou a bem-aventurança é um desafio para almas fortes e generosas. Afinal não é fácil ser pobre em espírito e no coração em um mundo que glorifica o poder, o ter e o domínio sobre os outros. Ser manso em um mundo agressivo e violento; ter e manter o coração puro diante da corrupção e da ganância, buscar alcançar a paz enquanto tanto no mundo declaram a guerra.

            Contudo, contrariamente àquilo que encontramos nas biografias embelezadas por acontecimentos místicos e sobrenaturais, os santos não foram perfeitos. Os santos foram pessoas em caminhada em direção à perfeição que se completa ao se alcançar “a maturidade, a estatura de Cristo em plenitude” (cf: Ef. 4,13).  São e foram peregrinos da vida quotidiana, a maior parte deles realizou feitos heroicos ou prodígios. Com certeza temos alguns que produziram realizações espetaculares na história da Igreja. Mas muitos outros, e podemos dizer na sua maioria, são os santos da simplicidade e vida discreta que viveram a santidade a partir de sua vida em família e nos limites de sua própria vida de fé e que faleceram na discrição da santidade conhecida apenas por Deus. Mas todos unanimemente apresentam um rosto com traços de Cristo. Encontramos em cada um dos santos e santas um mesmo perfil: Vidas que deixaram-se formar, modelar e se transformar por Cristo.

 

1)   A multidão , da Primeira Leiurua , somos nós

2)   Confirmado na Segunda leitura

3)   A santidade de vida se dá no dia a dia








segunda-feira, novembro 04, 2024

DIA DE FINADOS










Queridos irmãos e irmãs, estamos hoje aqui reunidos para a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, o dia em que lembramos daqueles que partiram, nossos entes queridos, amigos e irmãos na fé. E neste dia, o Evangelho nos traz as palavras de Jesus sobre a vigilância, sobre a espera e a preparação. É uma passagem que nos fala de prontidão e de esperança, duas atitudes que o cristão deve cultivar com o coração cheio de amor.

Jesus começa com uma imagem muito clara: “Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas.” Ora, ele nos pede que estejamos sempre prontos, cingidos, como aqueles que esperam para partir, como quem está preparado para a viagem. Ele nos diz que devemos ter nossas lâmpadas acesas. Mas o que significa essa luz que devemos manter acesa? É a nossa fé, irmãos! A luz que Jesus nos pede para manter acesa é a chama da fé, que nos permite enxergar a vida além da morte, que nos ajuda a ver com os olhos da esperança.

 

Jesus continua com outra imagem poderosa: a de um senhor que volta de uma festa de casamento e encontra seus empregados acordados, prontos para lhe abrir a porta. E ele diz: “Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar.” Isso é mais do que uma advertência; é uma promessa. Jesus diz que esses empregados serão servidos pelo próprio senhor. Imaginem só! Um senhor que serve seus empregados? Isso é uma imagem de amor e humildade, e é exatamente assim que Deus nos acolhe na eternidade.

 

Quando lembramos nossos fiéis defuntos, pensamos neles como esses servos fiéis que esperaram com as lâmpadas acesas. Eles viveram suas vidas na fé e na esperança, e agora descansam no Senhor. Eles nos mostram que a vida aqui é apenas uma parte da jornada. A morte, que para muitos parece o fim, é na verdade o momento em que o senhor chega e bate à nossa porta para nos levar para a festa eterna.

 

Mas, como Jesus nos alerta, “o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes.” Essa é uma verdade que às vezes preferimos não pensar. Quem sabe o dia ou a hora? Não sabemos, e essa incerteza nos desafia a viver cada dia como um presente, a aproveitar cada oportunidade de amar, de perdoar, de servir. A vida é breve, e é justamente essa brevidade que a torna tão preciosa.

 

Hoje, ao lembrarmos dos que já se foram, estamos também refletindo sobre a nossa própria vida. Jesus nos chama a viver de forma vigilante, a estar prontos, a ser luz para o mundo enquanto estivermos aqui. Porque, assim como eles partiram, também um dia nós partiremos, e então o Senhor baterá à nossa porta. Que ele nos encontre com as lâmpadas acesas e o coração cheio de amor.

 

Portanto, irmãos, não vivamos como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Não deixemos para depois o amor que podemos dar agora, o perdão que podemos oferecer, a palavra de conforto que podemos dizer. Porque, como nos ensina este Evangelho, é na simplicidade da espera, no pequeno gesto de acender uma lâmpada, que demonstramos nossa fé.

 

Que neste Dia de Finados possamos recordar com carinho aqueles que partiram, confiantes de que eles já estão à mesa com o Senhor, sendo servidos pelo próprio Deus, que os acolheu com amor. E que possamos nós também, em nossa caminhada, manter as lâmpadas acesas, preparados, esperando a hora de nos encontrarmos com Ele, cheios de esperança. Amém.