segunda-feira, agosto 08, 2016

Missa XIX Domingo do Tempo Comum


As imagens são expressivas . Indicam a atitude que devem ter os criados que estão esperando , de noite, a volta de seu senhor, para abrir-lhe a porta logo que ele bater. Devem estar com “os rins cingidos”, ou seja , com cinto afivelado e a túnica arregaçada para poder mover-se e atuar com agilidade ( ainda presente em nós a parábola do Bom Samaritano e a atitude solidária de Marta). Devem estar com as “lâmpadas acesas" para ter a casa iluminada e manter-se despertos.

Estas palavras de Jesus são também hoje um chamado a viver com lucidez a responsabilidade , sem cair na passividade ou na letargia. Na história da Igreja há momentos em que cai a noite. No entanto, não é a hora de apagar as luzes e deitar-nos para dormir. É a hora de reagir, despertar nossa fé e continuar caminhando para o futuro , inclusive numa Igreja velha e cansada.

Um dos obstáculos mais importantes para impulsionar a transformação de que a Igreja hoje precisa é a passividade generalizada dos cristãos. Infelizmente , durante muitos séculos foram educados para a submissão e a passividade. Ainda hoje parece que não precisamos deles para pensar, projetar e promover caminhos novos de fidelidade a Jesus.

Por isso , precisamos valorizar , cultivar e agradecer muito o despertar de uma nova consciência em muitos leigos e leigas que vivem hoje sua adesão a Jesus e sua pertença à Igreja de um modo lúcido e responsável . É , sem dúvida , um dos frutos mais valiosos do Vaticano II , primeiro concílio que se ocupou direta e explicitamente deles.

Estes crentes podem ser hoje o fermento da paróquia e comunidades renovadas em torno do seguimento fiel de Jesus. São o maior potencial do cristianismo . Precisamos deles mais do que nunca para construir uma Igreja aberta aos problemas do mundo atual e próxima dos homens e mulheres de hoje.